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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

E-Ink com 32 mil cores começa a ser produzido, mas não para e-readers

Nova tela está na quarta geração de displays E-Ink que conseguem reproduzir cores

Por André Fogaça | Tecnoblog

O E-Ink é uma maravilha tecnológica que faz telas de dispositivos parecerem papel de verdade - veja o Kindle, como exemplo. A tecnologia nasceu em preto e branco e brincando apenas com tons de cinza, mas hoje (28) foram entregues os primeiros modelos de telas que conseguem exibir até 32 mil cores diferentes.

A quantia, por maior que seja, ainda está longe do que consegue a TV da sua sala, que é capaz de trabalhar na casa das dezenas de milhões de cores. Porém, é um avanço para a tecnologia que tem como objetivo tornar um painel eletrônico visualmente idêntico ao que existe em papel de verdade.

Número de cores saltou
A nova tecnologia utilizada para esta quantidade de cores é chamada de Advanced Color ePaper, ou ACeP, e foi anunciada dois anos atrás. Sucessora de outras três telas coloridas e que são chamadas de Spectra, Prism e Triton, sendo a primeira com três pigmentos diferentes, indo até a Triston e suas 4.096 cores possíveis.

Tela feita com a tecnologia Advanced Color ePaper

Em sua versão mais recente, o display de E-Ink consegue trabalhar em resolução de 1600 x 2500 pixels em 150 pontos por polegada de densidade - a metade da densidade do que existe em revistas, por exemplo.

Calma que a notícia não é tão boa assim
A parte triste de tanta notícia boa é que a produção em massa deste tipo de tela será iniciada apenas no final deste ano. A notícia ainda pior do que a anterior é que não será no ano que vem que os Kindles contarão com um visual muito semelhante ao que revistas em quadrinhos entregam.

Cartazes feitos com telas ACeP

A tristeza vem de palavras do próprio diretor executivo da E-Ink, Johnson Lee, que comentou que leitores de e-books não estão no foco da empresa neste momento.

Se não estarão em leitores, certamente painéis e cartazes de locais bem tecnológicos serão feitos com E-Ink. Não custa nada sonhar em ler X-Men, com quase que todas as cores do gibi, na tela de um e-reader.

Com informações: Good E-Reader.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Como é a experiência de ter livros físicos ou e-books, segundo este estudo

Posse de bens digitais é diversa por fatores como impessoalidade e impossibilidade de presentear ou doar uma obra literária


Juliana Domingos de Lima | Nexo

CONSUMIDORES DE LIVROS DIGITAIS TÊM PERCEPÇÃO REDUZIDA DA POSSE DESSE ITENS EM RELAÇÃO À SENSAÇÃO DE TER LIVROS FÍSICOS

Um estudo publicado em maio de 2018 na revista Electronic Markets indica que a experiência psicológica de possuir livros digitais difere da sensação de ter livros físicos. 

Feito por pesquisadores da Universidade do Arizona e Universidade Towson, ambas nos Estados Unidos, o estudo “Consumer interpretations of digital ownership in the book market” (Interpretações da propriedade digital pelo consumidor no mercado livreiro, em tradução livre) confirma a percepção já relatada, informalmente, por leitores e profissionais do mercado editorial. 

A digitalização de livros e outros produtos de informação transformou a interação de pessoas com esses bens, segundo o estudo. 

Com o objetivo de explorar “como consumidores conceituam a posse de bens digitais” (se e-books, no caso, são percebidos como sendo “deles” mesmo sendo imateriais, armazenados em uma “nuvem”), a pesquisa entrevistou grupos focais de consumidores americanos.

Metodologia 

Os participantes dos grupos focais foram recrutados com base na utilização de tecnologias digitais e e-books. Foram formados quatro grupos, divididos segundo categorias geracionais. 

Um total de 31 pessoas - 26 mulheres e 5 homens - participaram de quatro sessões de uma hora de duração cada. O desequilíbrio no gênero entre os membros foi puramente incidental. 

Os dados qualitativos da pesquisa foram extraídos de transcrições das conversas com os grupos.

Os seis temas 

A partir dos dados extraídos dos grupos focais, os pesquisadores identificaram seis temas principais que esclarecem o “significado” da posse de bens digitais para as pessoas.

1 Limitações na posse do livro digital restringem sua experiência de uso 

A posse de um livro digital possui algumas limitações. Restrições de compartilhamento, por exemplo, são parte da gestão dos direitos digitais do produto, imposta pelas editoras como meio de impedir a perda de receita que seria causada pelo compartilhamento ilimitado do arquivo. 

Os participantes relataram frustração e sensação de injustiça relacionados a esse controle. Cientes das limitações jurídicas mas acostumados aos direitos de propriedade normalmente associados à aquisição de bens físicos, não aceitam o fato de não ter plenos direitos sobre um bem após a compra. 

Para eles, o custo dos e-books não corresponde ao valor experimentado no uso e na posse desses bens. Deveriam ser mais baratos.

2 Esse controle limitado sobre a posse do e-book prejudica as trocas sociais e o estabelecimento de conexões 

Donos de livros digitais não têm a possibilidade de vender, emprestar, doar ou dar esses livros de presente. Pelo menos não com a mesma facilidade com que fariam com um livro físico. 

Por inibir as interações sociais mediadas pelo livro, o livro digital acaba levando a uma percepção reduzida da posse, tanto no aspecto psicológico quanto legal. 

Embora a Amazon permita o empréstimo de e-books adquiridos na plataforma, participantes argumentaram ser um procedimento mais complicado em relação ao livro físico.

3 Senso de identidade, pertencimento e vínculo são maiores a partir de livros físicos 

A imaterialidade dos livros digitais prejudica a habilidade de quem os têm de se relacionar com eles como únicos ou pessoais, impedindo que se crie um senso de identidade a partir deles, de desenvolver apego e sentimento de posse. 

Nesse aspecto, o ato de fazer anotações ou grifos em um livro físico foi citado como um meio de torná-lo “seu”. Embora leitores digitais apresentem essas mesmas opções, notas ou destaques digitais não pareceram facilitar o sentimento de personalização relativo ao e-book. 

O cheiro, o tato e as informações trazidas pela capa e contracapa dos livros físicos também foram mencionados por participantes. Segundo o estudo, o emprego de diferentes sentidos na interação com o bem em questão realça a percepção de posse. 

A exibição de uma coleção de livros foi levantada, ainda, como um fator importante na expressão da identidade do indivíduo, o que só teria sentido com livros físicos. 

O caráter temporário e facilmente substituível do livro digital indicam falta de conexão de quem o possui com relação a ele.


4 Estilo de vida minimalista estimula preferência por livros digitais 

Apesar de reconhecerem a sensação de posse do e-book como reduzida, alguns participantes veem a posse como um fardo e usam produtos digitais para se livrar do trabalho de manutenção (como tirar pó) e requisitos para o armazenamento (como espaço) associados a livros físicos.

