sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Gravadora lança portal gratuito de música e clipes


Márcia Abos - O Globo

Com um portfólio de 3.500 artistas, incluindo U2, Amy Winehouse, Lady Gaga, Black Eyed Peas, Rolling Stones, Justin Bieber, Diana Krall, Mariah Carey, Caetano Veloso e Ivete Sangalo, a Universal Music tem um acervo de mais de 5 milhões de músicas, 300 mil delas brasileiras. Desde terça-feira todo este conteúdo pode ser ouvido e visto, na forma de clipes, no portal Power Music Club . O acesso gratuito e ilimitado ao conteúdo da gravadora só é permitido aos 1 milhão de assinantes da banda larga oferecida pela operadora GVT, com forte atuação nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil. Trata-se de uma parceria entre empresas irmãs: tanto Universal quanto GVT são controladas pelo grupo de mídia francês Vivendi. A expectativa é que a união possa ajudar tanto a vender banda larga, quanto a vender mais música.

- Antigamente o mercado era muito mais simples. Hoje você encontra garotos de 15 anos que nunca compraram um CD na vida - diz José Éboli, presidente da Universal Music Group no Brasil, em busca de novos modelos para viabilizar seu negócio.

.Há dois anos o mercado da música no Brasil mantém-se estagnado com um faturamento de R$ 360 milhões ao ano. Para se ter uma ideia, a indústria fonográfica chegou a faturar R$ 1,3 bilhão ao ano em seus tempos áureos, no final da década de 1990. Éboli prevê que as cifras não voltarão ao pico, mas mesmo com a revolução digital e a pirataria - que vai sempre existir - ainda é possível ganhar dinheiro com música.

- Temos que oferecer formas legais e baratas para o consumidor, senão fica difícil combater a pirataria. Cada vez mais, o consumidor prefere o single ao álbum. A única maneira da indústria sobreviver é entender que não vamos mais viver do produto físico. As regras mudaram e é hora de privilegiar o conteúdo digital e os shows. A gravadora com aquele modelo quadrado de antigamente deixou de existir há muito tempo - avalia Éboli.

Atualmente, um terço do faturamento da Universal no Brasil vem da mídia digital. Tudo indica que a venda física de música segue em uma curva descendente. Para Éboli, a tendência é que o equilíbrio seja atingido quando o faturamento da gravadora for dividido em partes iguais entre vendas físicas e digitais.

- Estamos apenas começando a atuar no mercado mais promissor do mundo para a indústria da música - completa o presidente da Universal, informando que a compra de música pela internet quintuplicou nos últimos três anos no Brasil, a despeito da percepção ainda vigente de que o que está na rede é de graça.

Parcerias como a da GVT e da Universal são comuns na França. No futuro, o Power Music Club deve evoluir de um canal exclusivamente de streaming - onde é possível acessar o conteúdo, mas não baixá-lo - para um ponto de venda online. Também há a possibilidade do clube passar a aceitar membros que não sejam assinantes da banda larga da empresa paranaense, mediante pagamento mensal. A GVT deve começar a vender pacotes de internet, telefonia fixa e TV por assinatura no Rio de Janeiro a partir do início de 2011 e em São Paulo, na metade do ano que vem. O portal pode ser acessado por celulares e smartphones com sistema operacional Adroid. Por ter sido construído em Flash Player, não é possível acessá-lo em iPhone, iPad ou iPod.

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