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quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Da preservação digital ao acesso à informação: uma breve revisão
Páginas a&b: arquivos e bibliotecas S.3, nº 7 (2017) 16-30
Henrique Machado dos Santos, Daniel Flores
O constante aumento de documentos digitais vem impulsionando as práticas de preservação em longo prazo. No entanto, a literatura técnica concentra-se em preservar a autenticidade dos registros, e por vezes, há pouco aprofundamento no que se refere a proporcionar condições de acesso aos usuários. Assim, realiza-se uma análise sobre as estratégias de preservação digital com ênfase na perspectiva de acesso aos usuários. O método utilizado consiste no levantamento bibliográfico de materiais previamente publicados, dentre estes: livros, teses, dissertações e artigos científicos recuperados pela ferramenta de pesquisa Google Scholar. Desta forma, obtém-se uma revisão dos métodos de preservação digital que realça sua aplicabilidade e aponta as dificuldades de acesso pertinentes ao usuário.
Clique aqui para o texto completo [pdf/15p.]
Imagem: Internet
sexta-feira, 3 de março de 2017
Nós ainda gostamos de ler livros impressos
Há dez anos, quando Jeff Bezos lançou o Kindle em Nova York, ele declarou que "o livro é tão altamente evoluído e tão adequado para sua tarefa que é muito difícil tirar seu lugar". O fundador da Amazon estava certo: nesta primavera americana, apesar da reviravolta digital desencadeada pelo Kindle, A AMAZON VAI ABRIR UMA LIVRARIA FÍSICA EM MANHATTAN.
Há sinais de renascimento do livro impresso. A Waterstones, cadeia de livros do Reino Unido, voltou a lucrar ano passado depois de sofrer seis anos de perdas. As vendas de livros impressos nos EUA subiram 3% , enquanto as de livros eletrônicos caíram. A tecnologia digital não desencadeou a mesma revolução no impresso do que na música, televisão e notícias; Nós ainda gostamos de ler livros impressos.
O livro, em formato digital ou impresso, tem sido mais estável do que outros tipos de mídia.
Leia o artigo de John Gapper publicado no Financial Times: http://on.ft.com/2klM7Ln
terça-feira, 25 de outubro de 2016
A Web 2.0 na informatização de bibliotecas: um estudo propositivo
PontodeAcesso, Salvador, v.10, n.2, p.17-38, ago. 2016
Fernanda Maciel Rufino, Márcio Bezerra Da Silva
Investigação que estuda a aplicação de recursos da Web 2.0 na informatização de bibliotecas, com enfoque nos sistemas de automação de biblioteca (SAB). Apresenta um referencial teórico formalizado por dois objetos de investigação da tecnologia da informação (TI): Web 2.0 e exemplos de recursos, e SAB e seus paradigmas (livre e proprietário). Objetiva-se, de forma geral, analisar o uso de recursos da Web 2.0 nos SAB. Adota como percurso metodológico as técnicas de pesquisa exploratória e bibliográfica, e como campo de estudo o SAB proprietário Pergamum, utilizado na Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE/UnB). Apresenta como resultados da pesquisa a flexibilidade e a colaboração social como as caraterísticas da Web 2.0 que mais se deflagraram nas proposições de ferramentas a serem implementadas, sendo estas a nuvem de tags, Youtube, Facebook, Twitter, Skoob, Really Simple Syndication (RSS), além de um espaço específico para avaliação, compartilhamento e recomendação de materiais. Conclui-se que o bibliotecário precisa estar atento ao uso de inovações das TI nos produtos e serviços oferecidos em suas bibliotecas, especialmente no ambiente digital como os e-commerces e na iniciativa da Biblioteca da Universidade de Caxias do Sul (UCS) em disponibilizar o seu catálogo, também da rede Pergamum, no Facebook.
Clique aqui para o texto completo [pdf/22p.]
Imagem: Internet
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Modelo para análise do serviço de referência virtual: uma análise quantitativa
Em Questão v.22, n.2, mai/ago. 2016
Ieda Pelógia Martins Damian
O serviço de referência virtual está relacionado com as maneiras de disponibilizar o serviço de referência por meio de tecnologia de informação (TI), com muitos recursos que devem ser explorados em benefício tanto das bibliotecas universitárias quanto dos usuários que interagem em um ambiente digital. Para que, no contexto das bibliotecas universitárias, os serviços de referência virtuais tenham seus valores realmente acrescidos, este estudo se propõe a desenvolver um modelo de análise do serviço de referência virtual do ponto de vista de seus usuários, por meio de análises de ferramentas desenvolvidas e utilizadas em contexto eletrônico. Este modelo foi utilizado e analisado junto aos usuários de serviço de referência virtual oferecidos por bibliotecas universitárias para que, assim, ele pudesse ser validado e, então, servir de instrumento de mensuração destes serviços.
Clique aqui para o texto completo [pdf/26p.]
Imagem: Internet
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Número Especial da Revista Ciência da Informação é lançado em comemoração aos 20 anos do Latindex
O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) acaba de lançar o Número Especial da Revista Ciência da Informação em comemoração aos 20 anos do Latindex (Sistema Regional de Informação Online para Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal). A publicação conta com artigos escritos pelos especialistas que gerenciam o sistema em diferentes países, bem como de seus fundadores.
O Ibict é o Centro Brasileiro do Latindex, sistema de informação dedicado ao registro e difusão de revistas acadêmicas editadas nos países ibero-americanos. Atualmente, integram a sua rede de cooperação: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Portugal, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
A Rede Latindex reúne e dissemina informações bibliográficas sobre as publicações técnico-científicas da Região e, por meio de recursos compartilhados, produz e dissemina padrões editoriais com vistas a elevar a qualidade dessas publicações.
