quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cientistas norte-americanos divulgam banco de dados genético sobre câncer infantil




Cientistas da Universidade de Washington, nos EUA, divulgaram um relatório com informações sobre a sequenciação genética de mais de 206 crianças com câncer.


O documento, publicado na revista Nature Genetics, abre portas para melhorar o entendimento dos tipos de câncer pediátrico mais agressivos, como a leucemia e o da retina, levando a novas sugestões terapêuticas.


Ao comparar o ADN do câncer com o ADN de células saudáveis num mesmo paciente, os novos dados oferecem um panorama detalhado das mudanças genéticas que causam doenças.


A quantidade de dados divulgados mais do que duplicam o volume de dados de genomas inteiros atualmente disponíveis no mundo.


O projeto Washington University Paediatric Cancer Genome é o maior esforço para entender as origens genéticas do câncer infantil.


O documento descreve 520 genomas sequenciados, todos analisados com base em conjuntos combinados de tecidos normais com o de tumores retirados das amostras de 260 crianças com câncer.


A partir desse material, os investigadores analisaram as sequências genômicas para determinar as diferenças entre as células normais e cancerosas que determinam as causas de mais da metade dos casos de câncer mais mortais na infância.


"Esse esforço tem gerado mais descobertas do que pensávamos ser possível. Queremos tornar essa informação disponível para a comunidade científica para que, coletivamente, possamos explorar novas opções de tratamento para essas crianças. Ao compartilhar a informação antes mesmo de analisá-la, nós estamos esperando que outros pesquisadores possam usar este recurso rico para entender sobre muitos outros tipos de doenças em crianças e adultos", afirma James Downing, director do Hospital St. Jude Children's Research, ligado ao projecto.


Enquanto a maioria das iniciativas de sequenciar o câncer focava-se apenas nos genes, o projeto lançado no início de 2010, sequenciou todo o ADN de cada paciente com o tumor, proporcionando uma imagem mais completa das mudanças do ADN e a progressão da doença em cada paciente.


O trabalho já encontrou dados mais detalhados sobre um tipo agressivo de câncer na retina, de câncer no tronco cerebral e no sangue, que geralmente acometem crianças.


Ao estudarem o tumor maligno da retina, o retinoblastoma, eles descobriram pistas sobre o rápido desenvolvimento do tumor que lhes permitiu descobrir um novo agente anti-câncer. A equipe também encontrou inesperadas alterações genéticas num tipo mortal de leucemia em crianças que pode mudar o diagnóstico e o tratamento de pacientes com a doença.


"Essas descobertas não teriam sido possíveis sem o projeto. Os resultados oferecem novas estratégias para encontrar e tratar casos de câncer de alto risco. O projeto também demonstrou as diferenças marcantes entre câncer pediátrico e adulto, destacando a importância do desenvolvimento de terapias especificamente para o câncer infantil", conclui o pesquisador Richard Wilson.

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