Felipe Moraes | Correio Braziliense
Cora Rónai (RJ), jornalista pioneira na cobertura de tecnologias digitais, e Daniel Pinsky (SP), da editora Contexto, conversaram sobre o crescimento (e amadurecimento) dos livros digitais. Uma previsão é consenso: os livros tradicionais, de papel, estão longe da extinção. Mas o avanço da leitura digital é inegável. "Quando falamos em livros de papel, pensamos numa grande variedade. Eles ocupam nichos de mercado muito diferentes. O destino varia muito. Um que acabou recentemente foi a Enciclopédia Britânica. Para esse tipo de título, como manuais, dicionários e materiais de referência, o formato digital é muito interessante. Acho que as florestas, as árvores e as estantes abarrotadas agradecem", comentou.
Pinsky trouxe uma visão mercadológica do segmento de e-books. Para o leitor, o meio eletrônico significa acessibilidade. Para o autor, mais possibilidades de ser lido e notado -- por leitores e editoras. "Hoje, vários modelos de mercado ou mesmo pessoas que escrevem disponibilizam tudo gratuitamente na internet, cortando etapas, como distribuidoras e editoras. Sem dúvida, o digital é ferramenta. E o editor também tem que rever o seu papel", explicou.
Na opinião de Cora, a sobrevivência do livro está garantida por pelo menos por dois motivos: a qualidade gráfica dos livros de arte e de luxo e, claro, a fidelidade de quem compra, lê e guarda com carinho. "A gente dificilmente lê livros policiais uma segunda vez. Acho que funcionam bem no digital. Há um tipo de livro que a gente quer ter por perto. Outros são efêmeros, ótimos para o formato digital. O e-book vai ser algo próximo das impressoras: produção barata, quase que distribuída de graça", disse.
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