Para visualizar a publicação acesse: http://revista.ibict.br/ciinf/issue/view/145
via Ibict
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Documento digital e preservação digital: algumas considerações conceituais
RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf. v. 9, n. 2 (2016)
Ernesto Carlos Bodê
Apresenta o histórico de desenvolvimento do documento digital e a relação com outros tipos documentais. Discute o seu papel e suas características relevantes para o entendimento da preservação digital. Considera tanto o documento digital que já nasce nesta forma, como também aqueles oriundos de processos de digitalização a partir de outros documentos em suportes tradicionais como o papel comum ou o papel fotográfico. O artigo inclui as diferenças conceituais entre documento eletrônico e documento digital e a relação entre a preservação tradicional, que se ocupa dos documentos em suportes tangíveis, e a preservação digital. Toma os conceitos de documento e preservação exarados por instituições de referência e por pesquisadores destacados.
Clique aqui para o texto completo [pdf/14p.]
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sexta-feira, 10 de junho de 2016
Repositórios institucionais: padrões para registro em diretórios oficiais de acesso aberto
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação. São Paulo, v. 11, n. especial, 2015.
Maria Betânia de Santana da Silva
Analisa os padrões que qualificam um Repositório Institucional (RI) a integrar a base de diretórios oficiais de acesso aberto, segundo o Directory of Open Access Repositories (OpenDOAR), em contribuição ás discussões sobre os caminhos a serem percorridos para um RI eficaz do ponto de vista da interoperabilidade da informação científica em rede mundial, sob a hipótese de assim evitar uma adesão excessivamente simplista, com base apenas nas tecnologias, em detrimento de etapas simples, porém importantes, talvez determinantes para a divulgação da informação científica produzida. A metodologia utilizada é exploratória e a descritiva, com abordagem quali-quantitativa através do levantamento bibliográfico, das condições apresentadas pelo OpenDoar e paralelamente das orientações dadas pelo IBICT como principal órgão de fomento para implantação de Repositórios no Brasil. Conclui-se sobre a importância das ações e parcerias entre instituições e órgãos de fomento para um crescimento com qualidade e maior representação dos RIs brasileiros nos diretórios internacionais.
Clique aqui para o texto completo [pdf/19p.]
Imagem: Internet
Maria Betânia de Santana da Silva
Analisa os padrões que qualificam um Repositório Institucional (RI) a integrar a base de diretórios oficiais de acesso aberto, segundo o Directory of Open Access Repositories (OpenDOAR), em contribuição ás discussões sobre os caminhos a serem percorridos para um RI eficaz do ponto de vista da interoperabilidade da informação científica em rede mundial, sob a hipótese de assim evitar uma adesão excessivamente simplista, com base apenas nas tecnologias, em detrimento de etapas simples, porém importantes, talvez determinantes para a divulgação da informação científica produzida. A metodologia utilizada é exploratória e a descritiva, com abordagem quali-quantitativa através do levantamento bibliográfico, das condições apresentadas pelo OpenDoar e paralelamente das orientações dadas pelo IBICT como principal órgão de fomento para implantação de Repositórios no Brasil. Conclui-se sobre a importância das ações e parcerias entre instituições e órgãos de fomento para um crescimento com qualidade e maior representação dos RIs brasileiros nos diretórios internacionais.
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quarta-feira, 8 de junho de 2016
Obstáculos para expansão do uso dos e-books na sociedade brasileira
Rev. Digit.Bibliotecon. Cienc. Inf. v. 14, n. 2 (2016)
Robson Dias Martins
As bibliotecas universitárias participam da transformação nos processos de gestão da informação impulsionados pelos avanços tecnológicos. As mudanças na forma de produzir, comercializar, acessar e difundir o conhecimento humano provoca nas bibliotecas a necessidade de se adaptarem as mutações do mercado editorial. Nesse contexto, surgem obstáculos para o gerenciamento dos livros digitais. O presente estudo enfoca os problemas enfrentados pelas unidades de informação na seleção, aquisição, gestão e formação de acervos dos e-books. Considerando que os recursos digitais compreendem uma gama de questões especificas que necessitam de estudos para proporcionar facilidades na aquisição, gerenciamento, difusão e acesso. Esta pesquisa objetiva apresentar um diagnóstico dos obstáculos enfrentados para expansão do uso dos e-books, busca-se democratizar seu acesso, bem como, simplificar os processos que envolvem a administração de coleções; a redução dos recursos financeiros e humanos utilizados pelas bibliotecas; o aumento da competitividade do mercado editorial; a maximização do acesso, da acessibilidade e o aperfeiçoamento dos produtos e serviços oferecidos para a comunidade acadêmica. Nesse sentido, este trabalho representa uma pesquisa relevante para os profissionais da Biblioteconomia e da Ciência da Informação. A metodologia aplicada foi a revisão de literatura acerca do tema nos campos das Ciências da Informação, mais especificamente, da Biblioteconomia. Os resultados obtidos possibilitaram o mapeamento dos obstáculos encontrados na gestão dos e-books.
Clique aqui para o texto completo [pdf/19p.]
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Alexandra Elbakyan, a Robin Hood da ciência
O site pirata de artigos científicos onde é possível baixar milhões de trabalhos
HyperScience
Dezenas de milhares de estudantes e pesquisadores em todo o mundo não conseguem pagar as caras assinaturas de revistas científicas, de forma que ficam sem acesso a pesquisas importantes.
