terça-feira, 21 de maio de 2019

Este acervo reúne documentos da Revolução Francesa

Parceria entre a Universidade de Stanford e a Biblioteca Nacional da França, The French Revolution Digital Archive compila panfletos literários, registros legais e 14 mil imagens de época

Juliana Sayuri | Nexo

FOTO: FRENCH REVOLUTION DIGITAL ARCHIVE

ILUSTRAÇÃO DA QUEDA DA BASTILHA, MARCO DA REVOLUÇÃO FRANCESA   

No ar desde 2013, o projeto The French Revolution Digital Archive, uma parceria entre a Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos, e a Biblioteca Nacional da França, reúne o maior acervo documental sobre a Revolução Francesa (1789-1799). 

O projeto contou com a participação de historiadores, designers e bibliotecários americanos e franceses. A proposta, segundo os organizadores, é disponibilizar documentos com acesso fácil, flexível (e gratuito) a estudiosos que pesquisam o movimento revolucionário que levou ao fim da monarquia na França no século 18.

“A própria Revolução Francesa produziu diversos documentos de participantes, espectadores e críticos. Esses materiais incluem textos de todo tipo - documentos legais, panfletos literários, ‘belles lettres’, composições musicais e um rico acervo de imagens. Dispersos em bibliotecas e arquivos, escondidos em séries documentais e pequenos livros individuais, essa herança documental diversa pode ser agora acessada por pesquisadores no formato digital”, diz a nota de apresentação do projeto. 

Idealizado em 2006 pelo historiador Dan Edelstein, autor de “On the spirit of rights” (“No espírito dos direitos”, ed. da Universidade de Chicago, 2018) e professor de história francesa do século 18 na Universidade de Stanford, o acervo está estruturado em duas partes principais: arquivos parlamentares e registros imagéticos. 

FOTO: FRENCH REVOLUTION DIGITAL ARCHIVE

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, DE 1789 

Organizados em ordem cronológica, os arquivos parlamentares incluem cartas, discursos, relatórios e outros registros intelectuais e políticos, datados de 1787 a 1794. Originalmente reunidos por arquivistas do governo francês, em 1862, os documentos foram incorporados a um projeto acadêmico dirigido por historiadores da Universidade de Paris 1, em 1962. Atualmente, totalizam 101 volumes. 

Os registros imagéticos, por sua vez, somam 14.000 itens, entre ilustrações, medalhas e moedas, principalmente do período de 1787 a 1799.

Disponibilizadas em alta resolução, as imagens foram selecionadas de coleções do Departamento de Impressões e Fotografia da Biblioteca Nacional da França, inclusive fontes do antiquário francês Michel Hennin (1777–1863) e do diplomata belga Carl de Vinck (1859-1931). 

Entre os registros históricos estão diferentes impressões da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789, que firmou os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade na república francesa - e posteriormente inspirou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pelos Estados-membros das Nações Unidas, em 1948.

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