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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Site brasileiro JOTA cria bot para incentivar cobertura jornalística de processos parados no STF

Por Carolina de Assis | Knight Center

Em 1920, o jurista brasileiro Rui Barbosa (1849-1923) afirmou que “justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”. Quase 100 anos depois, suas palavras inspiram a nova empreitada do site brasileiro JOTA, que tem o Judiciário como foco de sua cobertura jornalística. O bot Rui (@ruibarbot), lançado no fim de abril, monitora e divulga no Twitter a lentidão no andamento dos processos no Supremo Tribunal Federal (STF).


Diariamente, Rui tuíta sobre aniversários de processos parados na mais alta corte do país. No dia 25 de abril, por exemplo, ele avisou que uma ação sobre punição a motorista que foge depois de acidente de trânsito está parada há um ano no STF. O tuíte deu origem a uma reportagem do próprio JOTA sobre o processo e a lentidão em seu andamento.

O objetivo do bot é justamente direcionar o olhar de jornalistas e da cidadania para os gargalos do Judiciário brasileiro, disse Felipe Recondo, cofundador e diretor de conteúdo do JOTA e idealizador do bot, ao Centro Knight.

“A ideia surgiu entre 2014 e 2015, quando começamos o JOTA”, contou Recondo. “A percepção é que a gente cobria os processos judiciais quando eles andavam, mas a natureza do Judiciário, por várias razões - excesso de processos, travas na legislação, excesso de recursos - é que os processos não caminham.” A sensação, segundo o jornalista, era de cobrir apenas uma parte da história.

A cobertura dos processos parados permite desvelar “as disfuncionalidades do Judiciário”, disse Recondo, e explorar as várias razões possíveis para a lentidão. “Pode ser um ministro que não está dando a prioridade que talvez devesse dar a esse processo; pode ser o Ministério Público, que não devolveu o processo e ainda está analisando; as partes podem estar usando recursos legítimos, mas que podem protelar a decisão... A gente queria saber onde estão os gargalos em cada um desses casos. A ideia então foi fazer uma cobertura com sinal negativo, cobrindo também o que não anda.”

Guilherme Jardim Duarte, editor de dados do JOTA, programou Rui em Python, linguagem de programação muito usada por jornalistas em projetos como este. Ele explicou ao Centro Knight que o bot parte de uma lista de 289 ações compiladas pela equipe do JOTA em meio às 43 mil que tramitam no STF. O robô entra todos os dias no site do tribunal, confere quando cada processo que consta na lista foi atualizado e, caso algum esteja completando anos ou 180 ou 270 dias sem movimentação, ele tuíta a respeito.

“A única coisa que o bot faz é ver se o processo está fazendo aniversário [sem movimentação]”, disse Duarte. “O resto é o trabalho do repórter, de apurar e contar o que aconteceu.”

A lista de ações monitoradas pelo bot é resultado de uma curadoria da equipe do JOTA com base em critério jornalístico, disse Recondo. “Vimos o que na nossa cobertura pode ter maior repercussão para a legislação, a economia, a sociedade, a política, etc.” Mas a lista está aberta a atualizações e sugestões de leitores e leitoras sobre outras ações a serem monitoradas. “Foi imediato: assim que o robô entrou no ar as pessoas começaram a nos escrever dizendo ‘vocês deviam acompanhar o processo tal’. E estamos abertos a isso.”

Um aspecto valioso do projeto é ele ser um gerador de pautas não só para o JOTA, mas para qualquer jornalista ou veículo que acompanhe Rui no Twitter e que se interesse por alguma ação parada que ele destaca.

“A gente poderia ter feito um robô exclusivamente para nós”, disse Recondo. “Seria também extremamente relevante, mas não cumpriria com a tarefa que é também fazer com que as redes sociais e pessoas que talvez não leiam o JOTA, mas leem outros meios, tenham acesso a isso.” Estando no Twitter, “qualquer pessoa pode acessar, e quem quiser pode fazer matéria em jornais de qualquer lugar do país em cima daquela informação”, afirmou.

Além de reportagens no JOTA, Rui já gerou repercussão entre os próprios ministros do STF. Alguns deles comentaram com Recondo sobre o bot. Um ministro disse que o JOTA deveria expandir o projeto para todo o Judiciário. Já outros dois expressaram receio; um não entrou em detalhes, mas outro fez uma ressalva sobre os magistrados serem responsabilizados pela lentidão nos processos. “Eu disse que o robô vai tuitar apenas que o processo está parado. Nós vamos fazer matéria e explicar por que e onde está parado”, disse Recondo.

Houve também provocações de outras pessoas do STF, contou ele. “Disseram que ‘do jeito que isso aqui é, vocês vão ficar apitando que nem sirene’. Respondi ‘bom, se for assim, temos que discutir o modelo dos tribunais, não o modelo do Rui’”, riu o jornalista.

Novos Ruis estão no horizonte do JOTA. “A gente quer ampliar os tribunais”, disse Duarte. “O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o tribunal que todo mundo pensa em seguida. Em termos de questões legais, é nossa corte superior. O STJ é bastante importante e é esquecido, às vezes, e tem vários casos interessantes e importantes ali.”

Segundo Duarte, outro projeto previsto pela equipe do site é uma análise de dados a respeito de todos os processos que constam no site do STF - cerca de dois milhões, entre ações finalizadas e ainda em andamento.

Para Recondo, o jornalismo baseado em dados é praticamente uma exigência da cobertura do Judiciário. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, em 2016 quase 110 milhões de processos passaram pelo Judiciário brasileiro. “Para fazer uma cobertura dessas, ou você tem dados ou você mergulha em 100 milhões de processos, e você não vai conseguir sair”, afirmou.

“A gente quer fazer um jornalismo baseado em evidências, e essas evidências às vezes podem ser metrificadas”, disse o diretor do JOTA, para quem os leitores têm demandado a apresentação de evidências no jornalismo. “Quando mais nós estivermos baseados em dados, menor vai ser o achismo, melhor o leitor estará informado e melhor vai poder formar seu juízo.”

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Jornal do Brasil volta a circular no próximo domingo

Um dos jornais mais emblemáticos do Brasil volta às bancas no próximo domingo: o Jornal do Brasil. Depois de oito anos sem ser editada, a versão impressa será vendida na versão standard, com preço de R$ 5 e tiragem de 50 mil exemplares.
Crédito:Divulgação

Segundo Omar Resende Peres, empresário à frente do novo jornal, declarou em entrevista à Folha de S.Paulo, o foco dessa nova fase do JB será nas bancas. Assinaturas da versão digital deverão ser implementadas mais adiante.

Gilberto Menezes Côrtes ficará à frente da redação, como diretor. Junto com ele serão cerca de 30 jornalistas e mais 20 colunistas e colaboradores. A impressão do jornal será feita no parque gráfico da Infoglobo. Já as 2 mil edições que circularão no Distrito Federal serão impressas pelo Jornal de Brasília. Em São Paulo, o jornal só será vendido nos aeroportos.

