quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pesquisador francês propõe a criação de um novo sistema de buscas

O professor Luc Quoniam, da Université du Sud Toulon-Var, na França, propõe a criação de um Google de segunda geração: um sistema de buscas on-line que permita resultados que combinem diversos tipos de informação e que depois cruzem esses dados, gerando uma informação mais inteligente. Quoniam fez palestra no auditório da Faculdade de Ciências da Informação da UnB nesta terça-feira, 3 de agosto.

“Atualmente se você procurar na internet uma empresa que venda pão, queijo e vinho, os sistemas de busca não te oferecem uma lista com lojas que trabalham com os três itens, mas sim todas aquelas que vendem cada um dos produtos”, explica o professor. A ideia de Quoniam é criar um modelo de busca em que o internauta possa ter resultados de busca mais detalhados. “O usuário vai poder localizar empresas que vendam os três itens”.

Segundo Quoniam, um sistema como esse seria muito útil para pesquisadores que buscam criar novos produtos e técnicas. “Para a invenção de um novo cartão de crédito, por exemplo, bastaria que todos os atributos desejados para a nova tecnologia sejam conhecidos”, diz.

Um aluno do professor seguiu nessa linha e criou o Knowledge Database Discovery (KDD), que permitiu a criação de seis patentes de remédios em menos de três anos. O sistema foi uma criação de Jean Dominique Pierret, aluno de doutorado. O KDD permite que se façam pesquisas com base em sintomas de doenças. O resultado ajuda a descobrir as melhores substâncias para o seu tratamento.

“Partindo de três sintomas, por exemplo, é possível chegar aos compostos que agem sobre os três ao mesmo tempo. Para isso são criadas três listas, uma para cada sintoma”, explica Quoniam. A partir das listas é possível determinar os compostos que tem mais probabilidade de se transformarem em um medicamento comercializável.

O professor destaca que o conceito utilizado no KDD pode ser aplicado à outras áreas. Mas, Quoniam afirma que não existe interesse comercial dos grandes buscadores em adotar o sistema, já que eles não veem público para essa aplicação.

Segundo o pesquisador, o inesperado faz parte da maioria das inovações da humanidade. Para ele é importante estar atento a resultados que, à primeira vista, pareceriam acidentes.

UnB Agência
via Planeta Universitário

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