quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Projeto permite criação coletiva de mapas na web



O conceito de colaboração do software livre para construir programas também está presente no serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens da Terra. A novidade foi apresentada no primeiro dia da 6ª Conferência Latino-Americana de Software Livre – Latinoware 2009, em Foz do Iguaçu.

O “OpenStreetMap” (http://www.openstreetmap.org/) é um projeto interativo que visa a construção de uma base de dados OpenSource de pontos de interesse em todo o mundo. Ou seja, os usuários podem atuar de forma participativa e criativa no seu crescimento. Seria uma espécie de Wikipedia (a enciclopédia livre que todos podem editar), porém focado no mapeamento do mundo.

A idéia do projeto surgiu a partir de uma análise crítica sobre as principais bases cartográficas gratuitas disponíveis na web. Leia-se Google Maps, Yahoo Maps e Bing Maps. Estas ferramentas, apesar de não terem nenhum custo de licença, apresentam restrições técnicas e legais na sua utilização.

No Google Maps a reprodução das imagens é regulada, sendo necessária autorização para o uso, por exemplo, em panfletos comerciais. Já no OpenStreetMap é possível fazer uso do conteúdo dentro dos parâmetros Creative Commons (projeto sem fins lucrativos que oferece licenças flexíveis para obras intelectuais).

A diferença entre os programas foi abordada na palestra do arquiteto de soluções Rafael Almeida Fernandes Soto. “Pense no morador de uma cidade do interior, que deseja mapear seu município. No Google, a participação dele é inibida, a pessoa não vai conseguir colaborar, mapear a rua onde mora ou corrigir eventuais erros de informação. No OpenStreetMap isso é possível”, diferenciou.

Criado em agosto de 2005, OpenStreetMap já está presente em 22.457 cidades, de mais de 200 países, mapeando 33 mil quilômetros de estradas e avenidas em todo o planeta. Tudo isso possível graças à ajuda de 180 mil usuários/editores. No Brasil, onde está no ar desde junho deste ano, o programa conta com 100 usuários, nas principais capitais do País.

O barato nessa brincadeira é que não é preciso muito conhecimento sobre geoprocessamento para ser um editor. Com uso de um aparelho de GPS, um mp3, um celular ou simples anotações em uma folha de papel, o cidadão pode contribuir. Basta catalogar as informações sobre ruas e avenidas desejadas, fazer um cadastro no site (nome e e-mail) e depois publicar ou corrigir as informações.

“Dentro do conceito de criar uma comunidade divertida, foram criadas ferramentas de diferentes formatos, do mais básico aos mais técnicos. Durante uma corrida ou um passeio de bicicleta, você sincronizar o seu aparelho com o site e indicar coordenadas desconhecidos pelo site. Com poucos toques, qualquer pessoa pode atualizar o projeto”, explicou. Segundo ele, até a Casa Branca utiliza esse conceito para construção de mapas virtuais.

A 6ª Conferência Latino-americana de Software Livre – Latinoware 2009 reúne cerca de 4 mil usuários das mais diversas linguagens, tecnologias, sistemas operacionais e outras correntes tecnológicas relacionadas ao software livre. As atividades seguem até o próximo sábado, dia 24, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

Fonte: O Farol

Iniciativa semelhante na Europa: Mapas personalizáveis

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