O site do jornal, que durante sua ausência nas bancas foi mantido por outra equipe de redação, também foi reformulado e estreia no domingo. Além disso, outro projeto em fase adiantada será o lançamento da JB-TV.

via Portal Imprensa

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Tiragem impressa dos maiores jornais perde 520 mil exemplares em 3 anos

Assinantes digitais crescem só 32 mil. Queda do impresso em 2017: 147 mil

Poder360

 o hábito de ler jornais impressos diminuiu. A plataforma agora é outra imagem da internet

Os principais jornais diários do Brasil continuaram a registrar perdas em suas tiragens impressas em 2017. A queda no ano passado foi de 146.901 exemplares na circulação média diária para 11 dos principais veículos nacionais.

A tendência vem se repetindo há 3 anos.

De 2015 a 2017, a redução na circulação média diária impressa foi de 520 mil exemplares.

Em dezembro de 2014, a tiragem impressa total desses 11 diários era de 1.256.322 exemplares em média por dia. Em dezembro de 2017, o número havia caído para 736.346 -o equivalente a uma redução de 41,4%.

Este levantamento considera, em ordem de tiragem impressa, Super Notícia (MG), Globo (RJ), Folha (SP), Estado (SP), Zero Hora (RS), Valor Econômico (SP), Correio Braziliense (DF), Estado de Minas (MG), A Tarde (BA) e O Povo (CE). A Gazeta do Povo (PR) parou de circular em versão impressa diária em 2017 -no início do ano passado sua circulação média era de apenas 26,6 mil exemplares por dia.

Os dados utilizados neste post são do Instituto Verificador de Circulação (IVC), que faz a auditoria das tiragens dos jornais citados. Clique nas imagens a seguir para ampliá-las:



Quando se levam em conta as perdas na tiragem impressa e o pequeno ganho nas assinaturas digitais, chega-se a uma perda de 488 mil leitores pagantes nos últimos 3 anos. No cômputo geral, todos os veículos perderam circulação. Eis os dados:


A circulação digital desses jornais poderia compensar em parte a perda de venda das edições impressas. Exemplos do exterior, como o New York Times, inspiram as publicações brasileiras. O Times passou de 2 milhões de assinantes digitais em 2017.

No Brasil, entretanto, o boom das assinaturas pagas de edições on-line dos jornais ainda não chegou com o vigor que se observa no mercado norte-americano.

Nos últimos 3 anos, de 2015 a 2017, os 11 jornais brasileiros registraram 1 aumento modesto na venda de assinaturas digitais. O saldo é positivo, mas de apenas 31.768 cópias.

Como se observa os dados de 2015 e de 2016, nota-se que houve pouco avanço de leitores digitais que pagam para ter acesso aos principais veículos jornalísticos. Clique nas imagens para ampliá-las:




AUDIÊNCIA DIGITAL É GRANDE
Apesar de estar encolhendo quando se trata leitores pagantes nas suas versões impressas e digitais, os principais veículos jornalísticos brasileiros são potências na internet.

O conteúdo aberto -todos têm uma parte cujo acesso é gratuito- atrai milhões de visitantes aos sites de Folha, Globo, Estadão e outros.

Essa predominância dos veículos que praticam jornalismo profissional também pode ser vista no número de seguidores que cada 1 tem nas principais redes sociais.

Levantamento realizado na semana passada mostra o seguinte acervo de seguidores dos principais jornais diários no Facebook:

Folha: 5.954.066
Globo: 5.574.463
Super Notícia: 48.972
Estado: 3.711.606
Zero Hora: 2.572.606
Estado de Minas: 187.910
Correio Braziliense: 712.925
Valor Econômico: 982.096
Gazeta do Povo: 1.380.478
A Tarde: 203.976
O Povo: 1.311.636

Esse exército de seguidores não tem ajudado a turbinar os assinantes digitais. Todos os principais jornais têm planos especiais e promoções para atrair novos leitores.

Eis os valores mensais que cada veículo cobra (clique no nome dos veículos para ter acesso ao site de assinaturas):

Folha
assinatura da versão digital: R$ 29,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 104,90

O Globo
assinatura da versão digital: R$ 29,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 99,90

Valor
assinatura da versão digital: R$ 42,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 79,90

Estadão
assinatura da versão digital: R$ 10,90
assinatura combinada impressa e digital: RS$ 130,00

Correio Braziliense
assinatura da versão digital: R$ 19,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 58,31

Zero Hora
assinatura da versão digital: 19,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 67,90

Quem visita os sites de todos esses jornais listados acima notará uma idiossincrasia: o valor da assinatura apenas da versão impressa nunca é informado. Quem desejar descobrir precisa fazer uma ligação telefônica.

Trata-se de uma decisão deliberada dos veículos de matar aos poucos a plataforma impressa.

Outro fato que merece menção: quem deseja assinar qualquer jornal precisa realmente estar com muita vontade. Os sistemas são lentos e cheios de exigências que irritam o consumidor que gostaria de apenas clicar e dar o número do seu cartão de crédito.

No caso do jornal gaúcho Zero Hora o sistema é curioso. Para saber o valor do pacote de assinatura impressa e digital o consumidor é obrigado a deixar seu número de telefone para que o jornal ligue de volta. Foi assim que o Poder360 pôde obter os valores descritos acima.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A pedra no sapato de Zuckerberg

Aqueles que sonhavam com o paraíso da emancipação midiática se voltaram contra quem permitiu a balbúrdia das “fake news”: notadamente, o Facebook


Rodrigo Caetano | IstoÉ Dinheiro

Vivemos na era da informação. Os dados nunca foram tão abundantes, ou viajaram em velocidades tão rápidas. O paradoxo está no fato de que a desinformação também nunca foi tão evidente. O problema é que há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade de informações a que uma pessoa é submetida e sua capacidade de discernir entre o real e o imaginário, de acordo com os estudiosos das teorias da comunicação. Esse entendimento não é, exatamente, novo. Um estudante de jornalismo do final dos anos 1990, provavelmente, terá lido sobre os efeitos dos extintos “jornalões” de domingo. Dizia-se, na época, que uma só edição dominical do “Folhão” ou do “Estadão” trazia mais informações do que um homem medieval estaria exposto durante toda sua vida. Essa superinformação acabava gerando, na verdade, uma desinformação generalizada. E ainda falávamos do papel.

Os tempos, no entanto, eram outros. A chamada “grande mídia” controlava a distribuição do conteúdo e fazia a sua “curadoria”. Os anúncios impressos ou televisionados garantiam o financiamento do jornalismo e da produção de conteúdo, ainda que a internet já indicasse que passaria como um trator por esse modelo. Então veio o Google, o Facebook, e tudo mudou. Com um misto de dinamismo americano e agressividade chinesa, as duas empresas sequestraram 20% dos gastos globais com publicidade. No ano passado, elas atraíram US$ 106 bilhões em anúncios, segundo a empresa de análises Zenith. Na mídia tradicional, quem chega mais perto é a americana Comcast, dona da NBC, com US$ 13 bilhões, oito vezes menos.

