quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Leitor de livro digital, ter ou não ter?



por Francine Ramos | Livro & Café
  
Em épocas em que tudo que é legal envolve tecnologia, eu me pergunto sobre os livros digitais: vale à pena comprar livros nesse formato? vale à pena ter um tablet, ou um leitor de livros?

Talvez num futuro distante os livros digitais ganhem de vez todo o espaço do mercado editorial, mas se isso acontecer, acredito eu  – com todas as minhas utopias – será pela impossibilidade de fabricar livros em papel, devido ao desmatamento etc e tal. Até lá há alguns séculos para vivermos e por isso eu não tenho pressa em me adequar aos livros digitais. Vamos aos por quês:

1. Os números de livros que me interessam verdadeiramente publicados no formato digital é ínfima;

2. O preço de um livro digital é alto (penso que vou comprar um produto que só será visto no computador, é como manter um objeto dentro de uma caixa de vidro);
3. Ainda não sei o que é melhor; iPad, Kobo ou Kindle?

Esses são os 3 itens principais que me deixam no grupo de pessoas que ainda não leem livros digitais. Há outros aspectos, claro, e também a possibilidade de alguns desses itens caírem por terra.

Outro fator que considero importante é a tecnologia desses produtos, pois eu não acredito que eles estejam bons verdadeiramente. Me lembro que, quando criança, meu pai comprou o primeiro vídeo cassete, antigo, enorme, pesado, vivia travando a fita… penso que os tablets e leitores de livros – inclusive os softwares deles – estão nessa primeira fase de desenvolvimento, quero esperar mais e enquanto isso continuarei com os meus livros em papel, até 30% mais caros, porém é um objeto vivo, que mora comigo, que tem cheiro, peso e anotações, marcas, sinais, que nunca saíram de lá. (Impressionante como essa sensação de ter está relacionada com o ato de poder tocar no objeto).

Os tablets e os novos leitores
E se os tablets irão trazer novos leitores, desconfio. O que poderá acontecer é uma migração – os leitores dos livros em papeis também lerem livros digitais. Não acredito nesse poder tão divulgado de criarmos um maior número de leitores porque agora o livro é digital. Os possíveis leitores de um livro digital devem ter a mesma curiosidade de uma criança com o brinquedo novo: brinca por algumas horas e depois esquece num canto qualquer.

Tentativa de leitura com o “Play Livros”
Instalei o aplicativo Play Livros em meu celular para testar a leitura digital. Não é ruim, mas também não é bom. O que mais senti falta foi do produto em minhas mãos, afinal, o tato também compõe a leitura, assim como cheiro e até o olhar rápido na lateral do livro para ver quanto falta para a história acabar. Cadê aquele cheirinho de livro novo nos modelos digitais? Sou louca pelos livros em papéis, chego a pensar aqui num absurdo: livros digitais são livros aprisionado numa tela de vidro! Fujam!

Por que eu amo livros em papel!
Brincadeiras à parte, sou adepta às tecnologias, acredito que ela pode transformar e agregar muitas coisas positivas, principalmente à educação. Sei que mais dia, menos dia, vou me entregar a alguma leitura digital. Mas nunca deixarei de lado um livro em papel, pois o vejo como um objeto de arte, que não acontece na tela de um tablet.

Imagem: Photo: “Day 27: Downsizing” by Steven Dempsey (Via Tumblr)

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