quarta-feira, 2 de maio de 2012

Era Digital: História desperdiçada




A era digital trouxe consigo a promessa de uma memória infinita. Poder computacional e capacidade de disco maiores combinados a custos decrescentes deveriam tornar possível o armazenamento eterno de qualquer coisa de origem digital. Com frequência, porém, os dados digitais têm uma vida surpreendentemente curta. “Se não tomarmos cuidado, saberemos mais a respeito do início do século XX do que do início o século XXI”, afirma Adam Farquhar, que é responsável pelas atividades de preservação digital da British Library (Biblioteca Britânica).


Os problemas mais óbvios para os arquivistas digitais estão relacionados a hardware, mas estes também são os mais fáceis de resolver. Muitos arquivos substituem os seus sistemas de armazenamento de dados a cada três ou cinco anos para se proteger da obsolecência e da depreciação. Isso não é tão caro como parece: discos rígidos são baratos e confiáveis. A ameaça da falha de hardware é superada pelo armazenamento de cópias em lugares diferentes. A British Library tem unidades de armazenamento em Londres, Yorkshire, País de Gales e Escócia. A coleta de material digital é mais complicado, particularmente material online. Os arquivistas só podem explorar as partes da internet que tem o seu acesso liberado. Qualquer lugar que exija dados como senhas, formulários e buscas está fora de seu domínio. O conteúdo disponível em streaming, como vídeos online, é de difícil captura.

Apesar destas dificuldades, as bibliotecas do mundo têm tentado há mais de uma década conservar alguns aspectos de suas heranças digitais nacionais. Contudo, a preservação digital ainda é, na melhor das hipóteses, irregular. Até que a lei alcance a tecnologia, a história digital terá que ser escrita erraticamente, ao invés da fluidez e velocidade prometidas pela idade digital.


Fonte: The Economist | Jornal da Imprensa

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