Se o impacto no mercado é absolutamente claro, os efeitos da mudança na sociedade ainda estão sendo sentidos. Numa primeira análise, o fim do “monopólio da grande mídia” aparecia como um sonho de liberdade. As barreiras que impediam a informação de ser disseminada democraticamente colapsavam e o mundo entraria em uma espécie de catarse informativa, na qual todos seriam, ao mesmo tempo, jornalistas e leitores, colaborando incessantemente para apurar e revelar a verdade. Isso não aconteceu. Com ajuda da Rússia, Donald Trump venceu as eleições nos Estados Unidos e aqueles que sonhavam com o paraíso da emancipação midiática se voltaram contra quem permitiu a balbúrdia das “fake news”: notadamente, o Facebook, de Mark Zuckerberg.

À medida que nos aproximamos de mais uma rodada de eleições importantes, nos EUA, no México e no Brasil, para citar alguns exemplos, a preocupação com os efeitos das redes sociais ganha os holofotes. Zuckerberg, por sua vez, sinaliza que, ainda que tenha tomado de assalto o mercado publicitário, não quer saber de lidar com o problema das “fake news”. Nas últimas semanas, ele anunciou medidas para, na prática, barrar o jornalismo, bom ou mau, dos feeds facebuquianos. Seu problema está no fato de que, apesar de ser altamente lucrativo para quem detém o “monopólio” da distribuição, o jornalismo tem um efeito colateral que se chama poder político. Não é possível ganhar dinheiro com ele sem lidar com as forças contraditórias que regem a geopolítica mundial. Nem se abster da responsabilidade de se ater aos fatos para criar narrativas, mesmo as enviesadas.

Antes um aliado na obtenção de audiência, o jornalismo se tornou uma pedra no sapato de Zuckerberg. Algo que atrapalha sua missão de conectar e aproximar as pessoas. Pior, transforma o Facebook em vidraça, em ator político, o que gera algumas demandas por regulação do setor de redes sociais, um antigo temor do empresário. A solução é devolvê-lo aos seus antigos donos, a grande mídia, acostumada com a tarefa de informar a opinião pública. O estrago, no entanto, está feito.

Ao afastar as notícias da rede social, Zuckerberg está criando uma brecha para as notícias falsas. A esperança é que esse espaço seja ocupado por aqueles que, nas palavras de Bertolt Brecht, tenham a coragem de dizer a verdade. “A verdade deve ser mostrada na sua luta com a mentira e nunca apresentada como algo de sublime, de ambíguo e de geral; este estilo de falar dela convém justamente à mentira”, escreveu o poeta e dramaturgo alemão, em um texto de 1934, com o qual conclamava os escritores a lutar contra o fascismo. O futuro da democracia depende disso.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

The Buenos Aires Herald, um dos últimos jornais de língua inglesa na América Latina, fecha após 140 anos



The Buenos Aires Herald, o jornal de língua inglesa da capital da Argentina, está fechando após 140 anos de impressão.

O jornal fez o anúncio no Twitter no dia 31 de julho, pouco menos de um ano após a publicação, a mais antiga de língua inglesa da América Latina, passar a ser semanal e a maioria dos funcionários perderem seus empregos.

Herald's staff have been informed that the newspaper is closing.
Our front page when we turned 140 on September 15, 2016. pic.twitter.com/5or01KqDy6
— Buenos Aires Herald (@BAHeraldcom) July 31, 2017

O editor de notícias James Grainger escreveu no Twitter: "Não há muito a dizer agora, para ser honesto. Nos disseram que a última edição foi nesta sexta-feira. Não há mais para adicionar neste momento."

Quando o jornal passou a ser semanal, foi publicado um editorial que dizia: "O Herald tem enfrentado dificuldades há algum tempo e, embora nossa encarnação futura tenha sido pintada como um novo desafio e uma oferta emocionante para o mercado, seria tolice negar que uma mudança tão dramática não chegue com custos enormes, ou que também não reflita uma indústria de mídia em crise".

O texto também destacou que "modificações na publicidade paga pelo governo, sua distribuição e a recessão estão exacerbando as mudanças em um ritmo acelerado" na Argentina.​

O Herald começou como um jornal de apenas uma folha, de publicação semanal, quando foi fundado pelo imigrante escocês William Cathcart em 1876, de acordo com o site. Ao longo dos anos, o jornal começou a ter uma agenda de publicação mais diária, e também mudou seus proprietários e editores, que desempenharam papéis em negociações políticas e foram alvo de repressão governamental, explicou o site.

O jornalista britânico Robert Cox foi editor do Herald durante os anos da "Guerra Suja" do país (1976-1983), e agora é reconhecido por suas críticas ao regime e trabalha para revelar abusos de direitos humanos, incluindo desaparecimentos forçados. Cox, que recebeu o prestigiado Prêmio Maria Moors Cabot em 1978, foi forçado ao exílio nos EUA devido a essa cobertura.​

"Muitas vezes eu fui perguntado na Argentina sobre como o Buenos Aires Herald, um pequeno jornal de língua estrangeira, conseguiu denunciar em inglês e comentar em espanhol temas que nunca foram mencionados na imprensa argentina. Os jornalistas argentinos tinham duas teorias: que éramos apoiados pela Embaixada dos EUA ou que, como um jornal de língua estrangeira, tínhamos imunidade", escreveu Cox na introdução de sua biografia "Dirty Secrets, Dirty War" (Segredos Sujos, Guerra Suja). "Nenhuma das duas era verdade. O que tivemos foi o respeito à independência tradicional do Herald e o apoio incondicional de Peter Manigault, presidente e editor da Evening Post Publishing Company, com sede em Charleston, SC, que era dono do jornal. Ele simplesmente queria que fizéssemos o nosso trabalho e denunciássemos a verdade. Essa foi a diferença entre o Herald e a imprensa argentina principal. Eles foram cúmplices da ditadura. O Herald não foi".

Após o anúncio de que o Herald fecharia para sempre, Carlos Cué, correspondente do El País em Buenos Aires, escreveu: "Para os jornalistas e os defensores dos direitos humanos argentinos, o Buenos Aires Herald era um mito. Por isso, seu encerramento definitivo, anunciado na segunda-feira, após 140 anos saindo às ruas sem interrupção, foi um duro golpe".

Como ele observou, foi o único jornal que denunciou, diariamente, o terrorismo de Estado que fez desaparecer milhares durante a ditadura militar.​

"O Herald mostrou a importância do jornalismo em tempos difíceis. Agora, nos EUA, com Trump, vemos que ele é a chave. Na Argentina, há jornalistas muito bons, mas o problema são os proprietários. O Herald fez um bom jornalismo até o fim, mas teve proprietários ruins", disse Cox, de acordo com Cué.​

Cué argumentou que o "início do fim" da publicação ocorreu quando já não estava em mãos estrangeiras que lhe proporcionassem independência. Ele explicou como o jornal foi comprado por proprietários próximos aos Kirchners, os ex-presidentes da Argentina.

