terça-feira, 11 de junho de 2013

O bibliotecário frente as tecnologias



Segue transcrição da entrevista cedida ao bibliotecário Diego José Leite de Paula, para o seu então Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Biblioteconomia realizado na Unifai, sob orientação da Profª. Marcely Bento Rangel, alcançando na avaliação a nota máxima, com louvor.

Divulgação e capacitação de usuários em bases de dados técnico-científicas (BDTC) na biblioteca universitária


Resumo: O presente estudo enfatiza a importância da atualização dos profissionais da informação frente as tecnologias, com o foco principal na importância das bases de dados técnico- científicas nas bibliotecas universitárias. Expõe os serviços de referências disponibilizados pelos bibliotecários, discutindo a capacitação dos usuários para aperfeiçoar tais ferramentas, minimizando os problemas no acesso à pesquisa científica e justificando o alto custo investido. Analisa a crença de que a biblioteca otimiza o acesso às bases de dados quando oferece níveis diferenciados de capacitação, de acordo com a necessidade de informação de cada segmento da comunidade acadêmico-científica em que atua.  

Clique aqui para acessar o trabalho completo [pdf | 57p. | 1.25MB]




APÊNDICE A: Entrevista com o Bibliotecário Rodney Eloy


Por favor, faça uma breve apresentação:

Rodney Eloy [@rodneyeloy] possui especialização em Gestão do Conhecimento pelo Senac, e, Formação em Educação à Distância pela Unip;  graduação em Biblioteconomia  pela Fatema/Uniesp.  Bibliotecário  universitário;  responsável pelo Pesquisa Mundi [pesquisamundi.org], e membro do conselho editorial das Edições Leitura Crítica [leituracritica.com.br].


1.         Rodney, o Blog Pesquisa Mundi é definido como “um espaço para discussão, divulgação de bases de dados, informações de bibliotecas digitais/virtuais, arquivos de acesso livre, etc.” Por que surgiu a necessidade desse espaço?

Surgiu a partir da necessidade de compartilhar meus conhecimentos. Tudo começou devido a minha fascinação pelo mundo da pesquisa e suas fontes. O grupo de discussão Pesquisa Mundi, criado em 2005, contava com participação de centenas de profissionais da área, disponível até 2009. Atrelado a isso, criei uma página com uma relação de links de fontes de informação, que mais tarde foi transformado em uma opção muito mais dinâmica, que é o blog atual.  

2.         Na graduação, você recebeu algum incentivo quanto a utilização de BD?

Sim. Cursei Biblio de 1995 à 1998, e uma tecnologia muito comentada na época, eram os CD-ROMs e as bases de dados de então. A internet no Brasil ainda estava dando os primeiros passos, e em 1996, foi o ano que realmente a coisa alavancou, com a proliferação de provedores e usuários. Diante desta perspectiva, desenvolvi em Meu Trabalho de Conclusão de Curso em 1998, uma base de dados em papel titulado "Guia de Bibliotecas Universitárias Brasileiras na Internet", e publiquei posteriormente na então proeminente Internet ficando no ar de 1998 à 2003.  

3.         Você possui uma experiência em Biblioteca Universitária, você acha que essa tecnologia é explorada de forma adequada nesse ambiente?Qual é a maior dificuldade dos pesquisadores em usá-las?        

Em muitos casos sim, em outros não. Por outro lado, a maior dificuldade que vejo atualmente é a tendência imediatista das novas gerações de pesquisadores que não tem muita paciência, querem a respostas fáceis e imediatas, porém a pesquisa acadêmica requer muita reflexão e não poder ser fácil, nem rápida. 

4.         Existem várias Universidades, Escolas Técnicas, Associações, Institutos de Pesquisas, entre outras, que divulgam e utilizam seu blog. Você tem consciência do papel de educador que exerce? Recebe feedback por parte delas?  

Sim, eu acredito que o que estou realizando através do Pesquisa Mundi faz a diferença no dia a dia de quem acessa. Recebo mensagens de reconhecimento de intituições nacionais e internacionais, além de bibliotecários, professores, jornalistas etc 

5.         Existem várias BU que utilizam o blog e as redes sociais para chegarem até seu público-alvo, porém a maioria ainda restringem o acesso a essas ferramentas, alegando que os universitários não estão educados para utilizá-las de forma adequada. Qual é sua opinião?

Acredito que todas as ferramentas devem ser liberadas em ambientes acadêmicos, porém, oportunizando para a correta utilização, neste caso com o foco na educação. Bibliotecas Universitárias devem utilizar os recursos tecnológicos disponíveis para falar a língua dos usuários, podendo assim criar vínculos mais significativos e duradouros, e redes sociais estão incluídas.


6.         Os pesquisadores vão até seu blog ou seu blog vai até eles? De que forma?

As duas coisas. Realizo divulgação através de mailling e grupos de discussão na área de biblioteconomia. Recebo visitas de seguidores das diversas redes sociais existentes, de pesquisadores que nos encontram através de buscadores etc 

7.         Em sua opinião, como bibliotecário especializado em BD, qual é a forma mais adequada para divulgar, capacitar e motivar os alunos para a utilização das BD?

Primeiramente desmitistificar o poderoso Google como fonte de todas as informações do Universo. Existe a necessidade de motivar os alunos a se tornarem críticos em relação a informação, fazer com que eles deixem de lado um pouco a velocidade, a urgência por informações, e sejam incentivados a maturarem suas ideias, a terem mais precaução e menos ingenuidade e deslumbramento perante ferramentas tecnológicas.


8.         Como você se atualiza? Qual é a maior dificuldade na seleção de feeds para o blog?

Além de uma garimpagem digital, nos feeds, utilizo a plataforma do próprio Blogger onde acompanho aproximadamente 200 fontes de informação selecionadas nas áreas de educação e tecnologia.
  

9.         Você acha que o profissional bibliotecário ainda não “acordou” para as novas tecnologias?

Tecnologias sempre trazem novos paradigmas e questionamentos, portanto, estas mudanças são acompanhadas com muitos casos de resistência especialmente por parte de profissionais da informação, principalmente os da Geração X (nascidos entre 1960 e 1980). No entanto, independente da opinião dos resistentes, as mudanças não deixarão de acontecer, elas são constantes e conscentizar-se disso é obrigação de todos. Por outro lado, os profissionais da Geração Y (nascidos entre 1980 e 2000) já entrentam outro tipo de problema, a fé cega na tecnologia. 

10.       Quais são as transformações que ainda ocorrerão na Biblioteca Universitária?

Muitas e cada vez mais rápidas e radicais, exigindo constantes reflexões na prática biblioteconômica num mundo cada vez mais digital. E acrescento, que as ações devem estar voltadas para o agora,  sempre reconhecendo e priorizando estratégias que possam melhorar a experiência dos usuários na pesquisa e busca de informações, cada vez mais autônoma.

Muito obrigado pela entrevista, pela dedicação à área da biblioteconomia, pela gentileza em participar do meu Trabalho de Conclusão de Curso e parabéns pelo ótimo trabalho. 

Obrigado! Sucesso em seu Trabalho e em sua carreira profissional!!!

Um comentário:

  1. Que venham as tecnologias e que sirvam para encontrar os melhores meios de tornar as bibliotecas um espaço libertação humana

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