Mostrando postagens com marcador Crianças. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Crianças. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 26 de março de 2018

Especialistas mostram os dois lados do uso da internet na primeira infância

Para pesquisador espanhol, o importante para garantir navegação segura é mediar e restringir os conteúdos acessados e não o tempo de uso. Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que bebês tenham acesso a dispositivos digitais só depois dos 18 meses

AP Ana Paula Lisboa | Correio Braziliense


Ana Lúcia Durán, fonoaudióloga clínica e educacional, pós-graduada em psicomotricidade

Às vezes, parece que as novas gerações nascem conectadas. Com poucos meses, bebês se interessam pelo brilho, pelas cores, pelos sons e pelos movimentos em telas de celulares, tablets, computadores, televisões. Antes do primeiro aniversário, meninos e meninas conseguem usar smartphone sozinhos, “escolher” um vídeo para assistir e até pular para o próximo caso se cansem. O uso das ferramentas precede saber ler ou escrever. Por um lado, as novas tecnologias são fonte de entretenimento e informação; por outro, trazem riscos em termos de privacidade e de conteúdos inadequados para crianças pequenas. Na primeira infância, período até 6 anos, a preocupação com a internet precisa ser ainda maior, visto que, nessa fase, há menos consciência e autonomia para lidar com as ameaças da rede. Para piorar, falta regulação efetiva por parte dos pais e do sistema de educação.

É no que acredita o espanhol Lucas Ramada Prieto, estudioso de ficção digital para crianças e jovens. Ele defende a vigilância em termos de conteúdo e não de tempo de acesso. “O importante não é limitar quantas horas a criança poderá usar a rede. A Associação Americana de Pediatras, por exemplo, disse, em 2010, que era preciso limitar e, em 2016, voltou atrás. Normas rígidas de quantidade de uso não levam em conta o contexto”, comenta ele, que veio ao Brasil esta semana para participar, em São Paulo, do seminário internacional Arte, palavra e leitura na primeira infância, evento organizado pela Fundação Itaú Social e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc).

Já a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem recomendações diferentes de acordo com a faixa etária na primeira infância: proibição do uso até os 18 meses e limitação de até duas por dia até os 6 anos. Fátima Guerra, doutora em educação infantil e professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB), pondera que só observar o período gasto na rede não basta. “Estabelecer quantos minutos ou quantas horas se pode usar não resolve a questão, porque a criança ainda poderia ver algo inadequado. O ideal é que cada um estabeleça o próprio limite baseado com confiança mútua entre pais e filhos.”

No entanto, a pedagoga chama a atenção para a importância de não generalizar. “Não dá para universalizar, cada faixa etária, cada contexto, é diferente. Se o menino ou a menina começa a abusar ou descumprir o combinado, às vezes, é o caso de tirar totalmente. Criança precisa de limites e não só na questão da internet”, defende. “Não se deve ficar o dia inteiro on-line, pois há outras coisas do universo infantil igualmente importantes, como sair ao ar livre, tomar sol, brincar, relacionar-se fora da escola”, diz. “Não existe receita de bolo. Cada criança é diferente”, defende.

Lucas Ramada Prieto alerta para o perigo de pensar que há problema no uso apenas da internet. “As telas fazem parte do ecossistema de ficção, arte e cultura — que envolve livros, jogos, músicas. Estar muito imerso em uma tela é como estar muito imerso em um livro e, se vemos uma criança lendo muito, provavelmente não acharíamos ruim ou perigoso”, compara o doutor em didática da literatura pela Universidade Autônoma de Barcelona, onde é professor e membro do Gretel (Grupo de Pesquisa de Literatura Infantil e Educação Literária).

“Não é tão importante definir períodos de uso. Não há sentido, porque se trata mais de ensinar a crianças que não se pode ficar todo o tempo fazendo uma coisa só, seja usar o celular, jogar futebol, ler, seja assistir a novela. Limitar só porque é on-line não faz sentido”, argumenta. 

O principal para um uso saudável da rede mundial de computadores, na visão da professora Fátima Guerra, é estabelecer uma relação de confiança com os filhos. “Não deve ser algo de cima para baixo. Acessar a internet também não deve ser usado como prêmio, punição ou chantagem — se você fizer isso, deixo brincar no celular”, ensina a mestre em psicologia. “Tem muito pai que dá o tablet ou o celular quando quer que o filho fique quieto num restaurante ou avião. Não deveria ser esse o uso”, orienta. Outro tema polêmico é conciliar privacidade e supervisão. “O acesso paterno tem de ser conversando, olhando junto”, aconselha. Tantos aspectos complexos deixam claro para a professora da UnB que educar na era digital é muito mais difícil. “A saída é o diálogo e, se você não estabelece o diálogo e a relação de confiança desde muito cedo, não é na adolescência que conseguirá fazer isso”, aponta.

sábado, 19 de novembro de 2016

As crianças e a necessária "dieta midiática"


Estudos científicos comprovam que a tecnologia influencia comportamentos através do mundo digital, muitos inadequados desde a primeira infância.