O jornal Clarín observou que o atual proprietário e acionista majoritário do Grupo Indalo, o empresário Cristóbal López, fechou o jornal "em concordância com a redução e o ajuste de todas as mídias que fazem parte do Grupo Indalo".

Por Teresa Mioli | Jornalismo nas Américas

terça-feira, 11 de julho de 2017

Google financia agência de notícias que contará com jornalistas robôs


Não é segredo para ninguém que os robôs vão nos substituir em diversas tarefas, principalmente as que demandam menos especialização mas mesmo algumas que exigem um pouco mais de qualificação estão sendo automatizadas. Temos por exemplo o caso do IBM Watson, que substituiu diversos salarymen no Japão em suas funções de calcular pagamentos de seguradoras. Já empresas de entregas expressa da China estão se robotizando, com os autômatos cuidando de tarefas que o pequeno Ping era responsável no passado.

Uma área que muita gente defende que um robô jamais será capaz de se enfiar é o jornalismo, mas mesmo ele já foi infiltrado em 2015: a AP, junto com a Automated Insights apresentou uma inteligência artificial plenamente capaz de redigir informes econômicos, a área mais burocrática, maçante e engessada da imprensa. Tudo ali é puramente mecânico e o sistema especialista se saiu muito bem, analisando as flutuações de mercado e publicando postagens e informes bem precisos. Hoje a IA sequer depende de monitoramento.

Só que a Press Association do Reino Unido quer ir além: ela deseja de fato automatizar até mesmo as notícias menos elaboradas, aquelas publicadas por outlets menores, redações independentes e até mesmo… blogueiros. O projeto, chamado Reporters and Data and Robots ou simplesmente RADAR envolve um sistema especialista capaz de redigir cerca de 30 mil histórias por mês. E o programa é tão promissor que chamou a atenção do Google: este realizou um investimento de £ 622.000 (cerca de R$ 2,6 milhões em valores de hoje, 10/07/2017) no RADAR, de modo a torna-lo realidade.

A ideia da associação de imprensa estatal é fechar parcerias com publishers para que estes venham a utilizar os serviços do RADAR em notas de menor importância, do nível clássico dos informes dos estagiários do G1, Folha, Estado e etc. com a diferença que os robôs escrevem melhor. Isso não significa entretanto que os jornalistas vão perder seus empregos: segundo o editor-chefe da PA Peter Clifton, os tradicionais ainda serão vitais para a imprensa na forma de artigos e notícias embasados, com opinião e mais elaborados. A IA ficará encarregada de automatizar publicações de menor impacto e mais gerais como das colunas de saúde, emprego, segurança e outras que provém pouca variação e interação direta. Em suma o RADAR será o “foca” encarregado das piores matérias, os press releases, os “Caetano Veloso atravessa a rua” e etc.

A PA pretende colocar o RADAR em funcionamento em 2018, e este dependerá de uma base de dados aberta para gerar as notícias, este administrado por cinco pessoas que se encarregarão de alimenta-lo com informações vindas do governo, autoridades locais, serviços de saúde, instituições financeiras e outros; os robôs utilizarão Processamento de Linguagem Natural para redigir as matérias de modo que o resultado fique minimamente decente e fluído, e não algo saído do Google Tradutor.

via MeioBit

sexta-feira, 2 de junho de 2017

'Gazeta do Povo' publica última versão impressa e se torna primeira plataforma 'mobile first' da América Latina



Fundada em 1919, a Gazeta do Povo publicou nesta quarta-feira, 31, sua última versãoo impressa, que abre caminho para uma nova etapa do maior diário do Paraná. Após parceria firmada com a EidosMedia, o veículo passará a ser o primeiro do América Latina com a produção voltada em primeiro lugar para aparelhos móveis. A ideia é conseguir inverter a dinâmica de arrecadação de receitas, que hoje tem nos anúncios o carro-chefe.

“A expectativa é até o fim de 2018 conseguir inverter o modelo de arrecadação e passar a faturar 70% ou 80% com assinaturas digitais”, diz Guilherme Pereira, o presidente do Grupo GRPCOM, do qual a Gazeta do Povo faz parte. A análise do mercado global de comunicação deu confiança aos executivos para tomar a decisão.

“Três anos atrás nosso pensamento era apenas o de cortar custos. Mas vimos o exemplo do Independent, que há um ano e meio abandonou o impresso e focou na plataforma digital. Um report do New York Times também foi levado em conta, porque o modelo de negócios dele é o que a gente quer implementar. Eles mantém o papel e a publicidade, mas a maior parte das receitas vem do paywall”, explica Pereira.

A aposta nos aparelhos móveis tem a ver com estratégia e inovação. “Somos a primeira plataforma da América Latina a recriar o jornalismo de impacto e pensar no mobile se adaptando ao desktop em todo o processo de confecção da notícia", diz Ana Amélia Filizola, diretora da Unidade de Jornais do Grupo GRPCOM. Assim, inverte-se a lógica de adaptar a versão online do desktop para os aparelhos móveis.

A empresa afirma que investiu R$ 23 milhões em tecnologia e firmou parceria com a EidosMedia, companhia de matriz italiana que presta serviço para veículos como The Wall Street Journal, Financial Times, Le Monde, Le Figarro e Corriere della Sera. “A nossa expectativa ? grande porque parte de uma ideia mais arrojada do que nossos outros clientes. O Grupo GRPCOM tem mentalidade de startup”, afirma Jeancarlo Nesto, representante da EidosMedia.

via Portal Imprensa

quinta-feira, 1 de junho de 2017

A última impressão do 'Diário Oficial'


Todos os funcionários envolvidos no trabalho de impressão do jornal serão realocados em outros projetos da casa.

Na noite de terça-feira (30), antes de ir ao trabalho, Wagner dos Santos, de 44 anos, caminhou dois quarteirões em Ferraz de Vasconcelos, onde mora desde que nasceu, e deu um abraço em seu pai, José Pedro dos Santos, de 74 anos.

O abraço tinha forte motivo. Nos 17 últimos anos antes da aposentadoria, José Pedro trabalhou na mesma gráfica, na mesma empresa, rodando o mesmo Diário Oficial. Por isso Wagner, que prepara chapas de impressão do jornal há 31 anos - como muitos começou ainda adolescente -, estava emocionado na madrugada desta quarta-feira, 31.

Sua vida toda foi construída entre past-ups, fotolitos e chapas, entre rotativas e remessas. Entre noites e madrugadas. Entre Ferraz de Vasconcelos e a Mooca. Um casamento, quatro filhos já crescidos - duas meninas, uma de 20, outra de 18; dois meninos, um de 15, outro de 12. "Eu sabia que esse processo ia passar por uma transformação, que o digital chegaria para mudar. Eu me preparei para isso.".

