Livro discute mercado e papel profissional na era digital dos livros
Por Livia Fonseca Nunes / Convergência Comunicação Estratégica
O mercado de livros digitais ganha força e impacta diretamente a carreira dos bibliotecários. Como eles podem se adequar à nova dinâmica da profissão? Qual seu papel e influências no novo cenário das bibliotecas?
Esta discussão está presente no livro "O bibliotecário e a leitura conectada: competência informacional digital na era dos e-books, e-readers e tablets", de Rodney Eloy. A obra já está disponível na Amazon do Brasil, mas se você ficar interessado, fique ligado que vem surpresa por aí!
O autor é graduado em biblioteconomia, especializado em gestão do conhecimento e administrador do Pesquisa Mundi, site em que nasceu a ideia do livro, confira na entrevista:
Ligado na Facul - Como a obra está estruturada?
Rodney Eloy - Procurei direcionar o texto objetivamente em duas partes, além de incluir o prefácio de Regina Fazioli, idealizadora e coordenadora da Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo. Desta forma, na primeira parte do livro, apresentei elementos sobre as novas tecnologias e a relação destas com os profissionais da área. Na segunda, me preocupei em demonstrar como este profissional irá se preparar mediante às competências informacionais tão importantes para os atuais desafios e conflitos encontrados nas Bibliotecas e educação de modo geral.
LNF - O que o motivou a escrever sobre o assunto?
RE - Em 14 de fevereiro de 2012 postei um artigo no Pesquisa Mundi e me deparei com a possibilidade de apresentar minhas inquietações subjetivas referentes a este novo, vasto e fascinante universo digital. Diante do interesse e dos mais de 6 mil acessos únicos, sendo destaque em diversos outros sites e fomentando discussões nas redes sociais, fui motivado a dar origem ao livro, onde compartilho de forma mais sistematizada questões referentes às novas demandas tecnológicas.
LNF - De que forma o livro pode auxiliar os profissionais?
RE - Acredito que este livro, direcionado a bibliotecários e educadores em geral, contribui na atuação destes profissionais e os orientam para enfrentar uma realidade cada vez mais complexa, exigindo a aquisição de novas competências e habilidades no desenvolvimento da área de gestão informacional. Como profissional da área, posso me incluir neste processo. Contudo, a partir de algumas características marcantes do contexto atual, existe uma real necessidade de o profissional conectar-se com a contemporaneidade tecnológica que se apresenta e, portanto, o livro pode ajudar nesta nova visão.
LNF - Qual a importância de as bibliotecas e profissionais de biblioteconomia estarem integrados às ferramentas tecnológicas?
RE - As transformações estão acontecendo a todo momento. Muitas e cada vez mais rápidas e radicais, exigindo constantes reflexões na prática biblioteconômica e num mundo cada vez mais digital. Neste cenário, o profissional precisa ser competente digitalmente para lidar com tal realidade, frente às ferramentas que disponibilizam a busca de informação cada vez mais autônoma por parte dos usuários. Em consequência, estas práticas seguramente serão importantes também para um novo perfil de bibliotecas.
LNF - De que maneira você acredita que a relação entre livros e tecnologia pode contribuir para a melhoria dos serviços e da própria profissão?
RE - Os livros continuamente evoluíram através de diversos suportes no decorrer da história. O avanço das tecnologias certamente beneficia e contribui para esta evolução eliminando barreiras. Porém, para que esta relação tenha sucesso, os profissionais devem abraçar estes novos desafios, levando em consideração seu novo papel em sua profissão, assim como a redefinição dos usuários e dos pesquisadores, que indiscutivelmente mobilizam transformações e melhorias nos serviços e na própria atuação.
LNF - O que você diria aos mais conservadores?
RE - Tecnologias sempre trazem novos paradigmas e questionamentos, portanto, estas mudanças são acompanhadas com muitos casos de resistência especialmente por parte de profissionais da informação, principalmente os da Geração X. No entanto, independente da opinião dos resistentes, as mudanças não deixarão de acontecer, elas são constantes e conscientizar-se disso é obrigação de todos. Por outro lado, os profissionais da Geração Y já enfrentam outro tipo de problema, a fé cega na tecnologia. Neste contexto, os profissionais que optarem por ignorar tais mudanças, estarão limitando sua própria caminhada e crescimento profissional.
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