O gigante de pesquisas da internet Google deve anunciar nesta quinta-feira um serviço piloto que já entra no ar envolto em polêmica. De acordo com a agência de notícias AP, inicialmente, o serviço vai arquivar informações clínicas de até 10.000 pacientes da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, que concordaram em transferir seus dados para o novo banco do Google. O serviço possibilitará a esses voluntários acessar seus dados via internet – como uma espécie de caixa de e-mails, vedada a terceiros.
Todos os dados estarão protegidos por uma senha, exatamente como nos serviços de caixa postal. O banco guardará o perfil médico dos voluntários, com informações sobre histórico clínico e prescrições de remédidos.
Vantagens - Para o Google, o serviço é uma “expansão lógica” do seu negócio – que já conta com caixa postal e utilitários como processador de texto e planilhas gratuitos. Isso porque, segundo o site, atualmente informações sobre doenças e tratamentos são alvo de milhões de pesquisas de usuários no endereço. “Acreditamos que os paciente deveriam ter as condições de acessar e gerenciar com facilidade suas próprias informações clínicas”, explicou Marissa Mayer, executiva do Google responsável pelo projeto.
O anúncio do serviço, porém, deve dar munição aos críticos que apontam riscos no fato de o gigante de pesquisas possuir cada vez mais dados de usuários, como hábitos e interesses. Isso porque a empresa armazena pesquisas realizadas em suas páginas e e-mails trocados por usuários do Gmail – serviço de caixa postal do Google.
Riscos - Há ainda outro complicar na oferta do serviço, ao menos nos Estados Unidos. Se forem gerenciados por terceiros, os dados clínicos de pacientes perdem a proteção de sigilo garantida pela Lei de Responsabilidade e Portabilidade de Seguros de Saúde americana. O regulamento prevê que são "informações médicas" apenas as comunicações trocadas entre paciente e médico.
O receio de instituições como a World Privacy Forum, entidade mundial que defende o direito à privacidade, é que, a partir do momento em que transfiram suas informações clínicas para o Google, os pacientes inadvertidamente facilitarão o acesso de tais dados pelo governo ou mesmo por empresas. Isso porque esses registros já não estariam mais protegidos por lei.
Pressionado por críticas como essa, no ano passado o Google apresentou uma nova política: apagar de seus arquivos registros das pesquisas dos usuários depois de 18 meses de sua realização. Em outro episódio em que tentou mostrar seu comprometimento com a privacidade, negou-se a revelar ao Departamento de Justiça dos EUA os mesmos dados. Ganhou a batalha judicial.
Fonte: Veja
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