Nenhum dos funcionários envolvidos no trabalho de impressão do Diário Oficial será demitido, promete a diretoria. "A mão de obra toda vai continuar", declarou à reportagem a presidente da Imprensa Oficial, Maria Felisa Moreno Gallego, na tarde de anteontem. Todos serão realocados, portanto, em outros projetos da casa. Livros escolares, por exemplo.

Maria Felisa tem todas as justificativas na calculadora. A economia será de R$ 6 milhões por ano - papel, tinta e outros insumos. "Fora a questão do meio ambiente: vamos deixar de gastar 408 toneladas de papel por ano", pontuou a presidente.

Se para padronizadores, diagramadores e revisores a rotina não deve ser alterada, na redação há expectativas de melhorias. À frente de uma equipe de sete repórteres, quatro fotógrafos, um editor de texto, uma editora de imagem, uma subeditora e um pré-pauteiro, a editora-chefe Maria Erminia Ferreira - que não revela a idade, mas tem 21 anos de Diário Oficial - vislumbra melhor futuro para as quatro páginas jornalísticas publicadas diariamente. "Estamos conversando para ver a linguagem mais adequada ao novo tempo", disse. "É hora de adaptar. Talvez não precisemos mais nem ficar presos a esse limite de quatro páginas. Muitas vezes perdemos material por falta de espaço."

Para a gráfica

Faltavam quatro minutos para a 1 horas quando a última impressão do Diário Oficial começou. Um pequeno exército de oito pessoas trabalhava na impressão. Outros três, na remessa. "Depois, acabou, né? Um dia histórico... Dá um pouco de tristeza, mas tem de olhar para a frente, pois para trás é só mesmo a saudade", sentenciou Luiz Carlos Faccin, de 49 anos - 34 de Imprensa Oficial.

Quando os mil exemplares da edição impressa datado de 31 de maio de 2017, com suas 336 páginas cada um, saíram do prelo, às 5 horas de ontem, Wagner pretendia encontrar o pai, talvez ainda na parte da manhã. "Vou guardar um exemplar deste último. Vou levar para ele."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo | UOL

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Fundador da Wikipedia lançará portal de notícias


Wikitribune será financiado apenas pelos leitores da página. Jornalistas profissionais e voluntários produzirão conteúdo

O fundador da Wikipedia, enciclopédia colaborativa on-line, Jimmy Wales, anunciou nesta 3ª feira o lançamento do Wikitribune. Uma nova plataforma de notícias totalmente gratuita financiada pelos leitores.

Em 1 vídeo, Wales afirma: “o jornalismo está falido e nós vamos descobrir como salvá-lo”. O projeto apostaria na publicação de conteúdo jornalístico confiável e na ausência de paywall e de publicidade. Segundo o fundador, a publicidade é prejudicial ao jornalismo.

As notícias do Wikitribune serão produzidos por jornalistas profissionais ou por voluntários. De acordo com o projeto, tudo será checado e verificado antes da publicação.

O site começará a funcionar em 29 dias. Quem estiver interessando em ser 1 patrocinador já pode contribuir. Até o momento, há mais de 4.000 pessoas cadastradas para financiar o projeto.

via Poder 360

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Após 140 anos, jornal argentino em inglês Buenos Aires Herald imprime sua última edição diária


O Buenos Aires Herald, jornal diário de língua inglesa mais antigo da América Latina, está em transição para se tornar uma publicação semanal. A última edição impressa diária é do dia 26 de outubro.

Seguindo uma tendência observada ao redor do mundo, a edição impressa diária do Herald parece ser mais uma vítima das mudanças na oferta e no consumo de notícias, principalmente entre os jovens, que querem conteúdo digital e gratuito.

At the end of the day. Our editorial today is about our final edition as a daily newspaper. https://t.co/rtSpFooLhF pic.twitter.com/gz9cCI42Nf
— Buenos Aires Herald (@BAHeraldcom) October 26, 2016

Em um editorial publicado na edição final, o jornal escreveu: "O Herald vem enfrentando dificuldades por um bom tempo e, ainda que nossa nova encarnação tenha sido pintada como um novo desafio e uma oferta interessante para o mercado, seria tolice negar que uma mudança tão dramática não tenha vindo a um custo enorme, ou que não reflita também uma indústria da mídia em crise".

O texto indica a singularidade deste problema na Argentina, "onde as modificações na publicidade paga pelo governo, além de sua distribuição e da recessão, intensificam as mudanças rapidamente". O editorial cita estimativas sindicais que apontam que cerca de 2 mil jornalistas argentinos poderiam perder seus empregos este ano.

O jornal afirma que os funcionários ficaram sabendo no dia 19 de outubro da decisão final, tomada por maioria pelo Grupo Indalo, proprietário do veículo. Posteriormente, a maioria dos funcionários do Herald foi notificada da perda de seus empregos, acrescentou o editorial.

O colunista Marcelo J. García escreveu na edição de 26 de outubro que, além de ser afetado pela transformação digital das notícias, "o Herald foi também uma vítima da guerra midiática irracional da Argentina."

Ele comentou que "a imprensa argentina [...] tem estado muito ocupada ao longo dos últimos anos com sua própria batalha fratricida de facções, em vez de se concentrar na guerra maior, da sobrevivência pela aliança." Ele também destacou a dependência de publicidade oficial, que é "distribuída de forma arbitrária."

Analisando a mudança da diretoria do veículo na última década, García observou que, uma vez que o Grupo Indalo assumiu em fevereiro de 2015, a corporação levou um "ano e meio para acabar com a tradição da redação do jornal, sem realmente lutar para salvá-lo”. O Grupo Indalo é uma empresa argentina cujos negócios estão inclusos nas áreas de mídia, petróleo e alimentos, entre outros.

A edição semanal do jornal começará no dia 4 de novembro, mas não há outras informações sobre o futuro do Herald, disse García.

Funcionários do veículo, bem como trabalhadores da revista Ámbito Financiero e do jornal El Argentino, ambos pertencentes ao Grupo Indalo, divulgaram um comunicado expressando solidariedade com os 14 colegas demitidos do antigo jornal diário.

El Grupo Indalo despide a 14 compañeros del Buenos Aires Herald y sigue sumando preocupación en los trabajadores https://t.co/dpwFvpmSph
— Sindicato Prensa BA (@sipreba) October 26, 2016

Os jornalistas criticaram a recente exibição de anúncios para explicar o fim da edição diária. A campanha tinha a mensagem "Boa notícia, é sexta-feira". Como observado pelo site argentino The Bubble, alguns funcionários alteraram as propagandas para "Boa notícia, você está demitido" e penduraram os anúncios modificados no escritório.

O grupo de jornalistas insatisfeitos pediu o fim das demissões nas empresas de mídia e o "pleno exercício da liberdade de associação".

O Herald foi fundado em 1876 pelo imigrante escocês William Cathcart e começou como um semanal de apenas uma página, segundo o site do jornal. A publicação passou a ser semi-diária no ano seguinte, depois que o veículo passou às mãos do americano D. W. Lowe. Em seguida, o jornal começou a sair mais regularmente a partir de 1913. O Herald passou por várias mudanças de proprietários e editores ao longo dos anos, que desempenharam diferentes papéis nas negociações políticas e foram alvos da repressão do governo, como explicado no site.

