No ano do 20º aniversário da morte do pensador, o Centro de Referência Paulo Freire disponibiliza o acesso ao seu acervo
Nairim Bernardo | Nova Escola
O próximo dia 2 de maio marcará o 20º aniversário da morte de Paulo Freire. Até hoje sua obra é referência e, para facilitar o acesso dos professores ao trabalho do educador, o projeto “Memórias do Patrono da Educação Brasileira” disponibiliza gratuitamente o acesso a fotografias, vídeos, áudios e textos do pensador.
Ao todo, são 30 mil páginas de texto, mais de 500 fotos, 100 vídeos e áudio de cerca de 2 mil páginas de livros. No meio disso tudo, você pode encontrar conteúdos como o livro Pedagogia do Oprimido, biografias do autor, dissertações sobre sua obra, documentações acumuladas durante sua vida profissional e entrevistas com ele. Tudo isso foi organizado pelo Centro de Referência Paulo Freire (CRPF) como um modo de relembrar os 20 anos da morte do pensador. O projeto começou em 2016 e contou com o patrocínio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), por intermédio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.
Paulo Freire nasceu em Recife em 1921 e se tornou reconhecido internacionalmente pelo seu método de alfabetização de adultos e pensamento pedagógico político. Condenava a Educação bancária, como chamava os métodos em que o professor depositava o conhecimento no aluno que tinha um papel passivo no processo. O pedagogo defendia a formação de um cidadão crítico. Foi professor no Brasil, Estados Unidos e Suíça (durante o exílio no período militar) e secretário municipal de Educação de São Paulo. Suas obras já foram traduzidas para mais de 20 idiomas.
Se além de consultar o arquivo online (clique aqui), você tiver a disponibilidade de visitar o arquivo físico, na capital de São Paulo, é possível agendar uma visita por meio do e-mail sonia@paulofreire.org.
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quinta-feira, 16 de março de 2017
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Estadão.com.br lança novo portal de Educação
Blogs produzidos por especialistas da área e por mais de 50 escolas ganham destaque; leitores terão mais facilidade para encontrar matérias de serviço
Estadão
O estadão.com.br acaba de colocar no ar seu novo portal de Educação. O objetivo é apresentar para o leitor o conteúdo de forma mais organizada e dinâmica.
Cobertura do estadão.com.br abrange educação infantil, ensinos fundamental e médio e superior
O portal .Edu destaca no topo as notícias mais importante e o projeto Blog dos Colégios, que reúne conteúdo feito por mais de 50 instituições, entre elas os colégios Bandeirantes, Oswald de Andrade, Equipe, Palmares, Elvira Brandão, Ítaca, Liceu de Artes e Ofício de São Paulo e Escola da Vila. Também ganharam destaque os blogs de Educação, como os produzidos por Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Península, que mantém o Instituto Singularidades; pelo Movimento Todos Pela Educação; e pelas consultoras Andrea Tissenbaum, que auxilia quem sonha em estudar no exterior, e Paula Braga, que trabalha com foco em MBA, entre outros.
Há ainda um espaço fixo para as matérias de serviço, como as que apresentam datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade Para Todos (ProUni), além de cursos e vestibulares.
Outra novidade é a parceria do estadão.com.br com o Jornal da USP, produzido pela Universidade de São Paulo (USP).
As reportagens do suplemento impresso Estadão.Edu, que traz reportagens sobre ensino superior, também terão um espaço fixo a partir de agora.
Estadão
O estadão.com.br acaba de colocar no ar seu novo portal de Educação. O objetivo é apresentar para o leitor o conteúdo de forma mais organizada e dinâmica.
Cobertura do estadão.com.br abrange educação infantil, ensinos fundamental e médio e superior
O portal .Edu destaca no topo as notícias mais importante e o projeto Blog dos Colégios, que reúne conteúdo feito por mais de 50 instituições, entre elas os colégios Bandeirantes, Oswald de Andrade, Equipe, Palmares, Elvira Brandão, Ítaca, Liceu de Artes e Ofício de São Paulo e Escola da Vila. Também ganharam destaque os blogs de Educação, como os produzidos por Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Península, que mantém o Instituto Singularidades; pelo Movimento Todos Pela Educação; e pelas consultoras Andrea Tissenbaum, que auxilia quem sonha em estudar no exterior, e Paula Braga, que trabalha com foco em MBA, entre outros.
Há ainda um espaço fixo para as matérias de serviço, como as que apresentam datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade Para Todos (ProUni), além de cursos e vestibulares.
Outra novidade é a parceria do estadão.com.br com o Jornal da USP, produzido pela Universidade de São Paulo (USP).
As reportagens do suplemento impresso Estadão.Edu, que traz reportagens sobre ensino superior, também terão um espaço fixo a partir de agora.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Educação na era digital: será que as redes sociais podem atrapalhar o ensino?
Apesar de muito útil, redes sociais podem atrapalhar o ensino se usadas em excesso
Universia
As redes sociais e a internet como um todo são ótimas ferramentas para a educação na era digital. Mas será que elas podem atrapalhar o ensino? Alguns caminhos apontam que, sem o devido cuidado, elas podem, sim, causar problemas no aprendizado, porém, é possível contornar.
O primeiro problema das redes sociais é o uso excessivo de gírias e abreviações. Muitas vezes, por conta do uso constante com um jeito mais informal de escrever, os estudantes acabam por transportar essa “linguagem da internet” para a realidade. É frequente encontrar erros assim em avaliações e redações, afinal, é a maneira mais usada de comunicação no dia a dia.
Apesar de ótimas na hora de apresentar aplicativos e ferramentas que auxiliam no ensino, as redes sociais e a internet podem ser fontes constantes de distração. O mais sério, porém, é que isso pode se agravar levando a transtornos como a ansiedade. É comum alunos ficarem tensos e ansiosos para voltarem logo aos dispositivos e conferirem uma resposta, resultado ou apenas checarem se algo novo apareceu na rede.
A solução para as desvantagens das redes sociais e do uso da internet é simples e combina bastante com um ditado que muitas avós conhecem: é preciso utilizar com parcimônia. Assim como qualquer ferramenta, o uso em excesso pode atrapalhar. Cabe aos pais e aos educadores regularem o acesso e, sempre que possível, atraírem os alunos para atividades do “mundo real”.
sexta-feira, 17 de junho de 2016
EDUBASE
Base de dados de artigos de periódicos nacionais em Educação e áreas afins, desenvolvida e fundada pela Biblioteca da Faculdade de Educação da UNICAMP, desde setembro de 1994, sendo a partir de abril de 2015, gerenciada pelo Sistema de Bibliotecas da UNICAMP, precisamente pelo Portal de Periódicos Eletrônicos Científicos. A proposta da Edubase é que futuramente possam incluir, além dos artigos de periódicos, trabalhos de anais de eventos, e capítulos de livros relacionados à Educação e áreas afins de acesso aberto.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Educ@ : publicações online de educação
O Educ@ é um indexador que objetiva proporcionar um amplo acesso a coleções de periódicos científicos na área da educação. Utiliza-se da metodologia SciELO - Scientific Electronic Library Online. Permite a publicação eletrônica de edições completas de periódicos científicos (revistas, jornais, artigos, etc.) a organização de bases de dados bibliográficas e textos completos, com uma recuperação eficiente e imediata de textos a partir de seus conteúdos, bem como a preservação dos arquivos eletrônicos.
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Dados e cultura
por Gilberto Paschoal | Revista e
Ao proporcionar interatividade em escala, a internet se estabeleceu como o grande fenômeno de comunicação contemporâneo, tendo criado novas lógicas de relações sociais e econômicas facilmente exemplificadas pelo aparecimento e disseminação das mídias sociais e de toda estruturação do mercado digital.
Um fato consolidado entre as novidades trazidas na esteira dessas transformações é o enorme volume de informações sobre os usuários captadas em suas interações no ambiente online. Nesse contexto, o conceito de Big Data, que expressa um volume gigantesco de dados disponíveis para análise, se associa ao de Business Intelligence (inteligência de mercado), que consiste na depuração desse amontoado de informações para geração de conhecimentos e insights a respeito de algum tema. Esses mecanismos vêm sendo usados como norteadores da distribuição segmentada de produtos, serviços e mídia, viabilizando novas formas de planejamento estratégico para qualquer tipo de ação - digital ou não.
Suas aplicações no âmbito da cultura ainda se restringem a alguns casos exemplares, mas já trazem questões relevantes sobre a ética da informação no ambiente digital e seu papel no âmbito da criação e da difusão artística. Grandes estúdios de Hollywood têm feito uso de estruturas de Big Data e BI para determinar a melhor época para lançar filmes com características e públicos específicos, bem como para avaliar a participação de determinados artistas em cada projeto pelo prisma de seu impacto mercadológico. Já é sabido que a série House of Cards foi construída com base em análise de dados que refletiam as preferências dos usuários do Netflix, culminando na escolha da temática, atores e diretores com a maior probabilidade de sucesso. Parece ter funcionado.