5 Preferência pelo valor de uso estimula uso de livros digitais 

E-books oferecem vários benefícios específicos, derivados do uso do produto, e não de sua posse. O acesso facilitado a um grande número de títulos vem ganhando aceitação de consumidores. 

Os hábitos de consumo de diversos participantes eram mais próximos do aluguel do que da compra. Outros acessam conteúdo digital de bibliotecas, alternativas que tornam as restrições de propriedade mais aceitáveis no ponto de vista dos consumidores de livros digitais.

6 Jovens não necessariamente preferem o digital A suposição típica de que consumidores mais jovens preferem produtos digitais não foi confirmada pelo estudo. 

Os grupos focais do estudo foram divididos de acordo com um critério geracional, com o objetivo de examinar se hipóteses relacionadas à adoção da tecnologia por gerações distintas impactariam a maneira como participantes interagem com seus bens digitais.

Os “millennials” (nascidos entre 1982 e 2000, segundo considerou o estudo), frequentemente descritos como “letrados” em tecnologia, mostraram, no geral, uma atitude mais negativa com relação aos e-books do que o esperado.  O grupo etário mais jovem manifestou forte preferência por livros físicos, o que difere significativamente dos grupos mais velhos, nos quais a adoção do e-book pareceu mais difundida, que valorizam funções como a possibilidade de aumentar o tamanho a fonte do texto. 

Independentemente da idade, quase todos os participantes se mostraram fortemente apegados aos livros físicos em determinadas circunstâncias e contextos e nenhum se declarou confortável com a ideia de uma experiência de leitura integralmente digital. 
Os resultados sugerem que o produto digital poderia se beneficiar da emancipação de seu correlato físico. “Descobrimos que os consumidores que associam o consumo digital aos significados de propriedade tradicionalmente ligados a bens materiais mostraram maiores níveis de frustração [com relação à posse de itens digitais]”, diz o estudo.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Eficiência e Experiência

"O livro digital é o auge da eficiência, mas livro de papel é o auge da experiência." 
Rodney Eloy 📚


quinta-feira, 19 de abril de 2018

Calma, Jorge

Em sua coluna, Marcio Coelho relembra o primeiro Congresso do Livro Digital para concluir: tem espaço para todo mundo. Leitores não faltam, basta publicar para eles.

Publishnews

Foto histórica do I Congresso Internacional do Livro Digital

Há pouco mais de oito anos, em março de 2010, aconteceu o I Congresso Internacional do Livro Digital. Uau, o que será que vão falar nesse congresso? Era a pergunta que o marcado editorial e livreiro se fazia com um medo danado de ouvir que o livro físico acabaria. Preocupação desimportante diante dos problemas reais enfrentados pela cultura do livro.

O lugar escolhido foi o hotel Maksoud Plaza, com seu cheiro de couro velho, seus capitonês e seu pomposo bar, em que um expresso custava, na época, R$ 6. Mas era o primeiro congresso, gente do mundo inteiro. Precisava ser num lugar com a cara da classe média paulistana: decadente e ostentador.

Como em todos os eventos do mercado editorial, lá estavam os amigos. O homem do chapéu Panamá, distribuidores, editores, livreiros, autores e babadores de ovos. Mas não era felicidade que eu via nos rostos. Era ansiedade, era medo, era apreensão. Tudo porque estávamos ali para ouvir sobre livros digitais.

Bom, muitos players internacionais depois - falando coisas que não sabiam sobre o Brasil e dando prognósticos apocalípticos sobre o nosso mercado - foi a vez de Jorge Carneiro falar. O dono da Ediouro, com quem trabalhei na minha fase na Nova Fronteira, dirigiu-se à espécie de palco com um ar de derrotado. Quando ele olhou para o público, seu olhar ficou longe, no horizonte, ele demorou longos segundos para começar.

No final do seu discurso, porém, ele fez um pedido que, a mim, pareceu desesperado: “precisamos tomar cuidado com o que vai acontecer com as nossas editoras. O que vai acontecer agora, gente? É o futuro do nosso ganha-pão que está em jogo aqui” (Jorge, não me lembro bem das palavras, mas me marcou).

Isso tudo pode soar como estranho, mas não era. A novidade chegava com ares de devastação. Era a bomba D jogada no mercado. D de digital. Lembro de sair daquele evento cheio de dúvidas. Mas depois houve mais alguns congressos como aquele, participei, aí dúvidas aumentaram.

O tempo passou e no último dia 10 de abril, em Londres, a TAG conquistou o The Quantum Innovation Award. Um clube de assinatura de livros físicos vence um prêmio internacional de inovação, por mais paradoxal que possa parecer.

O livro físico acabou? Não. E o livro digital? Calma, Jorge, tem espaço para todo mundo. Como diz meu amigo Bruno Mendes, leitores não faltam, basta publicar para eles.

terça-feira, 13 de março de 2018

O livro digital não foi o boom que se apregoou


Indagações  quanto ao futuro do varejo, ainda falando em livrarias, passam também pela aparição de novas mídias, que modificaram os produtos que costumávamos vender no nosso mix de mercadorias. Tememos o caso dos livros eletrônicos. Nós nos preparamos  para a era dos e-books, com todo aquele estardalhaço que sem fez em torno do formato digital (e, claro depois do fiasco que foram os CD-ROMS...). Fizemos em 2012 uma parceria com a Kobo, empresa de origem canadense comprada pela japonesa Rakuten, quando então passamos a oferecer o seu tablet com exclusividade no Brasil. Foi uma parceria  importante, no momento adequado - Amazon, Google e Apple já estavam disputando o mercado de livros eletrônicos, tanto em conteúdo como em aparelhos de leitura, os e-readers. A Rakuten, bem menor que os três concorrentes, crescia também em conteúdo, já alcançando 2,5 milhões de títulos em seu catálogo digital. Fora isso, o seu tablet lia todos os e-readers, menos o da Amazon, que era protegido. Assim, firmamos  uma parceria  que nos pareceu oportuna. Vejo hoje que o livro digital não foi o boom que se apregoou e até parece entrar em declínio - de novo, as pitonistas que anunciaram, pela enésima vez, a morte do livro impresso tropeçaram no engano. Há outros exemplos de como as novas mídias alteraram produtos que imaginávamos ter vida longa - falarei disso a seguir. Contudo, cabe aqui a perguntinha básica: se ainda há motivos para acreditar no livro em formato tradicional, de papel, por que uma livraria  deveria temer pelo seu futuro?

Trecho do livro "O livreiro", de Pedro Herz (Planeta, 2017)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

As pessoas e seus livros


Não consigo evitar esse sentimento egoísta de amar prateleiras gorduchas
         
Ruth Manus | O Estado de S. Paulo

Lembro que logo que entrei na faculdade de direito, os olhos do meu pai brilhavam ao me ver perambulando com aquelas dezenas de livros que eu mal compreendia. Francesco Carnelutti, Cândido Dinamarco, Maria Helena Diniz, Franco Montoro, Dalmo Dallari. O simples fato de ver os livros ao meu lado já parecia ser quase suficiente para alegrar aqueles olhos de pai professor, que, no fundo, sabia que frequentemente eu lia sobre teoria geral do direito civil pensando seriamente se meu açaí seria com banana ou com morango.