O jornalista Robert Cox foi editor do Herald durante os anos de "Guerra Suja" (1976-1983), e agora é celebrado por suas críticas ao regime e por trabalhar na revelação de violações dos direitos humanos, incluindo desaparecimentos forçados. Cox foi obrigado a se exilar devido a esta cobertura. O jornal foi premiado com o prestigiado Prêmio Maria Moors Cabot em 1976 de melhor cobertura na América Latina.

De acordo com o Grupo Ámbito, 60% controlado pelo Grupo Indalo, o Herald tem mais de 160 mil usuários únicos e 1 milhão de visitas em seu site por mês. A circulação diária é de 29 mil de segunda a sábado e de 35 mil no domingo.

via Journalism in the Americas


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Hemeroteca Digital Catarinense disponibiliza publicações do século XIX


Acervo conta com exemplares iniciais de jornais famosos na história do estado, como O Estado e O Catharinense.

Fagner Santos /Prof. orientador Cláudio Toldo (SC0640JP)

A Hemeroteca Digital Catarinense é um acervo digital online com publicações periódicas, em especial jornais editados e publicados no estado a partir do século XIX. Funciona desde novembro de 2013, e conta atualmente com um acervo de 14.719 publicações, divididas entre 783 títulos.

O projeto é uma parceria da Biblioteca Pública de Santa Catarina, Fundação Catarinense de Cultura, o Centro de Ciências Humanas e da Educação, Instituto de Documentação e Investigação em Ciências Humanas (IDCH) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

De acordo com o bibliotecário e coordenador do projeto, Alzemi Machado, o objetivo é proporcionar acesso a fontes documentais selecionadas, organizadas e estruturadas em Portable Document Format (PDF).

“Além de disponibilizar estes arquivos para pesquisas, trabalhos acadêmicos e artigos científicos, o lazer e a curiosidade também podem atrair o leitor para a Hemeroteca”, acrescenta Machado.

O site recebeu uma atualização este mês, com novos títulos e complementação de coleções anteriores, onde faltavam alguns números. Machado lembra que o material mais antigo disponível é o jornal do município de Desterro, O Catharinense, datado de 1831. Você pode conferi-lo aqui e aqui.

O coordenador ressalta ainda que a Hemeroteca planeja digitalizar, em um futuro próximo, revistas e publicações governamentais.

“Temos o problema do domínio público. Todos os títulos do século XIX já estão disponíveis, mas os recentes podem exigir permissão dos donos de direitos autorais. Um exemplo é o jornal O Estado, que foi fundado em 1915 e fechou em 2009, e cedeu os direitos para a publicação na Hemeroteca”, explica.

Atualmente o projeto conta com títulos de 50 cidades catarinenses. A Hemeroteca permite também o acesso as publicações para pessoas de outras cidades e até outros estados. “Eliminamos a necessidade de comparecer fisicamente na Biblioteca Pública de Santa Catarina”, finaliza Machado.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Jornal Impresso?


O jornal impresso vai desaparecer um dia?
Um dia certamente, mas acho que ainda vai demorar. Não sei quando vai acontecer. O fato é que as pessoas que ainda lêem jornais em papel hoje em dia são ligadas a esse tipo de experiência. Elas não querem ler na internet, no celular ou tablet. Nós amamos esses leitores. São assinantes leais e nos dão muito dinheiro. Queremos ter certeza de que damos a eles um produto de alta qualidade. Eles vão continuar nos acompanhando, por isso acho que o impresso vai existir por mais uns anos. Não sei quando vai desaparecer, mas o impresso não representa o futuro de nosso negócio.

O que mantém seu entusiasmo com o jornalismo até hoje?
Acredito no papel da imprensa numa sociedade democrática. Somos essenciais a uma democracia que funciona bem. Devemos ser independentes. Ao mesmo tempo, estou muito animado com as transformações pelas quais nossa indústria passa. Reconheço que elas sejam um desafio financeiro mas estamos atingindo leitores que não seríamos capazes de atingir antes. 


Trecho da entrevista com Martin Baron "Jornalismo independente é essencial para a democracia" na Revista Isto É. Clique aqui para ler a entrevista completa.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Connectas lança plataforma digital para o jornalismo investigativo transnacional na América Latina


Por Claudia Bueno y Silvia Higuera | Knight Center

Convencida de que a apuração jornalística cada vez mais ultrapassa a realidade local, a organização sem fins lucrativos Connectas, com sede em Bogotá (Colômbia), lançou um novo projeto que busca fomentar a produção e distribuição de trabalhos em jornalismo investigativo transnacional.

Connectas Hub é a nova plataforma pela qual jornalistas da região compartilham conhecimento sobre técnicas de investigação e informação de interesse público chave para o desenvolvimento das Américas. Atualmente a plataforma tem 143 membros de 15 países do continente americano.

“Na Connectas, vinhamos trabalhando sobre algo que chamamos as seis propostas para o jornalismo do novo milênio. Uma delas é a de que o trabalho do jornalista no novo milênio não é o trabalho de ermitão, é feito em colaboração com outros jornalistas e com outros conhecimentos”, disse Carlos Eduardo Huertas, diretor da Connectas, em entrevista ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. “Outra proposta é olhar para assuntos além da realidade local. Compreender que uma situação ou uma notícia de um contexto específico pode ter derivações e conexões com outros entornos.”

Para que as produções jornalísticas tenham maior impacto e alcance regional, a Connectas Hub trabalha com 10 meios de comunicação aliados que incluem a Global Voices, Plaza Pública, El Nuevo Herald, El Espectador, entre outros.

Os principais temas de trabalho publicados são sobre governança, direitos humanos ou alto impacto político, disse Huertas, que assegurou que o que permitiu consolidar esse esforço “foram os múltiplos reconhecimentos” que alguns dos trabalhos têm recebido nacional e internacionalmente.

Produções como Caso Chevron: relatos dos esquecidos, do Ecuador;  A casa branca de Peña Nieto do México; ou investigações transnacionais como O Novo Êxodo Latino, da Colombia e Chile; e Por que matam as mulheres na Guatemala, em Honduras e em El Salvador?, são alguns dos trabalhos reconhecidos.

“Uma das características é que permite juntar colegas com maior experiência, ‘mentores’, com colegas que estão em um processo de consolidação de suas carreiras. Isso é reflexo também do tipo de países que estão participando”, disse Huertas. “Há países com altos padrões de jornalismo investigativo e há países em que é preciso fortalecer. Mas em todos temos encontrado gente muito boa.”

Os países representados na iniciativa são Argentina, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Venezuela.