Outra forma de uso de dados dos usuários, ainda que mais discreta, é a implementação de algoritmos de recomendação de conteúdo por parte das plataformas de distribuição. Por conta do enorme volume de conteúdo, além dos serviços refinados de busca, os algoritmos se prestam a uma espécie de editoria eletrônica baseada em tendências distinguidas a partir de dados de navegações prévias. Seu papel no ambiente online tem se tornado tão importante que serviços de streaming musical como Spotify e Apple Music têm equipes inteiramente dedicadas a esse estudo, de modo que a reação dos usuários às recomendações é monitorada constantemente e ajustes são realizados muitas vezes em tempo real a partir de estatísticas de Big Data. E para além desses usos específicos para recomendações, as grandes empresas de tecnologia investem pesadamente em estruturas de inteligência artificial capazes de tirar conclusões a partir de dados não estruturados. Softwares de análise preditiva já são capazes de triunfar em programas televisivos de perguntas e respostas, tendo também realizado descobertas científicas baseadas na assimilação de grandes volumes de estudos acadêmicos sobre temas diversos.
Num momento em que os bens culturais digitais apresentam índices de produção, veiculação e alcance jamais experimentados, cabe aos gestores e produtores culturais encontrar o papel adequado para os dados do público num contexto que se pretenda democratizante e emancipador. Não se trata, evidentemente, de bisbilhotar a vida de indivíduos ou de terceirizar responsabilidades curatoriais transferindo-as para máquinas e softwares; mas de lidar de forma transparente, crítica e propositiva com ferramentas e informações cruciais para a compreensão dos hábitos e valores culturais contemporâneos.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Paisagem brasileira
"A educação sempre fez parte de minha vida. Sou de uma família de professores universitários. Exerci o duro ofício em uma faculdade durante dez anos, nos quais me apaixonei por lidar com alunos, mas já questionava o nível de exigência que podia lhes fazer. Isso faz algumas décadas: quando éramos ingênuos e não prevíamos uma dia ter nosso país entre os piores em educação. Quando os alunos ainda não usavam celular e iPhone na sala de aula, não conversavam como se estivessem no bar, não copiavam seus trabalhos da internet - o que hoje começa a ser considerado normal."
Trecho do livro Paisagem brasileira: dor e amor pelo meu país, de Lya Luft
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Pesquisadoras entrevistam colegas da USP e criam acervo de brincadeiras
Levantamento durou dois anos e material coletado foi reunido em livro e site.
Conteúdo pode ajudar pais e professores na interação com os pequenos.
Do G1
Pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) coletaram histórias de faxineiros, porteiros e funcionários da creche do campus de São Carlos para resgatar antigas brincadeiras. Todo o material se transformou em um livro virtual e a ideia é aplicar o conteúdo no dia a dia, apresentando às crianças práticas como rodar pião e jogar pega vareta.
Colecionadora de brinquedos, Sylvana Almeida defende a importância do brincar. “Eles trazem uma lembrança de um passado, não é? E de um passado super saudável, de uma delícia de poder dividir, de brinquedos interessantes e que são de brincar com a mão, não são virtuais”, comentou. E foi justamente essa lembrança e esse contato que as pesquisadoras da USP buscaram resgatar.
Durante dois anos elas fizeram um levantamento com funcionários da unidade e reuniram a diversidade coletada em um livro e em um banco de dados à disposição no site "Projeto Memórias: brincadeiras de muitos tempos e lugares".
“As brincadeiras cantadas, brincadeiras de roda, cinco marias, pião, construção de carrinhos, todas essas brincadeiras que as crianças conhecem muito pouco, as crianças de hoje, porque elas se envolvem com outras brincadeiras desse mundo mais digital”, exemplificou a pesquisadora Janeide de Souza Silva.
O site tem também sugestões de atividades para a integração de crianças de todas as idades. “Sabemos que hoje as crianças não têm mais as ruas para brincar, muitas não têm os quintais para poderem brincar, então a creche vira o grande quintal, ali você tem a possibilidade de colocar um adulto, com sua infância, com a criança que tem dentro dele, em encontro com outra criança e compartilhar saberes, conhecimentos de uma época que é atual, mas também é de ontem”, explicou a professora Cristina Mara.
Quem testou os antigos brinquedos aprovou a iniciativa. "É muito legal, eu gostei muito", resumiu Ariella, de 12 anos, ao deixar o celular para pular elástico.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Carta Capital lança portal voltado à educação
Conteúdos inéditos e parte do arquivo de matérias veiculadas nas revistas Carta na Escola e Carta Fundamental vão dar vida a um novo projeto. Voltado à educação, um espaço dedicado à discussão do tema foi lançado. “Não dá para restringir o debate educacional à sala de aula. É preciso dar a oportunidade de toda sociedade participar dessa conversa", explicou a publisher da Editora Confiança, Manuela Carta.
Batizado de Carta Educação, o site lançado nesta semana promete ir além dos muros das escolas ao unir outros segmentos para serem parceiros e corresponsáveis pela educação. Manuela ressaltou que a plataforma digital vai ampliar o debate e deixá-lo mais rico e acessível.
“Estamos levando dois conteúdos que antes estavam no papel para o digital. É uma oportunidade de atingir um número muito maior de pessoas, de tornar esse conteúdo mais acessível. Ele agora vai estar na palma da mão de qualquer professor que queira ter esse material, basta ter um celular, um iPad, enfim acesso à internet”, disse Manuela.
Consultora pedagógica da Carta Educação, Mazé Nóbrega aprovou a novidade e falou que a transição para o digital permitirá diálogo com as novas gerações. “Elas têm uma grande intimidade com as mídias digitais e se relacionam com elas de uma forma muito amistosa. Por isso, a proposta de trabalho envolvendo a tecnologia permite um exercício do protagonismo. Quando pensamos no aluno do Ensino Médio, por exemplo, os textos podem ser úteis para este jovem que está começando a gerenciar sua própria formação em função de seus objetivos, de seu projeto de vida”.
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terça-feira, 20 de outubro de 2015
Livro didático digital ainda não chegou aos estudantes
Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil
Apesar de estarmos vivendo num mundo cada vez mais digital, onde as crianças e adolescentes dominam as novidades tecnológicas com muita rapidez, os avanços no campo pedagógico ainda são pequenos no Brasil. A maioria das editoras de livros didáticos já oferece o conteúdo em formato digital e os recursos pedagógicos são muitos, mas a adoção deles pelas escolas ainda está lenta.
A adoção do livro digital nas escolas ainda é pequena no Brasil
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), Antonio Luiz Rios da Silva, não há estatísticas sobre o mercado de livro didático digital, mas ele garante que praticamente todas as editoras do país já têm iniciativas nesse sentido. “Não são todas as coleções que têm, mas boa parte delas já conta com a possibilidade do aluno e da escola trabalharem com livro digital, que na realidade é uma reprodução do livro impresso, com algum enriquecimento, como vídeos, infográficos, jogos, links”.
O livro digital pode ser acessado de diversas formas: em dispositivos móveis (tablets e smartphones) e pelo computador ou lousa eletrônica. Além do formato PDF, que é uma cópia estática digital do livro impresso, há opções LED (Livro Educacional Digital), que são versões enriquecidas com recursos interativos; iBook, que incorpora vídeos, áudios e ampliação de imagens, específica para iPads, da Apple; aplicativos, mais usados para literatura infantojuvenil, que acompanham animações, narração, interatividade e música; e o formato ePub, que se adapta a qualquer tamanho de tela.
De acordo com Rios, o país está no começo da transição e que as escolas têm adotado o modelo híbrido, em que o aluno compra o livro impresso e ganha o acesso ao conteúdo digital. Segundo ele, poucos colégios abandonaram o papel. “Se tiver no Brasil inteiro cinco escolas que fizeram isso é muito. Nas conversas com diretores de colégio, a gente percebe que esse processo tem que ser gradual, não só com relação ao aluno, que se adapta mais rapidamente, mas principalmente por conta do professor”.
O estudo Aprendizagem Móvel no Brasil, publicado em agosto pelo Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Colúmbia, aponta que o uso de tecnologia guiada em sala de aula pode melhorar o rendimento acadêmico dos estudantes, superando ações como a formação de professores em geral e a redução do tamanho da classe.
Mas, segundo uma das autoras do estudo, Fernanda Rosa, as políticas implementadas atualmente na área pública não têm alcançado esse objetivo. “Para avançarmos em nossa capacidade de levantar o impacto das tecnologias na aprendizagem no Brasil, o primeiro passo é ter as ferramentas digitais disponíveis, com condições de uso e conectividade, e com professores capazes de utilizá-las - realidade ainda restrita a poucas escolas”.
Para Fernanda, não se alcança esse estágio sem o envolvimento das secretarias de Educação com um planejamento de médio e longo prazo com ações simultâneas nos três pilares: infraestrutura, conteúdo digital e formação de professores.
Tradição e inovação
Entre as experiências consideradas positivas está a do Colégio Pedro II, uma das mais tradicionais instituições públicas de ensino básico do Brasil, fundado em 1837, que distribuiu este ano tablets para os alunos do primeiro ano do ensino médio. O material, comprado com verba destinada por emenda parlamentar, foi fornecido pelo Ministério da Educação.
O livro digital pode ser acessado de diversas formas: em dispositivos móveis (tablets e smartphones) e pelo computador ou lousa eletrônicaArquivo/ Agência Brasil
De acordo com a chefe da Seção de Projetos Educacionais do Pedro II, Mônica Pinto, todos os departamentos do colégio e professores de todas as disciplinas estão envolvidos com a novidade. “A gente tem projetos em todas as áreas que você possa imaginar, inclusive projetos integrando várias disciplinas, e cada departamento vem usando um conjunto de objetos e de softwares enorme. Muitas vezes, inclusive, desenvolvendo projetos especiais com alunos com dificuldade de aprendizagem, para o ensino regular, para alunos de inclusão e até mesmo para alunos de altas habilidades”, disse.
