quarta-feira, 26 de março de 2008

Cientistas criam base de dados com os principais micróbios da boca

Das 600 espécies de bactérias identificadas na boca humana, menos de metade foi cultivada e classificada. Para colmatar a falta de conhecimento e motivar o estudo dos micróbios orais que interferem com a saúde humana, quer protegendo gengivas e dentes quer provocando doenças sistémicas, uma equipa de cientistas do The Forsyth Institute e do Kings College, em Londres, apresenta hoje uma base de dados que promete fornecer toda a informação disponível sobre cada um destes microrganismos. A ferramenta pioneira está disponível em www.homd.org

Inserida num projecto que visa elencar todos os micróbios humanos, a primeira base-de-dados dedicada à saúde oral reúne descrições dos micróbios, do seu metabolismo, da sua capacidade conhecida de provocar ou não doenças, informação sobre o DNA e proteínas, quando existe, bem como ligações para artigos e literatura científica relacionada.

A expectativa é que a base de dados continue a crescer nos próximos três anos, dizem os responsáveis. "Acreditamos que vai ser uma ferramenta muito útil, não só para a comunidade de investigação em medicina dentária mas para todos os que estudam medicina geral e doenças infecciosas", salienta Floyd Dewhirst, um dos coordenadores do projecto. "Esperamos que a informação agora disponibilizada possa servir de modelo a recolhas semelhantes para o intestino, pele e vagina".

Lançado em Dezembro de 2007, o Projecto dos Micróbios Humanos do Instituto Nacional de Saúde britânico tem por objectivo final sequenciar o ADN de todos estes microrganismos.

Das 600 espécies conhecidas de micróbios humanos orais, estima-se que cada indivíduo tenha no máximo um terço durante a vida. O trabalho científico nesta área dedica-se a descobrir as relações entre algumas destas bactérias e doenças sistémicas como a cardiovascular ou o parto precoce. De acordo com os responsáveis, compreender melhor estas interacções pode conduzir a novos métodos para monitorizar, prevenir ou até tratar algumas destas doenças.

Fonte: Ciência Hoje - Portugal

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