Para a jornalista Cecibel Romero, de El Salvador, fazer parte da iniciativa é uma grande oportunidade para criar conexões com colegas “interessados em fazer trabalhos de profundidade que explicam problemas sociais complexos que vivemos e que também tenham relevância para a comunidade”, disse em um vídeo publicado no portal da Connectas Hub.

Para Daniela Aguilar, do Equador, é importante saber que, não apenas se pode encontrar pessoas em que se pode confiar, mas também jornalistas que tentarão “fazer uma matéria em seu país que não apenas permitiria revelar mais situações, como também daria maior impacto para a publicação.”

Participar da Connectas Hub é gratuito e voluntário. Há diferentes opções para participar: uma é por meio das capacitações ofrecidas pela Connectas, em que ao final os participantes decidem se querem ingressar. A outra opção é que seja apresentado por algúm membro ou por alguma organização aliada da comunidade.

“Faço parte deste pequeno ‘exército de loucos’ que está levando adiante a ideia de impulsionar o jornalismo investigativo como ferramenta democrática e para que os governos prestem contas do que fazem com o dinheiro e com o poder que os cidadãos lhes dão”, disse o argentino Daniel Santoro. “Porque estou convencido de que uma das funções do jornalismo, além de informar, formar e entreter, é ser o cão de guarda da democracia, o controlador de todos os poderosos, seja na política, na economia ou na religião.”

O projeto foi criado com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, na sigla em inglês), organização sem fins lucrativos que promove a produção e difusão do jornalismo investigativo nas Américas. 

* Nota da redação: Rosental Calmon Alves, diretor e fundador do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, faz parte do Comitê Consultivo da Connectas.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Jornal impresso



"Eu adoro jornal de papel. Quando ele não existir mais, espero não estar aqui, porque para mim ele é essencial." 

Gilberto Dimenstein

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

The Independent interrompe versão impressa e será somente digital

Vendas da publicação caíram nos últimos anos | Correio do Povo

Jornal impresso irá circular até março deste ano | Foto: ADRIAN DENNIS / AFP / CP

O jornal britânico The Independent, cujas vendas caíram nos últimos anos, interrompe sua edição em papel e passará a ser 100% digital a partir do dia 24 março, anunciou seu proprietário nesta sexta-feira. "A indústria de jornais está mudando e essa mudança é conduzida pelos leitores. Eles nos mostram que o futuro é digital", afirmou Evgeny Lebedev, dono do jornal, em um comunicado.

Com cerca de 60 mil vendas por dia, The Independent, nascido em 1986, é o jornal nacional atualmente menos distribuído no Reino Unido, atrás dos tabloides como Sun ou Daily Mail e títulos como The Times, The Guardian ou Daily Telegraph. "A decisão permite salvar a marca The Independent e permite-nos continuar a investir em conteúdos editoriais de alta qualidade que atrai mais e mais leitores nas nossas plataformas on-line", acrescentou Lebedev, à frente do grupo de mídia Engenharia, Soluções e Inovação (ESI) que também é proprietário do jornal gratuito The Evening Standard.

O grupo também confirmou a venda, sujeita a aprovação dos acionistas, do jornal "i", versão mais leve do jornal, ao grupo Johnston Press, que também deverá absorver "um número significativo de funcionários" do The Independent. A venda deverá gerar cerca de 25 milhões de libras (o equivalente a 32 milhões de euros), segundo a imprensa britânica. "Haverá algumas demissões da equipe editorial", acrescentou ESI Media.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Qual o papel do jornalista nas redações da era digital?


Seja multimídia. Essa, provavelmente, não é a primeira vez que jornalistas ouvem esse conselho. Cada vez mais, mudanças no perfil do profissional de comunicação são exigidas. Para abordar esse tema, o colunista da Época, Bruno Astuto, e o diretor de redação da Exame, André Lahoz, conversaram com profissionais do setor durante o 9° Fórum Aner de Revistas. O evento foi realizado na segunda-feira, 23, em São Paulo.

Os profissionais concordam que o papel do jornalista mudou e que trabalhar com diversas mídias precisa ser natural. Além disso, eles destacam o quanto a revolução digital foi positiva para o jornalismo. "Para quem trabalha com revista, a internet é aliada e não inimiga", comentou Lahoz. Astuto complementa ao falar que não se pode "culpar o online" por negócios que não dão certo. "Às vezes abro os impressos e vejo coisas chatas e conteúdos que não se encaixam mais no mundo de hoje. Ou seja, é um problema de pensar em formas atraentes para o leitor".

A mudança no perfil de profissional também entrou em pauta. Quem antes se dedicava somente a um formato, precisa estar disposto a aprender novas linguagens. "O jornalista tem de buscar soluções. O mercado exige que quem estava nos bastidores vá para frente das câmeras e faça vídeo para internet. Isso precisa ser possível dentro das redações", propõe Astuto. Quando o assunto é audiência, existe dilema na visão dos dois jornalistas. A briga pela audiência acaba trazendo prejuízos. O diretor da Exame frisa que os profissionais são avaliados por métricas e isso o impede de pensar e se preocupar com outras coisas.

"Você precisa transformar conteúdo em audiência. Às vezes o profissional tem tantos textos para fechar e conseguir alcançar a meta que não sobra tempo para relacionamento. Precisa fazer algo com qualidade, você tem que encontrar suas fontes, marcar um almoço, investir em algo futuro. Os bons jornalistas fazem isso diariamente. Quem trabalha com internet se preocupa com a matéria de agora e isso causa dilema complicado para o futuro. Furos e grandes análises chegam por meio de relacionamento e experiência com fontes", alertou Lahoz. O ponto levantado pelo profissional, inclusive, foi discutido em outros painéis do Fórum Aner.

Apesar de todos os conselhos, uma coisa é verdade: precisa ter talento para trabalhar com novas linguagens. Quem não gosta de vídeo, por exemplo, não pode ser forçado pelas redações a trabalhar com a mídia, segundo Astuto e Lahoz. De acordo com eles, isso pode prejudicar o conteúdo, que é o foco das ações. "O ambiente é rico, mas desafiador e complexo. Para quem está na produção de conteúdo, trata-se de momento fascinante para inovar", concluiu o profissional da Exame.

por Nathália Carvalho | Portal Comunique-se


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Meio digital amplia audiência dos jornais

Publicitário Nizan Guanaes fala no Maximidia 2015 sobre amplitude e qualificação do público mobilizado pelos conteúdos jornalísticos


Os jornais brasileiros nunca foram tão lidos quanto hoje. Segundo o publicitário Nizan Guanaes, do grupo ABC, isso precisa ficar mais claro tanto para o consumidor quanto para o mercado publicitário. Na opinião de Nizan, a audiência dos jornais tem sido subestimada ao longo dos anos - e é hora de corrigir o problema. “O protagonismo do jornal é inegável, pois as pessoas hoje leem jornal o tempo inteiro. É difícil para a gente se desligar da notícia”, afirma o sócio-fundador do Grupo ABC, que reúne agências como Africa, DM9DDB, Pereira & O’Dell e CDN. 

