Mostrando postagens com marcador Biodiversidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Biodiversidade. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Portal reúne informações sobre o novo Código Florestal
Site desenvolvido pela Embrapa pretende ajudar agricultor a entender e se adequar às novas regras
por Portal Brasil
Ministério acredita que site pode ajudar na recuperação de 12 milhões de hectares de áreas degradadas, uma das metas brasileiras no Acordo de Paris.
A partir desta semana, o agricultor brasileiro tem acesso a um site que permite entender melhor a Lei de Proteção da Vegetação Nativa, também conhecida como o Novo Código Florestal, homologado em 2012.
Além de esclarecer as mudanças no código florestal anterior, a plataforma apresenta estratégias de recuperação de áreas desmatadas, sementes para plantio para cada região e soluções tecnológicas já existentes para melhorar a manutenção ou expansão de áreas florestais recuperadas.
Lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Serviço Florestal Brasileiro, a plataforma reúne também informações sobre boas práticas agrícolas.
Orientações
Segundo a secretária interina de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Juliana Simões, o principal objetivo da plataforma é a divulgação de informações para que os produtores rurais possam se adequar ao novo Código Florestal. “Lá, eles encontrarão orientações sobre quais as melhores espécies, mais adequadas e adaptadas a cada região, a época para plantar, além de contatos de viveiros de mudas”, ilustra Juliana.
Simões espera que o site ajude na formação de “técnicos extensionistas rurais, técnicos dos Estados e prefeituras e demais profissionais que prestam apoio aos produtores rurais, além dos próprios produtores rurais”, completou a secretária interina.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Portal da Biodiversidade
O Portal da Biodiversidade tem como objetivo disponibilizar à sociedade brasileira dados e informações sobre a biodiversidade brasileira gerados ou recebidos pelo Ministério do Meio Ambiente e as instituições a ele vinculadas. Atualmente, estão disponíveis as bases de dados de alguns dos sistemas mantidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), principalmente nos seus Centros de Pesquisa e Conservação, pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e outros parceiros.
O Brasil é um país de dimensões continentais e hospeda uma das maiores diversidades da flora e fauna do mundo. Os dados disponibilizados no Portal formam uma ampla visão sobre a distribuição da biodiversidade brasileira.
A partir do Portal, é possível a pesquisa, visualização, download e análise de registros dos bancos de dados de biodiversidade atualmente disponíveis. Para ter acesso à descrição detalhada das funcionalidades disponíveis no Portal, acesse o Manual do Usuário.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Infoamazônia
via Le Monde Diplomatique Brasil
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Países acordam para criar biblioteca global de sementes
Sementes: o acordo servirá para melhorar as variedades de plantas destinadas à alimentação e à agricultura, informou a FAO
Grãos de soja em uma fazenda do Paraná
Da EFE | Exame
Delegados de 136 países aprovaram nesta sexta-feira a criação de uma "biblioteca global" com dados de sementes que servirá para melhorar as variedades de plantas destinadas à alimentação e à agricultura, informou a FAO.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) explicou em comunicado que os países signatários do tratado internacional de recursos fitogenéticos decidiram estabelecer uma porta de acesso à informação sobre este material recopilada nos diferentes países.
O novo sistema de informação global conterá uma "biblioteca virtual de genes que incluirá dados de bancos de sementes, centros de pesquisa e organizações de agricultores", disse o secretário do tratado, Shakeel Bhatti.
Ainda que demore a entrar em vigor devido aos "muitos interesses envolvidos", a iniciativa permitirá facilitar o trabalho dos pesquisadores, que poderão saber onde se encontra a informação que necessitam, segundo a nota.
Até agora, governos e organizações armazenavam o material genético separadamente, sem que houvesse uma porta de acesso única aos dados.
A primeira contribuição ao novo sistema foi feita pelo Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), que cedeu o patrimônio genético de mais de 3.000 variedades de arroz para que esteja disponível ao público em geral.
O conhecimento das sequências do genoma dessas variedades contribuirá para desenvolver cultivos mais sustentáveis e resistentes a pestes, inundações e secas.
Grãos de soja em uma fazenda do Paraná
Da EFE | Exame
Delegados de 136 países aprovaram nesta sexta-feira a criação de uma "biblioteca global" com dados de sementes que servirá para melhorar as variedades de plantas destinadas à alimentação e à agricultura, informou a FAO.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) explicou em comunicado que os países signatários do tratado internacional de recursos fitogenéticos decidiram estabelecer uma porta de acesso à informação sobre este material recopilada nos diferentes países.
O novo sistema de informação global conterá uma "biblioteca virtual de genes que incluirá dados de bancos de sementes, centros de pesquisa e organizações de agricultores", disse o secretário do tratado, Shakeel Bhatti.
Ainda que demore a entrar em vigor devido aos "muitos interesses envolvidos", a iniciativa permitirá facilitar o trabalho dos pesquisadores, que poderão saber onde se encontra a informação que necessitam, segundo a nota.
Até agora, governos e organizações armazenavam o material genético separadamente, sem que houvesse uma porta de acesso única aos dados.
A primeira contribuição ao novo sistema foi feita pelo Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), que cedeu o patrimônio genético de mais de 3.000 variedades de arroz para que esteja disponível ao público em geral.
O conhecimento das sequências do genoma dessas variedades contribuirá para desenvolver cultivos mais sustentáveis e resistentes a pestes, inundações e secas.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Biblioteca Florestal Digital
A Biblioteca Florestal integra um repositório digital temático da produção bibliográfica no campo das Ciências Florestais.
Seu objetivo é ampliar e facilitar o acesso à produção bibliográfica relacionada às Ciências Florestais, aumentando assim a visibilidade, o uso e o impacto dos resultados das pesquisas depositadas.
terça-feira, 16 de junho de 2015
Unicamp cria o "Shazam dos bichos"
Software identifica animais pelo barulho que eles fazem — lógica é parecida com a de aplicativo que reconhece músicas
Revista Galileu
(Foto: Orlandeli/ Editora Globo) (FOTO: ORLANDELI/ EDITORA GLOBO)
Nada de Ed Sheeran nem de Calvin Harris: em um futuro não muito distante, quem pode estar encabeçando as paradas de sucesso brasileiras de um aplicativo bem parecido com o Shazam são o tico-tico e o bem-te-vi, passarinhos muito populares por aqui. Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um software chamado Wasis (Sistema de Identificação dos Sons de Animais Selvagens, na sigla em inglês).
A iniciativa pode ser um primeiro passo para a criação de uma espécie de Shazam dedicado aos animais. “O Wasis identifica animais através de qualquer som emitido ao rodar uma comparação em um banco de dados”, explica o programador Leandro Tacioli, que desenvolveu o software em um projeto financiado pela Fapesp e pela Microsoft.
Para fazer os cruzamentos, o algoritmo se baseia na frequência e na potência dos mais de 300 cantos de anfíbios e aves que atualmente compõem o acervo. Quando um usuário consulta um novo som, ele é comparado com todo o banco de dados e o resultado vem em porcentagens de similaridade. A versão beta, desenvolvida apenas para desktop, foi disponibilizada para download recentemente, mas ainda não há previsão de lançamento para a versão mobile. “O acabamento vendável para um produto que o mundo inteiro possa usar demanda muito tempo e dinheiro”, explica Claudia Medeiros, professora de computação e coordenadora do projeto. “Mas, quanto mais conhecermos esses dados, maior será nossa capacidade de traçar cenários e estabelecer correlações para conhecer melhor o planeta.”
É UM PÁSSARO OU UM AVIÃO?
Descubra três coisas incríveis que o wasis e seus futuros usuários podem fazer pela biodiversidade
(Foto: Orlandeli/ Editora Globo) (FOTO: ORLANDELI/ EDITORA GLOBO)
Revista Galileu
(Foto: Orlandeli/ Editora Globo) (FOTO: ORLANDELI/ EDITORA GLOBO)
Nada de Ed Sheeran nem de Calvin Harris: em um futuro não muito distante, quem pode estar encabeçando as paradas de sucesso brasileiras de um aplicativo bem parecido com o Shazam são o tico-tico e o bem-te-vi, passarinhos muito populares por aqui. Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um software chamado Wasis (Sistema de Identificação dos Sons de Animais Selvagens, na sigla em inglês).
A iniciativa pode ser um primeiro passo para a criação de uma espécie de Shazam dedicado aos animais. “O Wasis identifica animais através de qualquer som emitido ao rodar uma comparação em um banco de dados”, explica o programador Leandro Tacioli, que desenvolveu o software em um projeto financiado pela Fapesp e pela Microsoft.
Para fazer os cruzamentos, o algoritmo se baseia na frequência e na potência dos mais de 300 cantos de anfíbios e aves que atualmente compõem o acervo. Quando um usuário consulta um novo som, ele é comparado com todo o banco de dados e o resultado vem em porcentagens de similaridade. A versão beta, desenvolvida apenas para desktop, foi disponibilizada para download recentemente, mas ainda não há previsão de lançamento para a versão mobile. “O acabamento vendável para um produto que o mundo inteiro possa usar demanda muito tempo e dinheiro”, explica Claudia Medeiros, professora de computação e coordenadora do projeto. “Mas, quanto mais conhecermos esses dados, maior será nossa capacidade de traçar cenários e estabelecer correlações para conhecer melhor o planeta.”
É UM PÁSSARO OU UM AVIÃO?
Descubra três coisas incríveis que o wasis e seus futuros usuários podem fazer pela biodiversidade
(Foto: Orlandeli/ Editora Globo) (FOTO: ORLANDELI/ EDITORA GLOBO)
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Enciclopédia da Terra
A The Encyclopedia of Earth (EoE) é uma fonte de informação eletrônica sobre a Terra, seus ambientes naturais, e sua interação com a sociedade. O EoE é uma coleção livre de conteúdo criado por peritos no assunto, profissionais, educadores, profissionais técnicos e outros especialistas que colaboram e revisaram o trabalho. O conteúdo é apresentado em um estilo que pretende ser útil para estudantes, educadores, acadêmicos, profissionais, bem como ao público em geral.
Assuntos abordados
Agricultura
Água
Alimentos
Biodiversidade
Biologia
Ciências Da Terra
Direito ambiental
Ecologia
Energia
Física e Química
Florestas
Geografia
Mineração
Mudanças Climáticas
Poluição
Riscos e Desastres
Saúde
Sociedade e Ambiente
Tempo e Clima
Vida Selvagem
terça-feira, 19 de maio de 2015
Publicações internacionais sobre biodiversidade ganham acesso livre
SciELO integra consórcio que digitaliza coleções de bibliotecas das principais instituições de pesquisa com acervo relevante sobre biodiversidade (foto: Leandro Negro/Ag.FAPESP)
Elton Alisson | Agência FAPESP - As coleções de livros e outras publicações em papel pertencentes às bibliotecas das principais instituições de pesquisa no mundo - incluindo as do Brasil -, com acervos relevantes sobre biodiversidade, estão sendo digitalizadas e disponibilizadas para acesso livre na internet por meio do consórcio internacional de bibliotecas botânicas e de história natural Biodiversity Heritage Library (BHL).
Lançada em 2006, nos Estados Unidos, com o objetivo de tornar a literatura mundial sobre biodiversidade disponível por meio do acesso aberto e facilitar seu uso em projetos de pesquisa e outros fins, a iniciativa evoluiu e resultou na criação da rede global da BHL (gBHL), com a participação da África do Sul, Austrália, China, Egito, Estados Unidos e Europa. O Brasil integra a iniciativa por meio da rede BHL-SciELO.
Liderada pelo programa SciELO, da FAPESP, a rede envolve o programa BIOTA, também da Fundação, além da Sociedade Brasileira de Zoologia e os sistemas de informação e coleções de bibliotecas das Fundações Zoobotânica (FZB), Biblioteca Nacional (FBN) e Oswaldo Cruz (Fiocruz); Institutos Butantan, de Botânica do Estado de São Paulo (Ibot) e de Pesquisas da Amazônia (Ipam); Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ); museus Nacional, Paraense Emilio Goeldi e de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP); e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Entre os dias 6 e 8 de maio, a rede global da BHL realizou no Instituto Butantan e na FAPESP a sua primeira reunião em um país da América Latina.
“A proposta de criação da rede BHL-SciELO surgiu de um projeto conjunto entre a Sociedade Brasileira de Zoologia, o Museu de Zoologia da USP e o programa SciELO, e sua implementação foi discutida, em 2006, em uma assembleia de pesquisadores da área realizada durante a COP-8 [Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB)], em Curitiba”, disse Abel Packer, diretor do programa SciELO na abertura da reunião, na FAPESP. “Desde então, percorremos um longo caminho até o lançamento da BHL-SciELO, em 2010.”
A criação e o desenvolvimento da rede foram financiados por meio do projeto SciELO Biodiversidade, apoiado pela FAPESP no âmbito do programa BIOTA e de projetos de digitalização on-line de coleções de obras essenciais em biodiversidade das bibliotecas brasileiras apoiados pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente.
“O Ministério do Meio Ambiente financiou a infraestrutura de digitalização dos documentos das bibliotecas das instituições participantes. Por sua vez, a FAPESP financiou a organização, tratamento e publicação das fontes de informação”, explicou Packer.
De acordo com Packer, estima-se que 25% da produção científica brasileira relacionada à biodiversidade seja publicada em periódicos brasileiros, sendo a maioria indexada e publicada em acesso aberto pela SciELO.
Há uma série de documentos relevantes relacionados ao tema, contudo, que só está disponível em papel nas bibliotecas de universidades e instituições de pesquisa na área, ponderou.
“Nossa proposta é preencher essa lacuna na publicação de conteúdos sobre a biodiversidade brasileira com um esforço mais exaustivo possível de digitalizar todo o material relevante que está em papel e disponibilizá-lo on-line para que possa interoperar com artigos e periódicos publicados na SciELO e outras fontes de informação”, disse Packer.
“Além disso, o objetivo é tornar esse material disponível globalmente e ingressá-lo no fluxo internacional de informação por meio da rede global da BHL”, explicou.
Foram digitalizados nos últimos três anos 869 documentos, provenientes de quatro bibliotecas - Museu de Zoologia da USP (232), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (176), Instituto Butantan (285) e Museu Paraense Emílio Goeldi (176) -, que estão com indexação pendente.
A meta é digitalizar até o fim de 2016, ao todo, mais de 2 mil obras sobre biodiversidade consideradas relevantes, contou Packer.
“Estimamos que seria necessário digitalizar entre 3,5 mil e 4 mil obras para fazer uma cobertura exaustiva dos documentos relevantes sobre biodiversidade que estão em papel nas bibliotecas das instituições de pesquisa brasileiras”, disse.
A SciELO tem hoje 45 revistas indexadas e em acesso aberto relacionadas à biodiversidade, publicadas por seis países das Américas: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile e México. Além disso, a biblioteca virtual desenvolveu uma coleção sobre legislação em biodiversidade que deverá ser atualizada até o fim de 2015.
Outra novidade da biblioteca é um tesauro (lista de palavras semelhantes, dentro de um domínio específico de conhecimento) em biodiversidade, em português, inglês e espanhol. “Esse tesauro contribuirá para os processos de indexação automática de conteúdos e possibilitará ao usuário fazer buscas em diversos idiomas”, avaliou Packer.
Acesso à informação qualificada
Na avaliação de Carlos Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do programa BIOTA-FAPESP, o acesso à informação qualificada sobre biodiversidade é uma ferramenta de suma importância para o fortalecimento da comunidade científica nacional e internacional e representa um dos principais gargalos para a realização de diagnósticos de biodiversidade em diferentes regiões do mundo.
“De maneira geral, a informação sobre biodiversidade no mundo é fragmentada, dispersa e, muitas vezes, de difícil acesso, porque está disponível apenas em literatura não publicada, como teses, monografias e relatórios, e mesmo quando está publicada, não há a possibilidade de ser usada para o aperfeiçoamento de políticas públicas porque os dados são pontuais”, avaliou o pesquisador em sua palestra durante o evento.
“Foi por isso que quando foi criado o programa BIOTA-FAPESP começou a ser desenvolvido um mecanismo para reunir informações altamente técnicas, combinadas com uma base cartográfica e com acesso aberto, pela internet, que permitisse o uso dessas informações para formulação e aperfeiçoamento de políticas públicas”, contou.
Denominado SinBIOTA, o banco de dados sobre biodiversidade do programa BIOTA-FAPESP reúne toda a informação taxonômica das espécies coletadas nos biomas do Estado de São Paulo, incluindo onde, como, em que condições e por quem foram coletadas.
O banco de dados do BIOTA integra o Global Biodiversity Information Facility (GBIF), ao qual a BHL pretende se integrar.
“Esperamos que a base do GBIF possa ser usada pela Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos [IPBES, na sigla em inglês] para a realização de diagnósticos regionais”, disse Joly, que é membro do painel multidisciplinar de especialistas da entidade internacional criada em 2012 com a função de sistematizar o conhecimento científico acumulado sobre biodiversidade para subsidiar decisões políticas no âmbito internacional.
“Estamos implementando um programa de trabalho bastante ambicioso no âmbito do IPBES e um dos gargalos que identificamos para fazer diagnósticos de biodiversidade em diferentes regiões do mundo é o acesso à informação qualificada. Certamente o GBIF e a BHL serão parceiros estratégicos para que possamos avançar nesse sentido”, avaliou.
Até o momento, a BHL já digitalizou mais de 45 milhões de páginas de mais de 159 mil publicações das bibliotecas que integram o consórcio.
“O número de visitantes das páginas atingiu em 2014 a marca de mais de 927 mil”, disse Nancy Gwinn, presidente do conselho de membros da BHL e diretora do Smithsonian Institution Libraries.
terça-feira, 15 de julho de 2014
Dados sobre biodiversidade em um clique
Museu Goeldi integra o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira e disponibiliza dez coleções de invertebrados, inicialmente. A instituição tem como meta inserir 800 mil registros de espécies, sobretudo, da região amazônica
Mais de 30 mil registros de espécies, a maioria amazônicas, dos acervos das coleções biológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi foram integrados ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr), uma ação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Tratam-se de informações sobre sub-grupos de Aracnídeos e Coleópteros que agora estão ligados aos sistemas brasileiro e internacional de informações sobre biodiversidadee podem ser acessados online.
Para acessar os dados do Museu Goeldi no SIBBr, clique aqui.
“O SIBBr é um ponto de acesso comum para todas as instituições brasileiras”, explica o chefe do Serviço de Tecnologia da Informação, Dr. Marcos Paulo Sousa. Com a integração dos dados, é possível ter uma visão geral da biodiversidade no país. Além disso, através deste sistema, o MPEG se conecta ao Global Biodiversity Information Facility (GBIF). “É uma rede global interoperável de dados de biodiversidade. O que isso quer dizer? Que as instituições de todo o mundo podem se conectar e encaminhar e consultar dados de biodiversidade para que possam compartilhar entre elas”, comenta Marcos Paulo.
O Museu Goeldi é uma das instituições com maior número de dados no SIBBr. Já são dez coleções de invertebrados com 31.977 registros: Amblypygi, Aranae, Opiliones, Scorpiones, Ricinulei, Schizomida, Uropygi, Solifugae, Acari e Coleoptera. A previsão é que sejam integrados acervos da Zoologia, Botânica e Paleontologia, somando cerca de 800 mil registros.
Informatização das coleções biológicas - Há aproximadamente 4,5 milhões de itens tombados nas coleções científicas do Museu Goeldi, o que o torna uma das três maiores instituições detentoras de coleções científicas do país. Os acervos biológicos nas áreas de Paleontologia, Botânica e Zoologia são subdivididos em 43 sub-coleções.
Desde 2009, com o apoio do Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio Amazônia Oriental, o MPEG realiza a informatização deste acervo, gerenciando-o com o sistema Specify - um software dedicado à catalogação e gestão de coleções zoológicas e botânicas, desenvolvido pelo Biodiversity Research Center da Universidade do Kansas. O Herbário, as coleções de invertebrados e quase todas as de vertebrados, com exceção da Mastozoologia, já estão informatizadas e parte destes acervos está disponível online. Para acessá-los, clique aqui.
“A instituição está à frente do processo devido à preocupação existente com a informatização dos acervos biológicos, antes mesmo de se pensar em um sistema nacional de biodiversidade para tal fim”, afirma o coordenador do projeto e Presidente da Câmara Técnica de Biodiversidade do MPEG, Dr. Cleverson dos Santos.
Segundo o pesquisador, a parceria com o SIBBr permite “concatenar todos os dados que se conhece em termos de biodiversidade do país, inclusive, dados que estão fora do país, mas que são relativos ao Brasil”. Ao permitir maior visibilidade e facilidade de acesso aos usuários a dados atualizados sobre os ecossistemas brasileiros, a plataforma poderá dar grande contribuição às políticas públicas de conservação ambiental, além de alavancar as pesquisas sobre a diversidade biológica.
O pesquisador acrescenta ainda: “Trata-se de um processo contínuo, pois o banco de dados de acervos biológicos é extremamente dinâmico e está em constante crescimento”.
Cuidados - Em geral, as informações disponibilizadas sobre as espécies são: o registro taxonômico, isto é, a classificação dos seres vivos que permite indicar características fisiológicas, evolutivas, anatômicas e ecológicas; e o biogeográfico, que está associado ao local e o período de ocorrência da espécie. Porém, é preciso enfatizar que cada coleção tem sua peculiaridade.
Cleverson dos Santos explica que é preciso verificar quais informações podem ser disponibilizadas ao público para não afetar o nível de conservação das espécies: “É preciso ter um protocolo de quais, quantos e como esses dados serão publicados. Há, por exemplo, dados de coordenadas geográficas onde se pode encontrar uma espécie ameaçada de extinção. Isso disponibilizado publicamente há certo risco de estimular a biopirataria, caça, etc, agravando a exploração que existe dessas espécies. Então, é preciso discutir uma política de dados considerando as peculiaridades de cada coleção”.
SIBBr - O sistema é desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em parceria com o Museu Goeldi, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). O objetivo é integrar informações sobre a biodiversidade e ecossistemas brasileiros, produzidas por instituições governamentais e não governamentais do país.
Fonte: Luena Barros | Museu Goeldi
Mais de 30 mil registros de espécies, a maioria amazônicas, dos acervos das coleções biológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi foram integrados ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr), uma ação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Tratam-se de informações sobre sub-grupos de Aracnídeos e Coleópteros que agora estão ligados aos sistemas brasileiro e internacional de informações sobre biodiversidadee podem ser acessados online.
Para acessar os dados do Museu Goeldi no SIBBr, clique aqui.
“O SIBBr é um ponto de acesso comum para todas as instituições brasileiras”, explica o chefe do Serviço de Tecnologia da Informação, Dr. Marcos Paulo Sousa. Com a integração dos dados, é possível ter uma visão geral da biodiversidade no país. Além disso, através deste sistema, o MPEG se conecta ao Global Biodiversity Information Facility (GBIF). “É uma rede global interoperável de dados de biodiversidade. O que isso quer dizer? Que as instituições de todo o mundo podem se conectar e encaminhar e consultar dados de biodiversidade para que possam compartilhar entre elas”, comenta Marcos Paulo.
O Museu Goeldi é uma das instituições com maior número de dados no SIBBr. Já são dez coleções de invertebrados com 31.977 registros: Amblypygi, Aranae, Opiliones, Scorpiones, Ricinulei, Schizomida, Uropygi, Solifugae, Acari e Coleoptera. A previsão é que sejam integrados acervos da Zoologia, Botânica e Paleontologia, somando cerca de 800 mil registros.
Informatização das coleções biológicas - Há aproximadamente 4,5 milhões de itens tombados nas coleções científicas do Museu Goeldi, o que o torna uma das três maiores instituições detentoras de coleções científicas do país. Os acervos biológicos nas áreas de Paleontologia, Botânica e Zoologia são subdivididos em 43 sub-coleções.
Desde 2009, com o apoio do Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio Amazônia Oriental, o MPEG realiza a informatização deste acervo, gerenciando-o com o sistema Specify - um software dedicado à catalogação e gestão de coleções zoológicas e botânicas, desenvolvido pelo Biodiversity Research Center da Universidade do Kansas. O Herbário, as coleções de invertebrados e quase todas as de vertebrados, com exceção da Mastozoologia, já estão informatizadas e parte destes acervos está disponível online. Para acessá-los, clique aqui.
“A instituição está à frente do processo devido à preocupação existente com a informatização dos acervos biológicos, antes mesmo de se pensar em um sistema nacional de biodiversidade para tal fim”, afirma o coordenador do projeto e Presidente da Câmara Técnica de Biodiversidade do MPEG, Dr. Cleverson dos Santos.
Segundo o pesquisador, a parceria com o SIBBr permite “concatenar todos os dados que se conhece em termos de biodiversidade do país, inclusive, dados que estão fora do país, mas que são relativos ao Brasil”. Ao permitir maior visibilidade e facilidade de acesso aos usuários a dados atualizados sobre os ecossistemas brasileiros, a plataforma poderá dar grande contribuição às políticas públicas de conservação ambiental, além de alavancar as pesquisas sobre a diversidade biológica.
O pesquisador acrescenta ainda: “Trata-se de um processo contínuo, pois o banco de dados de acervos biológicos é extremamente dinâmico e está em constante crescimento”.
Cuidados - Em geral, as informações disponibilizadas sobre as espécies são: o registro taxonômico, isto é, a classificação dos seres vivos que permite indicar características fisiológicas, evolutivas, anatômicas e ecológicas; e o biogeográfico, que está associado ao local e o período de ocorrência da espécie. Porém, é preciso enfatizar que cada coleção tem sua peculiaridade.
Cleverson dos Santos explica que é preciso verificar quais informações podem ser disponibilizadas ao público para não afetar o nível de conservação das espécies: “É preciso ter um protocolo de quais, quantos e como esses dados serão publicados. Há, por exemplo, dados de coordenadas geográficas onde se pode encontrar uma espécie ameaçada de extinção. Isso disponibilizado publicamente há certo risco de estimular a biopirataria, caça, etc, agravando a exploração que existe dessas espécies. Então, é preciso discutir uma política de dados considerando as peculiaridades de cada coleção”.
SIBBr - O sistema é desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em parceria com o Museu Goeldi, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). O objetivo é integrar informações sobre a biodiversidade e ecossistemas brasileiros, produzidas por instituições governamentais e não governamentais do país.
Fonte: Luena Barros | Museu Goeldi
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Imenso herbário virtual leva flora brasileira para a internet
Acervo on-line é composto de 420 mil fotografias de plantas nacionais. Pesquisadores de todo o mundo podem editar banco de dados.
Efe | G1
Imenso herbário virtual leva flora brasileira para a internet (Foto: Reprodução/Reflora)
A exuberante flora brasileira está ao alcance de todo o mundo a partir de domingo (29) graças a um herbário virtual com centenas de milhares de imagens em alta resolução. O acervo está aberto à edição para pesquisadores, no mais puro estilo "wiki".
O herbário, disponível gratuitamente na internet, é composto por 420 mil fotografias de plantas prensadas e desidratadas, muitas delas colhidas por naturalistas europeus nos séculos XVIII e XIX. Acesse aqui.
A coordenadora do projeto, Rafaela Campostrini Forzza, explicou à EFE que a pesquisa no herbário virtual pode contribuir para conhecer melhor a flora brasileira, fomentar sua conservação e solucionar dúvidas sobre a distribuição geográfica de cada espécie vegetal, pontos que ainda se sabe pouco por causa da falta de dados.
"Acreditamos que, ao ampliar a quantidade de dados disponíveis, vamos poder responder [à incógnita] de que espécies estão extintas e também quais estão perto da extinção, o que pode nos ajudar a tirá-las desta lista. É o que esperamos", afirma Forzza.
A "grande inovação" do herbário virtual, segundo Rafaela, está em permitir aos pesquisadores de todo o mundo acessar o banco de dados e editar on-line qualquer dado que julgarem estar errado ou incompleto, sem supervisão de moderadores, no mesmo formato das páginas colaborativas, como a Wikipédia.
A rede de colaboradores está aberta de forma gratuita a instituições de todo o mundo e já conta com 500 taxonomistas inscritos, que a partir de agora podem investigar a flora e alterar a informação de qualquer espécie.
"Algumas amostras são antigas e a identificação pode ter mudado com o tempo. Esperamos que os pesquisadores consigam identificar se há problemas", comenta.
O herbário é composto por amostras de plantas brasileiras colhidas entre os séculos XVIII e XIX que se encontram nos Jardins Botânicos Reais em Kew (Reino Unido), no Museu Nacional de História Natural de Paris, além do vasto acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, criado em 1890.
As mais antigas já permitiram comprovar de primeira mão a vegetação que existia em áreas agora urbanizadas, como é o caso de Copacabana, bairro carioca fundado há 121 anos.
Rafaela explica que as amostras conservadas nos herbários europeus permitiram comprovar que em Copacabana havia uma vegetação junto ao solo chamada "restinga", aparentemente similar a de outras praias virgens hoje.
Mas só a análise futura das amostras poderá comprovar se essa vegetação era exatamente igual à de outras praias atuais, ou se tiveram alterações ou se alguma dessas plantas se extinguiu.
Os usuários comuns não poderão editar a base de dados do herbário, mas terão acesso à ferramenta completa de busca, que permite navegar por toda a flora do Brasil, incluindo a amazônica, e pelas diferentes épocas nas quais foram colhidas as amostras.
O site também possui ferramentas para auxiliar os pesquisadores, como a que permite medir a dimensão das pétalas, caule e frutos, e também uma paleta de cores para ajustar a tela e ver perfeitamente as imagens de alta resolução, que chegam até a 600 dpi.
A expectativa dos criadores do herbário virtual é expandir seu acervo até perto de 1 milhão de amostras em 2015, já que a base de dados incorpora cerca de 1 mil lâminas por dia.
O herbário foi lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que demorou uma década em iniciar o projeto porque há dez anos o alto custo de armazenamento o tornava inviável, explica Rafaela.
Efe | G1
Imenso herbário virtual leva flora brasileira para a internet (Foto: Reprodução/Reflora)
A exuberante flora brasileira está ao alcance de todo o mundo a partir de domingo (29) graças a um herbário virtual com centenas de milhares de imagens em alta resolução. O acervo está aberto à edição para pesquisadores, no mais puro estilo "wiki".
O herbário, disponível gratuitamente na internet, é composto por 420 mil fotografias de plantas prensadas e desidratadas, muitas delas colhidas por naturalistas europeus nos séculos XVIII e XIX. Acesse aqui.
A coordenadora do projeto, Rafaela Campostrini Forzza, explicou à EFE que a pesquisa no herbário virtual pode contribuir para conhecer melhor a flora brasileira, fomentar sua conservação e solucionar dúvidas sobre a distribuição geográfica de cada espécie vegetal, pontos que ainda se sabe pouco por causa da falta de dados.
"Acreditamos que, ao ampliar a quantidade de dados disponíveis, vamos poder responder [à incógnita] de que espécies estão extintas e também quais estão perto da extinção, o que pode nos ajudar a tirá-las desta lista. É o que esperamos", afirma Forzza.
A "grande inovação" do herbário virtual, segundo Rafaela, está em permitir aos pesquisadores de todo o mundo acessar o banco de dados e editar on-line qualquer dado que julgarem estar errado ou incompleto, sem supervisão de moderadores, no mesmo formato das páginas colaborativas, como a Wikipédia.
A rede de colaboradores está aberta de forma gratuita a instituições de todo o mundo e já conta com 500 taxonomistas inscritos, que a partir de agora podem investigar a flora e alterar a informação de qualquer espécie.
"Algumas amostras são antigas e a identificação pode ter mudado com o tempo. Esperamos que os pesquisadores consigam identificar se há problemas", comenta.
O herbário é composto por amostras de plantas brasileiras colhidas entre os séculos XVIII e XIX que se encontram nos Jardins Botânicos Reais em Kew (Reino Unido), no Museu Nacional de História Natural de Paris, além do vasto acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, criado em 1890.
As mais antigas já permitiram comprovar de primeira mão a vegetação que existia em áreas agora urbanizadas, como é o caso de Copacabana, bairro carioca fundado há 121 anos.
Rafaela explica que as amostras conservadas nos herbários europeus permitiram comprovar que em Copacabana havia uma vegetação junto ao solo chamada "restinga", aparentemente similar a de outras praias virgens hoje.
Mas só a análise futura das amostras poderá comprovar se essa vegetação era exatamente igual à de outras praias atuais, ou se tiveram alterações ou se alguma dessas plantas se extinguiu.
Os usuários comuns não poderão editar a base de dados do herbário, mas terão acesso à ferramenta completa de busca, que permite navegar por toda a flora do Brasil, incluindo a amazônica, e pelas diferentes épocas nas quais foram colhidas as amostras.
O site também possui ferramentas para auxiliar os pesquisadores, como a que permite medir a dimensão das pétalas, caule e frutos, e também uma paleta de cores para ajustar a tela e ver perfeitamente as imagens de alta resolução, que chegam até a 600 dpi.
A expectativa dos criadores do herbário virtual é expandir seu acervo até perto de 1 milhão de amostras em 2015, já que a base de dados incorpora cerca de 1 mil lâminas por dia.
O herbário foi lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que demorou uma década em iniciar o projeto porque há dez anos o alto custo de armazenamento o tornava inviável, explica Rafaela.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Projeto Reflora deve contar com mais de um milhão de espécies catalogadas
Pelo menos 1.1 milhão de amostras de plantas brasileiras devem ser disponibilizadas pelo Herbário Virtual do Projeto Reflora. Este é o principal resultado parcial apresentado durante evento denominado “Resgate Histórico e Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira”, realizado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre os dias 15 e 17 de maio.
O Herbário Virtual contará com amostras catalogadas por missões nacionais e estrangeiras em solo brasileiro desde o século 17. “A meta é que todas as espécies da flora brasileira, que temos conhecimento sobre a existência, estejam disponibilizadas até 2020. Para isso o Reflora oferece infra-estrutura e investimento e os pesquisadores disponibilizam sua coleção de exsicatas para o herbário como contrapartida”, explicou o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde (DABS/CNPq), Paulo Sérgio Lacerda Beirão, citando as amostras representativas de espécies de plantas.
Para resgatar as espécies estrangeiras digitalizadas, o projeto estabeleceu parcerias com dois museus detentores de extensas coleções, o Nacional de História Natural de Paris (MNHN - sigla em inglês), na França e o Jardim Botânico Real de Kew, da Inglaterra. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), que também disponibilizará sua coleção ao projeto, será responsável por consolidar o herbário organizando o material enviado pelos dois parceiros estrangeiros do Reflora.
A coleção do Jardim Botânico contabiliza entre 550 mil e 600 mil espécies, o Museu de Paris tem como estimativa entre 300 mil e 400 mil amostras brasileiras e o Museu Kew conta com 250 mil. Deste montante, cerca de 253 mil já estão sendo organizadas no Rio de Janeiro, pela equipe do Jardim Botânico. A previsão é que a página piloto do Herbário Virtual seja disponibilizada para a fase de testes já no mês de dezembro deste ano.
As empresas que apóiam o projeto, Natura e Vale S.A., financiam os custos da iniciativa no exterior, efetuando o pagamento da mão de obra qualificada envolvida na digitalização das coleções estrangeiras e o intercâmbio de pesquisadores, que tem como objetivo a referenda das amostras enviadas, além da formação ou aperfeiçoamento do profissional na atividade para futuras ações similares. “Essas parcerias nos ajudam a cumprir os objetivos do projeto, que são conhecer a fundo a biodiversidade brasileira e a formação de recursos humanos”, pontuou Beirão.
O diretor ainda destacou que o evento está alinhado com a diretriz do CNPq que estabeleceu sistemáticas de avaliação criteriosas para os projetos mais ambiciosos no qual a instituição está envolvida. “Entendemos que integram este perfil aqueles com maior volume de investimento e que demandam um tempo maior para execução. Avaliando de um modo geral, a reunião foi muito bem sucedida”, finalizou.
Reflora- O Programa foi estruturado em duas linhas de ação. A primeira envolve o acesso às informações das amostras da flora brasileira no exterior e a digitalização dos dados e imagens com posterior autenticação, transferência e integração à base física do herbário digital a ser instalado no Jardim Botânico. A segunda linha de ação visa fomentar 24 projetos de pesquisa envolvendo pesquisadores de equipes brasileiras e estrangeiras com ênfase nas áreas de botânica e fitogeografia.
A disponibilização on line desse conhecimento pode colaborar para as estratégias de conservação e uso sustentável da biodiversidade brasileira, como também servirá para validação da identidade taxonômica dos espécimes analisados, capacitação e treinamento de recursos humanos na área de Taxonomia.
O Reflora está sendo financiado por instituições de fomento à pesquisa como o CNPq, a Capes e as fundações de amparo à pesquisa do Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Paraná, contando ainda com apoio de empresas privadas, como Natura Cosméticos S.A. e Vale S.A., totalizando R$ 21,5 milhões.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
terça-feira, 3 de julho de 2012
Inpa disponibiliza biblioteca de sapos amazônicos na internet
Allobates brunneus
Com o avanço das tecnologias e o crescimento do fluxo de informações disponíveis na rede mundial de computadores, o cenário que constitui a busca por informações passou por uma série de modificações. No campo científico, os pesquisadores deram um novo sentindo para o conceito das bibliotecas. Agora, os internautas poderão consultar informações sobre sapos em uma plataforma online.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (INCT/Cenbam), coordenado pelo pesquisador William Magnusson, passou a dispor na rede uma espécie de “biblioteca de sapos”, intitulada Sapoteca.
Atualmente, informações sobre 40 espécies de sapos estão disponíveis nessa plataforma online. Se o usuário busca confirmar uma identificação, ele pode procurar a espécie por seu nome científico, ou através de uma galeria de fotos, procurando o animal mais parecido com aquele que viu em campo. Para cada espécie listada, há uma página contendo foto, vídeo, sons para download, sonograma (gráfico que representa visualmente o som emitido pela espécie) e indicações de artigos científicos relacionados.
A coleção tem como intuito principal fornecer uma ferramenta permanente, que possa ser utilizada por cientistas e professores em suas atividades de pesquisa e ensino, preencher lacunas da curiosidade dos amantes da herpetologia (área da zoologia dedicada ao estudo dos répteis e anfíbios) e atender o público em geral com informações sobre a comunicação
acústica dos sapos amazônicos.
Pesquisa e educação ambiental
“O que motivou a criação foi a dificuldade que as pessoas possuem em relação à identificação das espécies”, diz o bolsista Pedro Ivo Simões, do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Inpa. “Vários animais chegam para os pesquisadores já preservados, a partir de coleções. Já estão em álcool há muito tempo. Já perderam a cor, e você não sabe como cantam, ou seus hábitos. Nós tentamos unir e fornecer o máximo destas informações sobre algumas espécies. A ideia é ter uma plataforma multimídia, onde você tenha sons, vídeos e fotos disponíveis para cada uma delas, auxiliando as pessoas na identificação dos animais em campo.”
