terça-feira, 18 de setembro de 2007

Uma compra, mil cópias

Na última vez em que o prezado leitor fez uma compra online, registrou endereço, número de cartão de crédito, CPF, quiçá data de nascimento e documento de identidade. Na loja eletrônica onde foi realizada a compra, ao menos uma vez por dia é feita uma cópia desses dados, que é armazenada em discos rígidos ou em fitas e devidamente guardada. É o backup.

Nas contas de Jeff Jonas, da IBM, no fim de um ano os dados daquela única compra terão sido copiados milhares de vezes. Fitas de backup costumam ser bem guardadas. Mas, um dia, cai uma do caminhão. Quanto mais cópias são feitas de seus dados, maior a probabilidade de que um hacker – ou um acidente – faça com que eles vazem.

Não é só o backup que produz cópias. Se a loja online acaso tem um catálogo de papel, o que não é raro, ela pode decidir distribuí-lo por correio para seus principais clientes. Então é preciso produzir uma cópia parcial dos dados – nela não entram dados bancários, mas entram nome e endereço – e lá surgiu um novo banco de dados com seus dados que, diariamente, semanalmente, ganhará suas próprias cópias de segurança.

Há outros motivos para empresas copiarem parcialmente aquela entrada no banco de dados onde consta a única compra do prezado leitor. Para análise estatística, por exemplo, que indique o que mais compram todos os clientes que encomendaram o último Harry Potter. E lá está um terceiro banco de dados – e, com ele, mais uma penca de backups.

Programas de auditoria produzem cópias de bancos de dados. Se a loja online é de porte graúdo, por certo tem muitos servidores funcionando concomitantemente – e muitas cópias dos dados dos clientes para agilizar o acesso deles ao próprio histórico. Muitos servidores, muitas cópias e a ilusão de que o site é muito, muito rápido para quem vasculha a janela da loja, do outro lado do browser.

A essa altura, a idéia está clara. Ao fim de um ano, não é impossível que uma única compra numa loja virtual gere algo como um milhão de cópias distintas das mesmas informações pessoais. E, como já foi dito, quanto maior o número de cópias, maiores as possibilidades de que tudo seja feito público.

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