segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Plágio pode?

No último dia 20, demos uma matéria sobre um biólogo que, mesmo um artigo e um livro internacional cassados por plágio, é professor de uma universidade federal e recorrentemente é convidado para dar cursos na sua área de atuação –- na qual é considerado referência (leia aqui).

A questão central dessa discussão é: o que deve acontecer com um cientista que comprovadamente copiou um trabalho, manipulou dados, roubou a ideia de um colega ou assinou um trabalho do qual não participou efetivamente?

Não existem regras claras para punição de fraude científica no Brasil. Isso significa que cada caso de má conduta é analisado individualmente pela instituição onde a fraude ocorreu (se for analisado). E pode nem haver uma "punição" propriamente dita.
Se o cientista for convidado a se retirar da universidade ou instituto de pesquisa ele ainda pode ingressar em outra instituição, como é o caso do biólogo que aparece na reportagem mencionada.

Isso acontece porque nada impede que um cientista com histórico de fraude continue atuando no Brasil. Pior: os casos de má conduta tendem a ser “abafados” pelas instituições.

E esse mesmo pesquisador-fraudador concorrerá, em novos concursos públicos, com cientistas que provavelmente terão menos publicações científicas porque trabalharam corretamente. É uma competição desigual e desonesta.

O governo tem estudado a criação de uma comissão nacional para lidar com fraudes científicas. Esse seria um primeiro passo para discutirmos abertamente esse assunto que ainda é um tabu nos corredores acadêmicos, já que parece quebrar o "mito do cientista perfeito".


Fonte: Blog de Ciência - Folha

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