segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Peça estimula as crianças a trocarem o computador pelos livros

Em Tecnópolis, há quem nunca tenha aberto um livro

A peça “Tecnópolis – Sem livro pra contar história”, do grupo Teatrando Por Aí, de Florianópolis, é de autoria da atriz Mariana Monteiro. Ela se sentiu inspirada para a escrita da peça após uma professora perguntar se o grupo tinha um projeto de incentivo à leitura. A partir daí, o grupo construiu uma proposta para levar a peça para as escolas públicas de Santa Catarina no intuito de despertar o interesse das crianças pela leitura.

A partir desta segunda-feira, seguindo até o dia 11 de setembro, o grupo teatral levará a peça infantil para sete cidades catarinenses, com 36 apresentações gratuitas.

Na história, as crianças de Tecnópolis vivem entretidas com aplicativos e mídias eletrônicas e há quem nunca tenha aberto um livro na vida. Tecnópolis é uma cidade imaginária, criada pelo grupo Teatrando Por Aí para dar vida a Maurinho, mas seu universo ficcional é concreto e bastante atual. Maurinho está sempre conectado com o mundo digital e nunca abriu um livro. É então que os pais dele, preocupados com esta situação, mandam o menino passar as férias no sítio da avó, longe da tecnologia, para que ele possa se conectar com um mundo diferente. O espetáculo é encenado por quatro atores e conta ainda com a animação de bonecos, o que torna a narrativa cênica mais lúdica.

Com 50 minutos de duração, “Tecnópolis” é voltada para crianças de cinco a dez anos, e surgiu a partir de experiências do próprio grupo dentro de escolas, quando em turnê com outro projeto. “Esse texto é brincadeira, é amor, é imaginação, é aventura, é tudo aquilo que a leitura pode despertar, é tudo aquilo que a criança merece viver e experimentar. Eu torço para que essa história inspire a todos, pequenos e grandes leitores, a voarem pelas páginas do papel”, afirma Monteiro, para quem os livros e a tecnologia podem andar de mãos dadas. Para ela, Maurinho é um menino que tem muito a aprender, mas que também vai ensinar. “Como toda boa prática pedagógica, o caminho é de mão dupla”, resume.

O espetáculo integra o projeto cultural Teatro na Escola: Divertir para Educar, iniciativa do grupo Teatrando Por Aí para levar teatro infantil a escolas públicas do ensino fundamental de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Neste turnê, o grupo vai até Lontras, Ibirama, Apiúna, Rio do Sul, Lages, Criciúma e Tubarão. “Estar na escola é um grande exercício de adaptação, improviso, jogo de cintura e também um grande exercício de consciência política e social. A gente procura pensar as peças para o espaço da escola, mas sem deixar cair a qualidade da criação artística como muitas vezes o teatro na escola acaba fazendo”, explicou Eder Schmidt, ator e coordenador do grupo.

Para ele, o objetivo é provocar alguma transformação social. “Como todo artista, pretendemos que a nossa arte tenha alcance de público e, consequentemente, que possa trazer algum tipo de transformação, individual ou coletiva. Cientes da importância desse papel social e transformador do teatro, levamos os nossos espetáculos para dentro das escolas em apresentações gratuitas”, afirma Schmidt.

Saiba mais em www.teatrandoporai.com.br

via Notícias do Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário