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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A matemática no ambiente virtual dentro e fora da sala de aula



Por Cintia Cavalcanti | ComCiência
Imagem: Internet

Na era digital, as paredes das salas de aulas já não mais delimitam o lugar de ensinar e aprender matemática, ao mesmo tempo em que o quadro negro, o giz e o livro didático deixam de ser as únicas ferramentas utilizadas pelos professores dessa disciplina. Influenciando a cultura e sendo influenciadas por ela, as tecnologias da informação e comunicação vêm proporcionando grandes mudanças na forma pela qual o conhecimento é transmitido, fazendo emergir um novo espaço de comunicação a partir da interconexão mundial de computadores - o chamado ciberespaço - que desponta oferecendo um futuro promissor para a educação. Dentro desse novo contexto, o professor deixa de ser mero transmissor de conhecimentos e passa a ser um orientador na formação do conhecimento do aluno através da busca da informação. “Ainda acredito que o professor, de carne e osso, é o elemento mais importante para transformar a sociedade”, afirma Jorge Luiz Stangarlin Krug, professor do ensino médio e de pré-vestibular em Santa Maria (RS) e pós-graduado em matemática.

Conforme observam Carlos Henriques Barroqueiro e Luiz Henrique Amaral, da Universidade de Cruzeiro do Sul, no artigo “O uso das tecnologias da informação e da comunicação no processo de ensino-aprendizagem dos alunos nativos digitais nas aulas de física e matemática”, é necessário se ter em mente que a maioria dos alunos do século XXI, denominados nativos digitais, passa a maior parte do tempo em um mundo virtual. Assim, é necessário que o professor de matemática faça o aluno aproximar seu mundo virtual cotidiano do mundo real, motivando e incentivando o processo de ensino-aprendizagem. Para Samuel Rocha de Oliveira, físico e professor do Instituto de Matemática Estatística e Ciência da Computação (Imecc) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no entanto, embora seja interessante um intercâmbio dos moldes convencionais de ensino com os da tecnologia da informação, se utilizada sem ressalvas, “a internet pode até atrapalhar”.

Objetos digitais de aprendizagem e recursos multimídia

Tendo em vista o potencial das tecnologias da informação e da comunicação na educação, educadores e instituições acadêmicas e governamentais têm investido bastante em pesquisas e produção de objetos digitais de aprendizagem ou objetos educacionais. Um exemplo disso é a coleção M³ Matemática Multimídia desenvolvida pela Unicamp. A coleção nasceu através de uma chamada de edital do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), em 2007, para o desenvolvimento e produção de recursos educacionais em mídias digitais para o ensino médio de matemática no Brasil, como parte do Projeto Condigital - Conteúdos Digitais Multimídia. Desenvolvida por uma equipe que contou com pesquisadores e estudantes de diversos institutos e departamentos da Unicamp, como Matemática, Física, Educação, Artes etc, a coleção é composta por mais de 350 recursos educacionais no formato de vídeos, áudios, softwares e experimentos.

Para Oliveira, coordenador geral acadêmico do projeto, o uso de recursos digitais multimídia, com o apoio ou sugestão dos professores, pode contribuir para tornar a disciplina mais interessante, facilitando o entendimento de alguns conceitos da matemática. Também a esse respeito, Krug, responsável pelo Portal Matemática - site listado em março deste ano como um dos dez melhores pelo InfoEnem - , observa que o uso de ferramentas, como iPad, smartphone e notebook, capazes de agregar diferentes mídias, torna o trato da matemática mais instigante. “Você pode usar recursos tecnológicos, como softwares matemáticos, para mostrar figuras em três dimensões e simular situações com essas figuras”, exemplifica.

Dentro ou fora das salas de aulas, o acesso a portais, sites, blogs, páginas pessoais e institucionais sobre matemática está cada vez mais presente na vida de alunos dos ensinos fundamental, médio e superior. De acordo com Oliveira, da Unicamp, a busca por conteúdos educativos na web deve-se principalmente à facilidade de acesso, uma vez que a internet já faz parte do modo de operação de boa parte dos adolescentes e jovens. “ Outra razão para essa procura é a liberdade de horário, isto é, o jovem quer alguma resposta imediata e não apenas na hora que tiver contato presencial com um professor ou alguém que possa lhe tirar a dúvida”, acrescenta.