Isso seria de entristecer qualquer coração e atrapalhar qualquer progresso, não fosse por uma brava pesquisadora do Cazaquistão chamada Alexandra Elbakyan. Em 5 de setembro de 2011, ela criou o Sci-Hub, um site que ignora os pedidos de pagamento e fornece ilegalmente acesso a quase todos os artigos científicos já publicados para qualquer um em qualquer lugar.
Alexandra é basicamente o Robin Hood da ciência.
Pirateando
O site funciona em duas etapas. Primeiro, tenta baixar uma cópia do banco de dados LibGen, um banco de conteúdo pirata que abriu suas portas para trabalhos acadêmicos em 2012 e agora contém mais de 48 milhões de artigos científicos.
A parte engenhosa do sistema é que se LibGen ainda não tiver uma cópia do documento, Sci-Hub tem uma segunda maneira de ignorar o pedido por pagamento da revista científica: o site usa senhas de acesso doadas por acadêmicos que tiveram a sorte de estudar em instituições que possuem uma gama adequada de assinaturas.
Isso permite que o Sci-Hub encaminhe o usuário direto para o artigo que ele quer através de editoras como JSTOR, Springer, Sage e Elsevier. Depois de entregar o artigo para o usuário em questão de segundos, o Sci-Hub doa uma cópia do documento para LibGen, onde ele fica armazenado para sempre, acessível por todos e qualquer um.
Um mundo de conhecimento
Recentemente, a Elsevier alegou em tribunal que o Sci-Hub está colhendo conteúdo pirata a uma taxa de milhares de documentos por dia. Alexandra coloca o número de artigos copiados a partir de várias editoras através do Sci-Hub na faixa de centenas de milhares por dia, entregue a um total de mais de 19 milhões de visitantes.
A eficiência do sistema é realmente muito surpreendente, trabalhando muito melhor do que os modos relativamente primitivos de acesso concedido a pesquisadores em universidades.
Os usuários não têm sequer que visitar o site do Sci-Hub para ver um artigo. Em vez disso, quando confrontados com um bloqueio de acesso, podem simplesmente colar a URL do Sci-Hub na barra de endereços de um artigo após o “.com” ou “.org” e antes do restante da URL.
A rede provavelmente tem um maior nível de acesso à ciência do que qualquer universidade, indivíduo ou governo em qualquer lugar do mundo, uma vez que o Sci-Hub representa a soma do acesso institucional de incontáveis pessoas - literalmente um mundo de conhecimento.
Todo mundo quer, então o Sci-Hub dá
Até mesmo a nobre Universidade de Harvard já não pode se dar ao luxo de pagar taxas de assinaturas caras de revistas científicas. A Universidade Cornell também já finalizou muitas das suas assinaturas com a Elsevier mais de uma década atrás. Para pesquisadores fora das instituições mais ricas dos EUA e Europa Ocidental, a pirataria tem sido a única forma de fazer ciência.
Esta foi a experiência da Alexandra, que estudou na Universidade do Cazaquistão e foi forçada a piratear a fim de completar seus estudos. O acesso a cada artigo custa cerca de 30 dólares, e quando é preciso ler muitos para uma pesquisa, esse preço fica impraticável.
Antes do Sci-Hub, o problema dos artigos caros era resolvido de outras maneiras. Por exemplo, os alunos visitavam um fórum online onde outros pesquisadores se comunicavam e solicitavam documentos. Isso ainda acontece, aliás. Mesmo instituições com dinheiro agora rotineiramente enviam e-mails diretamente aos autores de trabalhos pedindo uma cópia de seu artigo.
Ter que implorar para ter acesso a pesquisa é algo que Alexandra acha “arcaico”. De acordo com ela, o projeto di Sci-Hub começou uma nova era no qual os pedidos de informação são resolvidos por máquinas, e não por outros pesquisadores.
A vilã Elsevier
No ano passado, o juiz Robert W. Sweet decidiu uma liminar contra o Sci-Hub, tornando o ex-domínio do site indisponível. Essa liminar veio antes de outro julgamento Elsevier vs. Sci-Hub, um caso que a Elsevier deve vencer - devido, em grande parte, ao fato de que ninguém do site vai aparecer em solo americano para iniciar uma defesa. A Elsevier alega “dano irreparável” e pede indenização de US$ 750 a US$ 150.000 por cada obra pirateada.
A Elsevier é a maior editora acadêmica do mundo e, de longe, a mais controversa. Mais de 15.000 pesquisadores prometeram boicotar a editora a fim de que ela diminua seus “preços exorbitantes”, além de evitar que una revistas indesejadas a revistas essenciais, uma prática que supostamente está falindo bibliotecas universitárias. A Elsevier também apoia leis que os pesquisadores afirmam restringir a livre troca de informações. Por fim, a editora não permite que pesquisadores vinculados a ela tenham seus próprios estudos publicados em sites como Academia.edu.
O movimento contra a Elsevier ganhou velocidade ao longo do último ano, com a demissão de 31 membros do conselho editorial da revista Lingua, que saíram em protesto para criar a sua própria revista de acesso aberto, Glossa. Agora, o campo de batalha mudou do nicho da linguística para o campo muito maior das ciências cognitivas. No mês passado, uma petição de mais de 1.500 pesquisadores pediu “acesso aberto justo”, uma vez que a Elsevier cobra atualmente dos pesquisadores US$ 2.150 por artigo se eles desejam que seu trabalho seja publicado na famosa revista Cognition.
