terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Mapa da educação superior

Uma ampla base de dados sobre a educação superior na América Latina e no Caribe, projetada para armazenar dados de instituições de 33 países das duas regiões, acaba de ter suas primeiras diretrizes traçadas.

A condução da parte tecnológica do projeto, denominado Mapa da Educação Superior na América Latina e Caribe (Mesalc), ficará sob responsabilidade de uma instituição brasileira: a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A decisão foi tomada em reunião com a comissão internacional do projeto, que ocorreu no fim do ano passado em Caracas, na Venezuela. O primeiro encontro técnico será realizado nos dias 24 e 25 de janeiro, em Belo Horizonte. A iniciativa é coordenada pelo Instituto de Estudos Superiores da América Latina e Caribe (Iesalc), entidade vinculada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A principal função da UFMG será sediar a base de dados do Mesalc utilizando a Plataforma de Integração de Dados das Instituições Federais de Ensino Superior (PingIFEs), sistema que possibilita o diálogo entre bases distintas, criado pelo Laboratório de Computação Científica da universidade.

"A proposta é reunir informações descritivas sobre a educação superior mos países envolvidos, de modo a permitir comparações sobre a qualidade do ensino oferecido", disse Mauro Mendes Braga, pró-reitor de graduação da UFMG, à Agência FAPESP.


Plataforma para cooperação

Qualidade da pesquisa e do ensino, incluindo graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão, formação de recursos humanos, inserção social dos estudos desenvolvidos e promoção de ações culturais serão alguns dos indicadores do projeto.

"A partir da oferta desses dados em uma única plataforma aberta ao público, uma das diretrizes do Mesalc é permitir que os atores envolvidos com o ensino superior na América Latina e no Caribe trabalhem de maneira integrada, como ocorre em alguns países da Europa", explica Braga, que integra a comissão internacional do projeto.

Segundo ele, o foco não é simplesmente estabelecer um ranking entre as universidades. "A plataforma apresentará comparações de características apenas com o objetivo de incentivar novas ações de cooperação. O intercâmbio de estudantes e professores que estejam trabalhando em linhas de pesquisa semelhantes seria uma dessas ações", explica.

Apesar da participação de 33 países que compõem as duas regiões já estar definida, ainda não foi estimado o número de instituições envolvidas. O próximo passo será a definição e adesão das instituições de ensino interessadas em participar. "Trata-se de um volume enorme, pois queremos incorporar praticamente todas a universidades públicas e privadas desses países", afirma Braga.

A política de acesso aos dados, afirma o pró-reitor da graduação da UFMG, ocorrerá por meio de um portal de acesso livre pela internet. O portal será destinado a representantes dos governos na área de educação e a indivíduos da comunidade acadêmica.

O custo total do Mesalc está estimado em US$ 2 milhões, com recursos financiados pela Unesco e pelos ministérios da educação e agências de fomento dos países envolvidos.

Fonte: Agência Fapesp

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