segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Franceses lançam máquina de vender histórias para combater tecnologia


Não duvido nada que quando o primeiro sumério inventou as escritas em tábuas de argila os chatos de plantão criticaram dizendo que seria o fim da cultura oral, que as pessoas não se reuniriam mais para ouvir histórias, se isolariam em seus cantos e seria o fim do Império.

Ok, na última parte eles acertaram, mesmo que errando a causa, mas de lá pra cá toda nova tecnologia é recebida como o fim do mundo, e há pessoas que fazem tudo para não aceitá-la, com resultados sempre parecidos, vide páginas do Facebook contra o capitalismo e “cientistas” que dizem que máquinas fotográficas roubam almas e posam para os fotojornalistas após a palestra.

Hoje temos os luditas que odeiam e-books por motivos bestas como “Kindle não tem cheiro de livro” e (sério) “não dá para ler no escuro”. Ignoram detalhes como você poder enfiar milhares de livros em um Kindle, ter capacidade de busca, etc. Agora piorou.

Junte a isso o pessoal que, ignorando que estamos interagindo com milhares de pessoas, dizem que internet nos isola, e brigam contra isso. É o caso da Prefeitura de Grenoble, cidade francesa perto de Lyon.


Eles lançaram um quiosque que pretende afastar as pessoas dos celulares e tablets, oferecendo… literatura. É bem simples: você escolhe se quer uma história que leve 1, 3 ou 5 minutos para ser lida, e ela é impressa em uma tira de papel, igual um cartão de embarque ou extrato de banco.


Muito chique, muito francês, você dá uma grande banana para a tecnologia e lê um texto em papel, de forma totalmente natural, não é como se houvesse toda uma infraestrutura por trás.

A infraestrutura por trás vem de um app chamado Short Edition, de Christophe Sibieude, um publisher que também está por trás da idéia do quiosque. Ele tem 140 mil assinantes que usam smartphones e tablets para ler e escrever histórias, que são usadas no tal quiosque que combate a tecnologia fria e desumana e solitária da modernidade.

Ou seja: o sujeito em vez de usar um app que já existe e ler o texto no celular que ele já tem, gasta energia e usa PAPEL, que será amassado e jogado fora entre 1 e 5 minutos depois de ser impresso. Sustentável, heim?

A cereja do bolo? O prefeito genial que aprovou a idéia é do… Partido Verde.

Fonte: Russia Today | Meio Bit

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