quarta-feira, 4 de abril de 2018

A geração Facebook


Por Eduardo de Barros | Adversa

Basta ligar o computador – ou o smartphone ou sabe-se lá mais o que – para se deparar com estas massas fantasmagóricas digladiando-se virtualmente, num espetáculo tão patético como desumano. Eis a geração Facebook!

Mas afinal o que se ganha quando se faz o mal aos outros? Já Simone Weil punha tal questão e respondia “Cresce-se. Estende-se. Enche-se um vazio em si criando-o nos outros”. Sim, crescemos virtualmente, estendendo nossos múltiplos tentáculos. Já que não temos mais intimidade, nos dedicamos a perscrutar vida intima alheia, tudo invadindo com nosso veneno biliar.

Eis o ‘homem novo’ – sonhado por todas as utopias – que tendo abolido toda vida interior, ficou completamente oco, desde que vendeu sua alma num mercado de pulgas. Seu único divertimento é o xingamento e só encontra suas delícias em tornar vazios os demais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário