Ray Bradbury enfim decide lançar ‘Fahrenheit 451’ em e-book

Clássico da ficção científica, de 1953, antecipou a era dos livros digitais

Aos 91 anos, Ray Bradbury se reconciliou com o futuro que ajudou a prever. O escritor de fantasia e ficção científica, por anos inimigo dos livros eletrônicos (os e-books), finalmente permitiu que seu clássico "Fahrenheit 451" seja publicado em formato digital, o que foi feito nesta terça-feira pela editora nova-iorquina Simon and Shuster.


Lançado inicialmente em 1953, "Fahrenheit 451" vendeu mais de 10 milhões de exemplares e foi traduzido em 33 idiomas. O livro apresenta um mundo em que o apetite por novos e mais rápidos meios de comunicação leva a um declínio da leitura, e os livros terminam por ser proibidos e queimados. "Fahrenheit 451" é uma referência à temperatura em que o papel queima. Em 1966, a história foi transformada em filme por François Truffaut. Atualmente, o diretor Frank Darabont produz uma nova versão para o cinema.


Bradbury tem sido um defensor enfáticos dos textos tradicionais de papel, dizendo que os e-books "cheiram a combustível queimado" e qualificando a internet como nada mais que "uma grande distração".


Em um comunicado emitido nesta terça-feira, o editor da Simon and Shuster Jonathan Karp disse que o novo e-book era uma "rara e maravilhosa oportunidade de continuar nossa relação com este querido e canônico autor e de levar seu trabalho a uma nova geração de leitores e em novos formatos".


Simon and Shuster também anunciou que uma nova edição "rústica" de "Fahrenheit 451" será posta à venda em janeiro; em março, será a vez de outros dois clássicos de Bradbury, "Crônicas marcianas" e "Uma sombra passou por aqui".


Enquanto as vendas gerais do mercado eletrônico cresceram cerca de 20%, uma onda de autores que se negavam a publicar neste formato começam a mudar de opinião. Entre eles, a criadora de "Hary Potter", J.K.Rowling.


Fonte: O Globo