Eduardo Marcondes - O Progresso

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou há poucos dias um manual de orientação para médicos, pais, educadores, crianças e adolescentes que tem como tema "Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital". No manual são abordados os principais problemas ligados ao uso excessivo da tecnologia por crianças e adolescentes. Entre as consequências estão o aumento da ansiedade, a dificuldade de estabelecer relações em sociedade, o estímulo à sexualização precoce, a adesão ao cyberbullying, o comportamento violento ou agressivo, os transtornos de sono e de alimentação, o baixo rendimento escolar, as lesões por esforço repetitivo e a exposição precoce a drogas, entre outros. Estudos científicos comprovam que a tecnologia influencia comportamentos através do mundo digital, muitos inadequados desde a primeira infância.

Existem benefícios e prejuízos advindos dessas tecnologias. O desafio é saber usá-las na dose certa. Nestes contextos, o pediatra tem um papel central, pelo respeito e confiança que recebe das famílias, pode ser o agente de mudanças ao orientar os pais a agirem diante de cenários de risco. Os pediatras podem programar com as crianças e adolescentes e suas famílias um plano de "dieta midiática" de acordo com as idades e desenvolvimento cognitivo e maturidade Da mesma forma, é importante orientar as crianças e adolescentes a se protegerem e terem conhecimento e todos os riscos.Como em qualquer plano de reeducação física ou alimentar, não basta o alerta ou a orientação do pediatra. É preciso do engajamento de pais, responsáveis e de professores para que os bons resultados apareçam.

O documento da SBP se baseou em quase 30 pesquisas científicas nacionais e internacionais. As primeiras orientações do Manual chamam a atenção para o tempo de uso da tecnologia digital, também denominado tempo de tela . Neste contexto, a SBP pede que esse período seja limitado e proporcional às idades e às etapas do desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-psicossocial das crianças e adolescentes. Além disso, nós pediatras desencorajamos e pedimos para que seja evitado ou até proibida a exposição passiva às telas digitais, com acesso a conteúdos inapropriados de filmes e vídeos, para crianças com menos de dois anos, principalmente, durante na hora das refeições ou nas horas que antecedem o sono. Crianças entre dois e cinco anos também devem ter o tempo de exposição limitado: no máximo uma hora por dia. 

Até os seis anos de idade, a orientação é para que as crianças sejam protegidas da violência virtual, pois não conseguem separar a fantasia da realidade. Jogos online com cenas de tiroteios, mortes ou desastres e que ganham pontos de recompensa não são apropriados em qualquer idade, pois banalizam a violência como sendo aceita para a resolução de conflitos, sem expor a dor ou sofrimento causado às vítimas. 

Aos adolescentes, a recomendação também é para que não fiquem isolados em seus quartos. Além disso, é preciso equilibrar as horas de jogos online com atividades esportivas, brincadeiras, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza.

Capítulo especial é dedicado a nossa especialidade, a pediatria. Devemos aproveitar a consulta para avaliar, aconselhar e orientar sobre o tempo de uso diário das tecnologias e celulares, videogames e computadores durante a consulta e correlacionar com os sintomas apresentados por crianças e adolescentes; Avaliar hábitos de sono, alimentação, exercícios, comportamentos e condutas com os colegas na escola, além do rendimento escolar e da dinâmica familiar. Outra proposta é programar com as crianças e adolescentes e suas famílias um plano de "dieta midiática" de acordo com as idades e desenvolvimento cognitivo e maturidade e ainda incluir nos protocolos de atendimento as rotinas que permitam tanto a prevenção como o diagnóstico e tratamento dos danos à saúde física, decorrentes do uso abusivo das tecnologias digitais. O advento da tecnologia é irreversível. Cuidemos todos (pediatras, pais, professores) para que esse progresso seja saudável para as nossas crianças.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Kiddle: O sistema de busca da Google para crianças



Kiddle: O sistema de busca da Google para crianças

Redação Adnews

Muitos pais se preocupam com o conteúdo assistido pelos filhos na internet. O histórico do navegador de quem tem filhos pequenos atesta o porque dessa precaução. Com algo tão aberto como a internet muitas crianças acabam vendo conteúdos que ainda não são direcionados para elas. Pensando nisso, a Google lançou seu buscador para o público infantil: o Kiddle.

A novidade é muito semelhante ao conhecido Google, porém suas opções são adaptadas. No lugar do tradicional fundo branco é exibido uma colorida imagem de um robô. Ao buscar, os três primeiros resultados são voltados aos mais jovens. Os outros, que também são filtrados já atingem um público mais velho. Palavrões e expressões chulas são bloqueados.

Caso a criança busque informações ou a biografia de seu artista preferido o Kiddle age de forma similar. Por exemplo, se for procurado notícias sobre o Axl Rose, artista que já foi flagrado diversas vezes sob o efeito de substâncias psicoativas, o buscador filtrará e só irá apresentar textos e resultados comportados do cantor.



Atualmente, as pessoas crescem de maneira simbiótica com aparelhos virtuais. Ações como essa facilitam para um crescimento ordenado. Passando maior segurança aos pais com o que seus filhos acompanham no mundo digital. Tranquilizando-os e possibilitando que pesquisas escolares, curiosidades e buscas sejam sanadas de maneira adequada, sem dor de cabeça.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Biblioteca virtual oferece material para políticas públicas de proteção à infância

Biblioteca virtual reúne livros, manuais, guias, cartilhas, textos e vídeos elaborados por atores sociais envolvidos na defesa da infância.