Ela explica que o uso dos tablets não tem foco nos livros. Foi criado um blog de suporte aos professores com todos os objetos educacionais digitais disponíveis e os docentes estão passando por capacitação para usar a tecnologia. “Tem uma listagem de todos os objetos de aprendizagem, aplicativos, livros digitais que são recomendados e as diretrizes da Unesco para aprendizagem móvel.”
Segundo Mônica, o Departamento de Ciências da Computação fez uma série de pesquisas e agora está começando a planejar uma série de oficinas que está sendo oferecida aos professores em todos os campi do colégio, para estimular ainda mais trabalho.
No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou no Brasil as Diretrizes de Políticas para a Aprendizagem Móvel. Entre os benefícios, a Unesco cita a ampliação do alcance, individualização e continuidade da aprendizagem, além da otimização do tempo em sala de aula e retorno do resultado imediato. Como recomendações, estão a melhoria da conexão à internet, o acesso igualitário aos dispositivos e a capacitação de professores e estudantes.
Para que o projeto no Pedro II tenha continuidade, de acordo com Mônica, é necessário que o colégio tenha recursos para adquirir equipamentos, além da efetivação da infraestrutura de internet que ainda não está completa no país. “É essa questão do acesso de banda larga para todas as escolas, a gente só vai conseguir fazer essa migração quando conseguir resolver questões estruturais. Por ser um colégio federal, a gente está na mesma situação das outras escolas públicas brasileiras”.
Compras do governo
Apesar de o governo federal ter anunciado no fim de 2013 que, em 2015, os alunos da rede pública do país teriam acesso a livros didáticos digitais, o material até agora não foi disponibilizado. Segundo o presidente da Abrelivros, Antonio Luiz Rios da Silva, no edital de 2014 foi colocado a compra dos objetos digitais e, para este ano, estava prevista a oferta do LED pelas editoras, mas o governo não concretizou a compra. “Nós estamos numa discussão com eles para que a compra seja feita. Mas agora, com a restrição orçamentária, a coisa ficou mais complicada. As editoras produziram os livros, mas até agora não tivemos a disponibilização para as escolas porque o governo não comprou”.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), foi procurado pela Agência Brasil, mas não se pronunciou. Segundo o Gerente de Tecnologia Educacional e Novos Projetos Grupo SM Brasil, André Monteiro, a editora forneceu, dentro do PNLD 2014, os chamados Objetos Educacionais Digitais.
“São DVDs com objetos digitais, como áudios, vídeos, jogos e animações com orientações de uso para os professores e para os alunos. Temos produtos aprovados no formato de livro digital com objetos educacionais digitais anexados ao livro para o PNLD 2015, mas até o presente momento sem aquisição e distribuição definida pelo MEC/FNDE”.
Tanto Monteiro quanto Rios afirmam que apenas alguns países estão investindo na transição para o material didático digital, como Coreia do Sul, Finlândia e Estados Unidos. E o Brasil está bem longe disso. “Temos muito o que avançar na infraestrutura das escolas, na formação dos professores e principalmente na universalização do ensino de qualidade. O mais importante é que devemos enxergar o uso da tecnologia como uma ferramenta para impulsionar a criatividade, a inovação e a mudança no ambiente da sala de aula, principalmente na relação entre o professor e seus alunos”, disse Monteiro.
Para Fernanda Rosa, o Brasil tem um alto índice de distribuição de tecnologias digitais nas escolas. Segundo ela, 84% das unidades públicas urbanas são equipadas com laboratórios de informática e mais de 400 mil tablets entregues a professores do ensino médio. Porém, de acordo com a pesquisadora, existe uma deficiência na infraestrutura que dificulta o uso com foco na aprendizagem.
“Uma pesquisa recente do Banco Mundial mostra que apenas 2% do tempo do professor brasileiro em sala de aula é utilizado com tecnologias. Outros países latino-americanos apresentam índices similares ou um pouco acima. E essa realidade dificilmente será alterada se não se pensar em políticas voltadas à aprendizagem, que se utilize dos benefícios da mobilidade que as tecnologias atuais disponibilizam”, disse.
Custo X peso
Estudantes aguardam com ansiedade o momento de trocar os livros pelo tablet. A estudante Luisa Lucas Antunes, de 14 anos, disse que no colégio particular onde estuda, na zona sul do Rio de Janeiro, ainda não adotou o livro digital, mas utiliza um aplicativo para fazer simulados. “Eu acho legal porque, pelo menos, tem um aplicativo que interage com os alunos, para preparar as provas de concurso e essas coisas. É um simulado, mas você também pode jogar, com perguntas de vários colégios”.
Para Luisa, além das possibilidades educacionais que a tecnologia oferece, o livro digital é uma oportunidade para se livrar do peso da mochila. “Eu nunca me interessei em ler livro digital, prefiro o de papel. Mas, para a escola, seria uma nova forma de ler, seria legal. O peso da mochila estraga as costas de todo mundo. Eu acho que todas as escolas já deveriam ter livro digital, em vez de continuar com as apostilas e cadernos”.
A digitalização pode significar uma redução do peso nas mochilas, mas pode aumentar o peso no orçamento dos pais, já que a produção de um livro didático é demorado e tem um custo alto, que aumenta quando se trata de autorizações para meio digital. Segundo o presidente da Abrelivros, o uso do livro digital na aprendizagem é um processo sem volta, mas ainda existem questões a resolver.
“Tem a redução do custo de impressão e do custo logístico de distribuição, mas, por outro lado. tem todo o incremento do custo de você transformar aquele arquivo, que era um PDF para impressão, para ele virar um livro digital, não é um custo desprezível”.
Autora de livros infantis e juvenis, Anna Cláudia Ramos não acredita que o livro digital de literatura vá substituir o impresso, já que são plataformas diferentes que atendem a públicos diversos. Porém, para o livro didático, ela, que também é professora, é mais enfática quanto às vantagens da tecnologia.
“Talvez, no futuro, os didáticos se tornem digitais. Já está se tornando, você clica no livro e já te joga para o país que você está estudando, imagina que máximo. Mas você pode conviver com as coisas todas. Tudo vai poder conviver junto e misturado. Eu acho que a grande questão é a gente não perder esse desejo de fazer livro ser uma coisa gostosa, não fazer algo para ser dever de casa, essa é a diferença”.
O estudo Aprendizagem Móvel no Brasil aponta que, para implementar o uso das tecnologias no ensino, é preciso desenvolver questões institucionais, como fortalecer o monitoramento das ações e avaliação nas secretarias de Educação, formação continuada e compartilhamento das ferramentas e experiências, além do desenvolvimento de parâmetros legais nacionais para subsidiar os avanços.
Apesar de estarmos vivendo num mundo cada vez mais digital, onde as crianças e adolescentes dominam as novidades tecnológicas com muita rapidez, os avanços no campo pedagógico ainda são pequenos no Brasil. A maioria das editoras de livros didáticos já oferece o conteúdo em formato digital e os recursos pedagógicos são muitos, mas a adoção deles pelas escolas ainda está lenta.
A adoção do livro digital nas escolas ainda é pequena no Brasil
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), Antonio Luiz Rios da Silva, não há estatísticas sobre o mercado de livro didático digital, mas ele garante que praticamente todas as editoras do país já têm iniciativas nesse sentido. “Não são todas as coleções que têm, mas boa parte delas já conta com a possibilidade do aluno e da escola trabalharem com livro digital, que na realidade é uma reprodução do livro impresso, com algum enriquecimento, como vídeos, infográficos, jogos, links”.
O livro digital pode ser acessado de diversas formas: em dispositivos móveis (tablets e smartphones) e pelo computador ou lousa eletrônica. Além do formato PDF, que é uma cópia estática digital do livro impresso, há opções LED (Livro Educacional Digital), que são versões enriquecidas com recursos interativos; iBook, que incorpora vídeos, áudios e ampliação de imagens, específica para iPads, da Apple; aplicativos, mais usados para literatura infantojuvenil, que acompanham animações, narração, interatividade e música; e o formato ePub, que se adapta a qualquer tamanho de tela.
De acordo com Rios, o país está no começo da transição e que as escolas têm adotado o modelo híbrido, em que o aluno compra o livro impresso e ganha o acesso ao conteúdo digital. Segundo ele, poucos colégios abandonaram o papel. “Se tiver no Brasil inteiro cinco escolas que fizeram isso é muito. Nas conversas com diretores de colégio, a gente percebe que esse processo tem que ser gradual, não só com relação ao aluno, que se adapta mais rapidamente, mas principalmente por conta do professor”.
O estudo Aprendizagem Móvel no Brasil, publicado em agosto pelo Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Colúmbia, aponta que o uso de tecnologia guiada em sala de aula pode melhorar o rendimento acadêmico dos estudantes, superando ações como a formação de professores em geral e a redução do tamanho da classe.
Mas, segundo uma das autoras do estudo, Fernanda Rosa, as políticas implementadas atualmente na área pública não têm alcançado esse objetivo. “Para avançarmos em nossa capacidade de levantar o impacto das tecnologias na aprendizagem no Brasil, o primeiro passo é ter as ferramentas digitais disponíveis, com condições de uso e conectividade, e com professores capazes de utilizá-las - realidade ainda restrita a poucas escolas”.
Para Fernanda, não se alcança esse estágio sem o envolvimento das secretarias de Educação com um planejamento de médio e longo prazo com ações simultâneas nos três pilares: infraestrutura, conteúdo digital e formação de professores.
Tradição e inovação
Entre as experiências consideradas positivas está a do Colégio Pedro II, uma das mais tradicionais instituições públicas de ensino básico do Brasil, fundado em 1837, que distribuiu este ano tablets para os alunos do primeiro ano do ensino médio. O material, comprado com verba destinada por emenda parlamentar, foi fornecido pelo Ministério da Educação.
O livro digital pode ser acessado de diversas formas: em dispositivos móveis (tablets e smartphones) e pelo computador ou lousa eletrônicaArquivo/ Agência Brasil
De acordo com a chefe da Seção de Projetos Educacionais do Pedro II, Mônica Pinto, todos os departamentos do colégio e professores de todas as disciplinas estão envolvidos com a novidade. “A gente tem projetos em todas as áreas que você possa imaginar, inclusive projetos integrando várias disciplinas, e cada departamento vem usando um conjunto de objetos e de softwares enorme. Muitas vezes, inclusive, desenvolvendo projetos especiais com alunos com dificuldade de aprendizagem, para o ensino regular, para alunos de inclusão e até mesmo para alunos de altas habilidades”, disse.
Ela explica que o uso dos tablets não tem foco nos livros. Foi criado um blog de suporte aos professores com todos os objetos educacionais digitais disponíveis e os docentes estão passando por capacitação para usar a tecnologia. “Tem uma listagem de todos os objetos de aprendizagem, aplicativos, livros digitais que são recomendados e as diretrizes da Unesco para aprendizagem móvel.”
Segundo Mônica, o Departamento de Ciências da Computação fez uma série de pesquisas e agora está começando a planejar uma série de oficinas que está sendo oferecida aos professores em todos os campi do colégio, para estimular ainda mais trabalho.
No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou no Brasil as Diretrizes de Políticas para a Aprendizagem Móvel. Entre os benefícios, a Unesco cita a ampliação do alcance, individualização e continuidade da aprendizagem, além da otimização do tempo em sala de aula e retorno do resultado imediato. Como recomendações, estão a melhoria da conexão à internet, o acesso igualitário aos dispositivos e a capacitação de professores e estudantes.
Para que o projeto no Pedro II tenha continuidade, de acordo com Mônica, é necessário que o colégio tenha recursos para adquirir equipamentos, além da efetivação da infraestrutura de internet que ainda não está completa no país. “É essa questão do acesso de banda larga para todas as escolas, a gente só vai conseguir fazer essa migração quando conseguir resolver questões estruturais. Por ser um colégio federal, a gente está na mesma situação das outras escolas públicas brasileiras”.
Compras do governo
Apesar de o governo federal ter anunciado no fim de 2013 que, em 2015, os alunos da rede pública do país teriam acesso a livros didáticos digitais, o material até agora não foi disponibilizado. Segundo o presidente da Abrelivros, Antonio Luiz Rios da Silva, no edital de 2014 foi colocado a compra dos objetos digitais e, para este ano, estava prevista a oferta do LED pelas editoras, mas o governo não concretizou a compra. “Nós estamos numa discussão com eles para que a compra seja feita. Mas agora, com a restrição orçamentária, a coisa ficou mais complicada. As editoras produziram os livros, mas até agora não tivemos a disponibilização para as escolas porque o governo não comprou”.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), foi procurado pela Agência Brasil, mas não se pronunciou. Segundo o Gerente de Tecnologia Educacional e Novos Projetos Grupo SM Brasil, André Monteiro, a editora forneceu, dentro do PNLD 2014, os chamados Objetos Educacionais Digitais.
“São DVDs com objetos digitais, como áudios, vídeos, jogos e animações com orientações de uso para os professores e para os alunos. Temos produtos aprovados no formato de livro digital com objetos educacionais digitais anexados ao livro para o PNLD 2015, mas até o presente momento sem aquisição e distribuição definida pelo MEC/FNDE”.
Tanto Monteiro quanto Rios afirmam que apenas alguns países estão investindo na transição para o material didático digital, como Coreia do Sul, Finlândia e Estados Unidos. E o Brasil está bem longe disso. “Temos muito o que avançar na infraestrutura das escolas, na formação dos professores e principalmente na universalização do ensino de qualidade. O mais importante é que devemos enxergar o uso da tecnologia como uma ferramenta para impulsionar a criatividade, a inovação e a mudança no ambiente da sala de aula, principalmente na relação entre o professor e seus alunos”, disse Monteiro.
Para Fernanda Rosa, o Brasil tem um alto índice de distribuição de tecnologias digitais nas escolas. Segundo ela, 84% das unidades públicas urbanas são equipadas com laboratórios de informática e mais de 400 mil tablets entregues a professores do ensino médio. Porém, de acordo com a pesquisadora, existe uma deficiência na infraestrutura que dificulta o uso com foco na aprendizagem.
“Uma pesquisa recente do Banco Mundial mostra que apenas 2% do tempo do professor brasileiro em sala de aula é utilizado com tecnologias. Outros países latino-americanos apresentam índices similares ou um pouco acima. E essa realidade dificilmente será alterada se não se pensar em políticas voltadas à aprendizagem, que se utilize dos benefícios da mobilidade que as tecnologias atuais disponibilizam”, disse.
Custo X peso
Estudantes aguardam com ansiedade o momento de trocar os livros pelo tablet. A estudante Luisa Lucas Antunes, de 14 anos, disse que no colégio particular onde estuda, na zona sul do Rio de Janeiro, ainda não adotou o livro digital, mas utiliza um aplicativo para fazer simulados. “Eu acho legal porque, pelo menos, tem um aplicativo que interage com os alunos, para preparar as provas de concurso e essas coisas. É um simulado, mas você também pode jogar, com perguntas de vários colégios”.
Para Luisa, além das possibilidades educacionais que a tecnologia oferece, o livro digital é uma oportunidade para se livrar do peso da mochila. “Eu nunca me interessei em ler livro digital, prefiro o de papel. Mas, para a escola, seria uma nova forma de ler, seria legal. O peso da mochila estraga as costas de todo mundo. Eu acho que todas as escolas já deveriam ter livro digital, em vez de continuar com as apostilas e cadernos”.
A digitalização pode significar uma redução do peso nas mochilas, mas pode aumentar o peso no orçamento dos pais, já que a produção de um livro didático é demorado e tem um custo alto, que aumenta quando se trata de autorizações para meio digital. Segundo o presidente da Abrelivros, o uso do livro digital na aprendizagem é um processo sem volta, mas ainda existem questões a resolver.
“Tem a redução do custo de impressão e do custo logístico de distribuição, mas, por outro lado. tem todo o incremento do custo de você transformar aquele arquivo, que era um PDF para impressão, para ele virar um livro digital, não é um custo desprezível”.
Autora de livros infantis e juvenis, Anna Cláudia Ramos não acredita que o livro digital de literatura vá substituir o impresso, já que são plataformas diferentes que atendem a públicos diversos. Porém, para o livro didático, ela, que também é professora, é mais enfática quanto às vantagens da tecnologia.
“Talvez, no futuro, os didáticos se tornem digitais. Já está se tornando, você clica no livro e já te joga para o país que você está estudando, imagina que máximo. Mas você pode conviver com as coisas todas. Tudo vai poder conviver junto e misturado. Eu acho que a grande questão é a gente não perder esse desejo de fazer livro ser uma coisa gostosa, não fazer algo para ser dever de casa, essa é a diferença”.
O estudo Aprendizagem Móvel no Brasil aponta que, para implementar o uso das tecnologias no ensino, é preciso desenvolver questões institucionais, como fortalecer o monitoramento das ações e avaliação nas secretarias de Educação, formação continuada e compartilhamento das ferramentas e experiências, além do desenvolvimento de parâmetros legais nacionais para subsidiar os avanços.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Portal Terra investe na cobertura de educação e cria editoria sobre o tema
As pautas de educação terão espaço exclusivo no portal Terra, que acaba de criar editoria para agrupar as notícias sobre o tema. A novidade tem como foco atender estudantes de ensino médio e universitários que querem se preparar para concursos. "O lançamento do canal Educação intensifica nossa cobertura sobre o tema e completa uma demanda na nossa estratégia de negócio”, explicou o diretor de digital services do site, Koiti Inagaki.
O projeto vai colocar no ar notícias, simulados, testes, rankings, calendários de inscrições e provas, além de vídeos com aulas ou programas de interesse desse leitorado. O canal também vai contar com reportagens que abordam aspectos curiosos, engraçados e desconhecidos das vidas, atividades e inquietações de alunos. O conteúdo veiculado terá espaço nas redes sociais por meio de fan page Terra Educação.
Segundo o Terra, esta é a oportunidade para investir em vídeos, com aulas e dicas sobre o mundo da educação. No espaço, os leitores poderão ver informações sobre os concursos mais concorridos no vestibular, o que estudar para se sair bem nas provas e perfis de profissionais bem-sucedidos em suas carreiras.
via Redação Comunique-se
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Superbusca da Educação
- Ferramenta de busca em mais de mil sites selecionados por especialistas ;
- Serviço de pesquisa específico sobre Educação ;
- Curadoria da Fundação Victor Civita ;
- Destinada a todos os profissionais que trabalham com Educação.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Bibliotecas digitais ajudam nos estudos para o Enem
Com amplo acervo digitalizado, sites como Domínio Público, Biblioteca Nacional e UnB disponibilizam conteúdo gratuito
por Portal Brasil
Site da Biblioteca Nacional disponibiliza acervo digital com mais de 800 mil documentos de livre acesso
Dentre os conteúdos que podem auxiliar o estudante a se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma boa opção são as bibliotecas e conteúdos digitais, que permitem o acesso gratuito a acervos de livros, manuscritos, artigos científicos e dossiês.
