quarta-feira, 9 de junho de 2010

Buscador da Microsoft faz 1 ano: e agora?

Poucos dias após seu primeiro aniversário, analisamos a trajetória e o futuro do buscador Bing.

A estréia do Bing, em maio de 2009, pode ser interpretada como esforço da Microsoft em oferecer uma alternativa ao todo poderoso, onisciente e onipresente Google. Agora, ao completar um ano, é justo perguntar ao novato: Aonde você vai? Por onde andou?

Vamos dar uma olhada no que se passou desde o nascimento do Bing.

Interface e estrutura de SERP

Ao invés de adotar uma interface que remete ao cabeçalho de uma página A4 de uma fabricante de cigarros, vazia e inexpressiva, a equipe da Microsoft se esmerou no desnvolvimento de uma página enriquecida com gráficos em alta resolução – algo agradável aos olhos. O Bing também parece enfatizar a divisão do conteúdo em categorias como saúde, mapas, imagens etc (o buscador em inglês, pelo menos, é assim). Munido de um algoritmo fornecido pela Powerset, a SERP (página com os resultados de busca – traduzido do inglês) exibida pelo Bing demonstra não concentrar seus esforços em apresentar atalhos para páginas com ocorrência de palavras-chave, dando preferência a uma interpretação que se aproxima de uma busca semântica.

O Bing quer ir fundo

O diretor do Live Search da Microsoft, Stefan Weitz, chamou o Bing de “mecanismo com personalidade”, capaz de tomar decisões. Stefan acredita que o Google relegou a precisão de seus resultados às múltiplas tentativas do usuário em definir o melhor termo para as buscas. Já o buscador da Microsoft quer ser conhecido como “O” cara, mecanismo capaz de ler o que o internauta procura e acertar na mosca; assim, na base do “clicou, achou”. Em uma busca pelo termo “lula” tanto no diretório de imagens do Google como no do Bing, os resultados apresentados foram bem diferentes. Apesar de o presidente predominar nos dois mecanismos, o Bing teve a sensatez de mostrar em segundo lugar uma tartaruga, imagens de polvos e de personagens de jogos digitais. Acredito ser de domínio público que nenhum mecanismo de busca consegue identificar com exatidão o conteúdo de imagens, ficando na mão de tags e de conteúdo relacionado no site que hospeda o gráfico na hora de interpretar a relevância dos arquivos gráficos.

Em campanha

A Microsoft supostamente investiu 100 milhões de dólares em ações parecidas com uma blitz virtual. Também brotaram denúncias de que a empresa tentou conquistar usuários oferecendo-lhes dinheiro para usarem o site e clicar em links patrocinados. O programa batizado de Cashback foi desvendado, e a MS justificou o encerramento da ação afirmando que a “experiência não trouxe os resultados esperados”. A morte do Cashback foi marcada para 30 de julho de 2010.

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E como anda a participação do Bing na arena dos buscadores? Bem, isso vai depender da fonte consultada. As respostas vão variar de “sucesso total” a “fracasso absoluto”. A empresa de pesquisas na internet Hitwise posiciona o buscador da Microsoft em 3º lugar, com uma participação de 9%. Por outro lado, o Google abocanhou mais de 70% do volume de buscas. De qualquer maneira faz sentido ficar de olhos bem abertos para a parte do latifúndio que cabe ao Bing. A integração do buscador Yahoo! ao seu repertório pode render à Microsoft um segundo lugar em questão de pouco tempo, triplicando o volume de buscas registrado até então.

De mãos dadas com a Apple

O relacionamento entre o Bing e a Apple vai de bem a melhor. A Microsoft vem colhendo os frutos que despencam em meio à tormenta oriunda da disputa entre o Google e a Apple. Nesse contexto, o aplicativo Bing para iPhone pode ser considerado um acerto. Apesar de não virar o buscador padrão do iPhone, o mecanismo de escrtutínio virtual pode ser uma opção para o browser Safari, e isso, definitivamente, aumenta as chances de o mecanismo da MS avançar na participação do volume de buscas na web.

Incertezas

O futuro do Bing é incerto. Desde sua chegada testemunhamos todos os elementos que transformam a vida do buscador em um filme tragicômico meio romance-aventura. A hegemonia estabelecida pelo Google, porém, será difícil de alcançar. Enquanto crianças de cinco anos sabem que Google é internet, quando perguntados sobre o significado de Bing, respondem de tudo: desde “é um biscoito” até “ é uma boneca”.

Brennon Slattery, no IDGNow
Imagem: Internet

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