sábado, 8 de outubro de 2011

Herança árabe e judaica na Península Ibérica online

Vários documentos desde o século XIII ao XX de bibliotecas espanholas foram digitalizados

Até agora encontram-se online 148 documentos

O CSIC – Conselho Superior de Investigações científicas espanhol está recuperando o legado cultural que árabes e judeus deixaram na Península Ibérica. O instituto digitalizou vários documentos datados entre o século XIII e XX, escritos em hebreu, árabe, persa e em aljamiada (escrita em caracteres árabes de línguas latinas do Al-Andaluz tardio). O objetivo é facilitar a consulta e o estudo.

No site Manuscript@CSIC  encontram-se 148 documentos procedentes de duas bibliotecas: a da escola de Estudos Árabes de Granada e a Tomás Navarro Tomás, do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS).

O principal objetivo deste projeto, que tem como responsável a investigadora Maria Teresa Ortega‐Monasterio, do CCHS, é proporcionar maior facilidade aos investigadores de todo o mundo interessados em traduzir e estudar os manuscritos. Os assuntos que focam são diversificados. Podem encontrar-se textos religiosos, contratos matrimoniais e documentos agrícolas.

Um dos mais importantes é mesmo um tratado de agricultura com ilustrações, datado de 1348 (Almería). Este é não só o único tratado deste género que se conhece do Al-Andaluz como é a única cópia, de três existentes, que tem notas à margem.

A maior parte dos manuscritos, tanto em pergaminho como um papel, tiveram de ser restaurados. Muitos estão ainda nesse processo para mais tarde serem também digitalizados.
Quase todos eles estão decorados com tintas douradas e várias cores, sobretudo os diferentes Alcorão, onde se podem ver motivos florais ou geométricos em cada um dos capítulos. A maioria dos textos árabes data do século XIII, mesmo antes de os árabes terem perdido o seu poder devido avanço cristão. Os textos em hebreu são dos séculos XVIII e XIX, a maior parte deles contratos de casamento.

Na página online os textos estão catalogados e subdivididos por idioma e pela sua biblioteca de origem.

Fonte: Ciência Hoje
dica do André Magister

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