terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Bibliotecário frente às novas tecnologias


por Almir Souza da Silva*

Sabe-se que a biblioteconomia é uma das profissões mais antigas que se tem conhecimento, acredita-se que tenha sido estabelecida pelas práticas dos monges que detinham, guardavam e controlavam o acesso as informações. Durante muitos anos criou-se uma imagem de bibliotecário antiquado, aquele que falava baixo, sempre pedia silêncio, e que passava o dia inteiro sentando lendo livros e mais livros numa biblioteca mal iluminada e com cheiro de mofo. Talvez essa imagem tenha sido criada pelo próprio sentido da profissão, que durante muito tempo se deteve a um espaço físico no qual existiam e ainda existem coleções enormes, acervos diversos de materiais físicos, onde toda a responsabilidade de organização, catalogação e demais processos técnicos faziam do bibliotecário um profissional pouco comunicativo e mais centrado em suas atribuições.

Porém com o advento da internet, o fluxo das informações, produções cientificas e literárias começam a dar um novo rumo a uma profissão que outrora passara anos sem muitas revoluções, se é que assim pode ser chamada, em seu âmbito profissional, hoje qualquer pessoa que tenha um dispositivo móvel ou não com acesso a internet consegue se comunicar, pesquisar em qualquer parte do mundo, independentemente do idioma que o site esteja, isto porque já existem diversas ferramentas de traduções simultâneas para o idioma escolhido pelo usuário, os produtos e serviços disponíveis na rede são enormes, dentre eles, bibliotecas digitais, enciclopédias virtuais, portais de noticias, museus virtuais, base de dados e uma imensidão de plataformas informacionais que estão ao alcance dos usuários. Todavia diante de tantas opções e a falta de uma semântica para extrair deste quase infinito mundo de informações, algo que seja pertinente, se faz necessário um profissional especializado para a mediação da informação.

Infelizmente ainda existem bibliotecários avessos a essa nova realidade, muitos não concordam com o conceito de que a tecnologia pode auxiliar em todos os processos tradicionais de uma biblioteca, outros já acreditam que as novas mudanças tende a estabelecer e fortificar o trabalho e a imagem do bibliotecário. Acredito na segunda hipótese, pois entendo que a partir do momento que o profissional utilizar das ferramentas tecnológicas para o processo técnico de uma biblioteca, cito como exemplo a utilização da CDU online disponibilizada pela UDC Consortium na qual facilita muito o trabalho do profissional, e é bem simples de ser consultada, a OCLC Dewey Cutter Program, programa este que define a notação de autor, entre outros recursos e ferramentas disponíveis para o auxilio, o profissional bibliotecário terá mais tempo para dedicar-se ao estudo e adequar-se usuário de forma mais singular.

Não obstante, acredito muito na força das redes sociais como veiculo de comunicação e marketing entre bibliotecário, unidades de informações e usuário, hoje existem vários sites de relacionamento, e um dos mais populares no mundo o Facebook, no qual chegou recentemente a 500 milhões de usuários no mundo, possibilita ao bibliotecário se aproximar, divulgar e ofertar os serviços por ele prestado, é uma excelente forma de ver e ser visto pelos usuários potenciais que não foram educados a procurar um bibliotecário que o auxilie em suas pesquisas e lhe mostre novos caminhos a seguir. Por fim, acredito que o mundo esta se tornando cada vez mais tecnológico, do ponto de vista cultural, e esta é uma tendência irreversível, cada vez mais a tecnologia ocupará um espaço maior no nosso cotidiano, novas ferramentas, plataformas serão criadas, e cabe ao bibliotecário acompanhar e se atualizar a todas estás mudanças para se consolidar no mercado de trabalho e ser valorizado pelas suas competências deixando para o passado aquela imagem citada no começo deste texto.

* Almir Souza da Silva, é colaborador do Pesquisa Mundi, bibliotecário universitário e pós-graduando em Planejamento e Gerenciamento de Sistemas de Informação
Imagem: Internet

4 comentários:

  1. Novas tecnologias? Espera aí. Estas tecnologias (pelo menos as referidas no texto) estão difundidas deste, no mínimo, o ano 2000. Redes e mídias sociais deste, pelo menos, 2004. O profissional que não se adaptou a isso, ou melhor, que não vê isso como inerente à profissão pode ser considerado como medíocre. A universidade deve ensinar o conceitual. A prática é problema da criatura em aprender. Estão aí os estágios para provar isso. Ou se quiser aprender prática, faz um curso técnico que é melhor.
    Abraços.

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  2. Olá André Lima, talvez tu não tenha entendido a abordagem fundamentada de forma simplista que o texto apresentou, em nenhum momento houve a pretensão de apresentar novas tecnologias, e sim discorrer sobre o comportamento referente a elas. De qualquer modo, obrigado pelo comentário!

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  3. 1) Almir, um bom texto.

    2) André, Cdu e Cutter online não são novas tecnologias?
    Sinto muito, mas são a excessão, e não a regra, os bibliotecários antenados às "novas" tecnologias! (Mediocridade geral??) Na questão de "Redes sociais", a plataforma não é novidade, mas "novas" redes sociais são criadas diariamente....

    Sucesso a ambos!

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  4. André Lima, obrigado pelo comentário! Aguardamos um artigo seu como contraponto.

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