Até que um dia aquele olhar risonho foi tomado por uma nuvem negra e a expressão pacífica do pisciano ganhou ares de assombro. Ele não podia acreditar no que estava vendo. Ele não queria acreditar que a própria filha, tão Manus e tão alérgica a wasabi quanto ele, pudesse estar cometendo tamanha atrocidade. Ele se aproximou lentamente, como quem estica o pescoço assustado para observar uma vítima de acidente ou um animal selvagem, e me perguntou o que eu estava fazendo.

“Estudando”, eu respondi, um pouco desconcertada com a existência de dúvida perante uma cena tão autoexplicativa. Então ele disse aos solavancos com os olhos arregalados “VO. CÊ. ES. TÁ. GRI. FAN. DO. O. LI. VRO. COM. CA. NE. TA?”. Eu, cada vez mais desnorteada, respondi que sim, estava grifando com marca texto laranja e fazendo anotações com a caneta azul, afinal, o livro era meu, não era da biblioteca. Certo?

Foi então que eu descobri que as pessoas têm relações absolutamente distintas com seus livros. O que parece normalíssimo para alguns, parece um verdadeiro sacrilégio para outros. Temas como emprestar ou não emprestar, doar ou não doar, anotar ou não anotar, dobrar ou não dobrar, tornam-se dilemas tão shakespearianos quanto ser ou não ser.

Eu confesso que realmente adoro anotar coisas nos meus livros. Puxar setas, grifar frases, colocar asteriscos. E não tenho qualquer problema em fazer isso a caneta. Até com caneta vermelha, se for preciso. Meus livros frequentemente se parecem com a bandeira do orgulho gay. No entanto, tenho a mais profunda aversão a pessoas que dobram a pontinha da página para marcar algo que julguem relevante. Isso sim me tira do sério.

Minha mãe faz algumas anotações, mas sempre a lápis. Meu pai é absolutamente incapaz de interferir nas linhas. Quando muito, coloca seu nome na primeira página. Minha tia compra o livro, lê e doa. Acho a coisa mais linda do mundo. E não tenho a menor capacidade de fazer o mesmo. Preferiria doar dinheiro vivo para bibliotecas públicas do que doar meus livros. Simplesmente não consigo evitar esse sentimento egoísta de amar prateleiras gorduchas.

Outro dia minha irmã me perguntou por que eu não tinha um Kindle. Eu, antes de lembrar daquele aparelho para ler livros digitais, confundi Kindle com kinder e me perguntei por que minha irmã achava que eu deveria ter ovos de chocolate recheados com surpresas nessa fase da vida. Mas depois que entendi, respondi, quase ofendida, “Ué Nina, porque eu gosto de livros!”. Ela me olhou com aquela cara de administradora hi-tech e disse “os livros não deixam de ser livros por serem digitais”. Até hoje não sei bem o que pensar, me mantendo no conservadorismo do papel.

Soma-se a isso a traumática experiência de emprestar livros. Quantos livros foram e não voltaram? Quantos livros ficaram nas nossas prateleiras sem que saibamos exatamente quem nos emprestou? Trata-se de uma prática cujos índices de insucesso rondam os 98%.

Ninguém dá atenção para esse assunto, mas a relação das pessoas com os seus livros é tão íntima quanto uma vida de casal. Há pormenores, traumas, manias. Há sutilezas, pânicos, bloqueios. Prefiro que mexam no meu queijo do que mexam nos meus livros. Eu hein, vai que dobram a pontinha da página.

Imagem: Internet

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Nos EUA, livros impressos continuam subindo enquanto que os digitais caem


País é o sexto mapeado pela série #PubMagNet em 2018. Por lá, as vendas de livros impressos cresceram 1,9% na comparação com 2016. Já os digitais tiveram queda de 4,4% só no primeiro semestre de 2017

Publishnews

No fim de janeiro, um grupo de jornalistas e analistas da indústria global de livros se reuniu em Oslo para a primeira reunião da PubMagNet de 2018. Como resultado desse encontro, o PublishNews vem publicando desde o início deste mês uma série com os principais destaques de cada um dos países representados na reunião da Noruega. O sexto mercado mapeado pela série PubMagNet 2018 é o dos EUA. Andrew Albanese, editor da Publishers Weekly, foi quem esteve na reunião e analisou a performance do País do Tio Sam no que diz respeito a livros em 2017.

Ele ressaltou que, como já virou mantra por lá, nenhum novo título chegou a vender mais de um milhão de cópias impressas durante 2017. Apesar disso, houve um crescimento de 1,9% na venda desse formato na comparação com o ano anterior. O Bookscan (ferramenta da Nielsen que monitora cerca de 85% do mercado norte-americano) reportou a venda de 678,3 milhões de unidades no ano passado versus 674,1 milhões vendidas em 2016. Andrew lembra que isso já se tornou uma tendência consolidada, já que desde 2013, as vendas de livros impressos têm crescido por lá. No entanto, ressalta que, apesar do aumento no volume, o faturamento não acompanhou e fechou 2017 estável.

O único segmento que apresentou uma discreta queda (-1%) foi o de Ficção Adulta. Os dois livros mais vendidos em 2017 foram Extraordinário, de R.J. Palacio e Outros jeitos de usar a boca, de Rupi Kaur que foram publicados original e respectivamente em 2012 e 2015. Entre os livros mais vendidos publicados em 2017, destaca-se Diário de um banana - apertem os cintos, cujas vendas somaram mais de 990 mil cópias.

Albanese observa que os audiolivros apresentaram crescimento impressionante de 24,6% na comparação com 2016, mostrando que esse formato tem sido a bola da vez por lá (também). Na contramão disso, os e-books continuam em baixa. “Depois de alguns sugerirem que o declínio nas vendas de e-books estava prestes a atingir o fundo, esse fundo mostrou-se mais fundo e a queda continuou em 2017”, comentou. De acordo com estatísticas da Associação Americana de Editores (APA), as vendas de e-books caíram 4,4% só no primeiro semestre. Em julho, nova queda de 16% e em agosto, de 9,6%. Os números do fim do segundo semestre ainda não foram apurados. Andrew lembra que isso não é motivo de alarme. Não pelo menos nas grandes casas editoriais e lembrou que Markus Dohle, CEO global da Penguin Random House, declarou na última edição da Feira de Frankfurt que vê uma “coexistência saudável” dos mercados de livros impressos e digitais e que estima que esse equilíbrio chegará a 80% de impressos e 20% de digitais.

Além disso, alguns movimentos já no início de 2018 mostram que há muito o que percorrer com os e-books. Entre eles, Albanese destaca a parceria entre Kobo e Walmart através da qual a grande varejista passou a comercializar e-books da nipo-canadense e a notícia de que a Apple está investindo para voltar à luta contra a Amazon pelos livros digitais.

