quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Europeana, o museu digital europeu, enfrenta o Google Books

Comissão Europeia convidou países membros a contribuírem com o projeto e disse que competição com a Google é benéfica.

A Comissão Europeia está disposta a enfrentar o Google Books. Em anúncio referente aos próximos passos do Projeto Europeana, ela convida todos os países membros a digitalizarem suas coleções, estando elas nos arquivos governamentais, bibliotecas ou museus.

O Europeana é a biblioteca digital da Europa, que oferece acesso gratuito a mais de 15 milhões de livros, mapas, jornais, pinturas, fotografias e artefatos. Pelo número, pelo menos, ela está em pé de igualdade com o Google Books, que já dispõe de cerca de 15 milhões de títulos. A principal preocupação do Europeana, no entanto, é com “obras órfãs”, materiais cujos potenciais proprietários são desconhecidos ou livros que não são mais impressos.

O informativo também diz que, embora a digitalização e exploração de obras fora de catálogo seja essencialmente o papel dos detentores dos direitos autorias, instituições culturais devem ter a opção de torná-las disponíveis ao público, sem que, no entanto, a devida remuneração seja repassada aos legítimos donos.

Competição
No ano passado, a Comissão pediu garantias à Google de que ela não infringiria propriedade intelectual com seu projeto. A gigante tentou acalmar as editoras, alegando que só exibiria títulos, mesmo que fora do catálogo, com a devida autorização. Também disse que se certificaria sobre a indisponibilidade da obras antes de liberar seu acesso. Atualmente, no entanto, a Google tem seu foco voltado a textos de domínio público, ou seja, que foram publicados até 1870.

Segundo Neelie Kroes, responsável pela agenda digital da Comissão Europeia, a competição com a companhia de Mountain View é bem vinda, já que estimula o aprimoramento do produto. Ela, porém, não deixou de acrescentar que os fundos reservados à Europeana precisam ser muitos maiores.

“Não estou certo de que o Google Books está fazendo o mesmo que nós. Queremos dar total acesso à maior audiência possível, a partir de uma plataforma livre; o Europeana não se encaixa em um modelo corporativo, que visa o lucro. Dito isto, acreditamos que há oportunidades para que novos jogadores enfrentem a Google”, comentou Maurice Lévy, um dos autores do comunicado.

Aberto X Fechado
Sobre parcerias público-privadas, a Comissão sugere um período de sete anos para qualquer acordo de preferência ou exclusividade do material digitalizado. O Google Books, por outro lado, fala em 15 anos.

Com a contribuição de todos os países membros, o Europeana terá que acordar um padrão para os arquivos - até agora, não houve um consenso sobre o assunto. A briga está entre os formatos abertos e proprietários.

“A padronização, com uma documentação bem detalhada, é mais facilmente obtida se não for feita com o uso formatos proprietários, no entanto, nem sempre os formatos abertos são interessantes para companhias de softwares”.

Da coleção do museu digital, 64% é formada por ilustrações – fotografia, mapas e pinturas – enquanto que 34% vem de textos – incluindo mais de 1,2 milhão de livros disponíveis para download e manuscritos datados de antes do século XVI.

Jennifer Baker

Fonte: IDG Now

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