terça-feira, 6 de julho de 2010

"Google equivale à chegada da TV"


O Google revolucionou o modo como vemos a internet. A companhia, que começou como um simples buscador, mudou toda a vida online com uma estratégia agressiva de comprar empresas e integrar serviços. E o Google cresce cada vez mais. Não basta estar no dia a dia das pessoas; a empresa quer prever o que faremos e continuar sempre à frente.

O entusiasmo é tanto que fez o diretor-executivo do gigante de buscas declarar, em entrevista ao The Guardian, que o surgimento da companhia foi um marco na história moderna. "Ela é a
grande novidade - é equivalente à chegada da televisão", afirma.

Para Eric Schmidt, muitas mudanças ocorreram – e ocorrem – por causa do Google, tal como a democratização da informação. "Apenas durante o meu tempo de vida, nós vamos passar de uma situação em que um pequeno número de pessoas tem acesso a todas as informações do mundo para outra em que virtualmente todos os indivíduos em todo o mundo terão acesso a elas", declarou. "E isso por causa das buscas na internet, dos telefones baratos e da tradução simultânea. É uma realização impressionante - e o Google é parte dela."

A era da mobilidade
Mas o Google, que já atua em diversos campos como compras, música e vídeos - além, claro, das redes sociais – não pretende ver a atual era tecnológica se transformar em mobile sem participar da mudança. A empresa é dona do Android, sistema operacional para smartphones que concorre diretamente com os gigantes do setor. O Google investe em mobilidade há menos de dois anos, mas já bate de frente com Symbian (da Nokia), Research in Motion (Blackberry) e Apple, além de se manter à frente da principal concorrente no meio tecnológico, a Microsoft. Segundo a empresa de análise Gartner, o SO do Google ocupava a quarta posição em popularidade no primeiro trimestre deste ano.

"Acredito que o melhor da engenharia agora está sendo aplicado nos celulares - os maiores problemas e as soluções mais inteligentes", diz Schmidt, que descreve o porquê da crença em mobilidade: "quando as pessoas se levantam já estão online e isso tem muitas implicações para a sociedade e para o Google". Segundo ele, a empresa só faz tanto sucesso no mobile por conseguir manipular mais dados do que as concorrentes.

A censura
Mas a estratégia do Google também lhe causa dor de cabeça. No começo de 2010, por exemplo, a companhia se viu obrigada a transferir suas operações da China para Hong Kong para contornar a censura. Na época, a empresa, que era muito criticada por atuar na China, passou rapidamente a ser acolhida pela indústria quando deixou o país.

"O Google não faz necessariamente as coisas que outras companhias fazem. Temos nossos próprios princípios, que elaboramos com empenho. No caso da China, a decisão não foi tomada por causa de receitas - tinha a ver mais com o que estávamos dispostos a negociar. Desejamos ser bons cidadãos globais e acreditamos firmemente na abertura da informação", diz Schmidt.
Outro ganho considerável da empresa foi conseguir com que governos abrissem seus arquivos ao público, como no caso da Grã-Bretanha. Pressionado, o Departamento dos Transportes de Londres resolveu abrir seus dados sobre viagens para fins comerciais, medida que fez o próprio governo a indicar uma possível política de "direito de dados" mais ampla.

"Não é mais aceitável num mundo online que pesquisadores do governo publiquem documentos que são lidos por apenas 500 pessoas na forma impressa", diz Schmidt, que completa: "eles têm que estar, primeiro, na internet. Quando isso ocorrer, muita coisa interessante pode ser feita para correlacionar a informação em tempo real, se isso for necessário, ou colocá-la num mapa. Fundamentalmente, serviços públicos servem para se saber onde as pessoas estão e o que está acontecendo na minha cidade ou na minha escola."

Redação Adnews

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