quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Preferindo o livro

Lendo uma manhã dessas o Diário de Notícias, de Lisboa, em sua edição onlaine, dei de cara com uma notícia que me deixou ancho da vida: os jovens continuam preferindo os livros tradicionais, os impressos, o livro de papel, aos “ebooks”, os tais “livros” digitais. Trata-se de uma pesquisa realizada pela Voxburner, não sei instituto inglês ou norte-americano. A notícia não esclarece se a pesquisa foi realizada apenas em Portugal ou se estendeu pela Europa. Ou, quem sabe, pelo mundo inteiro. Bom, em qualquer lugar que tenha sido  (ah, se fosse no Brasil!), o seu resultado é um alento: o livro impresso, o livro de mesmo, continua firme como leitura preferida dos jovens. Vejamos como Diário de Notícias publicou a notícia:

- Inquérito levado a cabo pela Voxburner concluiu que 62% dos leitores entre os 16 e os 24 anos preferem os livros tradicionais aos ebooks. Questionados sobre a preferência para produtos físicos versus conteúdos digitais, os livros impressos destacam-se como o meio mais desejado em forma material, à frente dos filmes (48%), jornais e revistas (47%), CD’s (32%) e jogos de vídeo (31%).

Adiante, o jornal português transcreve o que disse o porta-voz da agência, Luke Mitchell, analisando os números da pesquisa: “É surpreendente, porque pensamos no escalão 16-24 anos como estando ligado aos seus smartphones e dispositivos digitais”. O DN acrescenta:

- As principais razões apontadas para esta preferência estão relacionados com ligações sentimentais e com o custo monetário dos livros. Luke Mitchell referiu que os intervenientes optam pela versão física porque colecionam, gostam do cheiro ou pretendem ter estantes completas.

Ah, o cheiro do livro! Passar as mãos pelas suas lombadas, suas capas, afagar suas páginas. O prazer de levá-lo para a rede embalada pelo pé na parede, adocicando a leitura. E tem mais. Como  disse ainda o Luke Mitchell, “os livros são símbolo de status, não se pode ver o que realmente leu no seu Kindle.”

Você sabe o que é um Kindle? Perguntei ao poeta Sanderson Negreiros. Não, não sabia. Pois é, disse pra ele, tem muita gente por aí lendo Machado de Assis e Augusto dos Anjos nos seus kindles. Eu mesmo já vi um figurão daqui da aldeia se amostrando com o seu tablete numa das igrejas daqui. Acionou o  kindle em plena missa, certamente lendo os “evangelhos”, enquanto lá no altar o vigário abria a Bíblia impressa por Gutemberg.

Felizmente, como prova o Voxbruner, o figurão é minoria. Mas faz pose. 

Fonte: Tribuna do Norte

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