Para aqueles que buscam aprofundar seus conhecimentos nessa disciplina por muitos temida, o que não faltam são opções. Enquanto alguns sites oferecem conteúdos mais fixos e formais, muitos dos quais elaborados por uma equipe de profissionais, diversos blogs trazem atualidades, artigos, matérias e variedades relacionadas à matemática, sendo controlados, em geral, por apenas uma pessoa e permitindo maior interatividade à medida que há espaços reservados para que o público faça comentários e expresse sua opinião sobre cada nova atualização.

Sites

somatematica.com.br

matematiques.com.br


matematica.com.br/site

matematicamuitofacil.com

estudarmatematica.com.br

brasilescola.com/matematica

matematica.br

professorwaltertadeu.mat.br









Blogs

prof-ricardovianna.blogspot.com.br

ngmatematica.com

diadematematica.com

professorjoaquim.com

fagnermath.blogspot.com.br

blog.professorabia.com.br

professoraju-mat.blogspot.com.br

matematica-na-veia.blogspot.com.br

amomatematica.com

fatosmatematicos.blogspot.com.br

blog.brunocollares.com.br

ubmatematica.blogspot.com.br


Em função da facilidade de acesso, a internet está fazendo hoje o papel das bibliotecas particulares, escolares ou públicas, possibilitando a busca de conhecimentos de caráter enciclopédico, assim como o acesso a conteúdos ministrados no ensino formal. Se essa facilidade de acesso e a possibilidade do uso de novas mídias são aspectos positivos do uso da tecnologia na educação, o lado negativo fica por conta da eventual superficialidade dos resultados das pesquisas e até mesmo do acesso a conteúdos com erros de vários tipos. “O internauta deve desenvolver análise crítica mais aguçada para poder ‘filtrar' conhecimentos sólidos daqueles do senso comum ou até mesmo completamente errados que autores desconhecidos disponibilizam na internet”, ressalta Oliveira, enfatizando a importância da participação do professor como mediador do uso de conteúdos digitais.

Tanto nos sites quanto nos blogs de matemática, predominam conteúdos voltados para o ensino fundamental e médio, com ênfase na preparação para o vestibular e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Esse é o caso do site Portal Matemática, que foi criado inicialmente apenas com a preocupação de mostrar a matemática como meio de ingresso no ensino superior e acabou sofrendo várias modificações, passando a abranger conteúdos voltados também ao ensino fundamental. De acordo com Krug, os maiores usuários acabaram sendo os alunos do ensino fundamental, que carecem de explicações simples, mas fundamentais para o seu conhecimento futuro. “Os artigos mais acessados são regras de sinais nas operações básicas, tabuadas, divisão de números, entre outros”, esclarece. Assim como esse portal, grande parte dos sites e blogs de maior alcance público também é mantida por professores do ensino fundamental e médio.

Os conteúdos abrangem desde informações históricas, textos didáticos, jogos interativos, animações, problemas resolvidos, vídeo-aulas, softwares matemáticos, simulações, até provas de vestibular e concursos de anos anteriores, entre outros. A interatividade é o ponto forte. De modo geral, tanto sites quanto blogs encontram-se conectados às diferentes redes sociais, ampliando seu alcance e permitindo a troca de informações. Conforme destaca Oliveira, “a internet propicia um local para que os professores e aprendizes elaborem textos, opiniões etc, na forma de blogs, fórum e mídias sociais, isto é, o internauta pode contribuir para a produção de conhecimentos também”.

A interatividade na abordagem do processo de ensino-aprendizagem

Uma abordagem pioneira do processo de ensino-aprendizagem proposta por Lev Semenovitch Vygotsky - psicólogo e pensador russo que viveu no século passado -, chamada sociointeracionista, afirma que o homem se desenvolve através das relações sociais nas trocas entre parceiros e nos processos de interação e mediação. Para esse pensador, a relação mediatizada não se dá exclusivamente pelo o outro corpóreo, mas também pela possibilidade de interação com signos, símbolos culturais e objetos. Assim, a interação e a mediação entre o homem e o seu meio são realizadas por elementos ligados aos signos e aos instrumentos, sendo que estes são usados pelo homem para ampliar as possibilidades de transformar a natureza.