Entre as opções, o Portal Domínio Público, lançado em 2004 pelo governo federal, dispõe de um amplo acervo de obras literárias, artísticas e científicas. O site ainda permite ao usuário coletar diversos materiais na forma de textos, sons, imagens e vídeos, já em domínio público* ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, o que caracteriza patrimônio cultural brasileiro e universal.
O governo armazena em um banco de dados a obra completa de escritos como Machado de Assis, Dante Alighiere e Joaquim Nabuco, poesias do Fernando Pessoa e vídeos do educador Paulo Freire. Além disso, o estudante pode ter acesso à coleção de história geral da África, da Unesco ou até mesmo assistir a alguns dos programas da TV Escola.
Outra opção interessante de estudo é o site da Biblioteca Nacional. A ferramenta disponibiliza um amplo acervo digital com mais de 800 mil documentos de livre acesso, entre eles livros, periódicos, manuscritos, áudios e vídeos. Para acessá-la, basta se dirigir a página inicial da Biblioteca Digital Brasil e clicar em acervo digital. Em seguida, é preciso indicar dentro do campo de pesquisa o material a ser buscado.
O portal também permite acesso a dossiês que oferecem ao público visitas guiadas ao acervo já digitalizado. O visitante virtual é levado a conhecer e aprofundar seus conhecimentos sobre temas diversos da história e cultura nacionais. Destaque para o material que reúne textos sobre "A França no Brasil", com apresentação introdutória do escritor e geógrafo Muniz Sodré, além de outros periódicos sobre literatura, material fotográfico, etc.
A Universidade de Brasília (UnB) também oferece um conjunto de serviços digitais voltados para gestão e disseminação da produção científica e acadêmica da universidade, além disso mantém uma biblioteca digital para deficientes visuais. Todos os seus conteúdos incluem uma biblioteca digital e sonora, uma biblioteca de monografias e diversos livros eletrônicos.
Preparação
Além dos sites de biblioteca digital, o candidato pode se preparar utilizando diversas plataformas on-line de estudo como o Questões Enem, oferecida gratuitamente pela Empresa Brasil de Comunicação.
O aluno pode acessar o aplicativo, que consiste em um banco de questões que reúne as provas de 2009 a 2013. No sistema é possível escolher quais áreas do conhecimento quer estudar. O banco seleciona as questões de maneira aleatória.
Outra opção é o Geekie Games, selecionado pelo Ministério da Educação (MEC) por meio de edital. A plataforma oferece textos, videoaulas, simulados e jogos para os estudantes, tudo on-line.
O projeto idealizado pela 'Geekie' disponibiliza conteúdo gratuito para todos aqueles que queriam se preparar para o Enem. Ao entrar na plataforma, o aluno faz um teste diagnóstico para identificar quais são as dificuldades e níveis de proficiência em diferentes assuntos, de cada um.
Com o relatório em mãos, o aluno tem acesso a um plano de estudos personalizado baseado nas suas dificuldades e pode estudar em aulas disponíveis na própria plataforma. Ao concluir suas atividades, o estudante faz um novo diagnóstico que testará, além dos assuntos já abordados, outros diferentes. Dessa forma, ele tem acesso a um novo plano de estudos.
por Portal Brasil
Site da Biblioteca Nacional disponibiliza acervo digital com mais de 800 mil documentos de livre acesso
Dentre os conteúdos que podem auxiliar o estudante a se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma boa opção são as bibliotecas e conteúdos digitais, que permitem o acesso gratuito a acervos de livros, manuscritos, artigos científicos e dossiês.
Entre as opções, o Portal Domínio Público, lançado em 2004 pelo governo federal, dispõe de um amplo acervo de obras literárias, artísticas e científicas. O site ainda permite ao usuário coletar diversos materiais na forma de textos, sons, imagens e vídeos, já em domínio público* ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, o que caracteriza patrimônio cultural brasileiro e universal.
O governo armazena em um banco de dados a obra completa de escritos como Machado de Assis, Dante Alighiere e Joaquim Nabuco, poesias do Fernando Pessoa e vídeos do educador Paulo Freire. Além disso, o estudante pode ter acesso à coleção de história geral da África, da Unesco ou até mesmo assistir a alguns dos programas da TV Escola.
Outra opção interessante de estudo é o site da Biblioteca Nacional. A ferramenta disponibiliza um amplo acervo digital com mais de 800 mil documentos de livre acesso, entre eles livros, periódicos, manuscritos, áudios e vídeos. Para acessá-la, basta se dirigir a página inicial da Biblioteca Digital Brasil e clicar em acervo digital. Em seguida, é preciso indicar dentro do campo de pesquisa o material a ser buscado.
O portal também permite acesso a dossiês que oferecem ao público visitas guiadas ao acervo já digitalizado. O visitante virtual é levado a conhecer e aprofundar seus conhecimentos sobre temas diversos da história e cultura nacionais. Destaque para o material que reúne textos sobre "A França no Brasil", com apresentação introdutória do escritor e geógrafo Muniz Sodré, além de outros periódicos sobre literatura, material fotográfico, etc.
A Universidade de Brasília (UnB) também oferece um conjunto de serviços digitais voltados para gestão e disseminação da produção científica e acadêmica da universidade, além disso mantém uma biblioteca digital para deficientes visuais. Todos os seus conteúdos incluem uma biblioteca digital e sonora, uma biblioteca de monografias e diversos livros eletrônicos.
Preparação
Além dos sites de biblioteca digital, o candidato pode se preparar utilizando diversas plataformas on-line de estudo como o Questões Enem, oferecida gratuitamente pela Empresa Brasil de Comunicação.
O aluno pode acessar o aplicativo, que consiste em um banco de questões que reúne as provas de 2009 a 2013. No sistema é possível escolher quais áreas do conhecimento quer estudar. O banco seleciona as questões de maneira aleatória.
Outra opção é o Geekie Games, selecionado pelo Ministério da Educação (MEC) por meio de edital. A plataforma oferece textos, videoaulas, simulados e jogos para os estudantes, tudo on-line.
O projeto idealizado pela 'Geekie' disponibiliza conteúdo gratuito para todos aqueles que queriam se preparar para o Enem. Ao entrar na plataforma, o aluno faz um teste diagnóstico para identificar quais são as dificuldades e níveis de proficiência em diferentes assuntos, de cada um.
Com o relatório em mãos, o aluno tem acesso a um plano de estudos personalizado baseado nas suas dificuldades e pode estudar em aulas disponíveis na própria plataforma. Ao concluir suas atividades, o estudante faz um novo diagnóstico que testará, além dos assuntos já abordados, outros diferentes. Dessa forma, ele tem acesso a um novo plano de estudos.
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Observatório do PNE disponibiliza dados educacionais de municípios brasileiros
Com a ferramenta é possível checar índices do ensino fundamental, médio e superior, entre outras questões abordadas pelo Plano
Portal Brasil
Para facilitar o acompanhamento do Plano Nacional de Educação (PNE), o site Observatório do PNE, que reúne informações sobre cada meta e estratégia do plano, disponibilizou nesta quarta-feira (24) os dados educacionais dos municípios brasileiros.
Os índices complementam as informações já disponíveis do País, estados e regiões. É possível, por exemplo, conhecer, por cidade, dados dos ensinos fundamental, médio e superior, de educação profissional, entre outras questões abordadas no plano.
Iniciativa de 20 organizações ligadas à educação, o portal é coordenado pelo movimento 'Todos pela Educação'. Com a atualização, é possível fazer, por localidade, o download de dossiês completos de um ou mais indicadores. Também foi criada uma página sobre a Lei do PNE, com uma linha do tempo mostrando eventos importantes desde o início de sua tramitação, incluindo os principais acontecimentos de sua vigência.
Acesso
Além do Observatório do PNE, outros sites disponibilizam informações sobre a lei e suas diretrizes. Um deles é o portal Planejando a Próxima Década, do Ministério da Educação (MEC), que tem por objetivo ajudar estados e municípios na elaboração de planos para atingir metas do PNE.
Outro portal é o 'De Olho nos Planos', elaborado por seis entidades, entre elas a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O site também acompanha, com registro dos gestores, a elaboração dos planos.
Sobre o Plano
Sancionado este ano, o PNE estabelece 20 metas que terão de ser cumpridas até 2024. Entre as diretrizes, a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. Os municípios e estados terão de se adequar às metas e estratégias do plano nacional e indicar ações para o cumprimento de cada uma delas.
domingo, 14 de setembro de 2014
Ao infinito e além
Fervoroso difusor da ideia de liberdade de informação para todos, o co-fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, se diz extremamente orgulhoso com o impacto da enciclopédia virtual na educação mundial e tem como objetivo atual encorajar a mídia a ser mais séria e expandir as páginas em países em desenvolvimento
Pedro Caiado | Revista da Cultura
Fundada em 2001, a Wikipedia introduziu uma ideia ambiciosa: compilar a soma de todo o conhecimento humano em uma enciclopédia online. Graças a colaborações de voluntários, os Wikipedians, a ideia pegou, principalmente após a tragédia das Torres Gêmeas, de 11 de setembro, quando centenas de páginas foram criadas. Passados 13 anos, o site tornou-se referência mundial para qualquer pesquisa. A própria enciclopédia Britannica decretou seu fim em 2012 após 244 anos como referência. Hoje, é praticamente impossível não esbarrar nas páginas da enciclopédia virtual durante uma rápida consulta ao Google. Mas, com tanta informação disponível online, qual seria o impacto da Wikipedia na educação do planeta?