Em uma carta ao juiz, Alexandra defendeu sua posição usando não razões legais, mas sim razões éticas. Ela escreveu: “Quando eu era estudante na Universidade do Cazaquistão, eu não tinha acesso a quaisquer documentos de pesquisa. Esses artigos eu precisava para o meu projeto de pesquisa. O pagamento de 32 dólares é simplesmente insano quando você precisa ler dezenas ou centenas desses artigos para fazer a pesquisa. Obtive estes artigos ao pirateá-los. Mais tarde descobri que há muitos pesquisadores (nem mesmo alunos, mas pesquisadores universitários) como eu, especialmente nos países em desenvolvimento. Eles criavam comunidades online (fóruns) para resolver este problema. Eu era uma participante ativa em uma dessas comunidades na Rússia. (…) Eu podia obter qualquer artigo através da pirataria, então atendi muitos pedidos e as pessoas sempre foram muito gratas por minha ajuda. Depois disso, eu criei Sci-Hub.org, um site que simplesmente torna este processo automático e ele imediatamente se tornou popular”.
O capitalismo ganha, a ciência perde
Pesquisadores e universidades não ganham um único centavo das taxas cobradas por editoras como a Elsevier para aceitar seu trabalho, enquanto a própria Elsevier tem uma renda anual de mais de um bilhão de dólares norte-americanos.
Alexandra explica: “Eu também gostaria de mencionar que Elsevier não é a criadora destes artigos. Todos os trabalhos em seu site são escritos por pesquisadores e eles não recebem dinheiro do que a Elsevier coleta. Isso é muito diferente da indústria da música ou filme, onde os criadores recebem dinheiro de cada cópia vendida”.
Então por que qualquer pesquisador que se preze entregaria os direitos autorais de seu trabalho duro para uma organização que vai lucrar com sua obra, tornando-a proibitivamente cara para as poucas pessoas que querem lê-la? Prestígio. A Elsevier é proprietária das chamadas revistas de “alto impacto”. Se um pesquisador quer ser reconhecido, fazer carreira, precisa ter publicações em revistas desse tipo, como a Nature.
Uma trágica ironia é o fato de que as revistas de alto impacto podem até ser menos confiáveis do que revistas menos bem classificadas, devido aos requisitos de que investigadores publiquem resultados surpreendentes, o que pode levar a uma maior incidência de fraude e práticas de pesquisa ruins.
Mas as coisas estão mudando
Os pesquisadores estão cada vez mais lutando contra o problema das editoras de acesso fechado. Financiadores de pesquisa como o Wellcome Trust estão se juntando a batalha, instituindo políticas de acesso aberto que proíbem seus pesquisadores de publicar em revistas com acesso fechado.
Mas nada disso ajuda os pesquisadores que precisam de acesso à ciência agora. Da sua parte, Alexandra não está desistindo da luta, apesar da pressão legal crescente. Ela garante que o Sci-Hub não vai parar suas atividades, e tem planos para expandir sua base de dados.
Apenas alguns dias após a liminar bloqueando o antigo domínio da Sci-Hub, o site já estava de volta online em um novo domínio acessível em todo o mundo. Ele foi atualizado para uma versão em inglês (antes existia somente em russo) e agora leva um manifesto em oposição à lei de direitos autorais.
O pássaro está fora da gaiola, e se Elsevier pensa que pode colocá-lo de volta, pode estar muito enganada. [BigThink]
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Avaliação da recuperação da informação em acervos digitais de jornais
Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 49-73, mai/ago. 2015
Luana Carla de Moura dos Santos e Angel Freddy Godoy Viera
Este estudo avalia o Sistema de Recuperação da Informação de três jornais brasileiros que disponibilizam reproduções fiéis das publicações diárias que fizeram história na sociedade brasileira e internacional. Para a avaliação dos acervos digitais, foi utilizada uma adaptação da metodologia desenvolvida por Sandusky (2002) para bibliotecas digitais. A análise dos resultados permitiu evidenciar que os acervos digitais de jornais necessitam de aperfeiçoamento em relação aos processos que objetivam a recuperação da informação. A definição de metadados precisa contemplar, além da descrição dos conteúdos, relações associativas que considerem as mudanças ortográficas ocorridas durante o período em que os conteúdos dos jornais foram elaborados, devido ao contexto histórico dos documentos. Padrões de interoperabilidade, preservação e iniciativas de acesso aberto também são indispensáveis. A conclusão aponta os desafios dos acervos digitais como importantes fontes de informação, que permitem, além do acesso a documentos primários, a preservação do patrimônio cultural e histórico de uma nação.
Clique aqui para o texto completo [pdf/25p.]
Imagem: Intenet
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Algoritmos facilitam classificação automatizada de textos da internet
A representação das relações entre termos em redes permite aprender padrões que não são assimilados em outros tipos de representações (imagem: FAPESP)
Diego Freire | Agência FAPESP - Um conjunto de algoritmos desenvolvidos no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, permite filtrar, entre grandes quantidades de textos, dados que possibilitam classificá-los de acordo com o teor de seu conteúdo.
Dessa forma, comentários publicados em redes sociais podem ser facilmente identificados como positivos ou negativos e coleções de bibliotecas virtuais podem ser categorizadas de acordo com o gênero literário, temas e outros aspectos específicos de cada obra.
Os algoritmos foram desenvolvidos por Rafael Geraldeli Rossi, responsável pela pesquisa de doutorado Extraindo padrões de coleções de documentos textuais utilizando redes heterogêneas, realizada com o apoio da FAPESP. O trabalho foi premiado na 16th International Conference on Intelligent Text Processing and Computational Linguistics, em abril, no Egito.