ONU

Fruto de um trabalho do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e parceiros, a Biblioteca Virtual Crescer Sem Violência tem como objetivo dar subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas para a proteção dos direitos de crianças e adolescentes.



Crianças quilombolas. Foto: Flickr/ Dasha Gaian (CC)

Fruto de uma parceria entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Associação dos Pesquisadores dos Núcleos de Estudos e Pesquisa sobre a Criança e o Adolescente (NECA) e o Instituto da Criança e do Adolescente (INDICA), a Biblioteca Virtual Crescer Sem Violência tem como objetivo dar subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas para a proteção dos direitos de crianças e adolescentes.

A biblioteca reúne um conjunto de materiais com o objetivo de contribuir para a implementação de políticas de proteção integral de crianças e adolescentes com seus direitos ameaçados ou violados, particularmente aqueles em situação de vulnerabilidade social.

Os livros, manuais, guias, cartilhas, textos e vídeos disponibilizados na biblioteca vêm do trabalho de atores sociais envolvidos na defesa dos direitos da criança e do adolescente nas últimas décadas.

A biblioteca trabalha com temas como violência contra crianças e adolescentes; trabalho infantil; acolhimento institucional e familiar; atendimento socioeducativo; ações de prevenção e atuação nas situações de desastres; entre outros.

A coletânea foi concebida para subsidiar a implementação de políticas e serviços destinados à melhoria dos indicadores dos municípios inscritos no Selo UNICEF Município Aprovado do Semiárido Brasileiro e da Amazônia Legal Brasileira, alguns dos quais registram altos índices de iniquidade e violência contra crianças e adolescentes. Contudo, os materiais são de uso universal, podendo ser fonte de informação para outros municípios do país.

terça-feira, 8 de março de 2016

Google cria buscador especial para crianças


Kiddle: a página segue um layout bastante parecido o Google original, mas devidamente inserido em sua proposta

Do AdNews | Exame

O Google lançou recentemente uma solução para os pais que ficam preocupados com a segurança de seus filhos enquanto navegam na internet. O "Kiddle", como foi batizada a plataforma, é basicamente uma versão do buscador da gigante para as crianças.

O sistema de buscas veta qualquer possibilidade de acesso dos pequenos aos conteúdos adultos que inundam a "internet de gente grande".

A página segue um layout bastante parecido o Google original, mas devidamente inserido em sua proposta, com um robô que funciona como um "guardião" do buscador e outros infantis ilustrativos.

Os algoritmos utilizados na ferramenta fazem uma triagem que exibe apenas conteúdos "comportados" para os mini usuários, ainda que a palavra buscada tenha algum tipo de assunto indevido relacionado, e barra temas que considera inapropriados para o público.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Novo buscador promete uma navegação mais segura para crianças


por Paulo Floro | Mundo Bit

A busca no Google pode ser algo incrivelmente inocente ou terrivelmente perturbador, sabemos. Por isso, o uso da ferramenta por crianças causa preocupação aos pais. O novo buscador Thinga surge com a proposta de trazer uma navegação mais segura - e divertida para os pequenos.

Criado por BJ Heinley, ex-funcionário do Yahoo Kids, a plataforma traz resultados através de uma curadoria feita por Heinley e sua equipe. O site está criando sua própria base de sites seguros e voltado para crianças.

Neste primeiro momento ainda percebemos que os resultados são limitados, mas a expectativa é que a base de dados aumente exponencialmente nos próximos meses.

O Thinga será gratuito em um primeiro momento, mas o criador planeja um sistema de assinatura através de uma revista para crianças chamada Boom. Há também diversos tipos de produtos para os pais que desejem apoiar a iniciativa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Pesquisadoras entrevistam colegas da USP e criam acervo de brincadeiras


Levantamento durou dois anos e material coletado foi reunido em livro e site.
Conteúdo pode ajudar pais e professores na interação com os pequenos.

Do G1 

Pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) coletaram histórias de faxineiros, porteiros e funcionários da creche do campus de São Carlos para resgatar antigas brincadeiras. Todo o material se transformou em um livro virtual e a ideia é aplicar o conteúdo no dia a dia, apresentando às crianças práticas como rodar pião e jogar pega vareta.

Colecionadora de brinquedos, Sylvana Almeida defende a importância do brincar. “Eles trazem uma lembrança de um passado, não é? E de um passado super saudável, de uma delícia de poder dividir, de brinquedos interessantes e que são de brincar com a mão, não são virtuais”, comentou. E foi justamente essa lembrança e esse contato que as pesquisadoras da USP buscaram resgatar.

Durante dois anos elas fizeram um levantamento com funcionários da unidade e reuniram a diversidade coletada em um livro e em um banco de dados à disposição no site "Projeto Memórias: brincadeiras de muitos tempos e lugares".

“As brincadeiras cantadas, brincadeiras de roda, cinco marias, pião, construção de carrinhos, todas essas brincadeiras que as crianças conhecem muito pouco, as crianças de hoje, porque elas se envolvem com outras brincadeiras desse mundo mais digital”, exemplificou a pesquisadora Janeide de Souza Silva.

