Usados por empresas, instituições e até pessoas físicas, os timbres eram parte importante da identidade visual, da identificação e promoção de seus donos
Juliana Domingos de Lima | Nexo
Desde 2009, o site Letterheady (nome derivado da palavra “letterhead”, que designa o cabeçalho ou timbre de um papel) mantém um arquivo de papéis timbrados de diferentes épocas, estilos e empresas.
Muito necessário no cotidiano pré-digital dos escritórios, do século 19 ao 20, o papel timbrado costumava ser parte importante da identidade visual, da identificação e promoção de uma empresa, instituição, associação e de profissionais liberais, como artistas.
O timbre consiste no design que ocupa, normalmente, o topo da página ou suas margens. Foi um elemento essencial de documentos importantes emitidos por uma empresa ou órgão institucional.
O Nexo reproduz abaixo algumas das imagens de papéis timbrados presentes no site:
FOTO: REPRODUÇÃO
TIMBRE USADO PELA MADEMOISELLE PAULA, 'A FAMOSA CONQUISTADORA DE RÉPTEIS', EM 1899
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PAPEL TIMBRADO USADO PELA ESCRITORA VIRGINIA WOOLF EM 1923. AOS 41 ANOS, WOOLF VIVIA COM O MARIDO EM HOGARTH HOUSE, ONDE TAMBÉM SE INSTALAVA A EDITORA DO CASAL, HOGARTH PRESS
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PAPEL TIMBRADO DE 1994 DA CANTORA MADONNA
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PAPEL TIMBRADO DO QUADRINISTA STAN LEE, MARVEL COMICS GROUP, 1964
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PAPEL TIMBRADO USADO POR ADOLF HITLER ENTRE 1934 E 1945
FOTO: REPRODUÇÃO
PAPEL TIMBRADO USADO POR VOLTA DE 1980 PELA GRAVADORA BRITÂNICA FACTORY RECORDS, QUE TRAZIA EM SEU CATÁLOGO BANDAS COMO JOY DIVISION E HAPPY MONDAYS
“Para as empresas, [os papéis timbrados] funcionam como documentos oficiais, quando não legalmente vinculantes, conferindo autenticidade ao que foi escrito ou digitado abaixo [do timbre]. Para os indivíduos, eles também podem ser um vislumbre do gosto de uma pessoa, uma vez que os timbres frequentemente refletem a estética de seus donos”
Texto do site Collectors Weekly Coleções
Coleções
Atualmente, com a preponderância dos e-mails e arquivos digitais sobre documentos impressos, os papéis timbrados mais antigos se tornaram artigos de colecionador.
Em um ensaio publicado no site Design Observer em fevereiro de 2019, o historiador do design e colecionador de papéis timbrados Steven Heller afirma que mesmo com o advento do e-mail – ou justamente por conta dele – o interesse em preservar esses itens tem crescido, despertando a curiosidade não só de colecionadores de materiais impressos variados como de estudiosos de história cultural e social.
Ele também explica que muitos colecionadores de papel timbrado se especializam em temas ou períodos determinados, formando coleções de timbres do século 19, de partidos políticos ou empresas automobilísticas. A coleção de Heller é focada em timbres vintage, com estilos que ecoam a arte moderna ou o art déco.
Para ele, o interessante dos timbres é que revelam algo sobre o estilo gráfico de uma época, sobre a imagem orgulhosa que empresas projetavam de si por meio da identidade visual, além de serem “tesouros gráficos e tipográficos”.
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