“A quantidade de informações à disposição em diferentes plataformas facilmente acessíveis, como a web, é cada vez maior. É preciso que sejam desenvolvidas novas estratégias para filtrá-las de maneira inteligente, sem que dados se percam no processo e garantindo maior precisão na interpretação das informações”, disse Rossi.
Os algoritmos desenvolvidos por Rossi permitem a classificação, considerando não só a incidência de termos específicos em diferentes textos, mas também redes formadas por associações entre termos, o que agiliza o processo e diminui a quantidade de informações que precisam ser fornecidas para “treinar” a máquina.
O trabalho é desenvolvido por meio de aprendizado de máquina, campo da inteligência artificial dedicado ao desenvolvimento de algoritmos e de técnicas que permitem ao computador aperfeiçoar seu desempenho em alguma tarefa, “aprendendo” a partir de exemplos previamente classificados por um usuário ou especialista.
De acordo com Solange Oliveira Rezende, pesquisadora do ICMC e orientadora da pesquisa, a representação de dados em redes possibilita melhorar a organização e classificação de dados considerando poucos exemplos anteriormente classificados.
“A representação das relações entre termos em redes permite aprender padrões que não são assimilados em outros tipos de representações. A partir daí foram desenvolvidos os algoritmos que manipulam essas representações em redes de termos, permitindo fazer análises sobre os diferentes tipos de relações que podem existir entre os termos e adequando o aprendizado de máquina às necessidades do usuário”, explicou.
Para Rezende, os algoritmos desenvolvidos por Rossi simplificam o processo de classificação sem prejudicar sua precisão e minimizando a complexidade computacional.
“O grande diferencial do trabalho é que ele não considera apenas a frequência dos termos nos documentos, que é o mais comum nesse tipo de pesquisa. Leva-se em conta também a relação entre termos para realizar a classificação dos textos.”
O trabalho foi desenvolvido no âmbito da pesquisa Aprendizado de máquina para WebSensors: algoritmos e aplicações, conduzida por Rezende no ICMC também com o apoio da FAPESP.
O objetivo, explicou a pesquisadora, é investigar métodos de aprendizado de máquina para apoiar a construção automática de sensores da Web.
“O desenvolvimento de um websensor depende de especialistas para definição dos parâmetros do sensor, como expressões para busca, filtros e monitoramentos de conteúdo textual da Web, o que torna o processo mais complexo. Os algoritmos de aprendizado de máquina semissupervisionados para classificação de textos, como os desenvolvidos na pesquisa, podem ser utilizados para gerar sensores e monitorar exemplos de interesse do usuário”, disse Rezende.
Segundo a pesquisadora, o estudo busca contribuir ainda com a exploração do potencial da Web como “um grande e poderoso sensor social, permitindo monitorar vários tipos de eventos a partir de textos publicados em portais de notícias e redes sociais, como detecção de epidemias, extração de indicadores políticos e econômicos e análise de sentimentos”.
Os resultados da pesquisa de Rossi, que conta ainda com a colaboração de Alneu de Andrade Lopes, professor do ICMC, podem ser acessados em sites.labic.icmc.usp.br/ragero/cicling_2015.
Diego Freire | Agência FAPESP - Um conjunto de algoritmos desenvolvidos no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, permite filtrar, entre grandes quantidades de textos, dados que possibilitam classificá-los de acordo com o teor de seu conteúdo.
Dessa forma, comentários publicados em redes sociais podem ser facilmente identificados como positivos ou negativos e coleções de bibliotecas virtuais podem ser categorizadas de acordo com o gênero literário, temas e outros aspectos específicos de cada obra.
Os algoritmos foram desenvolvidos por Rafael Geraldeli Rossi, responsável pela pesquisa de doutorado Extraindo padrões de coleções de documentos textuais utilizando redes heterogêneas, realizada com o apoio da FAPESP. O trabalho foi premiado na 16th International Conference on Intelligent Text Processing and Computational Linguistics, em abril, no Egito.
“A quantidade de informações à disposição em diferentes plataformas facilmente acessíveis, como a web, é cada vez maior. É preciso que sejam desenvolvidas novas estratégias para filtrá-las de maneira inteligente, sem que dados se percam no processo e garantindo maior precisão na interpretação das informações”, disse Rossi.
Os algoritmos desenvolvidos por Rossi permitem a classificação, considerando não só a incidência de termos específicos em diferentes textos, mas também redes formadas por associações entre termos, o que agiliza o processo e diminui a quantidade de informações que precisam ser fornecidas para “treinar” a máquina.
O trabalho é desenvolvido por meio de aprendizado de máquina, campo da inteligência artificial dedicado ao desenvolvimento de algoritmos e de técnicas que permitem ao computador aperfeiçoar seu desempenho em alguma tarefa, “aprendendo” a partir de exemplos previamente classificados por um usuário ou especialista.
De acordo com Solange Oliveira Rezende, pesquisadora do ICMC e orientadora da pesquisa, a representação de dados em redes possibilita melhorar a organização e classificação de dados considerando poucos exemplos anteriormente classificados.
“A representação das relações entre termos em redes permite aprender padrões que não são assimilados em outros tipos de representações. A partir daí foram desenvolvidos os algoritmos que manipulam essas representações em redes de termos, permitindo fazer análises sobre os diferentes tipos de relações que podem existir entre os termos e adequando o aprendizado de máquina às necessidades do usuário”, explicou.
Para Rezende, os algoritmos desenvolvidos por Rossi simplificam o processo de classificação sem prejudicar sua precisão e minimizando a complexidade computacional.
“O grande diferencial do trabalho é que ele não considera apenas a frequência dos termos nos documentos, que é o mais comum nesse tipo de pesquisa. Leva-se em conta também a relação entre termos para realizar a classificação dos textos.”
O trabalho foi desenvolvido no âmbito da pesquisa Aprendizado de máquina para WebSensors: algoritmos e aplicações, conduzida por Rezende no ICMC também com o apoio da FAPESP.
O objetivo, explicou a pesquisadora, é investigar métodos de aprendizado de máquina para apoiar a construção automática de sensores da Web.
“O desenvolvimento de um websensor depende de especialistas para definição dos parâmetros do sensor, como expressões para busca, filtros e monitoramentos de conteúdo textual da Web, o que torna o processo mais complexo. Os algoritmos de aprendizado de máquina semissupervisionados para classificação de textos, como os desenvolvidos na pesquisa, podem ser utilizados para gerar sensores e monitorar exemplos de interesse do usuário”, disse Rezende.
Segundo a pesquisadora, o estudo busca contribuir ainda com a exploração do potencial da Web como “um grande e poderoso sensor social, permitindo monitorar vários tipos de eventos a partir de textos publicados em portais de notícias e redes sociais, como detecção de epidemias, extração de indicadores políticos e econômicos e análise de sentimentos”.
Os resultados da pesquisa de Rossi, que conta ainda com a colaboração de Alneu de Andrade Lopes, professor do ICMC, podem ser acessados em sites.labic.icmc.usp.br/ragero/cicling_2015.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
A (r)evolução digital e os dilemas para a catalogação: os cibertecários em atuação
Rev. Digit.Bibliotecon. Cienc. Inf. Campinas, SP v.13 n.2 p.454-463 maio/ago. 2015
Jorge Santa Anna
A (r)evolução digital se apresenta como um dilema impactante nos serviços biblioteconômicos da pós-modernidade. Diante das complexidades que apresentam o ambiente virtual, especificamente ao processo de organização da informação, este estudo objetiva refletir sobre as transformações acometidas ao fazer do catalogador em meio à revolução digital da pós-modernidade. Com esse propósito, por meio de revisão na literatura biblioteconômica da atualidade, discute-se alguns aspectos relacionados a essas transformações, como: o impacto da revolução digital e seus reflexos aferidos à prática da Catalogação; a evolução da biblioteca em meio ao desenvolvimento tecnológico; os novos desafios elencados na organização da informação, e por, fim, discute-se o novo espaço de trabalho do bibliotecário diante das novas tecnologias, sobretudo os impactos condicionados aos fazeres do catalogador. Por fim, evidenciou-se que o catalogador deve sofrer uma metamorfose profissional, adquirindo o perfil de cibertecário, sendo necessário para consumação desse feito, sua formação continuada e o desenvolvimento das qualidades de um moderno profissional da informação.
Clique aqui para o texto completo [pdf/17p.]
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Recursos utilizados pelos bibliotecários para inovar no ambiente virtual
Rev. Digit.Bibliotecon. Cienc. Inf. Campinas, SP v.13 n.2 p.454-463 maio/ago. 2015
Hudson Tiago Menha, Maria Inês Tomaél
O desenvolvimento e a inovação na atuação do bibliotecário é condição para sobrevivência e crescimento do segmento ao qual este profissional está vinculado. O ambiente digital/virtual ampliou a possibilidade de oferta e diversidade dos serviços e produtos de informação, devido a esse fato os profissionais da informação precisam de subsídios - fontes de informação e agentes de inovação - para obterem aportes que lhes permitam exercer suas atividades em sintonia com as tecnologias e com o espaço no qual estão inseridos. Este estudo investigará os recursos que possibilitam ao profissional bibliotecário inovar. Para tanto, será elaborado e aplicado um questionário para os profissionais bibliotecários que mantêm serviços e produtos de informação com recursos da Web 2.0. Os resultados contribuirão para despertar os profissionais para a inovação como fonte de ampliação e fortalecimento da profissão
Clique aqui para o texto completo [pdf/10p.]
terça-feira, 16 de junho de 2015
Preservação digital em repositórios institucionais: práticas na região Sudeste do Brasil
Liinc em Revista, v.11, n.1, p. 181-196, maio 2015
Simone Rocha Weitzel, Marco Aurelio Alencar Mesquita
Tem por objetivo a identificação das boas práticas de preservação digital aplicada aos repositórios institucionais (RIs), em instituições públicas de ensino e de pesquisa na região Sudeste do Brasil. Ressalta o papel da política de preservação digital nas práticas de preservação. Utiliza a pesquisa documental como método de coleta de dados nos RIs selecionados, e questionário de perguntas fechadas aplicados às instituições. Realiza análise quantitativa dos resultados, destacando as divergências aferidas entre os resultados das pesquisas. Estabelece, baseado na literatura e nos resultados obtidos, subsídios para o desenvolvimento de política de preservação digital.
