quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Google e concorrentes numa corrida frenética para digitalizar obras literárias

O Google e uma vasta coalizão anti-Google, apoiada por seus concorrentes Yahoo e Microsoft, estão numa verdadeira corrida para digitalizar e colocar on-line obras literárias de todo o mundo.

No final de agosto, o Google relançou seu projeto Google Book Search, iniciado em 2004, com o ambicioso objetivo de levar toda as obras literárias existentes ao formato digital e torná-las acessíveis na internet.

O Google alcançou acordos com a New York Public Library e grandes universidades como Harvard, Oxford, a Universidade Complutense de Madri e a Universidade da Califórnia para incluir suas coleções em sua biblioteca virtual.

Em meados de outubro, a Universidade de Wisconsin permitiu ao grupo ter acesso à sua extensa seleção de trabalhos históricos.

O Google já armazena em sua base de dados obras clássicas de domínio público, junto com livros com direito de autor, enviados com ou sem permissão dos editores.

Esse projeto de biblioteca virtual gerou protestos de editores e autores, que assinalaram que o Google não tem direito de se apropriar de seus trabalhos para distribuí-los gratuitamente na internet.

O Google também rejeitou as acusações de que favorecia as obras em inglês por ter sua sede nos Estados Unidos, e prometeu quem em breve lançaram um serviço de busca em francês.

Contrário ao projeto, especialmente editores franceses e americanos, um grupo de editores criou a Open Content Alliance (OCA, Aliança de Conteúdo Aberto), em outubro de 2005.

A OCA é uma organização sem fins lucrativos que abrange universidade, fundações e processadores de dados para criar um "fundo comum" de livros digitalizados acessíveis na internet. O acervo proposto - com base em contribuições de seus membros - consistirá de 35.000 obras, incluindo as de precursores como o Projeto Gutenberg.

"A questão é se o conhecimento do mundo será propriedade de uma companhia privada ou aberta a todos", afirmou o fundador da Open Content Alliance, Brewster Kahle, à AFP. "Todos podem ganhar dinheiro com isso", afirmou Kahle, também presidente de um site chamado Internet Archive. Inicialmente apoiado pelo Yahoo, que deve adaptar um motor de busca e dar um financiamento para converter 18.000 livros para formato digital, logo recebeu suporte da Microsoft, que prometeu contribuir com 150.000 livros digitalizados. A Microsoft também planeja lançar seu próprio motor de busca denominado Windows Live Books Search até o final do ano.

A Microsoft seguiu o exemplo do Google pedindo aos editores que dêem seus livros para serem digitalizados gratuitamente.

Em meados de outubro, a companhia assinou um acordo com a Kirtas, fabricante de escaneres de alta velocidades e capazes de digitalizar um livro médio em oito minutos.

Nem o Google nem a Microsoft revelam quantos livros já digitalizaram. "Milhares", limitou-se a afirmar o Google.

Há muito dinheiro em jogo, produtos dos possíveis lucros por publicidade vinculados às buscas de livros.

Fonte: UOL

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