quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Em Frankfurt, Paulo Coelho elogia versão de livros na Internet

Distribuir versões digitais gratuitas de livros online pode estimular em vez de prejudicar as vendas de livros tradicionais, disse o escritor Paulo Coelho na abertura da Feira de Livro de Frankfurt, a maior do mundo, nesta terça-feira.

Autor de "O Alquimista" e "Onze Minutos," o brasileiro afirmou que os editores devem explorar as possibilidades que a web oferece, em vez de considerá-la uma inimiga. Coelho vem distribuindo versões digitais de seus livros gratuitamente na Internet há anos e acredita que essa estratégia reforçou as vendas de seus livros, pelo menos na Rússia.

"Eles lêem algumas páginas e pensam: meu Deus, é muito mais fácil comprar o livro do que ler nesta tela -- então, eles vão lá e compram o livro", disse Coelho em entrevista coletiva após discursar na abertura do evento.

"A web... está impondo uma nova maneira de dividir idéias e desafiando velhos modelos econômicos", acrescentou.

A venda de livros online é o avanço mais importante dos últimos 60 anos no setor dos livros, de acordo com pesquisa realizada pelos organizadores da feira mundial do livro, que começa nesta terça-feira e tem duração de uma semana.

Quarenta por cento dos 1.000 profissionais de mais de 30 países entrevistados para a pesquisa acreditam que o conteúdo eletrônico vai ultrapassar as vendas de livros tradicionais até o ano 2018 -- se bem que um terço dos entrevistados tenham previsto que isso jamais vai acontecer.
Mas o que a maioria dos editores entende por digitalização tem menos a ver com compartilhar gratuitamente que com disponibilizar conteúdo proprietário online.

Hoje todos enxergam os benefícios de lojas online como a Amazon, mas projetos como o motor de buscas de livro do Google, que permite a busca no texto integral de livros escaneados pelo Google, ainda assusta a muitos.

O Google já escaneou mais de 1 milhão de livros e mantém parcerias com editoras e bibliotecas. "Seria possível vender bem mais livros se muito mais pessoas tivessem informações sobre eles", diz o Google em seu Web site de livros (www.books.google.com). Nós podemos ajudar a fazer isso acontecer."

Alguns editores de livros temem sofrer o mesmo destino da indústria da música, que no início do século fechou a Napster, empresa que possibilitava a partilha ilegal de arquivos, mas não reagiu quando a Apple dominou o mercado da música digital.

O equivalente literário ao iPod, o e-reader, será um tema quente na Feira do Livro. As vendas de leitores eletrônicos portáteis, como o Kindle, da Amazon, e o Reader, da Sony, estão aumentando rapidamente.

A empresa de pesquisas sobre tecnologia iSuppli prevê que as vendas de e-readers vão subir de 3,5 milhões de dólares em 2007 para 291 milhões em 2012.

Muitos olhares também estão voltados à China, que em 2009 vai suceder à convidada de honra deste ano, a Turquia, e cujo mercado editorial privado -- contrastando com a indústria editorial estatal, que vem encolhendo -- vem sendo movido pela Internet.

Fonte: Reuters Brasil

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