Albanese ressaltou que continua sendo muito difícil mapear e medir o mercado de autopublicação, mas há estimativas que consumidores gastaram US$ 1,25 bilhão com livros autopublicados. Isso representa cerca de 300 milhões de cópias; 43% de todos os dólares gastos com livros digitais nos EUA ou 24% daqueles gastos com livros (não importando aqui os formatos). “Apesar disso, as principais editoras não mostram nenhum interesse (ou habilidade) para entrar nesse mercado de forma significativa. E isso deixa esse mercado para a Amazon operar praticamente sozinha”, analisa.

Um exemplo disso veio da Macmillan. A gigante comprou a Pronoun, uma plataforma de autopublicação fundada originalmente como Vook. À época, a direção da Macmillan dizia que estava interessada nos dados da plataforma e em como ela poderia impactar a sua linha editorial. No entanto, em novembro passado, a Macmillan jogou a toalha alegando que “não havia um caminho para um modelo de negócios rentável”.

Livrarias
Albanese avaliou que a direção da Barnes&Noble continua trocando os pés pelas mãos. “Foi outro ano caótico e preocupante”, disse o editor sobre a rede de livrarias dos EUA. Em abril, a varejista chegou a trocar o seu CEO, mas ainda assim fechou o ano fiscal no vermelho e teve suas vendas de fim de ano decepcionantes.

Na contramão disso, as livrarias independentes tiveram outro ano de crescimento. De acordo com relatório da Associação Americana de Livrarias (ABA), há cinco anos, esse canal tem crescido de forma sustentável. “Mas os desafios persistem - não só políticos, mas também com relação ao poderio da Amazon”, ressalta Albanese.


terça-feira, 28 de novembro de 2017

Coleção "500 Perguntas 500 Respostas" Embrapa



As publicações dessa coleção foram elaboradas a partir de perguntas formuladas por produtores, associações de produtores, cooperativas, etc. e respondidas pela Embrapa. Além de ter acesso aos conteúdos de cada edição, você pode fazer o download dos títulos em versão digital ou comprar a versão impressa.


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Leitor eletrônico faz 10 anos, mas pode sumir antes do livro de papel

E-readers devem ter quedas consecutivas nas vendas até 2022, devido a ascensão dos smartphones e baixos índices de leitura no mundo todo

Por Bruno Capelas e Andre Klojda, especial para O Estado de S. Paulo


Lançado em 2007, o Kindle, da Amazon tem 61% do mercado global, segundo a consultoria de mercado Euromonitor

Há mais ou menos uma década, uma profecia amedrontou o mercado editorial: o livro de papel, essa invenção de cinco séculos, estava com os dias contados. Seu algoz seria o leitor eletrônico, o tal e-reader, que faria as pessoas trocarem o folhear de páginas pelo toque em botões num aparelho esquisito: Kindle. Lançado há dez anos pela Amazon, ele não foi o primeiro da categoria, mas virou seu sinônimo. Apesar disso, a profecia apocalíptica daqueles dias parece longe de se cumprir.

A verdade é que o livro tradicional continua aí, firme e forte. Além disso, os e-readers não fazem parte do cotidiano de muita gente. Segundo a consultoria Euromonitor, 131 milhões de aparelhos foram vendidos no mundo desde 2007. Após um pico em 2011, as vendas só caíram (ver gráfico abaixo).

Anticlímax
Após pico, venda de e-readers deve cair nos próximos anos



No Brasil, a base instalada desses aparelhos é quase insignificante: desde 2010, quando começaram as pesquisas no País, só 76,2 mil e-readers foram comercializados por aqui. O ano em que se comprou mais desses aparelhos por aqui foi em 2015, com 16,2 mil unidades - em cinco anos, porém, menos de 10 mil dispositivos serão comprados por brasileiros. 

Além disso, segundo dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL), os e-books - o conteúdo que motiva a compra desses aparelhos - representaram apenas 1,09% da receita das editoras no País em 2016. Ao todo, 2,75 milhões de e-books foram vendidos aqui em 2016, contra 39,4 milhões de livros de papel.

Tropeços. Há diversos motivos para a revolução prometida pelo Kindle - e seus rivais, como o Kobo, da Rakuten, e o Lev, da Saraiva - não ter acontecido. O primeiro deles é que há leitores que simplesmente não conseguem se acostumar. “O livro de papel tem uma dimensão artística e aspectos sensoriais, como tato e olfato; o e-reader, não”, diz Thiago Salla, professor de Editoração da Universidade de São Paulo.

Além disso, por ser um dispositivo dedicado à leitura, o leitor eletrônico tem um público-alvo reduzido. São poucas as pessoas que topam pagar caro por algo que não vão usar tanto. Nos EUA, a média de leitura é de 12 livros por ano. No Brasil, o cenário é pior: a média é de 4,96 livros lidos por ano. “A falta de leitores é um problema histórico do nosso mercado e não mudou com o livro digital”, diz Luís Antonio Torelli, presidente da CBL.

Outro fator que mudou a rota do e-reader foi o smartphone, que também ganhou impulso em 2007, com o iPhone. Se no início esses aparelhos tinham poucos recursos e telas pequenas, pouco convidativas à leitura, hoje eles se tornaram “canivetes suíços” contemporâneos com telas gigantes de até 6 polegadas. 

Para Elton Morimitsu, analista da Euromonitor, os smartphones tornaram os e-readers menos atraentes. “O consumidor está disposto a investir em um aparelho que agrega diversas funções”, diz.

É por isso que hoje, em vez de falarem só nos dispositivos, as fabricantes de e-readers preferem o termo “ecossistema de leitura digital”, que compreende também apps para leitura em dispositivos móveis e nos PCs. Hoje, segundo Samuel Vissotto, diretor da Kobo na América Latina, 75% do tempo gasto pelos leitores da Kobo é no aplicativo, contra 25% nos e-readers. 

É evidente que há diferenças de experiência entre o smartphone e o e-reader. “O celular não foi desenhado para a leitura e oferece distrações aos usuários, como redes sociais e jogos”, diz Arthur van Rest, diretor global de Kindle na Amazon. “É a diferença entre a leitura casual e a leitura dedicada.”. A existência do smartphone, porém, permite que os usuários flertem com a leitura digital, sem precisar firmar um relacionamento sério com um leitor eletrônico.

Resistência. Nesse cenário complexo, impressiona o lançamento de novos modelos de leitores eletrônicos todos os anos. A explicação está no fato de que o usuário do e-reader é um bibliófilo - capaz de ler (e comprar) muitos livros. Isso faz as empresas ganharem não com hardware, mas com conteúdo.

Segundo a Kobo, quem tem e-reader compra o dobro de e-books que aquele que só usa o aplicativo da empresa. Na Saraiva, quem tem um Lev compra 20% mais livros de papel e e-books. Já na Amazon, quem navega entre diferentes formatos consome três vezes mais livros. “O mercado tinha receio do digital canibalizar o livro físico. Aconteceu o contrário: eles se complementam”, diz Gustavo Mondo, gerente de e-commerce da Saraiva.

