quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Bibliotecas portuguesas ganham plataforma para emprestar ebooks


Há cerca de 42 bibliotecas públicas portuguesas em testes finais para implementação de uma plataforma que irá permitir aos leitores descarregarem aos acervos de ebooks em qualquer dispositivo com ligação à Internet. Deste grupo, "10 ou 11 bibliotecas acadêmicas" deverão passar a contar com a possibilidade até ao final do ano.


Atualmente, a plataforma já está sendo usada pela Faculdade de Economia do Porto e pelos Institutos Politécnico de Leiria e de Bragança e, ainda antes do Natal, poderá ganhar espaço no site da Biblioteca Nacional, que também já assinou o protocolo para utilização do sistema, avançou o CEO da empresa que assina o projeto.


A solução foi desenvolvida pela Marka, uma empresa portuguesa que se dedica à distribuição de produtos informativos, incluindo ebooks (de livros técnicos). A nova plataforma resulta de um trabalho de 4 anos, no qual participaram cerca de 14 engenheiros (em Portugal e nos EUA), num investimento que ronda os 900 mil euros.


O sistema assenta no recurso a mecanismos de proteção à cópia (DRM) aplicados aos ebooks (numa parceria com a Universidade de Aveiro), para assegurar que o acesso a estes apenas é feito na medida em que seja permitido pela instituição (ou editor) que detém os direitos sobre os livros, e numa plataforma tecnológica que "guarda" estes ebooks online e permite o acesso aos mesmos pelos utilizadores (autenticados) das bibliotecas, explicou Manuel Gonçalves Neves, em entrevista ao TeK.


Segundo o responsável, aquilo que pode parecer simples, como a ideia de colocar os ebooks de uma biblioteca pública (acadêmica, municipal, etc) ao alcance dos seus leitores através da Internet, sem necessidade de se deslocarem ao edifício para lê-los, era até à data muito difícil, devido a fatores como a resistência dos editores, que receavam ver as obras distribuídas sem autorização.


Até agora, "para acederem a um livro em formato digital, as pessoas faziam fila para usar o computador da biblioteca" onde este se encontrasse disponível, ilustra o fundador e diretor executivo da Marka, que também fornece a plataforma, mediante pagamento, a instituições e empresas fora do país.


São os contratos com empresas e bibliotecas privadas que permitem rentabilizar a solução. Em território nacional, será oferecida a bibliotecas públicas, como as presentes em universidades e municípios.


A outra parte do negócio é sustentada pela venda de ebooks através do site MyEbooks, onde é possível adquirir os livros digitais (técnicos e científicos) em formatos ePub e ePDF e, portanto, compatíveis com todos os leitores que suportem os formatos. Utilizadores de Windows e PC podem recorrer, por exemplo, ao software Adobe Digital Editions ou Bluefire Reader, disponíveis para download gratuito.


Embora os livros de editores portugueses sejam distribuídos pela empresa e colocados na sua loja online de forma gratuita, esta recebe ainda uma comissão sobre os títulos vendidos, o que constitui outra fonte de rendimento.


Note-se que a loja da empresa é independente do "armazém" de ebooks destinado aos livros que pertencem às bibliotecas - e aos quais os leitores inscritos nas mesmas terão acesso. De acordo com os dados fornecidos por Manuel Gonçalves Neves, nesta fase há na base de dados destinada às bibliotecas 9 mil ebooks, sendo que a cada dia são carregados mais 22.


Joana M. Fernandes | TeK - Portugal (além de pequenas alterações linguísticas, a imagem não faz parte da notícia original)

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