Sob a ótica da abordagem sociointeracionista, o ciberespaço constitui um meio propício ao processo de ensino-aprendizagem, uma vez que a internet possibilita a interatividade entre os usuários e as mídias digitais, além de permitir que cada usuário trace o seu próprio caminho para o acesso a conteúdos, decidindo que informações quer receber. Além de fornecerem feedback imediato, os sistemas informatizados são elaborados para dar a impressão de estar interagindo de forma análoga ao diálogo interpessoal e permitem a manipulação de conteúdos da informação.

Nessa perspectiva, as implicações e possibilidades que a tecnologia informática traz para a ação docente e para os processos de formação de professores devem ser repensadas. Para que a internet possa alcançar seu potencial na democratização da informação, é fundamental que os espaços educacionais estejam integrados ao universo digital, constituindo lugares de acesso, produção e disseminação da informação, dispondo da infraestrutura necessária, bem como de serviços de qualidade. E, como lembra Oliveira, que o professor continue sendo o formador de um senso crítico em seus alunos, seja para a leitura do mundo real ou virtual.

sábado, 23 de junho de 2012

Esqueça o livro didático: Portal 2 será sua nova apostila de Física

Game será usado para contextualizar conceitos vistos nas salas de aula.
Durval Ramos Junior | Tecmundo


 (Fonte da imagem: Reprodução/Teach with Portals)

Portal 2 é um excelente game — e ninguém duvida disso. O título foi eleito um dos melhores lançamentos de 2011 graças à sua mecânica diferenciada e excelente história. No entanto, outro ponto em que o título se destaca e que poucos lembram é a física realista. Isso é tão verdade que o jogo passará a ser usado por escolas para ensinar conceitos básicos da disciplina.

O trabalho da Valve na construção do universo da série é tão preciso que a empresa decidiu liberá-la dentro de uma versão especial do Steam voltada especialmente à educação. Com ela, professores e alunos terão acesso a um conteúdo limitado da rede de distribuição e poderão trabalhar gratuitamente com o editor de fases, para que as ideias vistas em sala de aula ganhem aplicação real dentro do jogo.

Isso significa que os estudantes poderão ver toda a teoria da Física e da Matemática ganhando forma graças à Chell e à GLaDOS e, mais do que isso, interagir com esses fatores. Um exemplo disso são os conceitos de quantidade de movimento e impulso, que devem ser levados em consideração na hora de entrar ou arremessar algo em um portal.

A iniciativa da Valve é disponibilizar os primeiros acessos a essa edição pedagógica do Steam já nos próximos meses para um período de testes. Para isso, professores, programas escolares e outras instituições de ensino estão se cadastrando para participar dos primeiros passos do projeto.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Google passa a mostrar gráficos de equações nos resultados

Rafael Silva | Tecnoblog


Matemática. De acordo com o instituto de estimativas aleatórias do TB, essa é a matéria considerada das mais difíceis por 9 dentre 10 estudantes. Se não tiver mudado muito desde a última aula de cálculo que tive, eu imagino que ela ainda continue bastante complicada nos dias atuais. Hoje o Google lançou uma novidade que pode ajudar os estudantes que estejam passando por um leve martírio na tentativa de entendê-la.
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A partir de hoje quem colocar uma equação bem formatada na busca do Google verá na página de resultados também um gráfico representando essa equação. E pode-se usar toda a sorte de funções, constantes e operadores matemáticos, desde potencialização a seno, cosseno, logaritmos, pi e sabe-se lá mais o quê. Só não invente de colocar uma equação polinomial ou símbolos loucos que o Google não consegue interpretar. E obviamente, todas devem ser inseridas em inglês. Veja esse exemplo e esse outro aqui para mais detalhes.

Vale lembrar que o Wolfram|Alpha, ferramenta de busca semântica lançada em 2009, já tinha essa funcionalidade desde que estreou na web e ela consegue ser bem mais complexa por resolver equações polinomiais também. Então de uma certa maneira o Google só está balanceando o seu lado com algo que já foi feito em buscadores. Mas para os estudantes que precisam entender matemática mais facilmente, continua sendo uma mão na roda.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Biblioteca Digital Europeia da Matemática em marcha

Antónia Marques

Está em curso, desde Fevereiro de 2010, o projecto EUDML, que irá, dentro de três anos, dar origem à Biblioteca Digital Europeia da Matemática. O Instituto Superior Técnico (IST) é a entidade coordenadora do projecto e a única instituição portuguesa a fazer parte, oficialmente, do mesmo.