“A cultura da Wikipedia é apresentar material de qualidade. Isso é parte de quem somos e é o que nos faz ser tão orgulhosos”, disse Jimmy Wales, americano de 48 anos cofundador do site, durante entrevista em Londres. Nativo do Alabama, ele é um fervoroso difusor da ideia de liberdade de informação há mais de uma década. Ex-entusiasta do mercado financeiro, Wales investiu em diversos projetos na era da bolha.com (incluindo um site de pesquisas). Um de seus investimentos, a Wikipedia, logo criou vida própria. Administrada pela Fundação Wikimedia, que tem escritórios em 33 países - como Índia e China (mas ainda não no Brasil) - a enciclopédia tem como objetivo atual focar no próximo bilhão de leitores. Como? “Queremos expandir para páginas de línguas nos países em desenvolvimento”, revela Wales sobre o site que tem páginas até em Latim.
Apesar de fundador, Jimmy não é o típico multimilionário do mundo da tecnologia e passa longe de perfis como os de seus colegas Mark Zuckerberg e Larry Page (Facebook e Google respectivamente). Oficialmente, Wales tem uma fortuna estimada em apenas U$ 1 milhão (Zuckerberg e Page têm fortunas estimadas em torno de U$30 bilhões). Entretanto, Wales se orgulha de deixar o dinheiro de lado. “Sou um geek da computação; viajo e faço coisas interessantes. Não sei o que eu faria se tivesse muito mais dinheiro”, confessa modestamente.
Apesar de ter criado o sexto website mais visitado do planeta, ele não recebe salário da fundação que ajudou a criar. A organização sem fins lucrativos Wikimedia vive de doações - U$50 milhões por ano -, que ajudam a manter os servidores das páginas da enciclopédia e um grupo de administradores e pesquisadores. Não há ações nem acionistas. Se a Wikipedia não fosse uma fundação de caridade, certamente teria um valor de mercado que ultrapassaria bilhões de dólares. “Se o site sofrer problemas de arrecadação, eu consideraria incluir alguma publicidade certamente, mas atualmente não precisamos”, explica ele.
Um errinho aqui, outro ali
Um problema constante enfrentado pela enciclopédia virtual é o vandalismo sofrido por certas páginas e a inserção de dados incorretos. “Normalmente, páginas vandalizadas são trancadas e só podem ser editadas por usuários registrados. Mas não gostamos de trancar páginas de assuntos importantes, como a do conflito da Síria, pois achamos que a Wikipedia é um espaço para diálogo inteligente com base em fontes confiáveis.” Wales é também um editor ativo, ajudando na correção de páginas com informações inexatas.
Perguntado sobre o que pensa da atual realidade em que a internet e a Wikipedia podem contribuir como um desserviço para a educação, Wales é enfático: “Não há dúvida de que há muitas informações erradas na internet. Os jovens são incrivelmente apaixonados pela Wikipedia; vejo isso quando faço palestras em escolas. O que me preocupa atualmente é a mudança de comportamento em relação ao consumo de notícias em que leitores se mostram mais interessados em consumir curiosidades bobas”, rebateu. “Tenho preocupação sobre a qualidade do que está disponível online”, disse ele, defendendo que a exatidão das informações na enciclopédia online pode ser comparada com a da enciclopédia de papel.
Recentemente, alguns casos trouxeram a Wikipedia à frente do noticiário, como o da edição de páginas de jornalistas, feitas de computadores de dentro do Planalto e a controversa selfie de um macaco. O fotógrafo do famoso selfie entrou em disputa com a Wikipedia por direitos autorais - ele afirma que a Wikipedia se recusou a remover a imagem do macaco, levando-o a perdas de direitos autorais. A Wikipedia afirma que a imagem é de domínio público, pois foi fotografada pelo macaco. Wales rebate: “As notícias informando que a Wikipedia afirma que detém os direitos da foto são falsas. Nós não falamos. Os jornais inventaram a notícia. Espero não estar fazendo parte disso. Nós queremos informação de qualidade. Vamos encorajar a mídia a ser mais séria”.
E, para os jornalistas, ele manda um recado: “Está na hora de eles perceberem a importância das notícias que produzem. Muitas delas serão usadas como fontes na Wikipedia. É hora de parar de produzir conteúdo sem sentido, somente para entretenimento passageiro, e olhar de uma maneira séria, pois esse conteúdo será referência para milhões de pessoas por um longo período”. Entretanto, pode-se apontar que a Wikipedia contribuiu também para um ciclo, em que jornalistas se baseiam em seu conteúdo para publicar artigos e frequentemente propagam erros do site também na mídia tradicional. “Deveríamos ficar preocupados com isso, mas temos que alertar as pessoas para serem mais críticas quanto às fontes.”
As causas de Wales
A batalha atual do fundador da enciclopédia virtual é a expansão em países em desenvolvimento. “O número de pessoas conectadas atualmente nestes locais é incrível. Mas ainda há muito problema para acessar páginas online em seus idiomas, pois há poucas informações em algumas delas e esse é o desafio da comunidade. Esse é o desafio mais excitante para mim no momento.”
A recente lei europeia que dá direto ao cidadão de pedir ao Google para apagar informações que julgam errôneas na internet é também uma luta pessoal de Wales. “Essa lei é insana! Nós temos uma situação típica em que políticos incompetentes escreveram uma legislação incoerente sem consideração aos direitos humanos e à parte técnica.” Os pedidos de remoção de dados sob a lei que entrou em vigor em maio deste ano são, na maioria, de pessoas comuns. Desde então, o Google anunciou a criação de um comitê para avaliar a genuinidade destes pedidos, do qual Wales fará parte. “Nós não vamos decidir sobre pedidos de indivíduos, mas vamos emitir recomendações”, disse ele, sem especificar quais.
Hoje, a Wikipedia conta com aproximadamente 35 mil colaboradores voluntários e um número crescente de colaboradores digitais, os bots - programas criados para procurar e sugar conteúdo de outras fontes. Um deles, criado na Suécia por um professor, é responsável por 2,7 milhões de artigos, e muitos deles catalogam espécies de plantas. Atualmente, o site tem 4,5 milhões de páginas em inglês, 835 mil em português e 285 mil em outras línguas. Algumas, como no checheno, tem apenas 50 mil páginas. A língua nigeriana Igbo tem apenas mil, e páginas escritas em latim estão em torno de 100 mil.
9 entre 10 colaboradores são homens
A Wikipedia tem sofrido uma debandada nos últimos anos: o número de voluntários sofreu uma queda de um terço desde 2007, resultando na falta de atualização e criação de páginas. Outro problema é a maioria masculina de voluntários - atualmente em torno de 90%. Páginas como estrelas da pornografia ou do personagem Pokémon são extensas, ao contrário de páginas sobre escritoras famosas ou lugares da África subsaariana, que são ainda restritas. A jornalista de 34 anos Oona Castro é uma das editoras e defensoras da Wikipedia no Brasil. Ela sustenta que a enciclopédia precisa de mais mulheres editoras para aumentar a presença feminina, tanto originária do Brasil quanto do restante do mundo. “É difícil explicar por que há poucas mulheres contribuindo para a Wikipedia. Verbetes sobre mulheres são eliminados por falta de referência externa”, explica. “Mas, ainda assim, acho que o site consegue produzir uma variedade de conhecimento muito maior do que a da mídia tradicional”, afirma.
A Wikipedia em números
454 milhões de leitores no mundo
20,6 milhões de verbetes
13,6 bilhões de páginas vistas por mês
8.371 novos verbetes por dia
100 mil editores voluntários
282 idiomas
573.568 doadores
Pedro Caiado | Revista da Cultura
Fundada em 2001, a Wikipedia introduziu uma ideia ambiciosa: compilar a soma de todo o conhecimento humano em uma enciclopédia online. Graças a colaborações de voluntários, os Wikipedians, a ideia pegou, principalmente após a tragédia das Torres Gêmeas, de 11 de setembro, quando centenas de páginas foram criadas. Passados 13 anos, o site tornou-se referência mundial para qualquer pesquisa. A própria enciclopédia Britannica decretou seu fim em 2012 após 244 anos como referência. Hoje, é praticamente impossível não esbarrar nas páginas da enciclopédia virtual durante uma rápida consulta ao Google. Mas, com tanta informação disponível online, qual seria o impacto da Wikipedia na educação do planeta?
“A cultura da Wikipedia é apresentar material de qualidade. Isso é parte de quem somos e é o que nos faz ser tão orgulhosos”, disse Jimmy Wales, americano de 48 anos cofundador do site, durante entrevista em Londres. Nativo do Alabama, ele é um fervoroso difusor da ideia de liberdade de informação há mais de uma década. Ex-entusiasta do mercado financeiro, Wales investiu em diversos projetos na era da bolha.com (incluindo um site de pesquisas). Um de seus investimentos, a Wikipedia, logo criou vida própria. Administrada pela Fundação Wikimedia, que tem escritórios em 33 países - como Índia e China (mas ainda não no Brasil) - a enciclopédia tem como objetivo atual focar no próximo bilhão de leitores. Como? “Queremos expandir para páginas de línguas nos países em desenvolvimento”, revela Wales sobre o site que tem páginas até em Latim.
