terça-feira, 5 de maio de 2009

Clássica Digitalia permite melhor divulgação científica


Biblioteca digital permite melhor divulgação científica

A sala D. João III, no arquivo da Universidade de Coimbra (UC), recebeu ontem a apresentação da recém-criada biblioteca e editora online, a Clássica Digitalia. Segundo o coordenador do projecto, Delfim Leão, um dos objectivos principais é «divulgar a produção científica».
A página na Internet está em crescimento, reunindo para já obras de 2008 e 2009. O material incide na área dos Estudos Clássicos e Humanísticos, um universo que abrange campos diversificados como a literatura, a história de arte ou a filosofia, entre outros.

«Trabalhámos no projecto durante mais de um ano e agora queremos editar cerca de 20 volumes por ano», projectou Delfim Leão. Se a meta for cumprida, a Clássica Digitalia pode transformar-se na maior editora portuguesa na área dos Estudos Clássicos.

Durante a conferência de ontem, que contou com a presença de dezenas de alunos, foi lançado um suplemento da revista “Humanitas”, com o nome “Espaços e paisagens – Antiguidade clássica e heranças contemporâneas”. A obra ficou imediatamente disponível na Clássica Digitalia, ainda antes de ser comercializada. «Queremos disponibilizar os livros assim que sejam editados e os “downloads” são todos gratuitos. Pensamos que é possível editar assim e continuar a vender livros em formato papel. Mas no fundo prevalece a ideia de divulgar a cultura científica», contextualizou o coordenador.

A maioria das obras pertencem a investigadores da Universidade de Coimbra, mas os responsáveis garantiram que o projecto abrange «investigadores de todo o país» e que «a edição pode vir de qualquer parte».

A página, que dentro de poucos dias estará disponível em http://classicadigitalia.uc.pt, apresenta uma navegação simples e eficaz e permite pesquisar obras antigas por autores, dadas, títulos e temas. Os cibernautas podem recolher informação em português ou inglês. O sítio contempla ainda um “link” para um género de arquivo da revista “Humanitas”, onde estão digitalizadas mais de 30 mil páginas das edições antigas, algumas com várias décadas.

A publicação das obras online tem a vantagem de permitir que os trabalhos académicos sejam editados «apenas pelo critério qualidade», sem que exista a preocupação comercial do número de vendas que normalmente existe na versão papel.

A digitalização de livros é uma tendência cada vez maior. Recorde-se, a título de exemplo, a Biblioteca Digital Mundial da UNESCO, apresentada esta semana.No entanto, Delfim Leão alertou para a importância de não desprezar as edições impressas dos livros. A própria editora vai continuar a publicar «manuais em papel». «O livro impresso é único e permite um grande prazer sensorial ao folhear e até cheirar», acrescentou o coordenador.

A ideia é partilhada com a directora do Arquivo da Universidade de Coimbra. «A digitalização é uma exigência e não podemos perder este comboio, mas é possível uma união muito pacífica com o impresso», comentou Maria José Azevedo Santos.

Fonte: Diário de Coimbra

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