Epílogo. No futuro, o e-reader parece ter dois caminhos. Ou segue vivo, como um objeto de nicho, mas rentável o suficiente para se manter de pé; ou será “morto” pelo smartphone. “Ainda acho que o e-reader tem seu tempo de vida, mas a curva de inovação nos smartphones e suas telas pode mudar esse jogo”, diz Vissotto, da Kobo. “Se eu tiver um celular com tela realmente boa de leitura, que não canse a vista, e uma configuração para desligar notificações, a experiência será bem parecida com o e-reader.” 

Em entrevista ao Estado em 2010, o filósofo Umberto Eco defendeu que o livro de papel seria um objeto eterno, como a colher, o machado e a tesoura. Na época, foi bastante criticado, mas hoje, sua visão integrada (e nada apocalíptica) parece mais próxima da verdade. Por ironia do destino, quem deveria “matar” o livro de papel pode, na verdade, morrer primeiro que ele. Sinal dos tempos.


Leitura digital divide brasileiros
Há quem não troque o livro físico, mas também pessoas que não ficam mais sem o leitor digital

Por Andre Klojda, especial para O Estado de S. Paulo

Júlia migrou do papel para o digital e só lê livros de papel quando pega emprestado

Mesmo entre os jovens, ainda há quem não dispense ter o livro em mãos. É o caso do advogado Caio Felippe: após uma breve experiência com um leitor digital emprestado por uma amiga, há pouco mais de um ano, ele logo voltou ao papel. “A tela remete muito ao celular, à televisão, e isso geralmente não prende tanto a minha atenção quanto o livro”, diz.

Ao analisar os aspectos que o fizeram abandonar o dispositivo, o jovem de 23 anos ressalta a questão do brilho da tela - mesmo sendo ajustável, diz preferir a luz ambiente - e as funcionalidades de manuseio do aparelho, como o mecanismo de passagem de páginas. “Não que não seja uma ferramenta eficiente, mas, para mim, foi uma questão de adaptação”, conta.

Já a analista de produtos Júlia Bandeira, de 24 anos, relata ter feito a migração do papel para o leitor digital. “Só uso livros físicos quando me emprestam, não costumo comprar”, afirma. Por causa da área em que atua, ela conta estar acostumada a lidar com novas tecnologias e não sente falta da relação afetiva com o impresso.

Usuária do Kindle desde 2011, Júlia também considera importante o fato de a opção digital prescindir da produção de papel e enfatiza a facilidade de “carregar uma biblioteca inteira num único lugar”.

Essa praticidade também faz com que Felippe não descarte uma nova tentativa com os leitores eletrônicos: “Pode ser que, no futuro, desenvolvam um que me atraia mais. Mas, hoje em dia, meu posicionamento é a favor do livro físico”, afirma.

Meio a meio. Entre aqueles totalmente adaptados à leitura digital e os que ainda não abrem mão do impresso, existem também os que adotam os dois meios, a depender da circunstância.

A estudante de letras Mariana Fortes, de 22 anos, declara-se adepta dos leitores digitais há cerca de cinco anos, apesar de certa resistência inicial. “Acho que quem tem relação afetiva muito forte com o livro sempre quer tê-lo na estante. Mas o leitor digital também tem vantagens”, afirma.


Pelo lado positivo, Mariana, assim como Júlia, destaca aspectos práticos: ela o considera o leitor eletrônico mais fácil de manusear e carregar no ônibus e metrô, possibilitando melhor aproveitamento da leitura em seu trajeto diário. “Além disso, há livros que quero ler, mas que não faço tanta questão de ter no formato físico”, acrescenta ela.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Leitores de eBooks seriam uma tecnologia estagnada?


Postado Por Carlos Cardoso | MeioBit 

O Tech Crunch publicou uma matéria bem interessante destacando como leitores de eBooks estariam estagnados. É verdade, não só não apresentam nenhuma evolução tecnológica como as vendas também estão decepcionantes desde sempre, com nomes famosos saindo do mercado, mas o quanto disso é culpa da tecnologia?

Imagine que você chega hoje, 2017 entra em uma loja pede um PC Gamer e recebe um PC com 1 GB de DDR 400, HD de 128MB e placa de vídeo AGP com 128 MB de DDR2. No mínimo tem uma crise de riso.

Agora imagine que você precisa vingar a morte de sua família pelas mãos do Lorde Obo-Kan. Entra em uma passagem no Desfiladeiro dos Espelhos, acha a lendária loja do Hitaro Kako, armeiro. Ele te vende uma katana de 400 anos feita pelo insuperável Hatori Hanzo. Você sai satisfeito.

O primeiro Kindle tinha CPU de 400 MHz, 250 MB de armazenamento e tela de e-ink de 800 × 600. Isso foi em 2007, mesmo ano do PC descrito acima. Um Kindle de oitava geração, vendido no site hoje tem um processador mais rápido, 4 GB de armazenamento e tela de e-ink de 800 × 600. Tirando alguns refinamentos é essencialmente o mesmo aparelho de 10 anos atrás. Será esse o motivo de não vender tanto?

Eu pessoalmente acho a “acusação” de que o Kindle não evolui no mínimo engraçada. Querem um killer app em um leitor de livros? Ou querem transformar o Kindle em um tablet? Pra isso já existe o iPad. O acesso web “experimental” do Kindle já é uma aberração desnecessária.

Um leitor de ebooks é uma descaroçadora de azeitonas em um mundo de canivetes suíços, esse é o grande problema. As pessoas se acostumaram, mal, a ter uma ferramenta genérica que faz tudo mais ou menos bem, mas nada excelente. O Kindle é excelente para leitura de textos, e só.



Ele faz sucesso em um subgrupo de leitores vorazes, que se preocupam mais com o conteúdo do que com a forma, gente que não tem que desfilar com um tijolo de 800 páginas para provar a superioridade intelectual. Gente também que não está presa ao passado, dependendo da resposta táctil do livro para entender que está consumindo literatura.

É a mesma coisa que um livro? Não, claro que não, um livro é muito mais gostoso de manusear do que um Kindle, mas é um preço pequeno por poder levar sua biblioteca inteira dentro dele.

A triste realidade é que não é a tecnologia que está matando os leitores de ebooks, são os leitores. As pessoas não leem tanto assim, nem compram tantos livros. Quando compram querem o sentimento de posse, que não existe com o formato eletrônico. Vide a moda de livros de YouTubbers, os fãs não ligam pra ler, mas querem ter o objeto físico relacionado com o ídolo. Uma versão eletrônica? Qual a graça?

Qual a solução para os ebooks? Por hora, nenhuma. Eles continuarão sendo um produto de nicho, como audiobooks. Não que isso signifique fracasso, o mercado continua existindo e se você achar um subnicho conseguirá fazer dinheiro até escrevendo contos eróticos de dinossauros gays, mas a mídia física, o livro de papel nem de longe está tão ameaçado quanto todo mundo acreditava uns anos atrás.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O digital ainda nem começou, diz CEO da quinta maior editora dos EUA

Pelo nono ano seguido, os principais veículos de cobertura do mercado editorial no mundo - incluindo orgulhosamente o PublishNews - realizaram o CEO Talk em Frankfurt. No palco e no centro das atenções desse ano, estavam Carolyn Reidy, presidente e CEO da Simon & Schuster, a quinta maior editora dos EUA, e Guillaume Dervieux, que está à frente da prestigiada editora independente francesa Albin Michel. 

