Allobates brunneus
Com o avanço das tecnologias e o crescimento do fluxo de informações disponíveis na rede mundial de computadores, o cenário que constitui a busca por informações passou por uma série de modificações. No campo científico, os pesquisadores deram um novo sentindo para o conceito das bibliotecas. Agora, os internautas poderão consultar informações sobre sapos em uma plataforma online.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (INCT/Cenbam), coordenado pelo pesquisador William Magnusson, passou a dispor na rede uma espécie de “biblioteca de sapos”, intitulada Sapoteca.
Atualmente, informações sobre 40 espécies de sapos estão disponíveis nessa plataforma online. Se o usuário busca confirmar uma identificação, ele pode procurar a espécie por seu nome científico, ou através de uma galeria de fotos, procurando o animal mais parecido com aquele que viu em campo. Para cada espécie listada, há uma página contendo foto, vídeo, sons para download, sonograma (gráfico que representa visualmente o som emitido pela espécie) e indicações de artigos científicos relacionados.
A coleção tem como intuito principal fornecer uma ferramenta permanente, que possa ser utilizada por cientistas e professores em suas atividades de pesquisa e ensino, preencher lacunas da curiosidade dos amantes da herpetologia (área da zoologia dedicada ao estudo dos répteis e anfíbios) e atender o público em geral com informações sobre a comunicação
acústica dos sapos amazônicos.
Pesquisa e educação ambiental
“O que motivou a criação foi a dificuldade que as pessoas possuem em relação à identificação das espécies”, diz o bolsista Pedro Ivo Simões, do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Inpa. “Vários animais chegam para os pesquisadores já preservados, a partir de coleções. Já estão em álcool há muito tempo. Já perderam a cor, e você não sabe como cantam, ou seus hábitos. Nós tentamos unir e fornecer o máximo destas informações sobre algumas espécies. A ideia é ter uma plataforma multimídia, onde você tenha sons, vídeos e fotos disponíveis para cada uma delas, auxiliando as pessoas na identificação dos animais em campo.”
Para Simões, a difusão dos estudos também pode ampliar o conhecimento do público sobre espécies que têm sua importância na biodiversidade da região e que, em muitos casos, estão em risco. “Anfíbios e répteis são grupos dos quais as pessoas ainda têm um pouco de medo, desgosto ou receio. Esta é uma boa oportunidade para apresentar parte da biodiversidade que é desconhecida pela maioria da população”, explica.
A criação da Sapoteca teve início há aproximadamente três anos, durante o doutorado da pesquisadora Luciana K. Erdtmann, que coordenou o projeto sob orientação da pesquisadora Albertina Lima. As etapas iniciais buscaram digitalizar e organizar gravações de espécies da Amazônia brasileira, realizadas por pesquisadores do grupo e colaboradores, durante expedições a campo.
A ação tem apoio do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio) do Inpa, responsável pela concessão e manutenção do site. Além disso, o desenvolvimento do projeto contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).
Fonte: MCTI
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