Clique aqui para o texto completo [pdf/16 p.]
quarta-feira, 20 de maio de 2015
E-books didáticos nos ambientes de aprendizagem em rede
Em Questão, v.21, n.1, jan./abr. 2015
Charles Rodrigues, Richard Perassi, Bárbara Zardo De Nardi, Francisco Antonio Pereira Fialho
Apresenta um estudo sobre a relação entre os e-books e o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) suportado por dispositivos eletrônicos conectados à Internet. O objetivo é evidenciar as possibilidades e as vantagens do uso de e-books. Trata-se do resultado decorrente de uma pesquisa exploratória e estudos bibliográficos, caracterizando no conjunto uma pesquisa descritiva de base qualitativa. Os e-books educativos podem ser paradidáticos, quando são usados na aprendizagem sem terem sido originalmente escritos para apoiar as aulas. O uso de e-book vinculado ao ambiente de aprendizagem suportado por dispositivo eletrônico e conectado à Internet revoluciona a ideia de espaço de atividades pedagógicas, incorporando ao processo recursos digitais como calculadora, mapas e localizadores guiados por satélite, além de todo o acervo de informações disponível na Internet. Entre outras soluções de comunicação e gestão, os espaços interativos de postagem das atividades permitem ainda o gerenciamento eficaz do percurso de aprendizagem dos estudantes.
Clique aqui para o texto completo [pdf / 17p.]
Imagem: Internet
terça-feira, 24 de março de 2015
Os e-books nas coleções de bibliotecas escolares: subsídios para elaboração da política de aquisição
Inf. Prof., Londrina, v. 3, n. 1/2, p. 42-65, jan./dez. 2014.
Ivone Guerreiro Di Chiara, Elaine Cristina Liviero Tanzawa
Introdução: O documento eletrônico como novo suporte informacional tem exigido das bibliotecas mudanças em relação à política de aquisição bem como a necessidade de se colher subsídios para elaboração dessa política, o que motivou a realização desse estudo.
Objetivo: Estabelecer subsídios que auxiliem na elaboração da política de aquisição de e-books para bibliotecas escolares.
Metodologia: pesquisa bibliográfica tendo como fontes as bases de dados mais importantes da área da Ciência da Informação. Os textos selecionados foram artigos de periódicos, livros, teses, dissertações e trabalhos apresentados em eventos no período de 2000 a 2013.
Resultados: Foi possível identificar todos os cuidados que se deve ter quando da aquisição de e-coleções, principalmente nos contratos de licenciamento, os fornecedores e os modelos de negócios utilizados para aquisição desse tipo de material, principalmente e-books.
Conclusões: As informações apresentadas e analisadas poderão servir de subsídios para elaboração de uma política de aquisição de e-books, considerando-se que embora esse suporte tenha as suas próprias características, os procedimentos para aquisição dos materiais que compõem as e-coleções são similares.
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sábado, 7 de março de 2015
A informação científica e o seu Acesso Livre: que direção o Brasil está adotando?
Bibliotecas Universitárias. Belo Horizonte, v. 2, número especial, p. 6-28, fev. 2015
O movimento Open Access, também conhecido como movimento Acesso Livre introduziu novas alternativas de acesso à informação científica aos pesquisadores. Em conseqüência, novas ferramentas de disseminação da produção científica foram introduzidas, como repositórios digitais e as revistas científicas de acesso livre. Esse movimento teve seu início em 2001. Passado mais de uma década verifica-se, hoje, a existência de mais de 2600 repositórios digitais, em diversas partes do mundo. O Brasil participou desde o início, dessa experiência, monitorando e desenvolvendo iniciativas similares. Hoje, o país, conta com 83 repositórios digitais, e cerca de mil revistas científicas de acesso livre. Este artigo analisa e discute a posição brasileira, sobre o OA, no contexto mundial baseada em conceitos que definem um repositório digital, um repositório institucional, um repositórios temático, um repositório central. Faz a avaliação da participação dos RI brasileiros no OpenDOAR ilustrando os tipos de documentos registrados nos repositórios Digitais. Apresenta as iniciativas do OA e do IBICT, bem como o nível de evolução das mesmas, discute as razões que vêm impedindo as bibliotecas universitárias de construir e manter os seus repositórios institucionais, assim como, a baixa adesão dos pesquisadores nessas iniciativas. Discute o estágio dos repositórios institucionais brasileiro, as dificuldades encontradas pelas instituições de ensino e pesquisa e enfocando alguns pontos importantes na evolução desses repositórios.
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Mario Vargas Llosa e os livros eletrônicos
Muitos desejam que isso ocorra o quanto antes, como Jorge Volpi, um dos principais escritores latino-americanos das novas gerações,(13) que celebra a chegada do livro eletrônico como “uma transformação radical de todas as práticas associadas à leitura e à transmissão do conhecimento”, algo que — garante — dará “o maior impulso à democratização da cultura dos tempos modernos”. Volpi acredita que muito em breve o livro digital será mais barato que o de papel, e que é iminente o “aparecimento de textos enriquecidos já não só com imagens, mas também com áudio e vídeo”. Desaparecerão livrarias, bibliotecas, editores, agentes literários, revisores, distribuidores, e só ficará a saudade de tudo isso. Esta revolução — diz ele — contribuirá de maneira decisiva “para a maior expansão democrática vivida pela cultura desde... a invenção da imprensa”.