Para o publicitário, é inaceitável a noção de que o jornal vá perder relevância. Em sua visão, o consumo de notícias está crescendo em diferentes plataformas. “Como está acontecendo com quase tudo, de táxi a acomodação em viagens, o jornal está migrando para o mundo online. E as empresas jornalísticas finalmente estão atualizando a medição de seu impacto e audiência qualificada.”


Para Nizan, além de relevante, audiência de jornais é qualificada
Para Nizan, além de relevante, audiência de jornais é qualificada

Além de mostrar que a audiência total é bem maior do que somente sua circulação impressa, os jornais também precisam ressaltar a qualificação de seu público leitor. “Os números (de audiência dos jornais) são imensos, mas a questão é maior. Quem lê jornal é o empresário, a pessoa que decide, o formador de opinião. É uma audiência engajada, que decide os rumos do País. Os jornais têm um peso inegável”, opina Nizan.

Essa relevância, na visão do sócio do Grupo ABC, fica evidente no crescimento do mercado de relações públicas - que busca a chancela de veículos de comunicação de credibilidade para as marcas. “Sou dono da CDN (empresa de assessoria de imprensa) e sei que as novas tecnologias estão potencializando os jornais.” 

Segundo o diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, as empresas jornalísticas brasileiras se comprometeram, em agosto de 2014, no 10.º Congresso Brasileiro de Jornais, a comunicar sua audiência total, em todos os meios, em vez de focar principalmente no meio impresso. “É como diz a nossa campanha: nunca se leu tanto jornal, hoje as pessoas leem jornal o dia todo.”

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A imprensa digital se reinventa com um formato universal e aberto


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Avaliação da recuperação da informação em acervos digitais de jornais


Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 49-73, mai/ago. 2015

Luana Carla de Moura dos Santos e Angel Freddy Godoy Viera

Este estudo avalia o Sistema de Recuperação da Informação de três jornais brasileiros que disponibilizam reproduções fiéis das publicações diárias que fizeram história na sociedade brasileira e internacional. Para a avaliação dos acervos digitais, foi utilizada uma adaptação da metodologia desenvolvida por Sandusky (2002) para bibliotecas digitais. A análise dos resultados permitiu evidenciar que os acervos digitais de jornais necessitam de aperfeiçoamento em relação aos processos que objetivam a recuperação da informação. A definição de metadados precisa contemplar, além da descrição dos conteúdos, relações associativas que considerem as mudanças ortográficas ocorridas durante o período em que os conteúdos dos jornais foram elaborados, devido ao contexto histórico dos documentos. Padrões de interoperabilidade, preservação e iniciativas de acesso aberto também são indispensáveis. A conclusão aponta os desafios dos acervos digitais como importantes fontes de informação, que permitem, além do acesso a documentos primários, a preservação do patrimônio cultural e histórico de uma nação. 

Clique aqui para o texto completo [pdf/25p.]
Imagem: Intenet

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Fontes de dados



AEPS Infologo - Base de Dados Históricos da Previdência Social Sistema da Dataprev que produz tabelas, gráficos de benefícios, fiscalizações e outros dados da seguridade social  

AliceWeb - Base de dados sobre importação e exportação de produtos pelo Brasil 

AliceWeb Mercosur - Base de dados sobre importação e exportação de produtos por países membros do Mercosul

Anatel - Dados sobre o setor de telecomunicações

Atlas do Desenvolvimento Humano - Evolução dos indicadores de IDH no Brasil  

Banco Mundial - Banco de dados socioeconômicos de vários países

Base de dados do SIPRI - Base de dados sobre gastos militares no mundo  

Câmara dos deputados - Permite o acesso direto aos dados produzidos na Câmara dos Deputados, inclusive informação de gastos com cota parlamentar  

CVM - Informações de empresas de capital aberto  

Dados do IDH - Índice de Desenvolvimento Humano e indicadores sociais comparáveis entre países  

DataGov - Banco de dados com informações sobre diversos países pelo Banco Mundial  

Datasus - Repositório de dados sobre saúde, doenças e mortalidade no Brasil    

Estatísticas da OCDE - Base gigante que permite comparações nas, mais diferentes áreas, entre o grupo de países mais ricos do mundo. O Brasil está em algumas das estatíticas, junto com emergentes, em caráter de comparação  

Estatísticas da Previdência Social - Oferece alguns dados históricos e dados recentes 

Census - Censo Americano  

Fundação Seade - Números relacionados ao Estado de São Paulo  

IFC Dados econômicos do IFC  

IFDM Índice Firjan de Desenvolvimento dos Municípios (IFDM), publicado pela Federação de Indústrias do RJ. Traz dados semelhantes aos do Atlas do Desenvolvimento Humano, possibilitando consultas diretas e downloads dos dados  

IFGF Índice Firjan de Gestão Fiscal dos Municípios (IFGF). Com base em informações de gestão declaradas pelos Municípios, estabelece índices e possibilita comparativos entre itens como receita, gastos com funcionalismo etc.  

Índice de transparência (estados e municípios) avalia o nível de transparência dos portais de informações públicas dos governos federal, estaduais e municipais do Brasil.

INEP Microdados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Dados e metadados de países da OCDE  

Objetivos do MilênioPágina oficial para acompanhar a evolução dos países nas metas do milênio  

ONU Data Repositório que reúne informações de todas as agências da ONU.   

Portal Brasileiro de dados abertos - Ferramenta disponibilizada pelo governo para que todos possam encontrar e utilizar os dados e as informações públicas.  

Portal da Transparência Federal -  Grande banco de dados com as receitas e despesas do Governo Federal, transferências aos Estados e Municípios, convênios, etc. 

Portal Meu Município Finanças municipais da maioria das cidades do Brasil retiradas dos dados do Tesouro. Dá para comparar arrecadação e gastos de municípios diferentes

Programa todos pela Educação números sobre a qualidade e evolução da educação por regiões do Brasil

Projeto Excelências Informações sobre parlamentares brasileiros 

QEdu Dados do MEC em um formato de mais fácil navegação 

Ranking de Saneamento Trata Brasil - Ranking de saneamento do Trata Brasil, com base em informações declaradas pelos municípios para as áreas de água e esgoto  

Registro BR Saiba quem são os responsáveis por sites com a terminação .br  

Salic - Sistema de consulta a dados de projetos culturais com apoio da Lei Rouanet  

Senado - Gastos dos senadores com verba de gabinete, orçamentos temáticos  

SIDRA - IBGE Bancos de dados integrados do IBGE, em que é possível uma série de consultas sobre dados que vão da população à economia

TSE Estatísticas - Estatísticas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral  

Unesp Portal da Transparência da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho

Unicamp Site que reúne anuários e orçamento da Universidade Estadual de Campinas

USP Portal de Transparência da Universidade de São Paulo  - reúne dados de remuneração de servidores    

Whois - Site que permite a pesquisa dos donos de vários domínios no mundo  

UIT União Internacional de Telecomunicações - 


Fonte: Centro Knight para o Jornalismo nas Américas