quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Série 'Você' acerta ao apostar em suspense baseado nos perigos das redes sociais

Novo seriado do Lifetime e Netflix conta a história de um jovem obcecado por uma mulher

por Mariana Bonini | Quem

Joe (Penn Badgley) e Beck (Elizabeth Lail)

Não se apegue a sinopse do gerente de um livraria que se apaixona à primeira vista e perdidamente por uma aspirante a escritora. Você (You), novo seriado da Lifetime, também exibido no Brasil pelo Netflix, é mais profundo e atrai mesmo por uma preocupação atual: a falta de privacidade e de segurança virtual e física que o uso das redes sociais pode gerar para uma pessoa.

Logo em alguns minutos do primeiro episódio, quando o obcecado Joe (Penn Badgley) facilmente se intera, com uma simples busca pelo Google, sobre a rotina da então desconhecida Beck (Elizabeth Lail) e se insere em sua vida, duvido que haja algum telespectador que não cogite mudar as suas senhas, fechar o perfil do Instagram ou mesmo deixar a rede social por definitivo.

É essa aproximação com a nossa realidade e o revelar da personalidade cada vez mais aterrorizante de Joe, que contribui para a ansiedade de ver um episódio atrás do outro. O galã Badgley, que ficou famoso por interpretar o Dan em Gossip Girl está brilhante no papel desse personagem que se apresenta de forma dúbia, com o seu lado bom e ruim. Ele é o cara bonito, inteligente, amoroso, atencioso e altruísta, mas também capaz de cometer diversos crimes para conquistar o seu objetivo.

Contada em primeira pessoa, pela visão de Joe, há uma tendência em humanizar demais o protagonista. O comportamento dele tenta ser justificado pela infância turbulenta ou pelas ações das pessoas que ele investe contra. Elas também vão revelando passados sombrios com assassinatos, traições e paixões secretas. Ao mesmo tempo que isso parece forçado em alguns casos, é interessante ver que todos, inclusive Beck, têm o lado bom e ruim.

A falta de competência da polícia para desvendar casos cheios de evidências é um ponto fraco e deve ser relevada para a série não perder o encanto.

Após assistir os dez episódios, além do final atordoante, fica a dúvida de como os roteiristas farão para criar uma segunda temporada tão estimulante como a primeira. Será um grande desafio, mas que deve ser tirado de letra por Sera Gamble e Greg Berlanti, que têm em seu currículo Dawson’s Creek, Everwood e Riverdale e ainda poderam recorrer a fonte que originou a série, o livro homônimo de Caroline Kepnes, que também tem uma sequência.


Um comentário:

  1. A série é bem interessante, demonstrando os perigos e fragilidades que as redes sociais podem causar. Seguindo na mesma linha tem um filme chamado Searching(2018), dirigido por Aneesh Chaganty, que tem como atores principais John Cho(Star Trek de 2009)e Debra Missing, no qual através de uma narrativa original e envolvente conta do drama de um pai que enfrenta muitos desafios com o desaparecimento da filha, o final é surpreendente!!

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