quarta-feira, 14 de março de 2018

Os buscadores assumiram o papel de nossos conselheiros pessoais


Leo Renato | Metrópoles

Você já deve ter passado por esta situação: precisa comprar um produto e acessa na internet, muitas vezes pelo celular, o site de algum buscador. Vamos imaginar que você quer saber qual notebook deve comprar. Seja para o Google, Bing ou Yahoo (para ficarmos nos três maiores buscadores), você digita: “melhor notebook para trabalhar em casa”.

Nesse caso, você pode entrar em contato com aquele amigo ou amiga que entende bastante de computador ou, como estamos fazendo cada vez mais, jogar essa dúvida para os nossos novos conselheiros virtuais pessoais: os buscadores. Tenho certeza que você já fez isso alguma vez. Não há nada anormal. Perguntamos para quem confiamos. E os buscadores ganham espaço justamente por isso.

Entre os milhares de conteúdos espalhados pela web, os buscadores querem ajudá-lo e fornecem o melhor resultado para a busca que você está fazendo. O foco é entregar conteúdos de qualidade – ou seja, que sejam úteis e relevantes para o que estamos perguntando.

E aí vem a pergunta: será que aquelas indicações boca a boca vão acabar? Acredito que não. Até porque a necessidade de o ser humano se relacionar ainda é grande. Mas, a depender do que você estiver pesquisando, uma pergunta para o Google pode ser a solução rápida e objetiva, sem ter que importunar algum amigo ou conhecido.

Mas você já imaginou quando acabamos de chegar em uma cidade e não temos essa referência? Ou quando você está viajando para outra localidade? Certamente você usará um buscador para responder a várias perguntas. “Qual o melhor restaurante da cidade”, “onde fazer exercícios ao ar livre em Londrina”, “que horas fecha o metrô de Madrid” – são tipos de questões que, sem dúvida, o Google vai lhe responder rapidamente.

Como estamos perdendo a capacidade de esperar, queremos o melhor resultado no menor tempo possível. E estamos cada vez mais específicos. Segundo dados do Google, em dois anos (2015 a 2017), as buscas feitas por meio de celulares nos Estados Unidos por “xampu para…” aumentaram 130%.

Quanto mais perguntamos para os buscadores e eles nos ajudam, mais continuamos a tirar nossas dúvidas com eles e pedir-lhes indicações. Muito por causa disso, o Google começou a trazer definições já na página de resultados da busca, sem precisar que você acesse um site para ter aquela
pergunta respondida.

As buscas pelos celulares também crescem cada dia mais. E isso mostra muito do nosso comportamento. Estamos com informações ao alcance de um comando. Em vez de mandarmos uma mensagem (e ligações telefônicas vão ser coisa do passado) para alguém toda hora que precisamos de algo, fazemos a busca e já recebemos a resposta em menos de um segundo.

Não podemos nos esquecer dos assistentes virtuais, que vêm ganhando cada vez mais espaço no nosso dia a dia. A Siri, da Apple, é um desses exemplos. Na South by Southwest (SXSW), em Austin, nos Estados Unidos, o Google criou uma casa que funciona totalmente por comandos de voz. Já imaginou organizar a sua gaveta de meias apenas por meio de um comando desses? Pois é. Já é uma realidade.

#HeyGoogle, rearrange my sock drawer: how the Google Assistant Fun House does chore day at #SXSW. pic.twitter.com/RViIgDtIRu

— Google (@Google) 11 de março de 2018

Bom, falar com aparelhos vai ser mais normal do que imaginamos. Um outro estudo do Google, feito em 2017, nos EUA, mostrou que 41% das pessoas que têm um assistente virtual relatam a impressão de estarem falando com uma outra pessoa ou um amigo.

Leo Renato Bernardes é jornalista e especialista em marketing e comunicação digital

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