O site tem também sugestões de atividades para a integração de crianças de todas as idades. “Sabemos que hoje as crianças não têm mais as ruas para brincar, muitas não têm os quintais para poderem brincar, então a creche vira o grande quintal, ali você tem a possibilidade de colocar um adulto, com sua infância, com a criança que tem dentro dele, em encontro com outra criança e compartilhar saberes, conhecimentos de uma época que é atual, mas também é de ontem”, explicou a professora Cristina Mara.

Quem testou os antigos brinquedos aprovou a iniciativa. "É muito legal, eu gostei muito", resumiu Ariella, de 12 anos, ao deixar o celular para pular elástico.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Tribunal de Justiça do Rio lança Portal da Infância e da Juventude


Jornal do Brasil

A partir de agora, famílias estrangeiras poderão consultar com mais rapidez seus processos de habilitação para adoção internacional pela internet, através do Portal da Infância e da Juventude, lançado na tarde desta terça-feira, dia 3, pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho. Essa é uma das novidades trazidas pelo site, que concentra todas as informações relativas ao tema da infância e juventude, com o objetivo de difundir as iniciativas da área para magistrados e para a sociedade em geral. O endereço eletrônico poderá ser acessado através da página inicial do Poder Judiciário ou diretamente pelo site http://infanciaejuventude.tjrj.jus.br

"A importância deste portal é a transparência da informação. Esse tipo de trabalho emociona e empolga. Não se tinha uma visão de conjunto das iniciativas na área da infância e juventude, mas agora o portal vai democratizar a informação, especialmente nesse setor que já é vulnerável em sua essência e se tornava mais ainda por conta da dispersão da informação. O portal aumenta a dimensão dos dramas e das tragédias que a gente sabe que existem e marca o início de uma nova época", destaca o presidente do TJRJ, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho.

No portal ficarão agregados conteúdos da Coordenadoria Judiciária de Articulação das Varas de Infância e Juventude e Idoso (CEVIJ) e da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (CEJAI).

A coordenadora judiciária das Varas de Infância e Juventude do Rio, juíza Raquel Chrispino, ressaltou a importância do novo canal online. "A Justiça da infância abriu um precedente no Brasil que é um grande desafio. O juiz tem que trabalhar em conjunto com promotores, instituições de acolhimento, conselhos, redes de atendimento e atenção, CREAS, além de diversos outros órgãos. Esse portal, prestando a informação e a orientação necessárias, ajuda a integrar e facilitar o trabalho de todos", argumenta a magistrada.

O site reúne as iniciativas de sucesso dos juízes da infância desenvolvidas em suas comarcas, que podem ser transformadas em projetos institucionalizados por atos do presidente do TJ, com regulamentos definidos. Um exemplo será o Projeto de Apadrinhamento, criado e desenvolvido pelo juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza na área de abrangência da 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, que a partir deste mês vai ser estendido para todo o estado do Rio. "A proposta do banco de boas práticas é divulgar essas iniciativas para que elas não se percam após o juiz sair da comarca. Algumas práticas podem virar projetos e ajudar o magistrado de uma comarca distante que esteja enfrentando um problema semelhante", explica a juíza Raquel Chrispino.

No espaço reservado à CEJAI, serão disponibilizados os procedimentos para a adoção internacional, as estatísticas de adoção em sete países, além do Brasil, assim como a Cartilha de Adoção Internacional e os contatos para quem quiser obter mais detalhes sobre o assunto. "É fundamental se comunicar com as pessoas fora do Brasil no que tange à adoção internacional. Esse portal traz a novidade de adotantes poderem consultar seus processos de habilitação de outro país", enfatiza a desembargadora Ana Maria Pereira de Oliveira.

Também serão exibidas informações gerais, como autorização para viagens de menores, alvará para participação em eventos, Jogos Olímpicos Rio 2016, legislação, instrumentos firmados pelo Poder Judiciário na área da infância e juventude, cadastros, Núcleo de Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes (NUDECA) da Corregedoria Geral da Justiça e dados sobre a Rede de Proteção à Infância que englobam os Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares, Programas de Acolhimento Institucional e Familiar, Entidades de Execução de Medidas Socioeducativas, Rede de Atenção Psicossocial e relação de CREAS.

O Judiciário fluminense também pretende contribuir com o Sistema de Identificação e Informação do Adolescente (SIAD), através da criação de um grupo de trabalho que vai alimentar o cadastro e organizar os dados contando com a participação da Polícia Civil, do Instituto Félix Pacheco (IFP), Detran, Degase, Defensoria Pública e Ministério Público.Além disso, serão divulgados links úteis, a relação de Varas da Infância e da Juventude em todo o estado e produções de cunho acadêmico dos profissionais que compõem as equipes técnicas de assessoramento aos diversos juízes.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

'Para viver esses momentos, a tecnologia não é suficiente'

A tecnologia, sempre vista como um facilitador de tarefas, começa a se tornar uma ameaça diante do comportamento da sociedade atual. Segundo um estudo da Flurry, há 280 milhões de viciados em smartphones no mundo. Jovens e crianças são as principais vítimas dessa nova realidade. Atualmente, trocar uma bola de futebol por um vídeo-game é mais comum do que se imagina.