Para Simões, a difusão dos estudos também pode ampliar o conhecimento do público sobre espécies que têm sua importância na biodiversidade da região e que, em muitos casos, estão em risco. “Anfíbios e répteis são grupos dos quais as pessoas ainda têm um pouco de medo, desgosto ou receio. Esta é uma boa oportunidade para apresentar parte da biodiversidade que é desconhecida pela maioria da população”, explica.
A criação da Sapoteca teve início há aproximadamente três anos, durante o doutorado da pesquisadora Luciana K. Erdtmann, que coordenou o projeto sob orientação da pesquisadora Albertina Lima. As etapas iniciais buscaram digitalizar e organizar gravações de espécies da Amazônia brasileira, realizadas por pesquisadores do grupo e colaboradores, durante expedições a campo.
A ação tem apoio do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio) do Inpa, responsável pela concessão e manutenção do site. Além disso, o desenvolvimento do projeto contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).
Fonte: MCTI
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Banco de imagens sobre biologia marinha
Centro de Biologia Marinha da USP lança site com milhares de imagens de organismos oceânicos
Agência FAPESP - O Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo (USP) lançou o Cifonauta - um banco com mais de 11 mil imagens, 260 vídeos e panorâmicas e seleção de fotos sobre temas de interesse de biólogos e pesquisadores que estudam o meio ambiente marinho e do público, em geral.
De acordo com a USP, o objetivo do projeto, criado pelos pesquisadores Álvaro Esteves Migotto e Bruno Vellutini, é compartilhar informações científicas e divulgar a biodiversidade marinha por meio de imagens.
O processo de montagem do banco de imagens durou cerca de dois anos, entre o início das programações e as fases de teste em sistema fechado. O conteúdo apresenta referências bibliográficas, com uma ficha técnica do organismo contendo seu tamanho, local de origem e nome científico, por exemplo.
A estrutura de buscas se dá por meio de diversos marcadores ou pela classificação taxonômica - divisão por reino, filo, classe, até chegar à espécie desejada.
O conteúdo do banco está sob a licença de uso Creative Commons, que permite a divulgação do conteúdo desde que dados os devidos créditos do trabalho e que seja utilizado para fins não comerciais, sem necessidade de pedir autorização para isso.
As fotos veiculadas no banco de imagens são feitas com diversas técnicas. Normalmente câmeras digitais são acopladas em microscópios ópticos ou eletrônicos, dependendo do organismo fotografado, podendo ser aumentada a resolução em até mil vezes.
Outra técnica, pouco utilizada por ter um custo bastante elevado, consiste no uso de um microscópio eletrônico de varredura (MEV), utilizando-se de um feixe de elétrons para realizar a fotografia, por meio de um processo altamente sofisticado.
“Temos uma costa oceânica imensa e conhecemos muito pouco sobre ela. É neste sentido que as imagens são bons instrumentos de divulgação para a biologia marinha, pois despertam a curiosidade e a reflexão sobre a enorme diversidade dos oceanos”, disse Vellutini.
Mais informações: http://cifonauta.cebimar.usp.br .
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
INPA digitaliza coleções para seu Banco de Dados Para Biodiversidade
Foi criada uma disciplina da Computação para o estudo da aplicação da tecnologia de informação para organizar e analisar dados biológicos
Mario Cohn-Haft, do INPA (Foto: Divulgação)
Mario Cohn-Haft, do INPA (Foto: Divulgação)
No Globo Ecologia de sábado 01/10, sobre Coleções da Floresta Amazônica, o repórter Tiago de Barros foi até Manaus, para entender o que são coleções biológicas e como elas estão organizadas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Lá, ele descobriu, entre outras coisas mostradas no programa, que existe um processo de digitalização de todas as informações coletadas por pesquisadores que vem passando pela região ao longo dos tempos e que esse material está todo sendo reunido em um Banco de Dados Para Biodiversidade.
“A natureza dos dados impõe complexidade na gerência de dados. Não se usa mais um sistema convencional, uma tabela. A Bioinformática trata um tipo de dado que não é o mesmo da biodiversidade. Por isso, no curso de Computação, foi criada a disciplina Informática para a Biodiversidade. É um olhar bem técnico sobre o desenvolvimento de sistemas para a biologia”, explica Laurindo Campos, pesquisador na área de Banco de Dados Aplicado à Biodiversidade do INPA.
A Informática para Biodiversidade consiste na aplicação da tecnologia de informação para organizar e analisar dados biológicos de organismos, populações e comunidades, vindos de coleções científicas. Além de aspectos relacionados ao desenvolvimento de software para a análise e síntese de dados, avanços significativos estão ocorrendo na definição de padrões e protocolos para integração de dados distribuídos, fundamentais para a construção da infraestrutura global de informação sobre biodiversidade.
“As pessoas estão tentando incentivar iniciativas para interligar bancos de dados do Brasil e do mundo. Há iniciativas globais, governamentais e institucionais. Imagine um site na internet que lhe permite descobrir o que se sabe sobre uma determinada espécie no Brasil? A ideia é facilitar para o pesquisador que queira acessar as informações a distância ou para quem queira comparar pesquisas novas e antigas sobre a mesma espécie”, diz Mario Cohn-Haft, pesquisador e curador da coleção de aves do INPA.
Hoje, o INPA tem mais de 40 coleções online e quase 1 milhão de registros. Também há uma infinidade de dados em diferentes disciplinas. Mas o caminho é longo. De acordo com Laurindo, há entre 5 e 10 milhões de registros a serem digitalizados. O maior desafio é cruzar anotações antigas, muitas vezes defasadas ou incompletas e normalmente registradas em cadernetas e livros, com as pesquisas novas.
“Começamos com o projeto de pesquisa de biodiversidade, passando os dados das cadernetas para sistemas automáticos, com a ajuda de um tecnólogo. A ideia principal é que esses dados sobrevivam ao tempo. O pesquisador que coletou hoje não estará mais presente pra explicar os detalhes, então, temos que gerar metadados, que são a expressão da informação. Assim, as próximas gerações de pesquisadores terão em mãos o mesmo conhecimento de quem coletou no passado”, diz Laurindo.
O INPA tem aproximadamente 40 pessoas envolvidas nesse processo todo, entre pesquisadores, técnicos de informática e tecnólogos. Essas pessoas trabalham com a integração dos dados, a curadoria dos mesmos e sua padronização. “É uma necessidade que vários grupos sentiram. O INPA saiu na frente e estamos começando a ter condição de compartilhar”, comenta Laurindo.
O Programa de Coleções e Acervos Científicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia tem sua Política de Acesso a Dados e Informações, que baseia-se nos seguintes princípios:
- Respeito à legislação brasileira pertinente, em especial a que dispõe sobre a
salvaguarda de dados e informações, e a que dispõe sobre a política nacional
de arquivos públicos e privados;
salvaguarda de dados e informações, e a que dispõe sobre a política nacional
de arquivos públicos e privados;
- Cooperação e sinergismo como elementos importantes na promoção do conhecimento científico;
- Incremento do conhecimento científico como meio de ampla disseminação dos dados sobre a biodiversidade;
- A valorização dos dados como recurso institucional aumenta com o seu uso amplo e adequado, e diminui com o mau uso, má interpretação ou com desnecessárias restrições ao seu acesso;
- O acesso aos dados ainda não divulgados através de matéria impressa, comunicação oral ou meio eletrônico e outros que estejam sujeitos a algum tipo de proteção ao conhecimento, ficam restritos.
Fonte: Globo Ecologia
terça-feira, 21 de junho de 2011
Florestas do Futuro tem novo site integrado ao portal da SOS
por Camila Bertolazzi
O programa Florestas do Futuro da SOS Mata Atlântica ganhou um novo website. Além do layout mais limpo e mais integrado à identidade do portal da SOS Mata Atlântica, o novo site conta com um link para o sistema de gestão do Programa, que facilitará a prestação de contas dos envolvidos na iniciativa.
A Calculadora de Carbono - que estima a emissão de CO² decorrente das atividades diárias das pessoas - permanece no novo site, assim como a possibilidade de internautas e empresas plantarem mudas pela página do Programa.
O Florestas do Futuro é um amplo programa participativo para a restauração de áreas privadas, em especial aquelas que contribuem com a conservação da água e da biodiversidade. Lançado em junho de 2004, reúne a sociedade civil organizada, proprietários de terras, iniciativa privada e poder público, para financiar o plantio de mudas, apoiar ações socioambientais e oferecer capacitação técnica para a recuperação ambiental. Mais de 3 milhões de mudas de árvores nativas já foram plantadas pelo Programa.
Fonte: Itu.com.br
Portal colaborativo vai compartilhar dados sobre biodiversidade no Brasil
'Wikiflora' foi formalizado nesta quarta-feira (15/06) pelo governo federal. Ele concentrará estudos sobre fauna e flora, com livre acesso.
Do Globo Natureza, em São Paulo
Para concentrar dados científicos sobre a biodiversidade brasileira e disponibilizar de forma fácil e gratuita o acesso à informação, o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou nesta quarta-feira (15) a criação do portal colaborativo para internet 'Wikiflora'.
Nos moldes da 'Wikipedia', enciclopédia digital onde os internautas contribuem com diversas informações, o banco de dados nacional vai guardar pesquisas sobre a fauna e flora encontradas no país, realizadas por instituições acadêmicas do Brasil ou de fora, além de organizações ambientais convidadas pelo governo federal.
Entretanto, somente pessoas ou entidades autorizadas pelo ministério ou pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), que coordenará a parte de conteúdo do portal, poderão inserir informações ou mesmo editá-las.
A plataforma do site será elaborada pela companhia norte-americana IBM, que disponibilizará funcionários da empresa para inserir as informações no portal colaborativo. O desenvolvimento do novo site deverá começar ainda este mês, com previsão de lançamento para setembro. O valor investido no projeto não foi divulgado.
+
Ministro propõe criação da Wikiflora, enciclopédia digital da biodiversidade
IBM e MCT criam portal da biodiversidade brasileira
Do Globo Natureza, em São Paulo
Para concentrar dados científicos sobre a biodiversidade brasileira e disponibilizar de forma fácil e gratuita o acesso à informação, o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou nesta quarta-feira (15) a criação do portal colaborativo para internet 'Wikiflora'.
Nos moldes da 'Wikipedia', enciclopédia digital onde os internautas contribuem com diversas informações, o banco de dados nacional vai guardar pesquisas sobre a fauna e flora encontradas no país, realizadas por instituições acadêmicas do Brasil ou de fora, além de organizações ambientais convidadas pelo governo federal.
Entretanto, somente pessoas ou entidades autorizadas pelo ministério ou pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), que coordenará a parte de conteúdo do portal, poderão inserir informações ou mesmo editá-las.
A plataforma do site será elaborada pela companhia norte-americana IBM, que disponibilizará funcionários da empresa para inserir as informações no portal colaborativo. O desenvolvimento do novo site deverá começar ainda este mês, com previsão de lançamento para setembro. O valor investido no projeto não foi divulgado.
+
Ministro propõe criação da Wikiflora, enciclopédia digital da biodiversidade
IBM e MCT criam portal da biodiversidade brasileira
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Ministro propõe criação da Wikiflora, enciclopédia digital da biodiversidade
Em visita à Amazônia, Mercadante defendeu mais patentes e a criação da Wikiflora.[Imagem: Flávio Ribeiro/MCT]
Patentes, patentes...
Em seu segundo dia de visitas às instituições de ensino e pesquisa da cidade de Manaus (AM), o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, teve a oportunidade de conhecer a Reserva Experimental Adolpho Ducke do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).
O local é um grande laboratório que tem como objetivo conhecer as potencialidades da região como a exploração sustentável de diversos frutos.
Na ocasião, Mercadante reforçou a necessidade de se instalar um escritório do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) na Floresta Amazônica.
Para o ministro, o patenteamento da pesquisa precisa fazer parte do dia-a-dia dos cientistas.
Mais do que isso, por meio do registro, o Brasil tem condições de transformar estudos em recursos para mais investimentos.
"Precisamos entender que o comércio internacional hoje exige que a propriedade intelectual seja patenteada. Nós precisamos criar uma cultura entre os cientistas em patentear o conhecimento para que a gente possa ter royalties, ter recursos e fomentar a pesquisa no País", destacou.
Enciclopédia digital da biodiversidade
Além disso, ele propôs a criação de uma plataforma para registro de todos os dados botânicos produzidos no Brasil, inicialmente chamado de Wikiflora, na qual ofereceu apoio total com relação à estrutura de TI para a elaboração do projeto.
"Temos a necessidade de fazer a enciclopédia digital da biodiversidade da Amazônia. Precisamos conhecer melhor a nossa riqueza. Outro ponto que precisamos combater é a falta de recursos humanos. Sei que faltam profissionais de botânica para desenvolvimento de cursos de mestrado e de doutorado na região. Isso é carência que precisa ser resolvida", enfatizou.
Acompanhando do diretor do Inpa, Adalberto Luis Val, o ministro Mercadante conheceu o projeto da Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA).
Outros destaques foram as pesquisas que o Inpa desenvolve na área alimentícia. A pesquisadora do Instituto, Lúcia Yuyama, explicou sobre a potencialidade dos frutos amazônicos como cubiu e o camu-camu e exemplificou alguns produtos gerados a partir das pesquisas feitas no Instituto como a farinha de pupunha de grande potencial nutricional.
Identificação de plantas
O ministro recebeu um livro produzido por pesquisadores do Inpa intitulado "Flora da Reserva Ducke - Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia central". O coordenador do programa de pós-graduação em Botânica (PPG-BOT), Alberto Vicentini, explicou para o ministro a carência de estudos na área de botânica na Amazônia e o quanto se conhece pouco sobre a região.
O gerente- executivo do LBA e pesquisador do Inpa, Antonio Manzi, apresentou o projeto LBA que tem a finalidade conhecer sobre o funcionamento da atmosfera da região.
Para a pesquisa será instalada uma torre de 320 metros, a primeira desse tipo na América do Sul, instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã, interior do Amazonas.
É um projeto bilateral entre Brasil, representado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e da Alemanha, através do Instituto Max Planck de Química.
Fonte: Inovação Tecnológica
Patentes, patentes...
Em seu segundo dia de visitas às instituições de ensino e pesquisa da cidade de Manaus (AM), o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, teve a oportunidade de conhecer a Reserva Experimental Adolpho Ducke do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).
O local é um grande laboratório que tem como objetivo conhecer as potencialidades da região como a exploração sustentável de diversos frutos.
Na ocasião, Mercadante reforçou a necessidade de se instalar um escritório do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) na Floresta Amazônica.
Para o ministro, o patenteamento da pesquisa precisa fazer parte do dia-a-dia dos cientistas.
Mais do que isso, por meio do registro, o Brasil tem condições de transformar estudos em recursos para mais investimentos.
"Precisamos entender que o comércio internacional hoje exige que a propriedade intelectual seja patenteada. Nós precisamos criar uma cultura entre os cientistas em patentear o conhecimento para que a gente possa ter royalties, ter recursos e fomentar a pesquisa no País", destacou.
Enciclopédia digital da biodiversidade
Além disso, ele propôs a criação de uma plataforma para registro de todos os dados botânicos produzidos no Brasil, inicialmente chamado de Wikiflora, na qual ofereceu apoio total com relação à estrutura de TI para a elaboração do projeto.
"Temos a necessidade de fazer a enciclopédia digital da biodiversidade da Amazônia. Precisamos conhecer melhor a nossa riqueza. Outro ponto que precisamos combater é a falta de recursos humanos. Sei que faltam profissionais de botânica para desenvolvimento de cursos de mestrado e de doutorado na região. Isso é carência que precisa ser resolvida", enfatizou.
Acompanhando do diretor do Inpa, Adalberto Luis Val, o ministro Mercadante conheceu o projeto da Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA).
Outros destaques foram as pesquisas que o Inpa desenvolve na área alimentícia. A pesquisadora do Instituto, Lúcia Yuyama, explicou sobre a potencialidade dos frutos amazônicos como cubiu e o camu-camu e exemplificou alguns produtos gerados a partir das pesquisas feitas no Instituto como a farinha de pupunha de grande potencial nutricional.
Identificação de plantas
O ministro recebeu um livro produzido por pesquisadores do Inpa intitulado "Flora da Reserva Ducke - Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia central". O coordenador do programa de pós-graduação em Botânica (PPG-BOT), Alberto Vicentini, explicou para o ministro a carência de estudos na área de botânica na Amazônia e o quanto se conhece pouco sobre a região.
O gerente- executivo do LBA e pesquisador do Inpa, Antonio Manzi, apresentou o projeto LBA que tem a finalidade conhecer sobre o funcionamento da atmosfera da região.
Para a pesquisa será instalada uma torre de 320 metros, a primeira desse tipo na América do Sul, instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã, interior do Amazonas.
É um projeto bilateral entre Brasil, representado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e da Alemanha, através do Instituto Max Planck de Química.
Fonte: Inovação Tecnológica
domingo, 9 de janeiro de 2011
Bilhões de dados e um padrão
Nicholas King, secretário-executivo do Mecanismo Global de Informação em Biodiversidade (GBIF), fala sobre os desafios para a interoperabilidade e integração das bases de dados disponíveis em diversos países (GBIF)
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP - Fundado em 2001, o Mecanismo Global de Informação em Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês) é a maior iniciativa multilateral voltada para disponibilizar dados sobre biodiversidade na internet com acesso livre.
Envolvendo 55 países, o mecanismo ainda não conta com o Brasil entre seus signatários. Mas, para o secretário-executivo do GBIF, Nicholas King, a adesão brasileira é questão de tempo.
Segundo ele, a publicação dos dados científicos em uma plataforma padronizada global poderá ser importante para as discussões em torno da implementação do Protocolo de Nagoya no aspecto que mais interessa ao Brasil: o acesso e repartição de benefícios provenientes da exploração da biodiversidade
O GBIF se destaca por ter desenvolvido protocolos e padrões inovadores capazes de garantir a integridade e a interoperabilidade de bancos de dados heterogêneos espalhados por todo o planeta. A arquitetura informacional do mecanismo permite a interconexão de diversos tipos de dados de fontes diferentes, segundo King.
Nascido no Quênia e criado na África do Sul, King é graduado em biologia, ecologia e geografia e fez seu doutorado em gerenciamento de tecnologia, especificamente voltado à gestão de recursos naturais. Completou sua formação acadêmica nos Estados Unidos e na Inglaterra e se tornou o líder do GBIF em 2007.
Em dezembro, King esteve no Brasil para participar da conferência internacional Getting Post 2010 - Biodiversity Targets Right, realizada pelo Programa Biota-FAPESP, pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Na ocasião, apresentou uma palestra sobre a interoperabilidade e integração de bancos de dados sobre biodiversidade.
Agência FAPESP - Quais são os principais desafios relacionados ao compartilhamento de dados sobre biodiversidade?
Nicholas King - Há um certo número de desafios para se compartilhar informações e conseguir uma interoperabilidade entre os bancos de dados. Eu diria que eles estão concentrados em três vertentes fundamentais da noção de compartilhamento: os dados propriamente ditos, o sistema e as pessoas. Todos são necessários, mas nenhum é suficiente.
Agência FAPESP - Quais são as dificuldades relacionadas aos dados?