O objectivo deste projecto é, segundo José Borbinha, professor do IST e coordenador do EUDML, «construi a biblioteca digital europeia de matemática. Este projecto vem na sequência de outros semelhantes que vem a ser produzidos por toda a Europa para construir bibliotecas digitais especializadas».

Em termos concretos, o projecto visa disponibilizar uma plataforma online que permita a consulta de todo o material que foi publicado na área da matemática, na Europa, nos últimos 200 anos, de artigos científicos, a revistas e livros. O acesso a estes materiais poderá ter vários níveis, uma vez que para além das questões tecnológicas, o projecto envolve questões relacionadas com o ciclo de vida da edição, e se alguns artigos poderão ser consultados livremente, outros haverá, até por serem mais recentes, que não estarão acessíveis online, ou estarão mas mediante algumas contrapartidas.

Sobre o facto do IST ter sido convidado para coordenar este projecto, José Borbinha, refere que tal se deve à competência tecnológica do instituto em projectos deste tipo. «A nossa competência é tecnologia e andamos sempre à procura de projectos onde possamos aplicar a nossa tecnologia, a nossa competência científica, e que nos permitam ir um bocadinho mais além. E este tipo de projectos que envolvem entidades internacionais, normalmente e envolvem soluções que não são triviais, não é fácil fazer coisas destas com a tecnologia de mercado, há sempre a necessidade de alguma customização, de adaptação da tecnologia às necessidades, o que faz com que se use muita tecnologia open source. E é esse o nosso papel».

Continuidade do projecto assegurada

O projecto, que tem a duração de três anos e um financiamento comunitário na ordem de 1 milhão e 600 mil euros, junta para além do IST, várias universidades europeias e sociedade de matemática de vários países, incluindo Portugal, assim como a Sociedade Europeia da Matemática, entidade da qual partiu a ideia.

Para o coordenador do projecto, para além das soluções tecnológicas, este trabalho envolve várias particularidades interessantes. «Uma das particularidades do projecto é a componente multilíngua. Em tecnologia já se adoptou o inglês como língua oficial mas em matemática ainda não e os autores publicam nas suas línguas naturais e isso vai ser um desfio, uma vez que a EUDML irá estar acessível em várias línguas e é necessário traduzir os documentos, alguns com mais de 100 anos, e que envolve formulas matemáticas, citações de autores, etc.».

Sendo este um projecto de dimensão europeia e que requer um grande trabalho de actualização e manutenção, uma das preocupações de José Borbinha, quando o convite lhe foi endereçado, era o futuro do mesmo. «Temos grande esperança que este projecto tenha sucesso. Normalmente nestes projectos os seus instituidores têm a ideia e vão à procura de financiamento mas depois de concluídos surge a questão de saber «quem toma conta da criança». Neste caso penso que esta questão já está solucionada, uma vez que será a Sociedade Europeia da Matemática a dar continuidade ao projecto e saber que assim é muito motivador».



Biblioteca digital portuguesa da matemática

Na calha, aproveitando as sinergias, está a criação da Biblioteca Portuguesa da Matemática. José Borbinha explica que «quem nos enviou o convite para este projecto foi a Sociedade Portuguesa de Matemática, e a determinada altura a sociedade manifestou-nos a sua vontade em a oportunidade para criar uma biblioteca digital portuguesa da matemática».

Esta será mais uma vertente a desenvolver pelo IST, que segundo, o coordenador do projecto, tem financiamento zero, mas que irá para a frente e será, posteriormente gerida pela Sociedade Portuguesa de Matemática.

O público-alvo do projecto EUDML são os investigadores na área da matemática, mas está prevista a criação de algumas soluções para tornar o portal mais atractivo para o público em geral, através da possibilidade de contar histórias a partir de informação matemática.

«As pessoas não se apercebem mas há muitos conceitos que hoje são ubíquos e que têm matemática por detrás e que hoje com a tecnologia podemos reconstruir essas histórias com sucesso», conclui José Borbinha.