Para aumentar a conscientização sobre este cenário, a operadora de telecomunicações Vento trouxe um filme comovente sobre momentos incríveis que a tecnologia pode roubar.

A campanha, criada pela Ogilvy & Mather Itália traz o tema "Para viver esses dias, a tecnologia não é suficiente".  

Confira:




Redação Adnews

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Peça estimula as crianças a trocarem o computador pelos livros

Em Tecnópolis, há quem nunca tenha aberto um livro

A peça “Tecnópolis - Sem livro pra contar história”, do grupo Teatrando Por Aí, de Florianópolis, é de autoria da atriz Mariana Monteiro. Ela se sentiu inspirada para a escrita da peça após uma professora perguntar se o grupo tinha um projeto de incentivo à leitura. A partir daí, o grupo construiu uma proposta para levar a peça para as escolas públicas de Santa Catarina no intuito de despertar o interesse das crianças pela leitura.

A partir desta segunda-feira, seguindo até o dia 11 de setembro, o grupo teatral levará a peça infantil para sete cidades catarinenses, com 36 apresentações gratuitas.

Na história, as crianças de Tecnópolis vivem entretidas com aplicativos e mídias eletrônicas e há quem nunca tenha aberto um livro na vida. Tecnópolis é uma cidade imaginária, criada pelo grupo Teatrando Por Aí para dar vida a Maurinho, mas seu universo ficcional é concreto e bastante atual. Maurinho está sempre conectado com o mundo digital e nunca abriu um livro. É então que os pais dele, preocupados com esta situação, mandam o menino passar as férias no sítio da avó, longe da tecnologia, para que ele possa se conectar com um mundo diferente. O espetáculo é encenado por quatro atores e conta ainda com a animação de bonecos, o que torna a narrativa cênica mais lúdica.

Com 50 minutos de duração, “Tecnópolis” é voltada para crianças de cinco a dez anos, e surgiu a partir de experiências do próprio grupo dentro de escolas, quando em turnê com outro projeto. “Esse texto é brincadeira, é amor, é imaginação, é aventura, é tudo aquilo que a leitura pode despertar, é tudo aquilo que a criança merece viver e experimentar. Eu torço para que essa história inspire a todos, pequenos e grandes leitores, a voarem pelas páginas do papel”, afirma Monteiro, para quem os livros e a tecnologia podem andar de mãos dadas. Para ela, Maurinho é um menino que tem muito a aprender, mas que também vai ensinar. “Como toda boa prática pedagógica, o caminho é de mão dupla”, resume.

O espetáculo integra o projeto cultural Teatro na Escola: Divertir para Educar, iniciativa do grupo Teatrando Por Aí para levar teatro infantil a escolas públicas do ensino fundamental de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Neste turnê, o grupo vai até Lontras, Ibirama, Apiúna, Rio do Sul, Lages, Criciúma e Tubarão. “Estar na escola é um grande exercício de adaptação, improviso, jogo de cintura e também um grande exercício de consciência política e social. A gente procura pensar as peças para o espaço da escola, mas sem deixar cair a qualidade da criação artística como muitas vezes o teatro na escola acaba fazendo”, explicou Eder Schmidt, ator e coordenador do grupo.

Para ele, o objetivo é provocar alguma transformação social. “Como todo artista, pretendemos que a nossa arte tenha alcance de público e, consequentemente, que possa trazer algum tipo de transformação, individual ou coletiva. Cientes da importância desse papel social e transformador do teatro, levamos os nossos espetáculos para dentro das escolas em apresentações gratuitas”, afirma Schmidt.

Saiba mais em www.teatrandoporai.com.br

via Notícias do Dia

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Criança nunca substituirá o livro pelo e-book


A relação que a criança tem com o livro de papel nunca será substituída por e-books, celulares ou qualquer outro aparelho eletrônico. Essa é a opinião de Gabriela Gibrail, curadora da Flipinha, a versão para crianças da Flip que encerrou no último domingo (5). Para ela, a tecnologia está tão presente na vida das crianças que o "objeto livro" será cada vez mais valorizado. "Ainda vamos viver ótimas histórias de amor com ele", opina. Responsável pela Flipinha desde que ela foi criada, em 2004, Gibrail diz que a programação não foi afetada neste ano pela redução nas verbas. A Flip acontece com o menor orçamento da última década, de R$ 7,4 milhões.

Leia trechos da entrevista publicada na Folha de S. Paulo

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

"Computador não faz com que se leia menos", diz Ruth Rocha

...

Mas hoje tem o computador e outras tecnologias.
O problema não é o computador ou a TV, é o uso excessivo deles. Tem criança que fica o dia inteiro com as telinhas ligadas. Não pode. É preciso ter hora para brincar, estudar, sair, comer e, claro, também para o computador e a TV. Tem que ter disciplina.

...

Usar o computador faz com que as crianças leiam menos?
Não acho. Nunca se vendeu ou produziu tantos livro. Na minha época, não tínhamos opções, meus colegas não conversavam sobre literatura e as escolas não tinham bibliotecas. Conhecíamos só as histórias do Monteiro Lobato. Hoje há mais opções.

...