King - Há conjuntos de dados ao redor de todo o mundo, com características muito distintas entre eles. O único ponto em comum é que nunca são captados com a intenção de serem compartilhados. Por isso, são capturados com diferentes formatos e técnicas. Muitas vezes em diferentes línguas. São obtidos, por vezes, sob diferentes sistemas de gerenciamento. Variam também os sistemas métricos - os registros podem ser feitos em polegadas e pés ou no sistema métrico decimal. Há também sistemas de georreferenciamento muito distintos. A linguagem muda, com diferentes nomes usados para diferentes lugares - eventualmente até mesmo nomes distintos para um mesmo país. Não podemos apenas pegar esses dados, colocá-los juntos e operá-los. Eles são totalmente incompatíveis. Eles simplesmente não se combinam.
Agência FAPESP - Qual seria a solução para isso?
King - Há uma analogia simples com uma situação comum para quem viaja muito ao redor do mundo: você quer ter acesso à eletricidade, mas o plugue de que dispõe simplesmente não encaixa na tomada de um hotel, por exemplo. É necessário, então, ter algum tipo de adaptador. E é bem isso o que precisamos para os dados: que sejam reformulados em um formato padronizado, de modo que possam ser acessados.
Agência FAPESP - O GBIF procura fazer o papel de um adaptador?
King - Esse adaptador seria o que chamamos de arquivos Darwin Core, um padrão global para dados que foi desenvolvido para facilitar a descoberta, a recuperação e a integração de informações sobre espécimes biológicos ou ocorrência espaço-temporal. Mas, ao longo do tempo, o Darwin Core acabou fornecendo uma referência estável e padronizada para compartilhar informações sobre biodiversidade.
Agência FAPESP - Como é o funcionamento desse padrão?
King - Ele funciona como um glossário de termos que fornece definições semânticas estáveis, de forma que possam ser reutilizadas em inúmeros contextos. O Darwin Core serve como base para a construção de formatos mais complexos de intercâmbio de informação, garantindo a interoperabilidade de um conjunto comum de termos. Os arquivos nesse padrão dispõem os dados em um arranjo lógico com uma geometria semelhante à de uma estrela, em que cada arquivo-núcleo está cercado por um grande número de extensões. Cada registro de extensão remete para um arquivo-núcleo. Isso permite compartilhar conjuntos de dados inteiros.
Agência FAPESP - Além da questão dos dados, quais são os desafios relacionados ao sistema?
King - A tecnologia da informação propriamente dita é uma questão à parte. Você não pode ter acesso aos dados se não estiver conectado com a internet, por exemplo. Mas, para isso, é preciso encontrar soluções de modo que se tenha conectividade, largura suficiente de banda, capacidade de processamento computacional e assim por diante. Precisamos dos canais que permitam os dados fluírem. É a questão da infraestrutura que se sobrepõe à questão de como lidar com os dados. O terceiro componente crítico é a disponibilidade de recursos humanos.
Agência FAPESP - Qual o gargalo nesse aspecto?
King - Precisamos de gente que entenda, que seja capaz de utilizar bases de dados e que consiga lidar com questões de tecnologia da informação. Temos carência de pessoal capaz de utilizar os dados para fazer análises. Uma vez que se tem acesso aos dados, temos que saber o que fazer com eles. É fundamental entender a informação biológica e saber como interpretá-la. Necessitamos de capacidade humana e de infraestrutura e que os dados estejam em certos formatos para que possam ser usados. Há ainda uma quarta questão, relacionada ao que chamamos de compromisso político.
Agência FAPESP - No sentido institucional?
King - Sim, é preciso haver integração entre instituições, empresas, governos e outros para que se possa compartilhar dados. Às vezes, certos dados são sensíveis porque têm valor econômico, ou importância crucial para a conservação. Então, temos que contar com políticas de acordos institucionais e internacionais para que se tenha capacidade de compartilhar esses dados. Acho que esses são os quatro componentes fundamentais para que seja possível a interoperabilidade dos bancos de dados.
Agência FAPESP - Para conectar os conjuntos de dados de diversos países é preciso fazer com que eles se adaptem a uma só padronização, na mesma linguagem?
King - Não é tão necessário ter uma só linguagem, contanto que tenhamos softwares capazes de fazer essa “tradução”. Essencialmente, nos dados sobre espécies temos uma linguagem universal, que é o nome da espécie em latim. Isso é o uso corrente em diferentes países. Há nomes vulgares e diferentes nomes regionais, ou em línguas diferentes, mas, fundamentalmente, podemos mapear todas as espécies a partir de seus nomes latinos. Fora isso, a única questão é o padrão dos dados, sobre o qual estávamos falando. Essencialmente, o que a padronização de dados coloca em questão é uma língua única para os campos de indexação. Se completamos esses campos de dados convenientemente, então eles podem se harmonizar por todo o mundo.
Agência FAPESP - O rastreamento dos dados dentro desse mecanismo é simples, mesmo com toda a complexidade da interoperabilidade?
King - Um ponto importante é que, se você está interessado em determinadas informações pontuais, não precisa acessar toda a base de dados. Os arquivos Darwin Core permitem que, se estiver interessado em uma espécie de ave, você só encontre registros sobre aquela espécie quando insere determinado critério de busca sobre a espécie. Não é preciso cair em um conjunto de dados sobre todas as espécies de aves do Brasil, da Venezuela ou da Colômbia, por exemplo. E não é necessário vasculhar tudo para extrair a informação. O computador pode ser programado para buscar apenas aqueles dados específicos do conjunto total. Há bilhões e bilhões de conjuntos de dados e um humano não poderia filtrar isso.
Agência FAPESP - Como funciona o GBIF? Os 55 países enviam dados, ou todos têm acesso a uma forma de conectar seus bancos de dados?
King - O país assina um memorando padrão de entendimento, desenvolvido pelo conselho de administração do GBIF. Nesse memorando está declarado que deixarão os dados completamente acessíveis, que vão arcar com os custos de publicação e que vão configurá-los para acesso pela internet, entre outros pontos. Os dados não são enviados de qualquer maneira, eles devem ser reformatados para o código do Darwin Core e isso permite que fiquem disponíveis para que qualquer um possa encontrar a informação.
Agência FAPESP - Os dados não são armazenados de forma centralizada?
King - Não. É basicamente como um sistema de busca. No Google, você digita determinado critério para a informação e o buscador vai atrás dela. Não há uma base de dados central para o Google. É exatamente como funciona conosco. Os dados permanecem com os proprietários, com as instituições de pesquisa, e são simplesmente publicados nesse formato. Quando você coloca determinado critério na busca, ele procura aquele dado. Não há uma compilação central de conjuntos de dados, mas sim uma forma bem atualizada de fazer as coisas. Centralizar os dados em uma base central traz uma dúvida quanto à segurança. Além disso, essa base pode ficar desatualizada em relação ao banco de dados original. É muito mais fácil que os proprietários mantenham os dados. Isso também permite que eles decidam que dados vão manter públicos e quais permanecerão secretos.
Agência FAPESP - O Brasil não faz parte dos 55 países signatários, mas há instituições brasileiras participando?
King - O Brasil não está no GBIF, por não ter assinado o memorando. É uma decisão que tem que ser feita em nível federal, por algum tipo de departamento de governo, que vai designar uma instituição para ser o órgão de coordenação. Mas não fazer parte dos signatários não impede que os brasileiros possam acessar a informação sobre o país através do mecanismo. O acesso é realmente aberto. Por isso, só em 2010, tivemos 33 mil visitas de computadores baseados no Brasil. Há um conjunto de dados geograficamente referenciados no Brasil de cerca de 1,5 milhão de registros, que são mantidos por instituições de pesquisa fora do país. Há também certas instituições brasileiras que talvez estejam compartilhando dados - seja diretamente com o GBIF, seja por meio de outras instituições. Por exemplo, o Sistema de Informações Biogeográficas dos Oceanos [Obis, na sigla em inglês], que fornece muita informação publicada nos padrões do GBIF, disponibiliza muitos dados sobre o Brasil.
Agência FAPESP - Qual é a importância da adesão brasileira ao GBIF?
King - É muito importante, sem dúvida, devido à imensa biodiversidade no país e a qualidade da pesquisa feita por aqui. Essa importância se torna ainda maior com o Protocolo de Nagoya, que estabelece o Protocolo sobre o Acesso e Repartição dos Benefícios [ABS, na sigla em inglês] provenientes da exploração da biodiversidade. Será preciso estabelecer um regime legal em torno dessa questão e, para isso, é fundamental dispor de meios padronizados para gerenciar a informação. Porque, de outra maneira, haverá desafios legais em torno da má interpretação de informações. O conhecimento indígena, por exemplo, deverá ser tratado e referido da mesma maneira em todo o mundo. Vamos precisar interpretar esse conhecimento indígena em uma linguagem científica padronizada para discutir a propriedade intelectual desse conhecimento indígena. Tudo isso será muito complexo e o livre acesso à informação padronizada deverá ajudar bastante.
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP - Fundado em 2001, o Mecanismo Global de Informação em Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês) é a maior iniciativa multilateral voltada para disponibilizar dados sobre biodiversidade na internet com acesso livre.
Envolvendo 55 países, o mecanismo ainda não conta com o Brasil entre seus signatários. Mas, para o secretário-executivo do GBIF, Nicholas King, a adesão brasileira é questão de tempo.
Segundo ele, a publicação dos dados científicos em uma plataforma padronizada global poderá ser importante para as discussões em torno da implementação do Protocolo de Nagoya no aspecto que mais interessa ao Brasil: o acesso e repartição de benefícios provenientes da exploração da biodiversidade
O GBIF se destaca por ter desenvolvido protocolos e padrões inovadores capazes de garantir a integridade e a interoperabilidade de bancos de dados heterogêneos espalhados por todo o planeta. A arquitetura informacional do mecanismo permite a interconexão de diversos tipos de dados de fontes diferentes, segundo King.
Nascido no Quênia e criado na África do Sul, King é graduado em biologia, ecologia e geografia e fez seu doutorado em gerenciamento de tecnologia, especificamente voltado à gestão de recursos naturais. Completou sua formação acadêmica nos Estados Unidos e na Inglaterra e se tornou o líder do GBIF em 2007.
