terça-feira, 29 de maio de 2012

Engenheiro cria portal com aulas de Harvard e Yale em português

Ele quer revolucionar o aprendizado online no País


por Alexandre Rodrigues | Galileu

NOTA PARA O PLANO B: Carlos Souza deixou a carreira em uma multinacional para mudar a educação online no Brasil

Há 10 anos, existe lá fora um movi­mento batizado de O­penCourseWare (cursos de código aberto), em que universidades de renome como MIT, Harvard e Stanford disponibilizam na internet suas principais aulas. Porém, claro, eram em inglês — língua fluente para apenas 2% dos brasileiros.

Pois desde o final de fevereiro, está no ar o Veduca.com.br, portal com mais de 4.700 vídeos e 212 aulas internacionais legendadas em português. Os temas vão de medicina clássica e matemática a discussões sobre a crise econômica internacional e palestras de famosos como Steve Jobs. No primeiro mês, os vídeos foram vistos mais de 73 milhões de vezes. O próximo passo será filmar as aulas de universidades brasileiras. Confira a seguir um papo com Carlos Souza, o engenheiro dono da ideia.

* Como surgiu o Veduca?


Souza: Existe uma grande demanda por edu­cação online no país. O Brasil tem a quinta maior popula­ção de universitários do mundo, 6,1 milhões. Dos 80 milhões de internautas brasi­leiros, 66% já uti­lizam a web com fins educa­tivos. Então, resolvi largar minha carreira em uma multinacional e investir nisso. A ideia é simples: oferecer videoaulas das melhores univer­sidades do mundo em português e grátis. Já nos próximos meses, também vamos começar a filmar e colocar no site videoaulas de universi­dades brasi­leiras. As parcerias estão sendo fechadas.

* A internet está repleta de cursos escolares, mas poucos universitários. O portal preen­che essa lacuna?


Souza: Sim, a internet está cheia de cursos online escolares, mas não há garantia de qua­lidade. O Veduca será o primeiro site a oferecer videoaulas grátis das me­lhores universidades do Brasil e do mun­do. Nosso propósito é demo­cratizar a educação de alta qualidade. Os avanços tecnológicos, em especial a inter­net, estão revolucionando a educação. Em tese, qualquer pessoa conectada hoje pode assistir a cursos universitários de primeira linha. Porém, o Brasil ainda engatinha nisso por dois motivos: a maioria da população não fala inglês e as grandes universidades brasilei­ras ain­da não começaram a seguir o que MIT, Harvard, Stan­ford e companhia estão fazendo: filmando suas aulas para torná-las acessíveis a qualquer um.

* Quem irá se beneficiar com as aulas?


Souza: Pensamos em 3 grupos: universi­tários, profissionais formados e professores. Mas, além deles, qualquer pessoa com acesso à internet pode aprender algo novo com as aulas, de onde estiver, na hora que quiser e no seu ritmo. A importância da educação informal só deve aumentar. Não é difícil imaginar alu­nos de universidades tendo aulas teóricas em casa, na frente do computador, indo à faculdade apenas para debates. Isso trará um bom ganho de tempo.

* O site pretende usar ferramentas colaborativas?


Souza: Sim. Lançamos no site a “le­gendagem colaborativa”. Qualquer internauta com conheci­mento de inglês (e, de preferência, alguma bagagem no assunto tratado) poderá ajudar a demo­cratizar a educação traduzindo e legendando aulas de instituições estrangeiras.
 
+ 
 
Conteúdo de aulas de universidades renomadas estão disponíveis na web


Parceria Unicamp e Univesp começam a disponibilizar aulas via internet

Nenhum comentário:

Postar um comentário