Planeja fazer lançamentos em livro digital?
O livro digital não pegou no Brasil. Eles geralmente não aproveitam a tecnologia que têm à disposição. Eu vendo muito livro, mas minhas obras disponibilizadas em e-book não vendem nada. Talvez um dia o livro físico acabe, mas esse movimento ainda não começou.

Leia a entrevista completa na Folhinha

terça-feira, 15 de abril de 2014

Rede social para pais chega ao Brasil


Fotos de crianças nas redes sociais se tornaram algo muito comum atualmente: os pais querem compartilhar cada conquista, história engraçada e momento especial com os amigos e família. Foi com essa ideia em mente, e a necessidade de privacidade, que surgiu a rede social 23snaps, que chega ao Brasil, em português, nesta terça-feira.

Disponível de forma gratuita na web e em aplicativos móveis para Android, iOS e Kindle, a plataforma permite que os pais compartilhem fotos, vídeos e histórias de seus filhos com familiares e amigos, com a promessa de ser uma rede social segura.

Da Inglaterra, o fundador Ivailo Jordanov decidiu montar a ferramenta em 2012, porque sua esposa estava grávida do primeiro filho do casal, e ele queria compartilhar os momentos do bebê com seus pais, que moravam na Bulgária, e com os sogros, que eram do Canadá.

Segundo a diretora de marketing da startup, Meaghan Fitzgerald, os principais diferenciais da 23snaps em relação a outras redes sociais são os recursos de privacidade. “A ferramenta funciona em uma conexão segura, e não é possível encontrar um usuário por uma busca, você só pode se conectar a um amigo ou familiar se ele te convidar”, explica. Ou seja, o usuário pode ter um perfil na rede, mas não consegue visualizar fotos e postagens dos filhos de alguém, a não ser que a pessoa permita. “Se você curte um post de um amigo no Facebook, essa ação aparece no feed de notícias de outras pessoas. Isso não acontece no 23snaps”, complementa.

Meaghan também afirma que a empresa utiliza servidores próprios e que nenhum funcionário consegue olhar as postagens dos usuários. Se existe alguma ação suspeita dentro da rede social, é um processo automático que consegue identificá-la.

Terras brasileiras
Segundo a executiva, o Brasil foi escolhido para a expansão da empresa por conta do tamanho do País, crescimento do mercado de smartphones, e uso frequente das redes sociais. “Fizemos uma pesquisa meses antes de chegarmos ao Brasil, e percebemos que os brasileiros costumam convidar mais pessoas para compartilhar as fotos de seus filhos. No geral, os usuários escolhem de três a quatro pessoas para compartilhar as postagens, enquanto no Brasil, são de dez a vinte. Isso é muito bom para nós”, diz Meaghan.

Atualmente, a 23snaps possui 500 mil usuários cadastrados em diversos países, que utilizam a plataforma em inglês. A expectativa é que o Brasil se torne o segundo maior mercado para a startup, atrás dos Estados Unidos. Quando a primavera chegar, em setembro, a startup quer contabilizar 1 milhão de usuários.

Fonte: Terra

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Lançado portal de busca especializado em primeira infância

Iniciativa é da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e do Instituto Alfa e Beto

Agência FAPESP - Com o objetivo de facilitar o acesso a um conteúdo relevante e confiável sobre assuntos da primeira infância, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV) e o Instituto Alfa e Beto (IAB) lançaram em março, com o apoio da Fundação Bernard Van Leer, o portal “Radar da Primeira Infância”.

O site reúne conteúdos produzidos por universidades, centros de pesquisa e entidades sobre o período de vida da criança até os 6 anos.

O conteúdo do site é previamente selecionado, validado e classificado por uma equipe, o que, segundo os organizadores, garante a qualidade do material e poupa tempo do internauta. Temas como amamentação, educação, prematuridade, introdução alimentar, entre outros, estão relacionados.

O internauta pode fazer uma pesquisa específica, filtrar por assunto ou selecionar todos os artigos de uma mesma fonte. Ao fazer qualquer tipo de busca ou filtragem, o pesquisador encontrará verbetes com resumo do artigo e o link direto para a fonte utilizada.

O usuário também poderá enviar perguntas à equipe do site.

O portal pode ser acessado pelo link www.radardaprimeirainfancia.org.br 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Unicef lança portal sobre ética nas pesquisas sobre crianças



Meta do projeto online é ajudar a garantir que a dignidade de todos os menores seja honrada e seus direitos respeitados; site traz uma série de pesquisas internacionais sobre o tema.

Leda Letra, da Rádio ONU

O Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, lançou um site sobre questões éticas envolvendo crianças, com uma compilação de várias pesquisas internacionais sobre o tema.

Segundo o Unicef, o projeto busca ajudar a garantir "que a dignidade de todas as crianças seja honrada e seus direitos humanos e bem-estar sejam respeitados" em todas as pesquisas, independente de seu contexto.

Mudanças
A agência da ONU destaca que os métodos de estudos envolvendo menores estão aumentando rapidamente e por isso, mudando a maneira como são vistas as crianças.
No portal, pode ser encontrada a Carta Internacional para Pesquisa Ética sobre Crianças e também mais de 20 estudos de caso e questões sobre o tema.

