terça-feira, 31 de outubro de 2017

O site que reúne milhares de imagens sobre a cultura e história do Brasil

Lançada em parceria entre acervos públicos e privados, ‘Brasiliana Iconográfica’ traz obras, textos de análise e curadoria de especialistas

 Juliana Domingos de Lima | Nexo

'Dama em Literia, carregada por escravos e suas acompanhantes'

“Iconografia” consiste em um conjunto de imagens que se consolidam ao longo do tempo, formando um imaginário a respeito de um determinado assunto. 

No caso das imagens presentes na Brasiliana Iconográfica, plataforma digital que entrou no ar na sexta-feira (27), esse conjunto corresponde a tudo o que diz respeito à cultura e história do Brasil, a partir do século 16, quando começaram a circular os primeiros mapas e livros sobre a América Portuguesa.

A definição de iconografia mencionada acima foi dada ao Nexo pela coordenadora de Iconografia do Instituto Moreira Salles, Julia Kovensky. “São imagens fundadoras do nosso imaginário de nação brasileira. Isso é gigante. Envolve registros etnográficos, registros científicos de flora e de fauna, pinturas históricas, de paisagens”, disse Kovensky em entrevista. 

O site disponibiliza, inicialmente, cerca de 2.500 obras dos acervos da Biblioteca Nacional, Instituto Moreira Salles, Itaú Cultural e Pinacoteca de São Paulo, trazendo informações sobre a origem, temas, histórias e a ficha catalográfica de cada uma das obras. Há também uma seção de artigos.

O período abarcado pela coleção de iconografia brasiliana do site vai do século 16 ao 20. Em volume, a maior parte do material data do século 19 em diante: segundo Julia Kovensky, há pouquíssimos registros anteriores nos acervos de todas as instituições participantes. Segundo ela, isso se dá pela natureza da história do Brasil e da formação de sua iconografia. 

Foi a partir do início do século 19, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil – evento de 1808 que marcou também o início da imprensa no país –, que os registros aumentaram.

A criação da plataforma, inédita nesse campo, potencializa o alcance das obras. “Normalmente, só se tem acesso a essas obras em uma exposição que uma dessas instituições decida organizar ou dentro das reservas técnicas de cada museu, a que pouquíssima gente tem acesso. Acho que disponibilizar isso em um portal pra todo mundo tem um potencial que a gente ainda nem consegue imaginar”, disse Kovensky. 

Crianças e adolescentes que explorem o acervo para um trabalho de escola, por exemplo, passam a acessar a mesma fonte de grandes especialistas, sem distinções.

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