sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Brasil disponibiliza mais de mil periódicos em plataformas virtuais


Diretora da Biblioteca da UnB leva experiência do Brasil em acesso aberto a ciência a conferência internacional na China.

Mais de mil periódicos online e de 30 bancos de pesquisas em universidades. O Brasil destaca-se entre os países mais avançados na abertura do conhecimento científico. A diretora da Biblioteca Central da UnB (BCE), Sely Costa, preparou apresentação para a Berlin 8th Open Access Conference, em Beijing, China, sobre os avanços do país na área. O país teve posição de destaque no evento internacional entre as experiências mais avançadas. A professora falou por email à UnB Agência de Frankfurt, Alemanha.

Ela destacou a implementação dos repositórios institucionais, plataformas eletrônicas para o armazenamento de artigos e pesquisas. “A UnB em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) participa da capacitação de equipes de outras universidades e instituições para criação e manutenção dos sistemas”, explica Sely. Segundo a especialista, nos últimos 18 meses o Ibict distribuiu kits tecnológicos para instalação dos repositórios em 39 universidades e instituições de pesquisa.

A apresentação preparada por Sely contou também com a proposta de criação da Rede Brasileira Informação Científica de Acesso Aberto (RICAA). “A rede visa a integrar as iniciativas em acesso aberto no Brasil”. Segundo a professora, essas iniciativas ainda estão desarticuladas e carecem de metodologia e padronização. “A ideia é que todos os repositórios integrados obedeçam a padrões de sustentabilidade e qualidade. O sistema permitirá a pesquisa integrada em todos eles”. O programa será coordenado pelo Ibict e pela UnB.

Sely lembra, ainda, que o Ibict foi responsável, nos últimos sete anos, pela tradução da plataforma canadense Public Knowledge e capacitação de pessoas em todo Brasil para operá-la. “A Public Knowledge permite a administração de todo o processo de publicação”. Segundo a professora, hoje já são mais de 800 periódicos publicados no Sistema Eletrônico de Editoração em Revista (SEER), que usa a plataforma.

A primeira grande iniciativa brasileira foi a adoção da Scientific Electronic Library Online (SciElO), ainda na década de 90. A plataforma abriga um total de 400 periódicos. “Somos exemplo para países da África, América Latina e Europa”.

POLÊMICAS – O acesso aberto às informações científicas esbarra nos interesses das grandes editoras das publicações científicas. “As editoras restringem o acesso aos resultados das pesquisas publicadas, por causa dos preços das assinaturas. Por outro lado, os autores buscam ampliar o acesso, levando em conta que a maioria delas são produzidos com recursos públicos”, explica Sely.

Apesar dos periódicos no Brasil serem publicados apenas por editores ligados a instituições públicas, o problema também afeta o país. “Os pesquisadores daqui precisam publicar em periódicos internacionais de pesquisa”, explica o professor Fernando Leite, da Faculdade de Ciências da Informação (FCI).

Segundo o professor, que também participa da parceria entre UnB e Ibict, uma possível solução é negociar com esses editores. “Alguns deles permitem que uma cópia do trabalho seja disponibilizada em um repositório aberto”.

Segundo Sely, a experiência Brasileira ocupou lugar de destaque na conferência. “Inicialmente nossa apresentação estava prevista para figurar entre os países em desenvolvimento, mas quando os organizadores leram o resumo, ela foi posicionada entre as experiências mais avançadas”.

Fonte: Secretaria de Comunicação da UnB / Biblioteca Central UFRGS

Nenhum comentário:

Postar um comentário