Segundo o Unicef, o site quer garantir ainda que a abordagem desses levantamentos respeite as crianças e que as visões e perspectivas dos menores sejam relatadas com integridade. Os principais usuários devem ser pesquisadores e organizações.

O projeto é uma iniciativa conjunta do escritório de pesquisas do Unicef com instituições e ONGs relacionadas a estudos sobre crianças.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Infância Conectada




As tecnologias digitais fazem parte do cotidiano das crianças e modificam o modo como elas se relacionam com o mundo, brincam e adquirem conhecimento
Revista e

A infância do século 21 é ímpar na história da humanidade. No contexto das tecnologias de informação e comunicação, globalização econômica e mundialização da cultura, segue longe o tempo em que os pequenos tinham de crescer para ser levados em conta. Entre outras características, essa parcela da população hoje é composta de nativos digitais, com um modo de percepção, aprendizagem e expressão audiovisual, além de serem mais participativos, reflexivos e buscarem um novo protagonismo. É pouco? Pois bem, outra mudança fundamental diz respeito ao estatuto da criança e do adolescente. Pela primeira vez, em séculos de lutas sociais, esses indivíduos possuem direitos civis iguais aos dos adultos e uma condição privilegiada de pessoas com direitos, mas sem deveres ou responsabilidades, afirma a pesquisadora das inter-relações entre as mídias e os processos educacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Maria Luiza Belloni, autora de Crianças e Mídias no Brasil: Cenários de Mudança (Papirus, 2010), entre outros livros.

O processo de formação das novas gerações é, evidentemente, estimulado e fortalecido pelo acesso às mídias. Porém, Maria Luiza ressalta que as mudanças na infância de hoje são fruto não apenas da era digital, mas sim de uma evolução que culmina com a criação da televisão e tem como base o desenvolvimento de técnicas que possibilitam o registro e a reprodução de sons e imagens fixas e em movimento. Isso se dá a partir da segunda década do século 19, em pleno desenvolvimento da imprensa. Nessa época, ocorre uma revolução técnica muito importante para a cultura atual: a invenção da fotografia, do fonógrafo e do cinema. “Essa evolução técnica está na origem da cultura audiovisual que tomou conta do planeta através do cinema e da televisão de massa”, analisa. “Portanto, é bom lembrar que, antes de serem nativos digitais, os seres humanos foram e ainda são nativos audiovisuais, e esta é a característica fundamental da cultura do século 20.”

A rotina das crianças também sofreu alterações, já que o tempo livre foi praticamente suprimido. Se antigamente passavam horas brincando entre si, sem a presença de adultos, exercitando livremente a imaginação, experimentando o poder, criando histórias e personagens, inventando regras do jogo, hoje grande parte delas estão o tempo todo ligadas a algum gadget eletrônico que lhes apresenta conteúdos, histórias, personagens e regras, criado por adultos com objetivos econômicos. “Ou seja, por um lado as novas gerações adquiriram novos direitos e um novo lugar na sociedade, mas por outro elas perderam muito da liberdade criativa e ingênua que lhes permitia escapar da influência avassaladora da sociedade adulta”, diz Maria Luiza.

Além disso, o acesso às tecnologias de informação e comunicação tende a gerar um abismo tecnológico entre as gerações, principalmente nas famílias com acesso domiciliar à internet, nas quais as crianças e adolescentes são, em geral, os maiores usuários. Como consequência, há uma inversão dos papéis tradicionais nas relações entre o adulto-que-sabe e a criança-que-não-sabe, gerando mal-estar nas famílias e nas escolas. Cria-se uma nova espécie de diversidade cultural intergeracional e interclasses, já que os jovens muitas vezes estão mais informados, via redes sociais e outras ferramentas. Observa-se também uma diferença ética, na compreensão de mundo, nas formas de percepção e, portanto, de aprendizagem.

Aprendizagem interativa
Os aparatos tecnológicos ocupam cada vez mais espaço no cotidiano das crianças e modificam o modo como elas exercem sua sociabilidade, brincam e adquirem conhecimento. O modelo tradicional de ensino, centrado na figura do professor como transmissor dos saberes, vem dando lugar a um formato colaborativo de construção de conhecimento. “Os alunos aprendem em redes interativas, trocando informações instantaneamente e criando, assim, seus próprios percursos de aprendizagem”, esclarece a pesquisadora na área de educação infantil, processos de ensino-aprendizagem e representações sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Viviane Bona. Para a especialista, modelos mais autônomos e interativos são proporcionados por essas novas tecnologias e, consequentemente, diferentes formas de aprendizagem surgem no atual cenário.

De acordo com a professora do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Gilda Helena Bernardino de Campos, o grande desafio da educação hoje é criar situações didáticas que incorporem as tecnologias digitais da informação e da comunicação no currículo escolar. “Espera-se que o professor saiba criar estratégias didáticas para que o aluno desenvolva funções cognitivas, tais como buscar e selecionar as informações, resolver problemas e assim construir seu conhecimento de forma mais ativa e colaborativa”, diz a pesquisadora, que também é responsável pela Coordenação Central de Educação a Distância (CCEAD) da PUC-Rio. “O impacto das tecnologias digitais na educação é irreversível, muda-se o foco de ensino para a aprendizagem, mudam as atividades, os exercícios e a forma de encarar a sala de aula.”

