segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Acervos digitais eternizam história do Brasil e do mundo

Os acervos digitais significam muito mais do que transferir para o computador informações que estão guardadas em livros, CDs e manuscritos. Na verdade é um processo de valorização da memória de um povo, de uma nação, de um artista e da gente mesmo.

Se a maneira mais fiel de contar uma história é por meio da coleta de documentos que ilustrem ou comprovem os fatos, um acervo digital seja de uma revista, de um jornal, de um município, de um órgão público ou de qualquer instituição enfim, pode ser considerado o melhor instrumento para revelar tudo o que marca a história de um povo ou lugar. São fotos, gráficos, registros que serão guardados para sempre. Um legado que será passado de geração em geração.

As instuições públicas aqui no Brasil já realizam a digitalização de acervos há algum tempo, porém no começo servia apenas para preservação de documentos. Atualmente seu principal objetivo é a circulação de conteúdo. O Ministério da Cultura foi um dos pioneiros nesse sentido. Hoje muitos arquivos já nascem digitais, sem ter que passar por um processo de digitalização. A memória do Brasil ainda tem sido pouco valorizada, mas alguns movimentos já buscam resgatá-la e se mostram como uma grande oportunidade tanto para guardar, quanto tornar acessível essa memória.

Este ano aconteceram dois encontros fundamentais, o Fórum de Cultura Digital Brasileiro e o Simpósio Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais. Partindo do princípio de que o cidadão tem direito à cultura, informação e conhecimento, entendeu-se que é dever de todas as instituições responsáveis pela produção ou arquivamento de conteúdos culturais brasileiros permitirem o acesso da população a esses conteúdos, considerando ainda que o processo de digitalização é a melhor forma de assegurar sua preservação. A ideia é criar um Plano Nacional de Digitalização e Acesso à Cultura e Conhecimento, que através de um comitê definirá processos e modelos a serem utilizados.

Para transformar as velhas páginas de um documento, seja ele qual for, em arquivos digitais, muitos especialistas estão envolvidos, desde produtores culturais até engenheiros e desenvolvedores de sistema/suporte. Esses profissionais desenvolvem uma tecnologia específica, que vai permitir excelente resolução da imagem, sem falar das possibilidades de interação que estão reinventando a experiência de leitura desses conteúdos históricos.

Nesse contexto, algumas revistas e jornais de grande importância também já disponibilizaram seus acervos digitais, como a Veja e a Folha de S. Paulo. Ambos foram desenvolvidos pela Digital Pages, líder brasileira em publicações digitais multiplataformas, porém vale destacar o projeto da Folha que disponibiliza a história de 90 anos do jornal. Com tempo record na execução, dez meses, contou com 50 profissionais que digitalizaram um acervo de mais de 1,5 milhões de páginas, exemplar por exemplar. O bacana é que alguns fatos que foram ignorados ou que caíram no esquecimento agora também estão mais acessíveis aos pesquisadores após a implementação desse projeto. É importante relembrar fatos que se perderam e que só estão registrados no meio jornal, que tem como compromisso escrever hoje a história de amanhã. Não se pode ignorar tal fonte de pesquisa. Com isso, a memória do Estado ganha um valor inestimável com a iniciativa.

Além dos jornal, de organizações privadas e estatais que também preparam-se para aderir ao que parece ser uma tendência, os principais museus do mundo inteiro também têm seu acervo disponibilizado via internet. Sem sair de casa e sem qualquer custo, os internautas podem visualizar as principais obras em alta resolução, e ainda ouvir os comentários sobre o artista e a técnica utilizada. O acervo dos museus, disponível pela internet, dissemina a cultura e possibilita que um número maior de pessoas tenham acesso as obras.

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Fonte: Alice Schmitt - Segs

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