Em comum, essas duas editoras têm a decisão em publicar em uma única língua. Mesmo estando em vários territórios (além dos EUA, está presente na Inglaterra, na Austrália e na Índia), a Simon & Schuster editora somente em inglês e a Albin Michel, só em francês. Ser editora de uma língua só é uma estratégia? Carolyn responde na lata: “toda editora é local”. “Publicar em uma única língua não significa que não somos internacionais, porque você pode trazer autores internacionais para o seu mercado e também ‘exportar’ esses mesmos autores por meio da venda de direitos”, completou.


Rüdiger, Carolyn e Guillaume no palco do CEO Talk de 2017 | © Leonardo Neto

O líder da Albin Michel ressalta que, embora seja uma editora francesa, fortemente enraizada no país, deu um passo importante na sua expansão internacional ao comprar recentemente uma editora especializada em educação na Bélgica.

O digital e a autopublicação
Reidy, ao ser questionada sobre o que poderia ter dado errado com o digital, cujas vendas apresentaram uma queda em países onde o formato já estava consolidado, ela respondeu dizendo que o digital ainda nem começou. “Uma nova versão do e-book deve surgir. Há uma pessoa, que ainda é muito jovem, mas nasceu na frente de uma tela, que aparecerá com um novo formato, que a gente ainda não conhece. Acredito que ainda não encontramos isso ainda. Mas quando isso acontecerá, será um dia incrível”, disse a CEO. A executiva observou ainda para um "booming" de audiolivros, especialmente nos EUA.

Outro tema tratado na sabatina que os CEOs se submeteram foi a autopublicação. Reidyn destacou que ela é “enorme”, que tem levado alguns clientes embora e colocado uma pressão no preço dos e-books. “É, no entanto, um bom lugar para se encontrar novos títulos”, completou. Já Guillaume pontuou que o self-publishing é o oposto simétrico daquilo que a Michel Albin faz. Ele completou dizendo que, no esquema da autopublicação, todo manuscrito é aceito e cada título recebe a quantidade mínima de recursos. “Nós fazemos exatamente o contrário disso. Nós rejeitamos muitos manuscritos e concentramos nossos recursos e esforços naquilo que selecionamos com paixão”, disse o editor independente.

via Publishnews

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Censo do Livro Digital chega ao mercado editorial para mapear a produção do setor


Estudo foi realizado pela FIPE, a pedido de CBL (Câmara Brasil do Livro) e SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros)

 Realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido da CBL e do SNEL, o estudo mapeia pela primeira vez o mercado do conteúdo digital no país; os dados são referentes ao exercício de 2016.

Ao todo, das 794 editoras brasileiras investigadas, 294 produzem e comercializam conteúdo digital, o que representa 37% do setor editorial. A pesquisa aponta, ainda, que a atividade no país está concentrada nas editoras de Obras Gerais e de Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP), que respondem, respectivamente, por uma fatia de 55% e 23% no mercado de livros digitais.

O diagnóstico oferece pela primeira vez um panorama comparativo sólido para nortear a análise do conteúdo digital no Brasil pelos próximos anos. Desde 2014, os dados referentes ao mercado digital no país estiveram integrados à Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro - fruto de uma parceria que existe há mais de dez anos entre a Fipe, CBL e o SNEL.

Na última edição da pesquisa, de ano-base 2016, os números não apareceram em razão deste diagnóstico exclusivo voltado para o conteúdo digital do Brasil.

Principais descobertas da pesquisa:

37% das editoras brasileiras produzem e comercializam livros digitais

No ano de 2016, foram vendidas 2.751.630 unidades de ebooks

Obras gerais, que incluem livros de literatura, contos, romances ou poesias é o subsetor que mais movimenta esse mercado com 88% de unidades vendidas, seguido dos livros Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP). Os livros religiosos aparecem em terceiro lugar dos mais vendidos.

O mercado de livros digitais movimentou R$ 42.543.916,96 nesse período, o que corresponde a 1,09% do mercado editorial.

Essa fatia cresce 2,38% do faturamento do mercado quando se observa o subsetor de Obras Gerais e sobre para 4,51%, levando em consideração apenas as editoras com maior faturamento (acima de R$50 milhões com livros físicos e R$1 milhão com digitais). Já os livros Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP) equivalem a 1,68% do mercado total, crescendo para 2,28% nas editoras de maior faturamento.

O acervo total de e-books comercializados no país chegou a 49.622 títulos até 31 de dezembro de 2016. Sendo que foram publicados e comercializados 9.483 novos números de ISBNs*

 O Censo do Livro Digital passa agora a ser uma pesquisa periódica mantida pelas três entidades, com o intuito de dar continuar a análise da produção e comercialização de e-books pelas editoras brasileiras.

Para ter acesso a pesquisa completa, clique aqui.

via Panorama Editorial


quarta-feira, 19 de julho de 2017

O fim do fim do livro


Rui Campos, finalmente, já está 'à vontade para comemorar a certeza do fim do fim do livro'

Rui Campos | Publishnews

Quantos psicólogos são necessários para se trocar uma lâmpada? Basta um! Mas a lâmpada precisará “desejar” ser trocada!

Pois é. O desejo move montanhas. Com a leitura também é assim.
A pessoa pode passar a vida sem leitura. Certamente uma vida menos ilustrada. Mas não morrerá de inanição ou sede como se abstivesse de comida ou água.

Cultura, cultivo... a leitura precisa ser cultivada. Precisamos cultivar o desejo de conhecimento, o desejo de leitura.
A grande ferramenta que possibilita a leitura é o livro, seja em que suporte for.

Durante séculos, o impresso veio sendo cultuado, reverenciado, aprimorado, adornado com design espetacular, belas capas, papel leve e de tom confortável, orelhas inteligentes, rosto encantador. Um produto multissensorial.

Seus autores tratados como estrelas, seus editores reverenciados. E seus locais de encontro com o leitor, as livrarias (físicas ou virtuais), locais frequentados e amados por toda gente. Verdadeiros pontos de encontro, praças, bibliotecas! Pois afinal, ali é possível manusear os livros, lê-los e até mesmo leva-los para casa por módicas quantias.

O livro impresso, como o garfo e a faca, disse Umberto Eco, são objetos definitivos.

Algumas poucas inovações surgiram através dos tempos.

Recentemente, surgiu o aparelho eletrônico para leitura. Trouxe uma série de alternativas e de facilidades para os leitores: capacidade de armazenamento, acesso rápido e remoto, entre outras. Bem-vindas novidades.

Mas os donos do negócio tinham pressa. Uma pressa que se mostrou um tanto desconectada. Seria mais rápido destruir o que já havia. Varrer o concorrente do mapa. Acabar com o livro impresso.

Esses donos do negócio são poderosos. Nada menos do que algumas das maiores corporações mundiais.