Apesar de fundador, Jimmy não é o típico multimilionário do mundo da tecnologia e passa longe de perfis como os de seus colegas Mark Zuckerberg e Larry Page (Facebook e Google respectivamente). Oficialmente, Wales tem uma fortuna estimada em apenas U$ 1 milhão (Zuckerberg e Page têm fortunas estimadas em torno de U$30 bilhões). Entretanto, Wales se orgulha de deixar o dinheiro de lado. “Sou um geek da computação; viajo e faço coisas interessantes. Não sei o que eu faria se tivesse muito mais dinheiro”, confessa modestamente.
Apesar de ter criado o sexto website mais visitado do planeta, ele não recebe salário da fundação que ajudou a criar. A organização sem fins lucrativos Wikimedia vive de doações - U$50 milhões por ano -, que ajudam a manter os servidores das páginas da enciclopédia e um grupo de administradores e pesquisadores. Não há ações nem acionistas. Se a Wikipedia não fosse uma fundação de caridade, certamente teria um valor de mercado que ultrapassaria bilhões de dólares. “Se o site sofrer problemas de arrecadação, eu consideraria incluir alguma publicidade certamente, mas atualmente não precisamos”, explica ele.
Um errinho aqui, outro ali
Um problema constante enfrentado pela enciclopédia virtual é o vandalismo sofrido por certas páginas e a inserção de dados incorretos. “Normalmente, páginas vandalizadas são trancadas e só podem ser editadas por usuários registrados. Mas não gostamos de trancar páginas de assuntos importantes, como a do conflito da Síria, pois achamos que a Wikipedia é um espaço para diálogo inteligente com base em fontes confiáveis.” Wales é também um editor ativo, ajudando na correção de páginas com informações inexatas.
Perguntado sobre o que pensa da atual realidade em que a internet e a Wikipedia podem contribuir como um desserviço para a educação, Wales é enfático: “Não há dúvida de que há muitas informações erradas na internet. Os jovens são incrivelmente apaixonados pela Wikipedia; vejo isso quando faço palestras em escolas. O que me preocupa atualmente é a mudança de comportamento em relação ao consumo de notícias em que leitores se mostram mais interessados em consumir curiosidades bobas”, rebateu. “Tenho preocupação sobre a qualidade do que está disponível online”, disse ele, defendendo que a exatidão das informações na enciclopédia online pode ser comparada com a da enciclopédia de papel.
Recentemente, alguns casos trouxeram a Wikipedia à frente do noticiário, como o da edição de páginas de jornalistas, feitas de computadores de dentro do Planalto e a controversa selfie de um macaco. O fotógrafo do famoso selfie entrou em disputa com a Wikipedia por direitos autorais - ele afirma que a Wikipedia se recusou a remover a imagem do macaco, levando-o a perdas de direitos autorais. A Wikipedia afirma que a imagem é de domínio público, pois foi fotografada pelo macaco. Wales rebate: “As notícias informando que a Wikipedia afirma que detém os direitos da foto são falsas. Nós não falamos. Os jornais inventaram a notícia. Espero não estar fazendo parte disso. Nós queremos informação de qualidade. Vamos encorajar a mídia a ser mais séria”.
E, para os jornalistas, ele manda um recado: “Está na hora de eles perceberem a importância das notícias que produzem. Muitas delas serão usadas como fontes na Wikipedia. É hora de parar de produzir conteúdo sem sentido, somente para entretenimento passageiro, e olhar de uma maneira séria, pois esse conteúdo será referência para milhões de pessoas por um longo período”. Entretanto, pode-se apontar que a Wikipedia contribuiu também para um ciclo, em que jornalistas se baseiam em seu conteúdo para publicar artigos e frequentemente propagam erros do site também na mídia tradicional. “Deveríamos ficar preocupados com isso, mas temos que alertar as pessoas para serem mais críticas quanto às fontes.”
As causas de Wales
A batalha atual do fundador da enciclopédia virtual é a expansão em países em desenvolvimento. “O número de pessoas conectadas atualmente nestes locais é incrível. Mas ainda há muito problema para acessar páginas online em seus idiomas, pois há poucas informações em algumas delas e esse é o desafio da comunidade. Esse é o desafio mais excitante para mim no momento.”
A recente lei europeia que dá direto ao cidadão de pedir ao Google para apagar informações que julgam errôneas na internet é também uma luta pessoal de Wales. “Essa lei é insana! Nós temos uma situação típica em que políticos incompetentes escreveram uma legislação incoerente sem consideração aos direitos humanos e à parte técnica.” Os pedidos de remoção de dados sob a lei que entrou em vigor em maio deste ano são, na maioria, de pessoas comuns. Desde então, o Google anunciou a criação de um comitê para avaliar a genuinidade destes pedidos, do qual Wales fará parte. “Nós não vamos decidir sobre pedidos de indivíduos, mas vamos emitir recomendações”, disse ele, sem especificar quais.
Hoje, a Wikipedia conta com aproximadamente 35 mil colaboradores voluntários e um número crescente de colaboradores digitais, os bots - programas criados para procurar e sugar conteúdo de outras fontes. Um deles, criado na Suécia por um professor, é responsável por 2,7 milhões de artigos, e muitos deles catalogam espécies de plantas. Atualmente, o site tem 4,5 milhões de páginas em inglês, 835 mil em português e 285 mil em outras línguas. Algumas, como no checheno, tem apenas 50 mil páginas. A língua nigeriana Igbo tem apenas mil, e páginas escritas em latim estão em torno de 100 mil.
9 entre 10 colaboradores são homens
A Wikipedia tem sofrido uma debandada nos últimos anos: o número de voluntários sofreu uma queda de um terço desde 2007, resultando na falta de atualização e criação de páginas. Outro problema é a maioria masculina de voluntários - atualmente em torno de 90%. Páginas como estrelas da pornografia ou do personagem Pokémon são extensas, ao contrário de páginas sobre escritoras famosas ou lugares da África subsaariana, que são ainda restritas. A jornalista de 34 anos Oona Castro é uma das editoras e defensoras da Wikipedia no Brasil. Ela sustenta que a enciclopédia precisa de mais mulheres editoras para aumentar a presença feminina, tanto originária do Brasil quanto do restante do mundo. “É difícil explicar por que há poucas mulheres contribuindo para a Wikipedia. Verbetes sobre mulheres são eliminados por falta de referência externa”, explica. “Mas, ainda assim, acho que o site consegue produzir uma variedade de conhecimento muito maior do que a da mídia tradicional”, afirma.
A Wikipedia em números
454 milhões de leitores no mundo
20,6 milhões de verbetes
13,6 bilhões de páginas vistas por mês
8.371 novos verbetes por dia
100 mil editores voluntários
282 idiomas
573.568 doadores
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Sliderule, a ferramenta de busca para cursos online
por Ana Freitas | O Galileu
Você está cansado de saber que a internet oferece milhares, talvez milhões de cursos online certificados de grandes universidades do mundo, e nos campos mais diversos. Mas quando se trata de encontrar aquele curso específico que a gente tá procurando, especialmente se você quer estudar algo incomum, o bicho pega: é preciso analisar lista por lista de cada site de educação a distância e de grandes universidades - e o que é pior, em muitos casos a interface dos sites não ajuda muito.
O Sliderule chegou pra ajudar a acabar com esse problema. A ferramenta é um Google para cursos online, que busca entre quase 18 mil cursos o tema que você quer estudar. E dá pra filtrar por dificuldade do curso, data de início e palavras chave em várias línguas. O site mostra cursos pagos e gratuitos.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Google lança ferramenta de ensino para alunos e professores
Reunindo recursos do Google Drive, Hangout e outros serviços, Google Classroom torna ferramentas online mais interessantes para quem está na escola
Saulo Pereira Guimarães, de Exame
Basicamente, o que a ferramenta faz é organizar recursos do Google Drive, Hangout e outros serviços do Google de forma a torná-los mais interessantes para quem está na escola.
Assim, o professor que tiver acesso ao Classroom vai poder, por exemplo, encaminhar um exercício por meio do Google Drive a seus alunos e receber as respostas de forma organizada em seu e-mail.
"No Classroom, o professor pode fazer perguntas e receber as respostas em tempo real, como num chat", afirmou, em entrevista a EXAME.com, Milton Burgese, diretor de Educação do Google no Brasil.
O Google Classroom surge dentro da Google Apps for Education, iniciativa da empresa que reúne soluções de colaboração em nuvem desenvolvidas para uso em ambiente escolar.
Para ter acesso ao Classroom, o aluno ou professor deve estar vinculado a uma instituição de ensino com conta nesse serviço do Google.
Segundo Burgese, escolas públicas ou sem fins lucrativos precisam se inscrever, mas não pagam para usar o serviço. "No caso de escolas particulares, é cobrada uma taxa relativa ao uso por professores e funcionários", explica ele.
Já os professores particulares interessados em usar o Classroom precisam comprovar que têm vínculo com alguma instituição de ensino para poderem usar a ferramenta.
Cartilha
Até o fim do mês, o Google deve lançar a versão em português de uma cartilha que ensina os professores a explorar o potencial do Classroom.