Embora a televisão e o rádio tenham mais de 50 anos de presença e grande influência social no país, a realidade da escola pública no Brasil continua baseada na cultura da linguagem escrita, afirma Maria Luiza. “A incorporação crítica e criativa de elementos da cultura audiovisual e das mídias digitais deve ser um dos principais objetivos da escola pública hoje, pois eles já estão totalmente integrados à vida cotidiana da maioria das crianças e adolescentes”, acrescenta. “As culturas infantis e juvenis são saturadas de imagens e de sons organizados em sistemas de significação ultrassofisticados, que engendram novos modos de perceber e de aprender. Hoje, todos podemos ser produtores de mensagens, mas as escolas públicas brasileiras não criam condições para que as crianças se apropriem dessas técnicas numa nova perspectiva e não na lógica industrial que rege a produção de massa.” Segundo a especialista, as mídias podem ainda funcionar como importantes ferramentas de melhoria da qualidade da educação na escola pública, especialmente nesta passagem da escola de meio turno para uma de tempo integral.

Renovação nas classes

O mundo digital transformou os processos de ensino-aprendizagem e gerou forte impacto nas escolas

As mutações tecnológicas exigem do indivíduo competências comunicacionais e modos de construção do saber (aprender a aprender e a reaprender constantemente) impensáveis décadas atrás, além de conhecimento sobre o mundo contemporâneo e diversidade humana na cultura mundializada. De acordo com a pesquisadora das inter-relações entre as mídias e os processos educacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e autora, entre outros, do livro Crianças e Mídias no Brasil: Cenários de Mudança (Papirus, 2010), Maria Luiza Belloni, as crianças chegam à escola com conhecimentos e aptidões desenvolvidos fora dela e à sua revelia, que normalmente são ignorados pelos professores, provocando dificuldades de comunicação. “Daí a necessidade urgente de renovar a formação dos docentes, integrando este enorme desafio de compreender as novas formas de perceber e de aprender que os alunos desenvolvem, desde muito jovens, no contato com as tecnologias digitais, dentre as quais se destacam: os modos autônomos e colaborativos de aprender e a capacidade de processar múltiplas informações ‘em paralelo’”, afirma.

A passagem da comunicação de massa, em que somos apenas espectadores, à comunicação interativa, em que podemos ser produtores de mensagens, foi a grande revolução técnica no século 21. Por isso, as possibilidades de interatividade virtual mediada por esses dispositivos técnicos digitais estão transformando as culturas infantojuvenis, desafiando e exigindo da escola e das famílias novas respostas e soluções.

Nesse contexto, Maria Luiza acredita que o papel da educação deve ser, além de propiciar a apropriação crítica e criativa das novas linguagens de modo a estar em sintonia com as culturas dos jovens, desenvolver metodologias inovadoras de uso pedagógico desses meios. Além disso, democratizar o acesso às tecnologias, já que no Brasil ainda há grandes desigualdades sociais nesse acesso. “A escola do futuro deveria ser então uma escola que ensinasse a aprender, em vez de transmitir conteúdos, com projetos interdisciplinares, aprendizagens interpares, uso intensivo de tecnologias e uma presença muito importante de aprendizagens de ciências, artes e esportes”, diz a pesquisadora. “Ou seja, uma combinação equilibrada e inteligente de inovação pedagógica e técnica, com a finalidade de formação do sujeito autônomo, capaz de aprender ao longo da vida, nesta sociedade saturada de máquinas cada vez mais inteligentes.”

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Crianças devem usar internet com moderação, diz pedagoga brasileira



Em entrevista à Rádio ONU, Yvonne Bezerra de Mello afirma que o computador e as mídias sociais não devem ser usadas em excesso e tampouco para substituir as obrigações da maternidade ou paternidade. 

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O uso excessivo de computadores, jogos eletrônicos, internet e mídias sociais por crianças deve ser monitorado pelos pais e responsáveis. Esta é a opinião da pedagoga e educadora brasileira, Yvonne Bezerra de Mello.

Em entrevista à Rádio ONU, do Rio de Janeiro, ela afirmou que o excesso do uso de jogos eletrônicos e tempo demais no computador são prejudiciais.

Conhecimento
"Uma criança de sete anos que fica quatro horas no computador não poderia estar jogando, num curso, fazendo algum esporte? Mas a criança fica ali embutida naquela telinha jogando jogos violentos. Para mim, colocar uma criança no computador quatro horas porque isso vai aliviar a sua maternidade ou paternidade é cruel, é indigno, é fugir das responsabilidades. O computador não pode ser mais que quatro horas por dia. Todo mundo tem que jogar, mas também com conhecimento."

Além de educadora, Yvonne Bezerra de Mello é consultora da Unesco. Este ano, ela está realizando um projeto com a agência da ONU para melhorar o aprendizado escolar em 15 colégios públicos do Rio de Janeiro.

A iniciativa está utilizando um método alternativo de ensino, desenvolvido pela pedagoga e batizado de Uerê-Mello. O método favorece a oralidade no ensino e o desenvolvimento do aluno como um ser que interage e que é o protagonista das ações de aprendizado.