Wikipedia completa 12 anos: dá para confiar?

A Biblioteca de Alexandria foi fundada no início do século III a.C., e pretendia ser o local ideal para abrigar todo o conhecimento do mundo. Em janeiro de 2001, Jimmy Wales decidiu construir uma enciclopédia online que contaria com a sabedoria coletiva de milhões de especialistas, semi-especialistas, amadores ou apenas pessoas comuns que se julgavam conhecedoras de alguma coisa. Ela seria alimentada por qualquer um que quisesse contribuir. Uma espécie de projeto Alexandria para o século XXI. 

No clássico "A Cauda Longa", Chris Anderson descreve o início: "Wales começou com poucas dezenas de artigos pré-escritos e um software aplicativo chamado Wiki (palavra havaiana que significa "rápido" ou "veloz"), que cria condições para que qualquer pessoa com acesso a Internet entre num site, edite, apague ou aumente seu conteúdo". 

Destoando da maneira clássica de montar uma enciclopédia - com acadêmicos - Wales inovou com a tal enciclopédia aberta e coletiva. Hoje, a Wikipedia completa 12 anos. Neste ínterim, a enciclopédia colaborativa foi a responsável pela extinção dos vendedores de enciclopédia porta a porta e causadora de muitos zeros nos boletins por causa de trabalhos escolares idênticos.

Além disso, a Wikipedia também virou fonte de consulta para trabalhos acadêmicos e jornalistas. Basta fazer uma busca no Google Acadêmico ou no Google News para saber que a consulta à Wikipedia é mais comum do que imaginamos.

Mas, obviamente, nem tudo são flores. Uma pesquisa de 2012 da Universidade Estadual da Pensilvânia alertava que 60% dos artigos presentes na enciclopédia coletiva continham erros. Se o número é real, não seria difícil encontrar artigos com erro, certo? Certo.

Samuel Wainer, repórter lendário, nasceu na Bessarábia, que foi parte do Império russo e depois uma das repúblicas da ex-União Soviética, situada na Europa Oriental. A Wikipedia diz que ele nasceu em São Paulo.

Recentemente descobriu-se que um artigo falso sobre a Índia ficou cinco anos na enciclopédia.

Por outro lado, ao serem descobertos, tais erros podem ser corrigidos quase que instantaneamente.

Mesmo assim, parafraseando Anderson, vale o questionamento: "Será que existe alguma coisa absolutamente confiável e fidedigna?".

Redação Adnews