Mais de 100 mil educadores de 47 países já se inscreveram para usar o produto. "Em visitas a escolas, tenho ouvido muitas perguntas em relação ao Classroom. Acho que os professores estavam esperando algo assim", afirmou Burgese.
terça-feira, 29 de julho de 2014
Telefônica e Santander lançam plataforma mundial de educação
O projeto funciona há um ano e meio com experiências em 33 universidades de Espanha, Argentina, Colômbia, Peru e Porto Rico
EFE | Exame
A plataforma, chamada MiríadaX, foi apresentada em entrevista coletiva da qual participaram os presidentes de Telefônica, César Alierta, e Santander, Emilio Botín, no véspera do III Encontro Internacional de Reitores Universia, que vai ser realizado amanhã e terça-feira na capital fluminense.
O projeto funciona há um ano e meio com experiências em 33 universidades de Espanha, Argentina, Colômbia, Peru e Porto Rico.
Desde sua criação, em janeiro de 2013, o MiríadaX teve a inscrição de cerca de 745 mil alunos, dos quais 105.577 completaram os cursos, e conta com uma comunidade de 990 professores.
A plataforma será estendida aos centros educativos que fazem parte da Universia, rede patrocinada pelo Banco Santander que é integrada por 1.216 instituições de educação superior de 23 países ibero-americanos que contam com 14 milhões de alunos e professores.
Os cursos do MiríadaX estão abertos a todos os públicos, sem necessidade de que os estudantes sejam de uma universidade específica e tenham que ser submetidos a exames de acesso.
Ao aprovar os cursos, as universidades que os ministram emitem títulos aos alunos, explicou o executivo-chefe da Universia, Jaume Pagés.
Emilio Botín afirmou que a nova plataforma 'é uma revolução' educativa equiparável à que propiciou a invenção da imprensa no século XV.
'A imprensa foi uma grande inovação e, sem dúvida, o conhecimento que se pode transmitir através da internet é possivelmente a próxima grande inovação educativa que temos o enorme privilégio de vivenciar', disse Botín.
César Alierta afirmou considerar que a nova plataforma oferece um 'grande potencial' para o sistema de educação ibero-americano e que contribuirá para 'democratizar' o ensino na região.
No mesmo sentido, o reitor da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), José Narro, disse que a importância do projeto está na capacidade de 'diminuir as diferenças' entre países da região ibero-americana, alguns dos quais 'têm 12 anos de média de educação, enquanto outros não chegam a dois'.
O MiríadaX é a maior plataforma em espanhol e português de cursos em linha maciços e abertos (MOOC, na sigla em inglês), uma modalidade educativa que tem como característica oferecer aulas pela internet, de forma gratuita, em grande escala e sem pôr impedimentos no acesso.
EFE | Exame
A plataforma, chamada MiríadaX, foi apresentada em entrevista coletiva da qual participaram os presidentes de Telefônica, César Alierta, e Santander, Emilio Botín, no véspera do III Encontro Internacional de Reitores Universia, que vai ser realizado amanhã e terça-feira na capital fluminense.
O projeto funciona há um ano e meio com experiências em 33 universidades de Espanha, Argentina, Colômbia, Peru e Porto Rico.
Desde sua criação, em janeiro de 2013, o MiríadaX teve a inscrição de cerca de 745 mil alunos, dos quais 105.577 completaram os cursos, e conta com uma comunidade de 990 professores.
A plataforma será estendida aos centros educativos que fazem parte da Universia, rede patrocinada pelo Banco Santander que é integrada por 1.216 instituições de educação superior de 23 países ibero-americanos que contam com 14 milhões de alunos e professores.
Os cursos do MiríadaX estão abertos a todos os públicos, sem necessidade de que os estudantes sejam de uma universidade específica e tenham que ser submetidos a exames de acesso.
Ao aprovar os cursos, as universidades que os ministram emitem títulos aos alunos, explicou o executivo-chefe da Universia, Jaume Pagés.
Emilio Botín afirmou que a nova plataforma 'é uma revolução' educativa equiparável à que propiciou a invenção da imprensa no século XV.
'A imprensa foi uma grande inovação e, sem dúvida, o conhecimento que se pode transmitir através da internet é possivelmente a próxima grande inovação educativa que temos o enorme privilégio de vivenciar', disse Botín.
César Alierta afirmou considerar que a nova plataforma oferece um 'grande potencial' para o sistema de educação ibero-americano e que contribuirá para 'democratizar' o ensino na região.
No mesmo sentido, o reitor da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), José Narro, disse que a importância do projeto está na capacidade de 'diminuir as diferenças' entre países da região ibero-americana, alguns dos quais 'têm 12 anos de média de educação, enquanto outros não chegam a dois'.
O MiríadaX é a maior plataforma em espanhol e português de cursos em linha maciços e abertos (MOOC, na sigla em inglês), uma modalidade educativa que tem como característica oferecer aulas pela internet, de forma gratuita, em grande escala e sem pôr impedimentos no acesso.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
MEC estuda criar política nacional de conteúdos digitais para as escolas
O Ministério da Educação (MEC) estuda criar uma política nacional de conteúdos digitais para as escolas. A secretária de Educação Básica do MEC, Maria Beatriz Luce, adiantou à Agência Brasil que a ideia é incentivar as universidades a produzir esses conteúdos.
"O nosso foco é pensar como podemos estimular as universidades, estudantes universitários, grupos de pesquisa para desenvolver esses conteúdos", disse Beatriz. O MEC trabalha em conjunto com outros ministérios como o da Ciência, Tecnologia e Inovação e o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. "Creio que não será complicado avançarmos bastante nos próximos meses. Espero que sim", disse ela.
Para a secretária, o ensino precisa de inovações; de desenvolvimento científico e tecnológico. "Precisamos trabalhar na formação de pessoas e fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação no campo da educação. Pensar não apenas na aquisição [de conteúdos digitais], mas principalmente em fomentar o desenvolvimento de produtos que cheguem à escola", disse.
Para que isso seja feito, a secretária destaca a necessidade de mais recursos, o que já está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), que deve ser sancionado até a próxima semana. A questão esbarra, contudo, em uma política curricular para o país: "Teremos que ter como referência a legislação vigente. Vamos ter que avaliar essas tecnologias para aquiri-las para nossas escolas", ressaltou. Outra questão, segundo ela, é a expansão do uso de tecnologias digitais para a formação de professores da educação básica.
Beatriz participou hoje (18) do lançamento do projeto Geekie Games. Na ocasião, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares, ressaltou a necessidade do uso dos conteúdos digitais: "Os jovens e as crianças de hoje já foram criados em outro ambiente, da máquina, do computador. Precisamos de ferramentas novas".
Sobre a entrega de tablets para os professores dos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, anunciada no ano passado pelo então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, Beatriz diz não ter conhecimento sobre quando isso será feito. "Que eu tenha conhecimento, não [vai ser feita essa ano]" destacou.
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
"O nosso foco é pensar como podemos estimular as universidades, estudantes universitários, grupos de pesquisa para desenvolver esses conteúdos", disse Beatriz. O MEC trabalha em conjunto com outros ministérios como o da Ciência, Tecnologia e Inovação e o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. "Creio que não será complicado avançarmos bastante nos próximos meses. Espero que sim", disse ela.
Para a secretária, o ensino precisa de inovações; de desenvolvimento científico e tecnológico. "Precisamos trabalhar na formação de pessoas e fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação no campo da educação. Pensar não apenas na aquisição [de conteúdos digitais], mas principalmente em fomentar o desenvolvimento de produtos que cheguem à escola", disse.
Para que isso seja feito, a secretária destaca a necessidade de mais recursos, o que já está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), que deve ser sancionado até a próxima semana. A questão esbarra, contudo, em uma política curricular para o país: "Teremos que ter como referência a legislação vigente. Vamos ter que avaliar essas tecnologias para aquiri-las para nossas escolas", ressaltou. Outra questão, segundo ela, é a expansão do uso de tecnologias digitais para a formação de professores da educação básica.
Beatriz participou hoje (18) do lançamento do projeto Geekie Games. Na ocasião, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares, ressaltou a necessidade do uso dos conteúdos digitais: "Os jovens e as crianças de hoje já foram criados em outro ambiente, da máquina, do computador. Precisamos de ferramentas novas".
Sobre a entrega de tablets para os professores dos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, anunciada no ano passado pelo então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, Beatriz diz não ter conhecimento sobre quando isso será feito. "Que eu tenha conhecimento, não [vai ser feita essa ano]" destacou.
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
terça-feira, 27 de maio de 2014
Currículo+, portal com mais de 1.300 objetos de aprendizagem
O Projeto Currículo+, iniciativa integrante do Programa Novas Tecnologias - Novas Possibilidades da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, disponibiliza uma plataforma de sugestões de conteúdo digital (vídeos, animações, jogos digitais, simuladores, infográficos e áudios) como recurso pedagógico complementar, selecionados segundo o Currículo do Estado de São Paulo.
Objetivos específicos
• oferecer ao professor recursos pedagógicos digitais e formação na utilização destes recursos para complementar o desenvolvimento da sua aula e aprimorar a sua prática;
• tornar o processo de ensino e de aprendizagem em sala de aula mais diversificado, dinâmico e personalizado;
• disponibilizar ao aluno conteúdo digital para apoiar, recuperar ou complementar seus estudos, individualmente ou com o auxílio do professor.
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