segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Alemão cria rede social para cientistas


Depois de estudar medicina em Hannover, na Alemanha, e fazer pós-graduação em Harvard, EUA, onde trabalhou como pesquisador até quatro meses atrás, o alemão Ijad Madisch abandonou a carreira. Decidiu cuidar exclusivamente da rede social que criou, a Researchgate, que já foi apelidada de “o Facebook dos cientistas”. Em poucos meses de funcionamento, a empresa ganhou a adesão de 700 mil pessoas do mundo.

A cada dia, a Researchgate recebe mais dois mil participantes, num ritmo fulminante que faz Madisch, de apenas 30 anos, sonhar com um crescimento parecido com o Facebook, dentro dos limites de sua clientela — toda com alta formação acadêmica.

— Ainda não estamos milionários, mas a rede já rende o bastante para financiar o trabalho com lucros.

A maioria dos 700 mil integrantes da rede é de médicos, biólogos, químicos e físicos de Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha. Do Brasil, fazem parte 25 mil cientistas, principalmente de São Paulo, Rio, Campinas, Curitiba e Porto Alegre. Madisch vê apenas como uma questão de tempo a participação de cientistas de todas as cidades brasileiras e do mundo que fazem trabalho de pesquisa, até porque o acompanhamento da rede é também um fator de economia de recursos para os estudos.

A Researchgate não quer concorrer com as grandes revistas científicas, mas completá-las. Uma grande parte dos recursos gastos na pesquisa cobre as experiências malsucedidas, que por isso não chegam a ser publicadas. Mas os pesquisadores podem, com uma rede de comunicação on-line, receber dos colegas do mundo inteiro informações sobre os seus trabalhos, inclusive os que não deram certo — e dessa maneira partem para algo novo, em vez de repetir o que já foi testado em outro canto sem sucesso.

— Com o Researchgate, a internet voltou ao seu lugar de origem, pois surgiu como um meio de comunicação entre universidades e centros de pesquisas — diz.

Embora se trate de uma rede para cientistas, qualquer um pode ter acesso ao site, que é gratuito. Ao longo do tempo, porém, o registrado vai sendo submetido a um filtro, que revela se ele é mesmo cientista ou está apenas de brincadeira na rede.

Fonte: Diário do Pará/Agência O Globo

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