Logo toda uma campanha contra o livro impresso se iniciou. Segundo essa distopia, ele seguiria moribundo. Discutia-se a data final. O avanço do e-book seria exponencial. Nesse ano de 2017, já só restariam cinzas de livros e livrarias. Saudosas livrarias. Morreriam em 2015!

Claro que sempre restaria um nicho: gente saudosista e antiquada, a cultivar fósseis e colecionar relíquias. Ludistas.

As editoras também: essas faleceriam por volta de 2014. Por absoluta obsolescência.

Os editores? Dispensáveis. Cada autor se autopublicaria. Uma nova “Geração Mimeografo” high tech!

Para atingir rapidamente o objetivo dos novos poderosos, muita gente embarcou nessa canoa: tantas previsões, estatísticas, artigos jornalísticos visionários dos “Evangelizadores Tecnológicos”!

Muito espaço na mídia escrita, falada e principalmente eletrônica foi utilizado na blitz iconoclasta visando limpar rapidamente o espaço para a chegada triunfal do livro eletrônico. Muito dinheiro, público inclusive, foi investido e perdido.

Uma busca por tudo o que foi escrito sobre o tema pode render um interessante retrato desses tempos insensatos.

O fato é que as coisas foram se acomodando. A sociedade se manifestou. O livro eletrônico vai ocupando seu lugar.  Modesto, embora ainda com perspectivas de crescimento.

O livro impresso, livrarias e editores sofreram.

Hoje as notícias são de retomada no crescimento de vendas, surgimento de novas livrarias pelo mundo afora.

Evidencias da manifestação da sociedade e do seu desejo pelo sagrado objeto multissensorial, o livro!

Dos formuladores e divulgadores das previsões atrevidas e catastróficas que causaram prejuízos e mal-estar ao mercado livreiro não adianta esperar reparação ou pedido de desculpas pelo estrago.

Um editor estrangeiro me confidenciou recentemente: “Concedi hoje uma entrevista para a Revista Wired que foi muito desagradável. Eles queriam saber sobre nossos planos para edições eletrônicas de livros de arte. Mas eu não tinha o que dizer pois abandonamos completamente esses projetos. Mas tive que dissimular e enrolar pois não poderia admiti-lo!”.

Lembro-me especificamente da capa de uma das nossas principais revistas semanais onde Paulo Coelho, nosso maior best-seller, uma verdadeira lenda do mercado livreiro mundial, segurava um tablete com a seguinte manchete: “O último livro que você vai comprar!”

Forte, não é?  E muitos números, power points, gráficos divulgados sobre o fim do nosso nobre objeto de leitura.

Do meu ponto de vista, o ponto de vista dos livreiros, contamos perdas, mas agora já estamos à vontade para comemorar a certeza do fim do fim do livro!


sexta-feira, 23 de junho de 2017

NASA disponibiliza gratuitamente para download e-books nas áreas de História, Ciência e Aeronáutica


A agência espacial lançou uma série de e-books relacionados com a sua história. Entre os diversos livros eletrônicos, você pode encontrar títulos sobre aeronáutica, história, ciência e muito mais. As obras estão disponíveis gratuitamente e em diversos formatos: PDF, EPUB e MOBI. 


Visite: 

www.nasa.gov/connect/ebooks/

terça-feira, 6 de junho de 2017

Livros da Editus estão disponíveis na plataforma SciELO Livros


A Editora da UESC - Editus acaba de ser indexada à coleção SciELO Livros, onde já foram disponibilizados cinco títulos do seu catálogo para download gratuito: books.scielo.org/Editus/. Juntamento às Editoras UEPG e EDUERJ, a Editus é uma das novas editoras universitárias que entraram para a plataforma do SciELO Livros em 2017. Tratando-se de um repositório de acesso aberto para livros acadêmicos, a SciELO Books tem o objetivo de maximizar a acessibilidade, uso e impacto das pesquisas.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Livro, um objeto de riqueza inesgotável


Em entrevista à FaustoMag, o crítico literário Rodrigo Gurgel fala sobre leitores em redes sociais e leitura digital:

Redes sociais podem ser consideradas bons espaços para a formação de um leitor?
Não. Uma rede social é apenas o que seu próprio nome expõe: um entrelaçado de relações sociais que se formam e se desfazem no contexto de diferentes espaços virtuais. São ótimas redes de comunicação, de troca de ideias. Mas são ótimas também para desviar nossa atenção e impedir que nos tornemos bons leitores, que leiamos o que realmente importa.

É uma batalha inglória a das livrarias contra os sites de download gratuito de livros?
Não creio. O livro assumiu, em nossa cultura, um papel crucial — e mantemos com ele uma relação sensorial e, ao mesmo tempo, de confiança no seu poder de preservar a cultura e abrir, de forma constante, novas perspectivas de estudo, de conhecimento. Eu próprio utilizo diferentes aparelhos para leitura de e-books, mas o contato com o livro permanece insuperável — em termos de prazer, de facilidade de acesso e de indexação do conteúdo estudado. Considero o livro um objeto de riqueza inesgotável.


Leia a entrevista na íntegra, aqui: http://bit.ly/2oFRPKM

quinta-feira, 9 de março de 2017

STF amplia imunidade tributária de livros, e 'e-books' ficam livres de impostos


Com decisão do Supremo Tribunal Federal, os 'e-readers', equipamentos para leitura dos 'e-books', também serão beneficiados por isenção tributária.

Renan Ramalho, G1

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (8) estender aos “e-books” - livros eletrônicos - a imunidade tributária concedida pela Constituição a livros, jornais, periódicos e ao papel de impressão.

Com a decisão da Corte, além do próprio conteúdo do livro eletrônico, estarão livres de impostos também aqueles equipamentos utilizados exclusivamente para comportá-los, os chamados “e-readers”.

No mesmo julgamento, o STF ainda concedeu o mesmo benefício a componentes eletrônicos destinados exclusivamente a integrar materiais didáticos compostos de fascículos.

A decisão tem repercussão geral e assim deverá ser aplicada pelas demais instâncias judiciais em processos semelhantes, nos quais o governo vinha cobrando os tributos de editoras nos tribunais.

Durante a sessão, os ministros analisaram recurso apresentado pelo governo do Rio de Janeiro contra decisão do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), que livrou uma editora de pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda de uma enciclopédia jurídica eletrônica.

Por unanimidade, os ministros entenderam que a imunidade prevista na Constituição visa a difusão do conhecimento e da informação.

“A imunidade serviria para se conferir efetividade aos princípios da livre manifestação do pensamento e da livre expressão da atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação, o que, em última análise, revelaria a intenção do legislador constituinte em difundir o livre acesso à cultura e à informação”, disse o relator da ação, Dias Toffoli.

Outros ministros, como Luiz Fux e Gilmar Mendes, ressaltaram as vantagens do livro eletrônico em relação aos impressos, pela fácil distribuição e dispensa do papel.

“Afinal não é preciso matar árvores para garantir a liberdade de informação por meio da mídia”, disse Fux.