Projecto: EUDML
Entidade: Instituto Superior Técnico (IST); Sociedade Europeia da Matemática
Responsável pelo Projecto: José Borbinha, IST
Tipo de Desenvolvimento: Interno
Parceiros: Université Joseph Fournier Grenoble 1; University of Birmingham; Fachinformationszentrum Karlsruhe; Masarykova Univerzita; University of Warsaw; Consejo Superior de Investigaciones Cientificas; Edition Difusion Press Sciences; Universidade de Santiago de Compostela, Instituto de Matemáticas; Institute of Mathematics and Informatics, BAS; Matematick Y Ustav AV CR V. V.I.; Ionian University; Made Media e, Centre National de la Recherche Scientifique
Contactos: www.ist.utl.pt


Fonte: iGov Central

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Biblioteca Digital de Matemática

Várias instituições europeias juntaram-se para organizar uma biblioteca digital de matemática. O projecto é encabeçado por investigadores portugueses.

A criação da Biblioteca Digital Europeia de Matemática arrancou no início deste mês. O objectivo é lançar um portal agregador de publicações especializadas, que funcione como motor de pesquisa único para o acervo de várias instituições. O projecto é liderado pelo Instituto Superior Técnico e conta com várias universidades europeias e algumas empresas privadas.

Entre os conteúdos que vão integrar a biblioteca, estão livros e artigos científicos em 12 línguas (nomeadamente inglês, francês, português, russo, checo, eslovaco e até latim). Há documentos que remontam ao século XVI, mas a ideia é garantir também que a biblioteca permanece actualizada com novas publicações. Ao todo, são 2,600 milhões de páginas que deverão ser pesquisáveis na Internet - o que é um problema complexo para quem tem a tarefa de centralizar esta informação.

Um dos maiores desafios nas criação de bibliotecas digitais (que, apesar do nome, funcionam mais como motores de pesquisa do que como bibliotecas propriamente ditas) é reunir a informação que está dispersa por várias instituições, explica o investigador José Borbinha, que integra um grupo de investigação em sistemas de informação associado ao Instituto Superior Técnico.

O problema, nota o investigador (que tem um longo historial a trabalhar em bibliotecas digitais) é que, apesar de algumas normas internacionais, cada instituição tende a ter regras próprias de armazenamento e de catalogação de documentos. Por exemplo, uma instituição pode registar apenas o autor, o título e uma breve descrição do livro ou artigo científico. Mas outra pode oferecer muito mais informação: palavras-chave, artigos relacionados, número de páginas. E há até casos de documentos que não têm qualquer informação associada.

Esta informação (a que se chama meta-dados) é armazenada em bases de dados - mas as várias instituições usam software e modelos de base de dados diferentes, o que cria mais uma dificuldade na criação de um único motor de pesquisa. E, para além disto, há o o problema das várias línguas (e alfabetos) em que estão escritos os documentos.

O desafio dos investigadores é criar formas automatizadas de reunir esta informação (em vez do laborioso e demorado processo que seria fazê-lo manualmente) e usá-la para apresentar resultados de pesquisa relevantes para o utilizador. O processo deverá estar concluído dentro de três anos.

Satélite da Europeana

A Biblioteca Digital Europeia de Matemática (que está a ser criada com fundos europeus) funciona como uma espécie de satélite da Europeana, o portal agregador de material científico e cultural europeu, que foi lançado em finais de 2008. Eventualmente, estes projectos-satélite serão ligados ao portal principal.

A Europeana, normalmente definida como uma biblioteca digital europeia, foi lançada como um contraponto às iniciativas da Google nesta área (nomeadamente a digitalização de livros que tem sido levada a cabo pela multinacional dos EUA) e já chegou a ser descrita como uma resposta à americanização da Web.

Foram sobretudo os franceses que mais impulsionaram o portal, num esforço que teve contornos políticos. O site, porém, está longe de ser um destino frequente para cibernautas. Borbinha admite: “A Europeana tem relevância política, mas na vida real...” O investigador, contudo, frisa que ainda há muito trabalho para ser feito e que, por ora, este site “está numa fase de demonstração de conceito”.

A biblioteca europeia de matemática, entretanto, motivou a criação em Portugal de uma biblioteca semelhante, um projecto da Sociedade Portuguesa de Matemática.

Fonte: Público - Portugal