Rebecca Porphírio | Techtudo
Quando o The Guardian, com mais de 30 milhões de leitores na Europa, 16 milhões nos EUA e 6.1 milhões no Brasil, resolveu construir um segundo site para o jornal dentro do Facebook, em 2011, a pergunta que os usuários se fizeram foi: "Por que o The Guardian está fazendo um aplicativo no Facebook se eles já possuem um site?"
Pier Jones, do The Guardian, fala em palestra no Brasil (Foto: TechTudo/Luiz Gustavo Amorim)
Pier Jones, gerente de produtos do jornal, explicou, durante palestra em São Paulo, nesta quarta-feira, que nem todos gostaram da ideia no início: “Alguns diziam que não teriam interesse em compartilhar o que liam, tampouco os amigos gostariam de acompanhar as leituras", contou Jones. Mas o que realmente incomodou a mídia mundial foi a ousadia do aplicativo: se os usuários estão no Facebook, não estão no The Guardian Online. E sem navegação no site, como gerar receita? Qual o papel do Facebook nessa jogada?
"Nós exploramos novas maneiras de contar nossas notícias. Nosso jornal distribui conteúdo por uma variedade de plataformas diferentes: Android, iPhone, iPad, Kindle etc. Todos esses canais se complementam e aumentam o alcance do The Guardian pela web. São usuários diferentes navegando em locais diferentes.", explica Jones. "Hoje, o aplicativo já tem mais de 4 milhões de usuários. Um em cada cinco leitores do The Guardian hoje vêm do Facebook".
O modelo do aplicativo do The Guardian parte do que Pier Jones chama de "filosofia aberta": quando os leitores participam da matéria junto com o jornalista, a qualidade da notícia aumenta. "Na nova página do The Guardian no Facebook, cada matéria traz o rosto dos amigos que leram aquele artigo específico, facilitando a sua decisão de leitura".
Sobre o risco de não levar os leitores do Facebook para o site online do The Guardian, Jones explicou: "Ganhamos novos usuários com o aplicativo, mudamos a nossa demografia. 54% dos nossos leitores no Facebook têm menos de 24 anos, coisa que não acontecia com o impresso".
E completou: "Não estamos tentando migrar a audiência do Facebook para o nosso site, pois ambos fazem parte da rede dos nossos leitores. Vemos o aplicativo no Facebook como um local complementar; o usuário pode ver a matéria por lá e escolher onde vai querer ler".
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