É muito possível que Volpi tenha razão, mas essa perspectiva, que o entusiasma, a mim e a mais alguns, como Vicente Molina Foix,(14) angustia. Diferentemente de Volpi, não acredito que a troca do livro de papel pelo eletrônico seja inócua, simples troca de “envoltório”, mas também de conteúdo. Não tenho como demonstrá-lo, mas desconfio que, quando os escritores escreverem literatura virtual, não escreverão da mesma maneira que vieram escrevendo até agora, pensando na materialização de seus escritos nesse objeto concreto, táctil e durável que é (ou nos parece ser) o livro. Algo da imaterialidade do livro eletrônico contagiará seu conteúdo, como ocorre com essa literatura canhestra, sem ordem nem sintaxe, feita de apócopes e gíria, às vezes indecifrável, que domina no mundo de blogs, twitter, facebook e outros sistemas de comunicação através da rede, como se seus autores, ao usarem esse simulacro que é a ordem digital para se expressar, se sentissem libertos de qualquer exigência formal e autorizados a atropelar a gramática, o bom senso e os princípios mais elementares da correção linguística. A televisão até agora é a melhor demonstração de que a tela banaliza os conteúdos — sobretudo as ideias — e tende a transformar em espetáculo (no sentido mais epidérmico e efêmero do termo) tudo o que passa por ela. Minha impressão é de que literatura, filosofia, história, crítica de arte, sem falar da poesia, em suma, todas as manifestações da cultura escritas para a rede serão sem dúvida cada vez mais de entretenimento, ou seja, mais superficiais e passageiras, como tudo o que se torna dependente da atualidade. Se for assim, os leitores das novas gerações dificilmente estarão em condições de apreciar tudo o que valem e significaram certas obras exigentes de pensamento ou criação, pois elas lhes parecerão tão remotas e excêntricas como o são para nós as disputas escolásticas medievais sobre os anjos ou os tratados de alquimistas sobre a pedra filosofal.
Por outro lado, segundo se depreende de seu artigo, ler, para Volpi, consiste apenas em ler, ou seja, em inteirar-se do conteúdo do que é lido, e não há dúvida de que esse é o caso de muitíssimos leitores. Mas, na polêmica com Vicente Molina Foix que seu artigo gerou, este último lembrou a Volpi que, para muitos leitores, “ler” é uma operação que, além de informar sobre o conteúdo das palavras, significa também, e talvez principalmente, gozar, saborear aquela beleza que, tal como os sons de uma linda sinfonia, as cores de um quadro insólito ou as ideias de uma argumentação aguda, é emitida pelas palavras unidas a seu suporte material. Para esse tipo de leitor ler é, tanto quanto uma operação intelectual, um exercício físico, algo que — como diz muito bem Molina Foix — “acrescenta ao ato de ler um componente sensual e sentimental infalível. O tato e a imanência dos livros são, para o aficionado, variações do erotismo do corpo trabalhado e manuseado, uma maneira de amar”.
Custa-me imaginar que os tablets eletrônicos, idênticos, anódinos, intercambiáveis e funcionais a mais não poder, consigam despertar esse prazer táctil prenhe de sensualidade que os livros de papel despertam em certos leitores. Mas não é de surpreender que, numa época entre cujas proezas esteja a de ter acabado com o erotismo, também se desvaneça esse hedonismo refinado que enriquecia o prazer espiritual da leitura com o prazer físico de tocar e acariciar.
13 V. seu artigo “Réquiem por el papel”, El País, 15 de outubro de 2011.
14 V. sua resposta a Volpi, “El siglo XXV: una hipótesis de lectura”, El País, 3 de dezembro de 2011.
Trecho do livro "A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura", de Mario Vargas Llosa (2012)
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Empréstimo de livros eletrônicos, redes sociais e a proteção de dados dos usuários
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação v. 13, n. 1 (2015)
Liliana Giusti Serra
O artigo discorre sobre a questão da proteção de dados e privacidade dos usuários nas bibliotecas a partir do empréstimo de livros eletrônicos realizado pela parceria OverDrive-Amazon e o uso de redes sociais. É realizado um breve panorama dos normativos relativos à confidencialidade de dados por parte das bibliotecas nos Estados Unidos, países da Europa e a situação brasileira. Finaliza discorrendo sobre a importância da utilização de livros eletrônicos e redes sociais pelas bibliotecas, ressaltando apenas que esse uso seja realizado garantindo a preservação e confidencialidade dos dados pessoais dos usuários, utilizando-se das informações coletadas, mas revertendo-as em ofertas de serviços e divulgação dos acervos.
Clique aqui para o texto completo [ 19p./pdf]
Imagem: Internet
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Os Desafios da Confiabilidade da Informação na Produção Colaborativa de Conteúdos: análises na Wikipédia, a Enciclopédia Livre
Ciência da Informação em Revista v. 1, n. 3 (2014)
Sandrine Cristina de Figueirêdo Braz, Edivanio Duarte de Souza
A produção colaborativa tornou-se uma das características mais marcantes da sociedade em rede, dada a possibilidade e a facilidade com que os usuários podem produzir conteúdos e informações. O fato da colaboração nivelar especialistas e amadores naquela produção contribui para que os conteúdos produzidos nessa modalidade sejam questionados, sobretudo, quanto à confiabilidade e à validade dos mesmos. Com bases nesses pontos, este artigo faz uma análise dos elementos que indicam a confiabilidade das informações da Wikipédia, a Enciclopédia Livre. A pesquisa realizada foi empírica, com abordagem qualitativa, tendo como técnica a Análise de Conteúdo (AC). Os resultados alcançados evidenciam que a produção colaborativa de conteúdos na Wikipédia está relacionada a indicadores de confiabilidade que convergem elementos de fontes de informações impressas e digitais. No entanto, o maior desafio dessa fonte de informação é explicitar ainda mais quais são e onde se encontram esses elementos. Os indicadores de confiabilidade das fontes de informação da web, mais precisamente da produção colaborativa, têm a possibilidade de estarem constantemente sendo atualizados, o que é providencial para a confiabilidade das informações.
Clique aqui para o texto completo [pdf / 13p.]
Imagem: Internet
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