“Negar-se imunidade em formato outro que não seja papel convencional pode ser gravíssimo equívoco que revela desprezo com a inovação institucional”, acrescentou Gilmar Mendes.

Imagem: Internet

sexta-feira, 3 de março de 2017

Nós ainda gostamos de ler livros impressos



Há dez anos, quando Jeff Bezos lançou o Kindle em Nova York, ele declarou que "o livro é tão altamente evoluído e tão adequado para sua tarefa que é muito difícil tirar seu lugar". O fundador da Amazon estava certo: nesta primavera americana, apesar da reviravolta digital desencadeada pelo Kindle, A AMAZON VAI ABRIR UMA LIVRARIA FÍSICA EM MANHATTAN.

Há sinais de renascimento do livro impresso. A Waterstones, cadeia de livros do Reino Unido, voltou a lucrar ano passado depois de sofrer seis anos de perdas. As vendas de livros impressos nos EUA subiram 3% , enquanto as de livros eletrônicos caíram. A tecnologia digital não desencadeou a mesma revolução no impresso do que na música, televisão e notícias; Nós ainda gostamos de ler livros impressos.

O livro, em formato digital ou impresso, tem sido mais estável do que outros tipos de mídia. 

Leia o artigo de John Gapper publicado no Financial Times: http://on.ft.com/2klM7Ln

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Um mundo na palma da mão


‘E-books’ têm um longo caminho a percorrer no país, mas podem se tornar uma ponte entre pessoas que ainda não leem e o universo dos livros

Cora Rónai | O Globo

No último fim de semana foi lançado no Píer Mauá um novo salão do livro carioca, a LER. Fui para lá sem ter ideia do que ia encontrar e fui agradavelmente surpreendida por um evento bonito, arejado, cheio de boas ideias e com um jeito de feirinha artesanal. As grandes editoras ficaram restritas aos estandes das livrarias, e com isso as pequenas, que, em geral, somem na Bienal, ganharam destaque; a cenografia aproveitou a locação ao máximo e contribuiu com detalhes curiosos, como uma chuva de flores aqui, um teto de guarda-chuvas virados ali, quadros com perguntas provocadoras que eram respondidas pelos visitantes em papeizinhos coloridos autocolantes. Havia até uma exposição de encantadores vestidos de livros da Analu Prestes, que cria as coisas mais lindas em papel.

Perto de uma das entradas, duas divisórias formavam um recanto que lembrava uma biblioteca, com a imagem de estantes cheias de livros — mas ali havia mais do que folhas ilustradas coladas nas paredes. É que as lombadas exibiam QR codes que, capturados por smartphones, levavam a links de onde se podiam baixar as obras para um leitor Kobo, gratuitamente. Aquele espaço despretensioso, que à primeira vista parecia apenas decorativo, oferecia um verdadeiro tesouro para os visitantes.

Para mim, oferecia também um retrato, difícil de capturar, da convivência entre as duas espécies de livros com que convivemos. Depois de muita polêmica e até do temor de que, um dia, substituiriam os seus irmãos de papel, os e-books começam a se firmar não como ameaça a um universo estabelecido, mas como uma alternativa a mais para quem gosta de ler.

Na noite anterior à minha ida à LER, eu havia, por acaso, jantado com uma amiga editora. A certa altura, a conversa se desviou para os livros eletrônicos, que ela relutantemente confessou ler, mais ou menos como quem confessa uma traição. Hoje já não encontro mais quem não leia e-books — até minha mãe, que nos seus 92 anos nunca quis saber de computadores ou smartphones, é fã do Kindle, onde consegue aumentar o tamanho das letras.

Há alguns anos, quando os e-books apareceram, imaginava-se que eles tomariam todo o mercado, num fenômeno não muito diferente do que aconteceu quando a televisão surgiu, e os catastrofistas previram que ela ia acabar com o cinema. Este ano, pela primeira vez, as vendas de e-books caíram, mas o seu mercado continua forte: prevê-se que, em 2018, eles responderão por um quarto dos livros vendidos no mundo. Nos Estados Unidos, 13% dos leitores já leem mais e-books do que livros em papel, e 15% dizem ler mais ou menos a mesma coisa nos dois formatos. No Brasil, onde 30% dos entrevistados numa pesquisa realizada em meados do ano confessaram que jamais compraram um livro na vida, os e-books ainda têm um longo caminho a percorrer, sobretudo do ponto de vista da tecnologia: a maioria das pessoas sequer ouviu falar em leitores como o Kindle ou o Kobo.

Ainda assim, os e-books têm tudo para fazer uma boa ponte entre as pessoas que (ainda) não leem, e o mundo fabuloso dos livros. Cada smartphone ou tablet espalhado pelo mundo tem o potencial de virar uma biblioteca mágica, que acompanha o dono aonde for. Na LER, vi alguns adolescentes escaneando os QR codes das lombadas de mentirinha, e fiquei muito feliz — eles estão no bom caminho.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Palestra: Livros não somem, mudam.


Descrição: A Oddball - Creative Coworking trás para a São Paulo Tech Week uma discussão polêmica no mercado de Letras & Publicações sobre a relação de livros, revistas e outras publicações e os meios digitais. No formato de open-talk com startups que estão inovando no mercado, a Ubook, Kidint e o Árvore de livros vão compartilhar opiniões e contar como enxergam a inovação no meio, mediador por Thiago Gringon da Kreakatali.
Local: Oddball - Creative Coworking
Horário: 19h
Púbico Alvo: Profissionais e empreendedores de Letras e/ou publicações ou interessados

Os livros vão sumir? Mas e as revistas? Como será o mercado de publicação no futuro? 

O mercado de Letras & Publicações é um dos eixos mais antigos e tradicionais da economia criativa. Claramente, muitas coisas mudaram com tempo. No entanto, o crescimento do mercado de ebooks, audio books, livros digitais interativos, dentre outras inovações vem gerando debates polêmicos sobre os bisavôs feitos de papel e tinta. 

É nesse cenário que 3 startups de inovação no setor vão bater um papo mediado por um educador pra lá de criativo! Convidamos vocês a se envolver nesse painel e trazer também sua opinião. 

19:00 Abertura 

19:30 Painel com as startups

Ubook (Leonardo Sales)
Kidint (Bruno Sanovicz)
Árvore de Livros (João Leal)
Mediador: Thiago Gringon (Kreakatali)

20:20 Abertura para dúvidas da platéia

20:40 Desfecho e Networking entre os participantes
(Haverá cerveja a venda no local)

Esse evento faz parte da São Paulo Tech Week e foi organizado e realizado pela Oddball - Creative Coworking.

Saiba mais aqui:

São Paulo Tech Week
www.facebook.com/SaoPauloTechWeek/

LOCAL
Oddball - Creative Coworking
Rua Santa Cruz, 541 - Vila Mariana, São Paulo - SP, Brasil 
São Paulo, São Paulo 


INSCREVA-SE - https://www.eventick.com.br/livros-nao-somem-mudam 
Valor: Grátis
Organizador: Oddball - Creative Coworking