sexta-feira, 21 de junho de 2019

Os novos Kindles


Versões mais recentes do leitor de e-books da Amazon garantem experiências satisfatórias e muito próximas

Cora Rónai | O Globo
Imagem: Internet

Há alguns dias comprei o novo livro de Tim Mackintosh-Smith , que vive há mais de 30 anos no Iêmen e é um dos autores de quem mais gosto. É uma história dos povos árabes, que ainda não saiu em português e é um lançamento recentíssimo; por causa disso, tive que gastar R$ 126,83, preço que nunca, jamais, imaginei gastar num e-book. A versão em papel, com capa dura, custava R$ 129,81, a bem dizer o mesmo preço - mas esse valor não incluía o frete.

É comum para mim comprar o livro em papel e o e-book, simultaneamente, mas não quando custam essa fortuna. Levei muito tempo olhando para a página da Amazon , tentando decidir qual comprar. Prefiro um livro "de verdade", mas quase 700 páginas com capa dura ficam difíceis de ler na cama. E assim, pela primeira vez, preferi comprar um e-book a comprar o livro em papel.

Fiquei bastante abalada com a decisão: amo livros em papel, e parte do prazer que eles me dão é sensorial, da visão ao cheiro, passando pelo peso na mão. Gosto muito de ler no Kindle, que tem outras vantagens, mas não é a mesma coisa. Nunca imaginei que, um dia, diante de uma escolha assim, eu fosse optar pelo formato eletrônico.

Por outro lado, o Kindle - que continua sendo o leitor digital por excelência - fez um longo caminho desde o seu lançamento, em 2007. Naquela época, custava caro, tinha teclado e tela sem iluminação. Era uma boa promessa, mas não era irresistível.

Hoje há muito pouca diferença entre os dois principais modelos, o novo Paperwhite e o novo Kindle. Lançado no mês passado a R$ 349, o novo Kindle é o primeiro básico com iluminação, e está tão bom que chega a ser difícil decidir entre ele e o Paperwhite, que custa R$ 499. A principal diferença é que o Paperwhite é à prova d'água, o que é essencial para quem quer ler na banheira, na piscina ou na praia. A armazenagem, de 4GB no básico e 8GB no Paperwhite (há um modelo com 32GB), só faz diferença para quem salva audiolivros no aparelho, porque mesmo em 4GB é possível guardar mais de mil livros.

Novo Kindle e novo Paperwhite (que chegou ao Brasil no começo do ano) têm resoluções diferentes de tela, 167 ppi e 300 ppi, respectivamente, mas mesmo olhando lado a lado isso não se nota tanto, sobretudo em letras maiores.

Antes eu tinha facilidade em dizer a alguém qual Kindle comprar, porque considero a tela iluminada fundamental; hoje acho os dois tão parecidos que fico em dúvida. Se você gosta de graphic novels e lê perto da água, fique com o Paperwhite; se quadrinhos não são a sua praia e se praia não é o seu forte, o novo Kindle lhe permitirá economizar e ficar bem servido ao mesmo tempo.

A minha história com "Arabs: A 3,000-Year History of Peoples, Tribes and Empires" teve um final inesperado. Já tinha começado a leitura em e-book quando uma amiga querida me mandou de presente o livro-livro de verdade, em papel. De dia leio aquele belo volume, na cama continuo no Kindle: o melhor dos dois mundos. 

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