quarta-feira, 16 de maio de 2012

Coletor de histórias

Fotógrafo e cientista da computação, Jonathan Harris pretende criar uma biblioteca pública de experiências humanas

por Francine Lima | Galileu

ATENÇÃO AO REDOR: Harris observa como as pessoas se sentem no mundo e registra as experiências em imagens e sites inspiradores

O americano Jonathan Harris vive inventando maneiras de criar imagens que revelem a essência humana. Ele já usou algoritmos para mapear o sentimento das pessoas ao redor do mundo e fotografou o índice de felicidade do Butão (veja abaixo).

Seu mais recente projeto é o Cowbird, rede social em que os usuários não contam o que estão fazendo naquele instante, mas publicam crônicas, desabafos e relatos sentimentais. O nome é uma homenagem a um pássaro conhecido no Brasil como chupim ou vira-bosta, que costuma deixar seus ovos no ninho de outras aves. “A rede Cowbird é o ninho que acolhe e cuida das histórias alheias.”

Lançada em dezembro do ano passado, a comunidade conquistou 12 mil usuários nos primeiros 4 meses. Com o tempo, pretende se tornar uma biblioteca pública de experiências humanas. Uma espécie de Wikipedia de casos pessoais.

Para fazer parte é preciso entrar no site e preencher um formulário contando quem é você, quais são suas histórias e, então, esperar para ver se é aceito. As postagens têm regras de etiqueta, como textos caprichados e fotos escolhidas a dedo. Na página de cada membro aparecem links para posts do autor, a lista das pessoas que leram e “amaram” um determinado post e sugestões de histórias de outros integrantes da comunidade com algo em comum. Um dos casos mais amados até agora foi a crônica Uma Simples Equação Matemática, da irlandesa Annie Atkins, sobre um exame médico que teria revelado o tamanho do seu ego.

Com o aumento de pessoas postando suas histórias no Cowbird, Harris acredita que — longe da superficialidade de outras redes sociais também inspiradas em pássaros — a comunidade poderá nos ajudar a crescer como indivíduos. “Histórias de vida têm muita sabedoria. Podemos aprender uns com os outros e nos aprimorarmos.”
ALGORITMOS E ALEGRIA
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