segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Portal traz história do antissemitismo e dos sobreviventes do Holocausto



Novo arquivo virtual disponibiliza testemunhos e inventários inéditos sobre a perseguição aos judeus

"Queremos sensibilizar a opinião pública e acadêmica para a história do Brasil contemporâneo relacionada à perseguição nazista aos judeus e ao antissemitismo", diz a professora Maria Tucci Carneiro, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Universidade de São Paulo (USP). Ela coordena o projeto Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação (Leer) que tem como objetivo disponibilizar na internet o Arquivo Virtual do Holocausto e Antissemetismo (Arqshoah).

No ar desde sábado, o portal (h ttp://www.arqshoah.com.br/ ) ai tornar públicos documentos oficiais que mostram a postura do Brasil diante do Holocausto, incluindo os que foram produzidos por diplomatas durante a Segunda Guerra Mundial, além de testemunhos e inventários dos sobreviventes que vivem no Brasil. Professores interessados em trabalhar o tema em sala de aula poderão contar com vídeos das entrevistas com os sobreviventes e uma biblioteca virtual, entre outros materiais.

A vasta documentação de mais de 30 anos de pesquisas nos arquivos do Brasil e do exterior (realizada pela professora Tucci Carneiro) está à disposição do público, junto a outras informações como nomes e histórias das pessoas que ajudaram a salvar os judeus da perseguição e rotas de fuga usadas pelos refugiados. Há links para artistas e intelectuais judeus que se refugiaram no Brasil, como, por exemplo, o escritor Stefan Zweig, o pintor Lasar Segall e o jornalista e escritor Otto Maria Carpeaux, que aqui chegaram em 1939.

Parcerias

Vale destacar a atuação de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, funcionária do escritório de passaportes em Hamburgo entre 1936 e 1942, mais tarde esposa de Guimarães Rosa. Contrariando as ordens do Itamaraty, Aracy ajudou a salvar judeus alemães ao conseguir vistos para o Brasil. Constituem outra fonte de pesquisas as referências do inventário dos sobreviventes, com dados pessoais, documentos tipo passaportes, fotografias, passagens de navio, bibliografia sobre o tema, e espaço reservado para documentação e estudos sobre ciganos, homossexuais e Testemunhas de Jeová, minorias também excluídas pelos nazistas.

Maria Luiza considera importantes a abertura dos arquivos ditos "secretos" e "confidenciais" e a divulgação de documentos até então desconhecidos. Segundo ela, um dos objetivos é trazer ao público parte desses "documentos encontrados em alguns arquivos, mas até então inéditos".

O Arquivo Virtual do Holocausto e Antissemitismo tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), das Pró-Reitorias de Cultura e Extensão Universitária e de Pesquisa da USP, da B'Nai B'rith, do Leer e da Cyrella Brazil. Do projeto faz parte, ainda, o segmento "Adote um Bolsista", direcionado para a capacitação de recursos junto a empresas e fundações interessadas em participar da iniciativa.

Fonte: Portal do Governo/SP - Agência Imprensa Oficial
Imagem: Internet

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