Em dezembro, King esteve no Brasil para participar da conferência internacional Getting Post 2010 - Biodiversity Targets Right, realizada pelo Programa Biota-FAPESP, pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Na ocasião, apresentou uma palestra sobre a interoperabilidade e integração de bancos de dados sobre biodiversidade.
Agência FAPESP - Quais são os principais desafios relacionados ao compartilhamento de dados sobre biodiversidade?
Nicholas King - Há um certo número de desafios para se compartilhar informações e conseguir uma interoperabilidade entre os bancos de dados. Eu diria que eles estão concentrados em três vertentes fundamentais da noção de compartilhamento: os dados propriamente ditos, o sistema e as pessoas. Todos são necessários, mas nenhum é suficiente.
Agência FAPESP - Quais são as dificuldades relacionadas aos dados?
King - Há conjuntos de dados ao redor de todo o mundo, com características muito distintas entre eles. O único ponto em comum é que nunca são captados com a intenção de serem compartilhados. Por isso, são capturados com diferentes formatos e técnicas. Muitas vezes em diferentes línguas. São obtidos, por vezes, sob diferentes sistemas de gerenciamento. Variam também os sistemas métricos - os registros podem ser feitos em polegadas e pés ou no sistema métrico decimal. Há também sistemas de georreferenciamento muito distintos. A linguagem muda, com diferentes nomes usados para diferentes lugares - eventualmente até mesmo nomes distintos para um mesmo país. Não podemos apenas pegar esses dados, colocá-los juntos e operá-los. Eles são totalmente incompatíveis. Eles simplesmente não se combinam.
Agência FAPESP - Qual seria a solução para isso?
King - Há uma analogia simples com uma situação comum para quem viaja muito ao redor do mundo: você quer ter acesso à eletricidade, mas o plugue de que dispõe simplesmente não encaixa na tomada de um hotel, por exemplo. É necessário, então, ter algum tipo de adaptador. E é bem isso o que precisamos para os dados: que sejam reformulados em um formato padronizado, de modo que possam ser acessados.
Agência FAPESP - O GBIF procura fazer o papel de um adaptador?
King - Esse adaptador seria o que chamamos de arquivos Darwin Core, um padrão global para dados que foi desenvolvido para facilitar a descoberta, a recuperação e a integração de informações sobre espécimes biológicos ou ocorrência espaço-temporal. Mas, ao longo do tempo, o Darwin Core acabou fornecendo uma referência estável e padronizada para compartilhar informações sobre biodiversidade.
Agência FAPESP - Como é o funcionamento desse padrão?
King - Ele funciona como um glossário de termos que fornece definições semânticas estáveis, de forma que possam ser reutilizadas em inúmeros contextos. O Darwin Core serve como base para a construção de formatos mais complexos de intercâmbio de informação, garantindo a interoperabilidade de um conjunto comum de termos. Os arquivos nesse padrão dispõem os dados em um arranjo lógico com uma geometria semelhante à de uma estrela, em que cada arquivo-núcleo está cercado por um grande número de extensões. Cada registro de extensão remete para um arquivo-núcleo. Isso permite compartilhar conjuntos de dados inteiros.
Agência FAPESP - Além da questão dos dados, quais são os desafios relacionados ao sistema?
King - A tecnologia da informação propriamente dita é uma questão à parte. Você não pode ter acesso aos dados se não estiver conectado com a internet, por exemplo. Mas, para isso, é preciso encontrar soluções de modo que se tenha conectividade, largura suficiente de banda, capacidade de processamento computacional e assim por diante. Precisamos dos canais que permitam os dados fluírem. É a questão da infraestrutura que se sobrepõe à questão de como lidar com os dados. O terceiro componente crítico é a disponibilidade de recursos humanos.
Agência FAPESP - Qual o gargalo nesse aspecto?
King - Precisamos de gente que entenda, que seja capaz de utilizar bases de dados e que consiga lidar com questões de tecnologia da informação. Temos carência de pessoal capaz de utilizar os dados para fazer análises. Uma vez que se tem acesso aos dados, temos que saber o que fazer com eles. É fundamental entender a informação biológica e saber como interpretá-la. Necessitamos de capacidade humana e de infraestrutura e que os dados estejam em certos formatos para que possam ser usados. Há ainda uma quarta questão, relacionada ao que chamamos de compromisso político.
Agência FAPESP - No sentido institucional?
King - Sim, é preciso haver integração entre instituições, empresas, governos e outros para que se possa compartilhar dados. Às vezes, certos dados são sensíveis porque têm valor econômico, ou importância crucial para a conservação. Então, temos que contar com políticas de acordos institucionais e internacionais para que se tenha capacidade de compartilhar esses dados. Acho que esses são os quatro componentes fundamentais para que seja possível a interoperabilidade dos bancos de dados.
Agência FAPESP - Para conectar os conjuntos de dados de diversos países é preciso fazer com que eles se adaptem a uma só padronização, na mesma linguagem?
King - Não é tão necessário ter uma só linguagem, contanto que tenhamos softwares capazes de fazer essa “tradução”. Essencialmente, nos dados sobre espécies temos uma linguagem universal, que é o nome da espécie em latim. Isso é o uso corrente em diferentes países. Há nomes vulgares e diferentes nomes regionais, ou em línguas diferentes, mas, fundamentalmente, podemos mapear todas as espécies a partir de seus nomes latinos. Fora isso, a única questão é o padrão dos dados, sobre o qual estávamos falando. Essencialmente, o que a padronização de dados coloca em questão é uma língua única para os campos de indexação. Se completamos esses campos de dados convenientemente, então eles podem se harmonizar por todo o mundo.
Agência FAPESP - O rastreamento dos dados dentro desse mecanismo é simples, mesmo com toda a complexidade da interoperabilidade?
King - Um ponto importante é que, se você está interessado em determinadas informações pontuais, não precisa acessar toda a base de dados. Os arquivos Darwin Core permitem que, se estiver interessado em uma espécie de ave, você só encontre registros sobre aquela espécie quando insere determinado critério de busca sobre a espécie. Não é preciso cair em um conjunto de dados sobre todas as espécies de aves do Brasil, da Venezuela ou da Colômbia, por exemplo. E não é necessário vasculhar tudo para extrair a informação. O computador pode ser programado para buscar apenas aqueles dados específicos do conjunto total. Há bilhões e bilhões de conjuntos de dados e um humano não poderia filtrar isso.
Agência FAPESP - Como funciona o GBIF? Os 55 países enviam dados, ou todos têm acesso a uma forma de conectar seus bancos de dados?
King - O país assina um memorando padrão de entendimento, desenvolvido pelo conselho de administração do GBIF. Nesse memorando está declarado que deixarão os dados completamente acessíveis, que vão arcar com os custos de publicação e que vão configurá-los para acesso pela internet, entre outros pontos. Os dados não são enviados de qualquer maneira, eles devem ser reformatados para o código do Darwin Core e isso permite que fiquem disponíveis para que qualquer um possa encontrar a informação.
Agência FAPESP - Os dados não são armazenados de forma centralizada?
King - Não. É basicamente como um sistema de busca. No Google, você digita determinado critério para a informação e o buscador vai atrás dela. Não há uma base de dados central para o Google. É exatamente como funciona conosco. Os dados permanecem com os proprietários, com as instituições de pesquisa, e são simplesmente publicados nesse formato. Quando você coloca determinado critério na busca, ele procura aquele dado. Não há uma compilação central de conjuntos de dados, mas sim uma forma bem atualizada de fazer as coisas. Centralizar os dados em uma base central traz uma dúvida quanto à segurança. Além disso, essa base pode ficar desatualizada em relação ao banco de dados original. É muito mais fácil que os proprietários mantenham os dados. Isso também permite que eles decidam que dados vão manter públicos e quais permanecerão secretos.
Agência FAPESP - O Brasil não faz parte dos 55 países signatários, mas há instituições brasileiras participando?
King - O Brasil não está no GBIF, por não ter assinado o memorando. É uma decisão que tem que ser feita em nível federal, por algum tipo de departamento de governo, que vai designar uma instituição para ser o órgão de coordenação. Mas não fazer parte dos signatários não impede que os brasileiros possam acessar a informação sobre o país através do mecanismo. O acesso é realmente aberto. Por isso, só em 2010, tivemos 33 mil visitas de computadores baseados no Brasil. Há um conjunto de dados geograficamente referenciados no Brasil de cerca de 1,5 milhão de registros, que são mantidos por instituições de pesquisa fora do país. Há também certas instituições brasileiras que talvez estejam compartilhando dados - seja diretamente com o GBIF, seja por meio de outras instituições. Por exemplo, o Sistema de Informações Biogeográficas dos Oceanos [Obis, na sigla em inglês], que fornece muita informação publicada nos padrões do GBIF, disponibiliza muitos dados sobre o Brasil.
Agência FAPESP - Qual é a importância da adesão brasileira ao GBIF?
King - É muito importante, sem dúvida, devido à imensa biodiversidade no país e a qualidade da pesquisa feita por aqui. Essa importância se torna ainda maior com o Protocolo de Nagoya, que estabelece o Protocolo sobre o Acesso e Repartição dos Benefícios [ABS, na sigla em inglês] provenientes da exploração da biodiversidade. Será preciso estabelecer um regime legal em torno dessa questão e, para isso, é fundamental dispor de meios padronizados para gerenciar a informação. Porque, de outra maneira, haverá desafios legais em torno da má interpretação de informações. O conhecimento indígena, por exemplo, deverá ser tratado e referido da mesma maneira em todo o mundo. Vamos precisar interpretar esse conhecimento indígena em uma linguagem científica padronizada para discutir a propriedade intelectual desse conhecimento indígena. Tudo isso será muito complexo e o livre acesso à informação padronizada deverá ajudar bastante.
Assinar:
Postagens (Atom)